Savannah mantém interesse no consórcio de baterias de lítio do PRR apesar de saída da Galp
“Estão a ser feitas todas as diligências para substituir o líder da Agenda CVB - Cadeia de Valor das Baterias em Portugal em articulação com os outros copromotores”, disse ao ECO o IAPMEI.
A saída da Galp do consórcio que vai criar uma cadeia de valor de baterias de lítio em Portugal, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), não ditou o desinteresse da Savannah em participar nesta agenda mobilizadora. O IAPMEI está a tentar encontrar um substituto para liderar o consórcio.
“Estão a ser feitas todas as diligências para substituir o líder da Agenda CVB – Cadeia de Valor das Baterias em Portugal em articulação com os outros copromotores”, disse ao ECO fonte oficial do IAPMEI.
Quando questionada se a Savannah mantém o interesse em participar nesta agenda mobilizadora, ou qual a reação da empresa à desistência da Galp, a mesma fonte sublinhou que “a Savannah, tal como os outros copromotores, está trabalhar para encontrar uma solução”.
O ECO já tinha pedido oficialmente uma reação Savannah Resources, que está a desenvolver em Portugal o projeto de lítio da Mina do Barroso, em Boticas, à saída da Galp, por não conseguir respeitar os prazos exigidos pelo PRR para executar a refinaria, mas a empresa optou por não responder.
A Agenda CVB visa criar de raiz, em Portugal, uma cadeia de valor de baterias, com a integração de atividades de mineração, refinação, montagem de baterias e circularidade de materiais, subprodutos e resíduos. Em causa estão cerca de 914 milhões de euros de investimento.
Após encontrar uma nova empresa líder, IAPMEI e Comité Coordenador das Agendas mobilizadoras vão avaliar novamente o mérito desta agenda. Como avançou no final de abril o Ministério da Coesão ao ECO, o contrato, que ainda não estava assinado, está agora “numa fase de reestruturação”. “Após a substituição da empresa líder”, ou seja, a Galp, “a nova constituição do consórcio, para determinação do seu mérito, será submetida ao parecer do IAPMEI e do Comité Coordenador das Agendas”.
O painel internacional de peritos quando escolheu esta agenda valorizou o facto de estar em causa a produção integral das baterias. O objetivo da agenda não era a venda de concentrado de espodumena, sublinhou ao ECO, uma fonte conhecedora do projeto. A agenda não era de mineração de lítio, mas sim das diferentes fases para criar os componentes de uma bateria.
Mas, se por um lado, isto poderá pender negativamente na avaliação do mérito da nova agenda, a necessidade de cumprir as metas definidas no PRR pode pressionar para que a agenda receba luz verde. Não cumprir os valores acordados com Bruxelas poderá significar perder apoios.
A Agenda CVB (Cadeia de Valor das Baterias em Portugal) visa criar de raiz, em Portugal, uma cadeia de valor de baterias, com a integração de atividades de mineração, refinação, montagem de baterias e circularidade de materiais, subprodutos e resíduos. Em causa estão cerca de 914 milhões de euros de investimento. Só a parte da refinação de lítio representava um investimento de 660 milhões de euros que contava, inicialmente, com um incentivo de 11 milhões do PRR.
Apesar de com o novo enquadramento ao abrigo do Temporary Crisis & Transition Framework (TCTF) o financiamento poder ser superior ao determinado pelas regras das ajudas de Estado (limitadas a 20% do capex porque o projeto se situava na Península de Setúbal), tal como a Galp exigia, foram os prazos que ditaram a saída da Galp. “A decisão de saída deve-se ao facto do PRR contemplar apenas projetos que entrem em operação até ao final de 2026, enquanto o calendário de execução do projeto Aurora Lith prevê a sua entrada em operação em 2028”, explicou na altura ao ECO fonte oficial da Galp.
Mas isto não significa que a Galp, em parceria com a fabricante sueca de baterias elétricas Northvolt, tenha desistido de construir uma refinaria em Portugal. “Nessa medida, a Aurora está a fazer o levantamento de outras linhas potenciais de incentivo ao projeto”, acrescentou a mesma fonte da petrolífera.
A Agenda CVB é uma das duas agendas que ainda não foram assinadas, de um universo de 53 agendas. A Drivolution, cujo objetivo é promover a criação de um modelo de Fábrica do Futuro, é a segunda e o Executivo tem a expectativa de que o processo seja concluído a “curto prazo”, tal como o ECO já avançou.
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