O que propõem os candidatos às europeias para a defesa?

A poucos dias das eleições europeias, os oito candidatos às europeias respondem ao ECO sobre cinco temas que vão marcar a próxima legislatura. O que pensam os candidatos sobre a defesa?

  • Ao longo desta semana, o ECO vai publicar “O que defendem os candidatos às europeias?”, série na qual publicamos as respostas dos cabeças de lista (dos partidos com assento parlamentar) às eleições europeias, de 9 de junho, a cinco temas que vão marcar a próxima legislatura: imigração, defesa, alargamento, regras orçamentais e recursos próprios.

O que defendem os candidatos às europeias para a defesa?

“A segurança e a defesa dos europeus devem estar na primeira linha das preocupações dos decisores políticos europeus. A Aliança Democrática e a sua família política europeia (PPE) estão inequivocamente ao lado da Ucrânia, cuja invasão pela Rússia expôs as fragilidades da União Europeia (UE) neste domínio. Defendemos uma cooperação mais estreita e coordenada entre os Estados-Membros e um maior investimento europeu em defesa que reforce o pilar europeu da NATO. A UE deve contribuir para o reforço das capacidades de defesa e da proteção dos seus cidadãos, sempre comprometida com a participação dos Estados-Membros na NATO e com a cooperação estratégica e transatlântica.”

“Apesar de ser tradicionalmente uma área de soberania dos Estados, a política comum de segurança e defesa assume-se como uma prioridade da União Europeia no atual contexto geopolítico. Em complementaridade com a NATO, importa reforçar e partilhar capacidades e coordenar políticas na União. Assim, partindo dos instrumentos atuais, devem ser desenvolvidos, ao nível europeu, procedimentos conjuntos de aquisição de material militar e investimento na produção militar em solo europeu por empresas europeias, fomentando a indústria de defesa pan-europeia.”

“A União Europeia precisa urgentemente reforçar o investimento na Defesa, quer em número de efetivos, quer em termos de equipamento. Devem ser procuradas soluções inovadoras que não se baseiem apenas no conceito de mais endividamento e mais impostos. Reforçar a defesa europeia é um investimento muito sério e este deve ser feito envolvendo um acordo entre o setor público e o privado, com controlo estatal. Na altura de recuperar as indústrias de defesa da UE, Portugal não pode ser esquecido pelos burocratas de Bruxelas, até porque no passado teve excelentes exemplos de qualidade neste setor e tem neste momento algumas empresas tecnológicas, caso da Tekever e outras do género, que podem ajudar nesse esforço de rearmamento europeu.”

“A Iniciativa Liberal é favorável ao investimento na maior autonomia estratégica da Europa na Segurança e Defesa, o que inclui o reforço do investimento no pilar europeu da NATO (2% PIB) com foco na interoperabilidade dos dispositivos, equipamentos e sistemas, na atualização tecnológica dos equipamentos e armamentos, na prioridade à cibersegurança e à informação. Defendemos o apoio a incondicional à Ucrânia. Putin não pode ganhar.”

“O debate sobre a Defesa europeia tem sido o oposto do que deveria ser. Tem-se falado muito da guerra, tem-se falado menos da paz. Obedecer a Trump ou usar a Ucrânia como desculpa para financiar a indústria de armamento alemão, a mesma que está a entregar armas para o genocídio do povo palestiniano, é inaceitável. Contra as guerras promovidas por Putin ou Netanyahu, o Bloco afirma a sua posição de sempre: da Ucrânia à Palestina, estivemos sempre do lado da paz e da autodeterminação dos povos.”

“A UE assume que nenhum dinheiro pode faltar para a guerra e para a indústria do armamento, mesmo que isso implique desviar recursos que fazem falta ao bem estar dos Povos. A UE tem vindo a acentuar o seu caráter militarista. A CDU está contra a criação de um exército Europeu coisa diferente é a necessidade de investimento nas Forças Armadas portuguesas para que estas cumpram as suas missões constitucionais. A CDU defende a implementação de um sistema de segurança e cooperação na Europa baseado nos princípios da Ata Final da Conferência de Helsínquia. A CDU defende o fim da corrida aos armamentos e da militarização das relações internacionais e a abolição das armas nucleares e de outras armas de destruição massiva.”

“O Livre vê os desafios na área da defesa sob uma perspetiva pacifista, cientes da ameaça existencial que a guerra na Ucrânia representa para a Europa. Defendemos que a UE deve ter uma Política de Segurança Comum, a debater neste próximo mandato de forma alargada, sem esquecer a segurança alimentar, sanitária, digital ou institucional. A curto e médio trecho, é necessário tratar da capacidade de investimento conjunto e da interoperabilidade do material de defesa dos diferentes Estados-Membros.”

“A guerra na Europa tem tido efeitos dramáticos, quer em termos humanitários, quer ao nível do impacto nos animais e no ambiente. A contaminação dos solos, por exemplo, coloca em causa a autonomia alimentar da Ucrânia. O PAN defende a criação de uma contribuição extraordinária sobre os lucros excessivos da indústria da guerra, que sirva para apoio humanitário, reconstrução de infraestruturas e a recuperação ambiental e da biodiversidade. A UE tem de atuar proativamente na garantia da sua segurança e defesa, mas o principal caminho deve ser sempre o da negociação política e do cessar-fogo. Defendemos a cooperação e solidariedade para com o povo ucraniano e para com os demais que vivem em conflito de guerra. No caso do conflito Israel-Palestina, o PAN defende a solução dos dois Estados.”

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