#6 O ‘Vitão’ e o ‘espalha-brasas’

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

Portugal venceu, mas não convenceu muito. Com Cristiano Ronaldo e Pepe no onze titular (ambos quebraram recordes), a turma de Roberto Martínez conseguiu empurrar a Chéquia para a sua área, que se protegeu num bloco baixo com uma linha compacta de cinco homens. Desbloquear a muralha não foi nada fácil e houve várias dificuldades, com cruzamentos frustrados e tentativas de remates de meia distância. Bruno Fernandes agitou, Lukás Provod assustou com um coelho na cartola e Vitinha brilhou (melhor em campo), porém a estrelinha foi mesmo Francisco Conceição, o ‘espalha-brasas’, que arrancou os três pontos a ferro. É dele. É de Portugal.

4 cantos

Não foi Vitinha, foi Vitão

Protejam-no a todo o custo. Vitinha foi o jogador que mais tocou na bola contra a Chéquia (112 vezes), fruto do plano tático de Roberto Martínez (juntar João Cancelo no meio-campo para criar superioridade e dar também mais posse a Vitinha). Como primeiro construtor, o médio de 24 anos mal falhou um passe (95% de eficácia), procurou combinações, deu apoio e ainda ganhou todos os duelos e dribles. É de facto um jogador especial e coroou a exibição com o prémio de melhor jogador em campo.

Novidade tática de Roberto Martínez

Roberto Martínez utilizou João Cancelo como médio frente à Chéquia e entregou a lateral-esquerda a Nuno Mendes e Rafael Leão. Porquê? Segundo explicou na conferência de imprensa ao Bola na Rede após o final da partida, o objetivo era ganhar superioridade numérica no meio-campo e dar muita posse de bola ao Vitinha, com Bernardo Silva e Bruno Fernandes mais adiantados no terreno. João Cancelo jogou assim pelo meio-campo, com alguma liberdade e procurando apoiar os companheiros.

Lista de tarefas: melhorar Portugal

A Chéquia conseguiu levar perigo sem precisar de muito, através de um futebol muito direto. Cabia a Portugal maior intervenção defensiva para não arriscar uma derrota. Ainda sofreu golo (grande momento de Lukás Provod), mas o guião estava escrito com uma reviravolta. Um aspeto a trabalhar é sem dúvida o corredor direito: a dinâmica Bernardo Silva-Dalot não foi a melhor e é preciso mais pujança e criatividade nesse flanco para não concentrar também a construção quase toda no lado esquerdo como aconteceu perante a Chéquia. Foi o primeiro jogo de Portugal no Euro 2024, as emoções estavam à flor da pele e não são jogos fáceis pelo contexto, mas há capacidade para mais. Muito mais.

Recordações do Euro 2016

A última vez que Portugal foi a vencer para o intervalo num Campeonato da Europa foi em 2016, contra a Islândia (primeiro jogo). Desde então (11 jogos) que a Seleção das Quinas não voltou a conseguir o feito, o que mostra maior apetência para resolver jogos na segunda parte. Com a Chéquia, assim aconteceu. Portugal registou a terceira reviravolta em Europeus, depois do 3-2 com a Inglaterra (2000) e 2-1 com os Países Baixos (2012).

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