Montenegro repete apoio a Costa em Paris: “É por ser português, europeísta e construir pontes”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 19 Junho 2024

A partir de Paris, onde vai ter um encontro com Emmanuel Macron, o primeiro-ministro português reiterou que “não [confia] mais em nenhum outro socialista na Europa” para liderar o Conselho Europeu.

“Empenhado, motivado e otimista” perante a possibilidade de António Costa ser o próximo presidente do Conselho Europeu, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, reiterou na manhã desta quarta-feira, em Paris, o apoio ao seu antecessor para o cargo de topo daquela instituição da União Europeia (UE).

Falando aos jornalistas na inauguração de uma obra do artista português Vhils na Gare d’Oly, o líder do Governo afirmou que o apoio não se deve apenas ao facto de António Costa ser português. É também por ser “europeísta e portador de valores de respeito pela paz, a democracia e a solidariedade política e económica entre os Estados da UE”. E ainda pela habilidade “para construir as pontes” necessárias entre os países e “até entre algumas sensibilidades político-partidárias diferentes”, apontou.

Para Luís Montenegro, o apoio a Costa não se confunde com a “conflitualidade política interna”, nomeadamente com a circunstância de ter sido líder da oposição durante o governo de maioria absoluta de António Costa (2022-2024), na qualidade de presidente do PSD, e opositor do Executivo da geringonça, na qualidade de líder parlamentar do PSD, entre 2015 e 2017.

Além disso, recordou que o PS e o PSD (no âmbito da coligação Aliança Democrática, com o CDS-PP e o PPM) alcançaram uma “votação expressiva” nas eleições europeias do passado dia 9 de junho, representando 15 dos 21 mandatos que Portugal tem no Parlamento Europeu.

Creio que os portugueses e as portuguesas, mesmo aqueles que não concordam politicamente com o desempenho de António Costa noutras funções, compreendem que é do interesse do país e da Europa que [o] possamos ter à frente do Conselho Europeu“, realçou o primeiro-ministro, reforçando que não confia mais em nenhum outro socialista na UE para desempenhar essa função.

Mesmo aqueles que não concordam politicamente com o desempenho de António Costa noutras funções, compreendem que é do interesse do país e da Europa que [o] possamos ter à frente do Conselho Europeu.

Luís Montenegro

Primeiro-ministro

Acerca de uma eventual declaração de apoio do Presidente francês a António Costa, Luís Montenegro disse apenas que no encontro que terá com o próprio esta quarta-feira em Paris, não lhe dirá “nada diferente” do que tem dito publicamente. Recentemente, o Politico revelou, citando um alto diplomata do país, que Emmanuel Macron aprecia o facto de o ex-primeiro-ministro português falar francês, com quem manteve discussões “intelectuais”.

Depois de seis horas de negociações entre os líderes dos 27 Estados-membros da UE na segunda-feira não terem sido suficientes para alcançar um consenso sobre quem vai ocupar os cargos de topo das instituições europeias no próximo ciclo político, é esperado um acordo no Conselho Europeu formal de 27 e 28 de junho.

Espero que, na próxima semana, (…) as decisões mais relevantes, nomeadamente a eleição do presidente do Conselho [Europeu] e a proposta ao Parlamento Europeu da candidata a presidente da Comissão Europeia, possam ocorrer e, portanto, possamos obter um entendimento”, frisou ainda o chefe do Governo português.

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