Lançado aviso para financiar conclusão do projeto do Metro Mondego
“Com este financiamento que hoje anunciamos, podemos afirmar que o país paga uma dívida antiga que tem com a região de Coimbra”, afirmou a ministra Maria da Graça Carvalho.
O aviso para concluir o Sistema de Mobilidade do Mondego, no âmbito do novo quadro comunitário, foi lançado esta sexta-feira, com um total de 82,1 milhões de euros de fundos europeus para as empreitadas a cargo da Infraestruturas de Portugal.
A cerimónia de apresentação do aviso para a candidatura da Infraestruturas de Portugal (IP) decorreu esta sexta-feira, no Itecons (Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção), em Coimbra, com a presença do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, e da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.
O aviso agora lançado contempla um reforço de 46 milhões de euros dos fundos comunitários que estavam inicialmente associados à empreitada do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que irá servir Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, com autocarros elétricos em via dedicada.
“Com este financiamento que hoje anunciamos, podemos afirmar que o país paga uma dívida antiga que tem com a região de Coimbra”, afirmou a ministra, durante a sua intervenção na cerimónia, salientando que a longa espera – o projeto do SMM conta com 30 anos – é sintomático “do abandono” a que o país votou a ferrovia. Maria da Graça Carvalho considerou ainda que é nos transportes que “Portugal tem problemas sérios” na transição energética e no combate às alterações climáticas, elegendo essa área como o seu principal problema.
Já para Miguel Pinto Luz, o SMM poderá ser central para a sua aplicação futura noutros locais, acreditando que pode “contaminar positivamente outros exemplos de mobilidade urbana” e fazer com que a IP, aprendendo com a execução deste projeto de mobilidade, avance com iniciativas semelhantes noutros locais do país.
Em declarações aos jornalistas, o ministro esclareceu que, de momento, o canal que hoje é rodoviário terá de ser transformado “em espaços” como o do SMM, por forma a garantir “transportes públicos de qualidade aos cidadãos”.
“É nessa vertente que este projeto tem essa externalidade positiva, que é de percebermos se funciona, se não funciona, o que é que temos de melhorar, o que é que temos de acelerar desse ponto de vista tecnológico, do ponto de vista da usabilidade, do ponto de vista da gestão de um equipamento que é uma novidade em Portugal”, realçou.
O aviso para o financiamento da conclusão do SMM, que inicialmente estava todo associado ao antigo quadro comunitário, PT2020, vai permitir financiar todas as empreitadas da IP associadas àquela infraestrutura, a partir de 01 de janeiro de 2024. No passado recente, também houve reprogramação das empreitadas que são responsabilidade da Metro Mondego, empresa que depois irá operar o sistema.
Segundo a presidente da Comissão Diretiva do Programa Sustentável 2030, Helena Pinheiro de Azevedo, houve um financiamento europeu total de 167,8 milhões de euros para as duas fases do projeto, incluindo as despesas a cargo da IP e as da responsabilidade da Metro Mondego.
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