PS e PSD admitem viabilizar comissão de inquérito à Santa Casa

Da esquerda à direita, os partidos demonstraram-se disponíveis para avançar com uma comissão de inquérito à gestão da SCML, ainda que não concordem quanto ao período temporal e âmbito.

Tanto o PS como o PSD admitiram esta quinta-feira viabilizar a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) à gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), ainda que estejam divididos quanto ao âmbito e leque temporal da mesma.

“O mais importante, neste momento, é sublinhar a nossa disponibilidade para viabilizar uma CPI, desde que esta tenha um âmbito e um leque temporal alargado que permita compreender as raízes dos problemas, o contributo positivo ou negativo dos vários intervenientes e o impacto de diferentes fatores e, naturalmente, os contornos de diferentes processos“, afirmou o deputado socialista Miguel Cabrita, durante um plenário da Assembleia da República onde foram discutidos os pedidos de constituição de uma comissão de inquérito à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) apresentados pelo Chega, Iniciativa Liberal (IL) e Bloco de Esquerda (BE), que só serão votados na sexta-feira.

Miguel Cabrita sublinhou que deve ser feito “um apuramento dos factos” com “transparência”, mas sem colocar em causa o “prestígio” e a “imagem” da instituição fundada em 1498. Além disso, o socialista referiu que, apesar das dificuldades financeiras, a Santa Casa “nunca deixou de assumir as suas responsabilidades” e de assumir o seu “papel” no apoio aos mais desfavorecidos.

Também o grupo parlamentar do PSD abriu a porta a viabilizar uma CPI. “É por todas estas questões, assim como as decisões de gestão que aparentemente se manifestaram erradas, que o grupo parlamentar do PSD deve contribuir para o esclarecimentos das muitas dúvidas existentes, das sombras negras que pairam pelo processo. É pelos seis mil trabalhadores da Santa Casa, pelas dezenas de milhares de beneficiários, que o PSD guia e guiará a sua atuação”, elencou a deputada Isaura Morais.

A deputada social-democrata afirmou também que a Santa Casa enfrenta uma “situação difícil” que resulta de “decisões erradas” tomadas sob a gestão de Edmundo Martinho e de Ana Jorge. A parlamentar lembrou que a anterior mesa da SCML tinha detetado uma “provável rutura de tesouraria”, mas, ainda assim, as despesas com pessoal cresceram. E criticou o facto de não ter sido feito um plano de desinvestimento na desistência do processo de internacionalização, que fez com que as perdas passassem de 30 milhões para 80 milhões de euros. “Tudo isto é gravemente preocupante”, disse.

Da esquerda à direita, os restantes partidos mostraram-se disponíveis para avançar com uma CPI à gestão da SCML, ainda que não concordem com o período temporal. À esquerda, José Soeiro (BE) defendeu que a comissão deve incluir “não apenas o mandato da Edmundo Martinho, mas também de Pedro Santana Lopes”, e lembrou que os problemas da instituição têm razões “estruturais”.

Já Alfredo Maia (PCP) sublinhou que “parece consensual” que é necessário um “escrutínio mais apurado e rigoroso” e considerou que devem ser ouvidos “não apenas os órgãos da Santa Casa e das entidades participadas” como os sucessivos responsáveis políticos.

“Cá estaremos para fazer esse escrutínio“, prometeu também a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, indicando que “há muito que a Santa Casa se depara com dificuldades financeiras” e que tem havido “desnorte” na gestão.

À direita, Mariana Leitão (IL) apelou aos consensos dos partidos para que seja possível “escrutinar ao detalhe as decisões tomadas”, sublinhando que é preciso “restaurar a credibilidade da Santa Casa”, que tem um papel fundamental na sociedade que “deve ser preservado”.

Já André Ventura (Chega) defendeu que o “caos” com que a instituição tem sido gerida “é o exemplo de tudo o que está errado em Portugal”, referindo que tem havido um “excesso de dinheiro público”, um “enorme polvo de nomeações” e “perdas de dinheiro”. “Este Parlamento deve investigar até ao fim” o tema, rematou.

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Trabalhadores da Carris em greve de 24 horas no dia 11 de julho

  • Lusa
  • 20 Junho 2024

Os trabalhadores da Carris, motoristas e guarda-freios, vão fazer greve de 24 horas no dia 11 de julho e greves parciais entre 15 e 19 de julho caso não tenham resposta positiva às reivindicações.

Os trabalhadores da Carris, motoristas e guarda-freios vão fazer greve de 24 horas no dia 11 de julho e greves parciais entre 15 e 19 de julho, caso não haja uma resposta positiva às suas reivindicações. A informação foi avançada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), afeto à Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS).

Em comunicado, o STRUP afirma que, após um plenário geral realizado na quarta-feira, na Praça do Município, em Lisboa, os trabalhadores consideraram ser “inadmissível que o Conselho de Administração (CA) da Carris continue sem dar resposta às reivindicações constantes” do plenário anterior, apesar do “resultado líquido da empresa de 9,5 milhões de euros” assumido pela empresa no relatório e contas de 2023.

Entre as reivindicações, os trabalhadores exigem um aumento de 100 euros na tabela salarial, um aumento de 15 euros por dia no subsídio de alimentação, a evolução para as 35 horas semanais, com a inclusão do tempo de deslocação de e para os locais de rendição, e o passe para a Área Metropolitana de Lisboa.

Segundo o STRUP, estas reivindicações “são essenciais não só para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores, mas também para a criação das condições para a fixação dos trabalhadores necessários ao serviço público prestado pela empresa e para criar as condições de atratividade para novas admissões”.

Desta forma, os trabalhadores decidiram dar continuidade ao atual processo de luta com uma greve de 24 horas no dia 11 de julho “caso continue a não haver resposta positiva às reivindicações, quanto à matéria de natureza pecuniária e à disponibilidade para continuar o processo de negociação”.

De acordo com o STRUP, se até à realização desta greve continuar a não haver resposta positiva da parte do CA da Carris, quanto ao aumento real dos salários e do subsídio de refeição e disponibilidade para retomar o processo de negociação, o sindicato ficou mandatado a continuar o processo de luta com uma greve às duas primeiras horas e às últimas duas horas do horário de trabalho diário, na semana de 15 a 19 de julho.

Os trabalhadores da Carris iniciaram na segunda-feira um ciclo de greves parciais que se prolongam até sexta-feira, principalmente por aumento de salários e pela redução de horários de trabalho, tendo o Tribunal Arbitral decretado a realização de serviços mínimos.

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FMI espera que BCE reduza juros para 2,5% no verão de 2025

Fundo prevê estabilização dos juros da Zona Euro em 2,5% no terceiro trimestre de 2025. Instituição avisa que há países que vão ter de fazer ajustamento orçamental significativo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que o Banco Central Europeu (BCE) irá reduzir os juros até uma taxa neutral de 2,5% no final do terceiro trimestre do próximo ano. A expectativa foi transmitida esta quinta-feira pela presidente da instituição com sede em Washington, Kristalina Georgieva, durante uma reunião do Eurogrupo.

No documento de análise anual sobre a Zona Euro, o FMI prevê que o BCE pode tornar a política monetária gradualmente mais flexível, estando o ritmo dependente dos dados disponíveis.

“A trajetória de desinflação projetada e os riscos equilibrados em torno dela — com base nas informações atuais — implicam que as taxas de juro podem ser gradualmente reduzidas para alcançar uma posição neutra — consistente com uma taxa terminal de cerca de 2,5% — até ao final do terceiro trimestre de 2025”, refere a análise do FMI.

Para a instituição, a flexibilização monetária contínua e gradual alcançaria um equilíbrio entre manter as expectativas de inflação ancoradas e evitar uma orientação política excessivamente restritiva, ainda que assinale que as decisões sobre a taxa diretora terão de ser tomadas reunião a reunião, com base em dados.

O FMI prevê, assim, que a inflação regresse ao objetivo do BCE no segundo semestre de 2025, considerando que o aperto da política monetária em 2022 e 2023 está a ajudar no desacelerar da taxa de inflação. Paralelamente, aponta para uma recuperação modesta do crescimento na zona euro para 2024, fortalecendo-se posteriormente em 2025, mas avisa que as perspetivas a médio prazo continuam a ser desafiantes.

“O crescimento da Zona Euro está a recuperar, embora a partir de uma taxa baixa. Em 2024, espera-se que o aumento dos salários reais e alguma redução das poupanças das famílias contribuam para uma recuperação liderada pelo consumo”, refere.

Muitos países vão ter de fazer ajustamento orçamental significativo

O FMI alerta ainda que o novo quadro de governação económica da União Europeia (UE) irá “exigir um ajustamento orçamental significativo em muitos Estados-membros, bem como um apoio político sustentado para ser implementado conforme previsto”.

“O novo quadro identifica riscos de sustentabilidade orçamental a longo prazo e exige um ajustamento a médio prazo específico de cada país que seja suficientemente ambicioso para fazer face a esses riscos”, lê-se no relatório.

A instituição liderada por Kristalina Georgieva salienta que “embora seja necessário um ajustamento orçamental significativo em muitos Estados-Membros com dívidas elevadas e défices elevados, aqueles com riscos orçamentais moderados ou baixos terão mais espaço para apoio orçamental, se necessário”.

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BEI aprova 12,8 mil milhões de euros em novos financiamentos que incluem alta velocidade em Portugal

  • Lusa
  • 20 Junho 2024

Está em causa "desde o comboio de alta velocidade em Portugal, aos transportes sustentáveis em Kiev, Lille e Helsínquia, às energias renováveis na Lituânia", detalha líder do BEI.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) aprovou esta quinta-feira novos financiamentos de 12,8 mil milhões de euros, incluindo o comboio de alta velocidade em Portugal, num total de cinco mil milhões para ferrovia europeia e infraestruturas portuárias em Cabo Verde.

“O Conselho de Administração do BEI aprovou esta quinta-feira 12.800 milhões de euros em novos financiamentos para melhorar os transportes sustentáveis, aumentar a utilização de energias renováveis, construir novas habitações para estudantes, melhorar a proteção contra sismos e inundações e ajudar as empresas a expandir-se”, indica a instituição em comunicado.

O anúncio foi feito no dia em que os ministros das Finanças da União Europeia (UE) se juntam no Luxemburgo para uma reunião do Eurogrupo em formato inclusivo (que inclui não só os países da moeda única), na qual está prevista uma discussão sobre o papel do BEI.

Em comunicado, a presidente do BEI, Nadia Calviño, salienta a aprovação destes “quase 13 mil milhões de euros para projetos emblemáticos em toda a Europa e não só“, especificando estar em causa “desde o comboio de alta velocidade em Portugal, aos transportes sustentáveis em Kiev, Lille e Helsínquia, às energias renováveis na Lituânia e ao apoio às pequenas empresas“.

“Estes investimentos irão melhorar a vida das pessoas e assinalam o empenho do Grupo BEI em continuar a apoiar investimentos específicos que irão reforçar a resiliência, o crescimento da produtividade e a inovação na Europa”, adianta, sem especificar.

Questionado pela Lusa, o BEI indicou que os detalhes sobre o financiamento ao comboio de alta velocidade só serão divulgados aquando da contratualização do projeto.

Estes investimentos irão melhorar a vida das pessoas e assinalam o empenho do Grupo BEI em continuar a apoiar investimentos específicos que irão reforçar a resiliência, o crescimento da produtividade e a inovação na Europa.

Nadia Calviño

Presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI)

Na nota de imprensa, o banco da União Europeia explica, ainda assim, que o seu Conselho de Administração “aprovou investimentos para a construção de uma linha ferroviária de alta velocidade entre o Porto e Lisboa, a modernização de comboios na Alemanha e na República Checa, a substituição de elétricos e autocarros em Lille e a construção de uma linha de metropolitano ligeiro em Helsínquia”.

Ao mesmo tempo, o BEI “apoiou um financiamento de 5.000 milhões de euros para melhorar o transporte ferroviário em toda a Europa e as infraestruturas portuárias em Cabo Verde”.

O ‘bolo’ total aprovado inclui também 2,6 mil milhões de euros de novos investimentos no setor da energia, 2,1 mil milhões de euros de financiamentos às empresas, incluindo apoio à expansão do fabrico de semicondutores, ao desenvolvimento de tecnologias de distribuição digital, ao apoio a uma produção de aço mais eficiente do ponto de vista energético e à conversão de instalações industriais existentes para permitir a produção de embalagens renováveis.

O BEI é a instituição de crédito a longo prazo da União Europeia, detida pelos seus Estados-membros, que financia investimentos sólidos que contribuem para os objetivos políticos comunitários ao nível da inovação, desenvolvimento sustentável, coesão social e territorial e neutralidade climática.

O Grupo BEI, que também inclui o Fundo Europeu de Investimento, assinou um total de 88 mil milhões de euros em novos financiamentos para mais de 900 projetos em 2023, que devem mobilizar um total de cerca de 320 mil milhões de euros em investimentos, apoiando 400 mil empresas e 5,4 milhões de postos de trabalho.

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Greenvolt e SC Braga criam maior comunidade de energia do desporto. Pode chegar a 1.000 empresas e famílias

Vão ser instalados 4.117 painéis fotovoltaicos na Cidade Desportiva do Sporting Clube de Braga. A comunidade poderá beneficiar até 1.000 empresas e famílias nas imediações.

A Greenvolt Comunidades, empresa do Grupo Greenvolt, e o Sporting Clube de Braga, celebraram um acordo para o desenvolvimento daquela que será a maior comunidade de energia no setor do desporto em Portugal, informa a empresa em comunicado

Esta Comunidade de Energia envolverá a colocação de 4.117 painéis fotovoltaicos na Cidade Desportiva do Sporting Clube de Braga. Estes vão estar distribuídos por quatro instalações: uma no estádio, outra no centro de estágios, uma terceira no mini-estádio e ainda um último grupo na zona dos escritórios, museu e pavilhão.

A capacidade de produção será superior a 2 megawatts (MW), com uma geração de energia renovável anual estimada de cerca de 2.813 megawatts-hora (MWh). Desta produção, será partilhada com a comunidade envolvente um valor que deverá ultrapassar os 1.080 MWh.

A energia gerada por esta instalação dará resposta a parte das necessidades energéticas do SC Braga, introduzindo “poupanças muito significativas no seu orçamento de energia”, indica o comunicado. “O SC Braga obtém energia limpa, a preços competitivos, reduzindo a sua fatura energética e contribuindo para a sustentabilidade”, comenta o CEO da Greenvolt Comunidades, José Queirós de Almeida.

Além de assegurar uma boa parte das necessidades do clube, a instalação de painéis permitirá partilhar a energia produzida em excesso com a restante comunidade, situada num raio de até quatro quilómetros das infraestruturas. O número de empresas e famílias que farão parte desta comunidade poderá chegar às 1.000, que passarão a beneficiar de energia obtida a partir da irradiação solar.

João Manso Neto, CEO do Grupo Greenvolt, refere que “estamos a assistir a um crescente apetite pelas nossas Comunidades de Energia, uma solução extremamente importante para acelerar o processo de transição energética tanto por parte daqueles que são os clientes-âncora como dos que, depois, obtêm acesso a esta energia limpa e com preços mais competitivos”, indica, referindo-se às empresas e famílias que se situam nas imediações.

“O SC Braga quer, através do desenvolvimento deste projeto (…), reforçar o seu compromisso com a sustentabilidade e com a transição energética, rumo à descarbonização. Decidimos fazê-lo não apenas numa ótica do Clube, mas alargar estas vantagens económicas e ambientais, à nossa comunidade envolvente”, justifica António Salvador, presidente do Sporting Clube de Braga.

A Greenvolt Comunidades, que resulta da decisão estratégica do Grupo Greenvolt de apostar na promoção da geração distribuída de energia renovável, tanto para autoconsumo como através do conceito de Comunidades de Energia, atua no mercado desde abril de 2022, liderando este segmento com mais de 120 projetos de norte a sul do país, correspondendo a mais de 50 megawatts-pico (MWp).

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Montenegro diz que foco da agenda anticorrupção está em obter “maior eficácia”

O primeiro-ministro assumiu que o principal foco da agenda anticorrupção é "obter maior eficácia na prevenção, repressão e na celeridade com que a justiça funciona no combate à corrupção".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assumiu que o principal foco da agenda anticorrupção é “obter maior eficácia na prevenção, repressão e na celeridade com que a justiça funciona no combate à corrupção“. O líder do executivo falava na apresentação da nova agenda anticorrupção aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros.

Aquilo que precisamos em Portugal é dar eficácia a este trabalho e capacidade operacional para aproveitar muitos dos instrumentos legislativos que já existem. Isto não significa que no decurso deste processo não haja alteração a vários instrumentos legislativos, mas significa que o foco principal está em obter maior eficácia na prevenção, repressão e na celeridade com que a justiça funciona no combate à corrupção”, referiu Montenegro.

O primeiro-ministro garante que o combate à corrupção foi uma prioridade desde a “primeira hora” e que era preciso “ouvir” e “auscultar” para preparar este conjunto de medidas. Assim, sublinhou na conferência após o Conselho de Ministros que a agenda anticorrupção incorpora “muitos contributos” que foram transmitidos por parte dos agentes da área da justiça e partidos políticos. “Esta forma de interação e diálogo é para manter agora na concretização da agenda”, disse.

O primeiro-ministro anunciou igualmente que as bancadas que suportam o Governo no parlamento vão propor a criação de uma comissão eventual para prosseguir “a interação e diálogo” sobre o pacote anticorrupção hoje apresentado pelo Governo. Luís Montenegro falava no final da reunião do Conselho de Ministros em que o Governo PSD/CDS-PP aprovou um conjunto de mais de 30 medidas com o objetivo de combater a corrupção.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, sublinhou que o que está na agenda não é para “ser esquecido”, mas antes um “compromisso” e que o Governo vai dar início às medidas de “imediato”. “A agenda assenta numa ideia muito simples: eficácia”, referiu.

A titular da pasta da Justiça garantiu ainda que para a construção desta agenda partiram sem “dogmas” e sem “preconceitos” e que abrange medidas que estavam no programa de Governo e que também outras que entenderam que deviam ser adotadas pela sua “pertinência” e “eficácia”.

Regulamentar, de uma vez por todas, o lóbi, ter atenção às autarquias e a sua relação com empresas locais, voltar a pôr na agenda a delação premiada, reforçando o seu alcance, criar uma “lista negra” de fornecedores do Estado e recorrer mais vezes aos advogados do Estado e menos a sociedades de advogados. Estas são algumas das medidas incluídas no pacote anticorrupção, uma promessa e prioridade assumida pelo Governo de Luís Montenegro desde o primeiro momento e que foi aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros. Veja aqui lista de algumas das medidas.

A ministra da Justiça disse ainda que o mecanismo de perda alargada de bens pode ser aplicado mesmo no cenário de arquivamento de processos. “Já existe um mecanismo de perda alargada de bens, mas queremos incrementar para ser mais eficaz. Este mecanismo pode ser aplicado mesmo que não haja condenação e que o processo seja arquivado”, afirmou a governante, no briefing realizado após a reunião do Conselho de Ministros.

Rita Alarcão Júdice considerou o mecanismo de perda alargada de bens como “uma das medidas-chave” aprovadas neste pacote de mais de 30 medidas. “A melhor forma de combater o enriquecimento ilícito é assegurar a devida perda da vantagem do crime e que se percecione que o crime não compensa”, sublinhou.

Na terça-feira, a ministra da Justiça tinha admitido que o Governo poderia deixar de fora da discussão no Parlamento algumas medidas que pudessem “criar mais resistência”. “O Governo não se demite da função de governar, assim como os partidos políticos com assento parlamentar não se estão a demitir de trazer as suas propostas ao Parlamento”, reiterou a responsável.

Depois da reunião com a Rita Alarcão Júdice, o PS afirmou que o Governo não deu espaço aos socialistas para apresentarem as suas propostas para o pacote anticorrupção que está a ser preparado, acusando o Executivo de fazer reuniões unilaterais e com “pouco diálogo”.

Alexandra Leitão disse que as ideias transmitidas pelo Executivo são vagas e que, no momento para o PS apresentar as suas propostas, o Governo diz que entrará “em contacto e não entra”, tornando estas negociações “uma coisa unilateral”.

“O que houve foi traços muito gerais que irão ser aprovados no Conselho de Ministros, em termos que também ainda não estão fechados dentro do próprio Governo e que depois virão para a Assembleia, que é coisa que nós já saberíamos, porque nos termos da Constituição têm que vir para a Assembleia”, acrescentou.

A 3 de abril, no seu primeiro Conselho de Ministros, o Governo liderado por Luís Montenegro decidiu como primeira medida mandatar a ministra da Justiça para falar com todos os partidos com assento parlamentar, agentes do setor da justiça e sociedade civil com vista à elaboração de um pacote de medidas contra a corrupção, num prazo de 60 dias.

A 28 de maio, à margem da sua primeira audição parlamentar, a ministra disse à Lusa que o trabalho estava praticamente concluído. “Ouvimos muitas pessoas, muitas entidades, recebemos também alguns contributos escritos e estamos na reta finalíssima do que será uma agenda anticorrupção”, disse.

(Notícia atualizada às 15h50)

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Nuno Rebelo de Sousa rejeita ter cometido qualquer crime ou exercido pressão no caso das gémeas

  • ECO
  • 20 Junho 2024

Filho de Marcelo admite reunião com Lacerda Sales, mas não para falar do caso das gémeas. Assunto foi abordado apenas por mensagem após o encontro. PS não abdica de ouvir Nuno Rebelo de Sousa.

Após um interrogatório judicial, através de uma carta rogatória enviada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) para o Brasil em finais de abril, e a constituição de arguido, na quarta-feira, no processo das gémeas luso-brasileiras, o advogado de Nuno Rebelo de Sousa enviou ao Ministério Público (MP) depoimentos adicionais em que o filho do Presidente da República nega ter cometido qualquer crime e “põe em xeque” António Lacerda Sales, ao assegurar que as reuniões com o antigo secretário de Estado da Saúde não serviram para lhe pedir qualquer favor, embora admita ter abordado o assunto por mensagem.

Segundo o esclarecimento prestado ao DIAP de Lisboa, ao qual a revista Sábado (acesso pago) teve acesso, os contactos que Nuno Rebelo de Sousa manteve com “o Presidente da República, com a respetiva Casa Civil e com membros do Governo de Portugal” no caso que investiga um alegado favorecimento das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinal (AME) no acesso ao medicamento Zolgensma, foram feitos “na qualidade de presidente da Câmara Portuguesa de Comércio de São Paulo e da Federação das Câmaras de Comércio Portuguesas” e não por ser filho de Marcelo Rebelo de Sousa. Esses contactos não tiveram sequer em vista “qualquer influência deste junto do Governo de Portugal ou dos hospitais públicos portugueses”, acrescenta a defesa de Nuno Rebelo de Sousa, a cargo do advogado Rui Patrício.

Na exposição enviada ao DIAP, o filho do Chefe de Estado desmente também ter sido contactado pelos pais das gémeas, que, aliás, refere que “não conhece pessoalmente”, nem as próprias crianças. Conta que teve conhecimento do caso quando a mãe de Lorena e Maitê lhe enviou essa informação “por WhatsApp, através de uma conhecida em comum que sabia que exercia funções na Câmara Portuguesa de Comércio de São Paulo, juntamente com os documentos médicos das crianças e um pedido de informação sobre o médico especialista em AME em Portugal”. Refere que a ajuda pedida pelos pais das crianças luso-brasileiras foi para arranjar o contacto de um médico especialista que tratasse da doença em Portugal e não para que o fármaco, que custa quatro milhões de euros, fosse administrado às suas filhas no país.

Onde a defesa de Nuno Rebelo de Sousa é mais delicada é na parte em que aborda a reunião com António Lacerda Sales. O advogado Rui Patrício admite que o seu cliente teve um encontro com o antigo governante a 7 de novembro de 2019, mas que essa reunião aconteceu no âmbito do Web Summit, no qual Nuno Rebelo de Sousa acompanhou uma delegação brasileira, como fez sempre entre 2017 e 2023. Nesse ano, como “uma das frentes de atuação da delegação brasileira no Web Summit tinha a ver com a área da Medicina e da Saúde”, teve uma reunião pela primeira e única vez com Lacerda Sales, juntamente com dois empresários brasileiros.

Para o confirmar, a defesa do filho de Marcelo anexa à missiva enviada ao DIAP as fotografias tiradas no encontro, bem como as publicações feitas pelos empresários brasileiros nas redes sociais. Além disso, detalha que foram tratados dois assuntos na reunião, garantindo que o assunto das gémeas “não foi [nela] abordado de forma alguma”.

Nuno Rebelo de Sousa admite, porém, que falou do caso das gémeas ao ex-governante no dia 10 de novembro. Numa mensagem de agradecimento pela reunião, pensando que Lacerda Sales o pudesse ajudar a obter a informação que procurou inicialmente junto da Presidência da República, enviou-lhe “a informação e os documentos” que a mãe das gémeas lhe tinha enviado, sem, no entanto, solicitar que exercesse qualquer pressão junto da direção clínica e do departamento de pediatria do Hospital de Santa Maria. O ex-secretário de Estado terá então respondido que “iria levantar a informação pedida” e, passadas duas semanas, voltou a contactar o filho de Marcelo para lhe dizer que já tinha “conseguido reunir a informação e que alguém do seu gabinete iria entrar em contacto com os pais das crianças”. A partir daí, “nenhum outro contacto foi feito ou sequer passou por Nuno Rebelo de Sousa”, nem voltou a contactar com os pais das gémeas, alega a defesa.

Depois de se tornarem públicas estas declarações adicionais de Nuno Rebelo de Sousa, que recusou prestar esclarecimentos ou enviar quaisquer documentos à comissão parlamentar de inquérito sobre o caso, o Partido Socialista já disse que não abdica de ouvir o filho do Presidente da República. A recusa em depor sobre a polémica junto dos deputados foi feita omitindo a sua condição de arguido, segundo disse João Paulo Correia, em declarações aos jornalistas esta quinta-feira.

Sabemos, pela comunicação social, que está constituído arguido há mais de um mês. A recusa de depor na comissão de inquérito é um desrespeito para com o Parlamento, mas torna-se ainda mais inaceitável a sua omissão de que já estava constituído arguido neste processo aberto pelo Ministério Público”, criticou o deputado socialista, para quem essa condição “não dispensa a presença” de Nuno Rebelo de Sousa na comissão parlamentar de inquérito.

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BCP dispara 8% e vale quase cinco mil milhões na bolsa

Banco liderado por Miguel Maya brilha na bolsa: ações disparam 8% depois de uma nota de research positiva da Jefferies, que coloca o BCP na rota de movimentos de consolidação na banca europeia.

As ações do BCP BCP 0,00% estão em forte alta na bolsa de Lisboa. Aceleram 8% depois de a Jefferies ter duplicado o preço-alvo do título e melhorado a recomendação de “manter” para “comprar”.

Pelas 14h40, o banco somava 7,79%, para 0,3542 euros, comandando os ganhos no PSI, que valorizava 1,35%, para 6.628,94 pontos.

Desde o início do ano, as ações acumulam uma subida de quase 30%, o que deixam o banco liderado por Miguel Maya perto de superar a fasquia dos cinco mil milhões de euros de valor de mercado – já o havia feito nas últimas semanas, antes de corrigir em baixa.

BCP acelera

Para este desempenho, dizem os analistas, está a contribuir uma nota de research da Jefferies sobre o BCP. Os analistas acreditam que o excesso de capital irá permitir ao banco melhorar a remuneração aos acionistas, segundo a nota citada pela Reuters.

A mesma nota adianta que o banco português será capaz de gerar 1,8 mil milhões de euros em capital regulatório entre 2024 e 2026, que somam à posição de excesso de liquidez de mil milhões de euros.

Por outro lado, a Jefferies refere que uma possível consolidação também não pode ser descartada, “uma opção que irá ter mais foco na sequência da recente oferta do BBVA pelo Sabadell para ganhar escala”.

Esta quarta-feira, o problemático banco polaco do BCP anunciou a conclusão do plano de recuperação, adiantando que regista “rácios de capital em níveis seguros”, depois dos problemas com as moratórias e com os créditos em francos suíços.

O banco está a preparar o novo plano estratégico, que será anunciado ao mercado com os resultados do terceiro trimestre. As novidades deverão incluir um reforço do dividendo, através de um aumento do rácio de payout para 50% ou mais, segundo avançou o CEO, Miguel Maya.

No primeiro trimestre do ano, o BCP registou uma subida do lucro de 8% para 234,3 milhões de euros, beneficiado do ambiente de taxas de juro elevadas.

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Viana do Castelo vai ser Capital da Cultura do Eixo Atlântico 2025

Entre janeiro e outubro de 2025, Viana do Castelo será Capital da Cultura do Eixo Atlântico. Será palco de 64 grandes eventos de música, literatura, gastronomia ou arquitetura.

A cidade de Viana do Castelo será a Capital da Cultura do Eixo Atlântico 2025, estando prevista a realização de 64 grandes eventos de cultura urbana: música, literatura, gastronomia, cinema ou arquitetura. A decisão saiu esta quinta-feira da reunião da comissão executiva do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular que aconteceu em Lugo (Espanha).

“Viana do Castelo é um município com um património histórico, arquitetónico, cultural e paisagístico aberto à diversidade e à mudança, procurando sempre manter o equilíbrio entre o passado e o futuro”, detalha a autarquia liderada por Luís Nobre em comunicado.

A iniciativa, que decorre de janeiro a outubro de 2025, vai permitir a “aproximação e a interligação dos elementos identitários de Viana do Castelo com o Eixo Atlântico” que junta 41 municípios do Norte de Portugal e da Galiza, completa a autarquia.

Neste encontro, em Lugo, também foi aprovada a organização em outubro deste ano, em Valongo, de um seminário de intercâmbio de experiências sobre a igualdade de género no desporto.

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Nova estação de Alta Velocidade em Gaia será construída a 60 metros de profundidade e custará 60 milhões

A estação de Santo Ovídio, em Gaia, integrada no projeto de alta velocidade Porto-Lisboa, terá plataformas de mais de 400 metros de comprimento e será construída a cerca de 60 metros de profundidade.

A nova estação de Vila Nova de Gaia, localizada em Santo Ovídio e que faz parte do primeiro troço da linha de Alta Velocidade ferroviária entre Porto e Oiã (distrito de Aveiro), será construída a cerca de 60 metros de profundidade e terá plataformas de mais de 400 metros de comprimento.

Este primeiro troço engloba a requalificação da estação de Campanha, a estação de Gaia e uma nova travessia sobre o Rio Douro (que inclui uma travessia rodoviária à quota baixa e uma travessia de alta velocidade à quota alta). A Alta Velocidade atravessará Gaia em túnel”, detalhou Carlos Fernandes, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP). Revela ainda que os valores estimados para as duas estações, só a componente edificada das mesmas, rondam os 60 milhões, cada uma.

A Estação de Gaia contará com dois Edifícios de Passageiros – Norte e Sul, que serão dotados de estacionamento para 475 e 30 viaturas, respetivamente. O Edifício de Passageiros Norte confrontará com a Estação de D. João II da linha amarela do Metro do Porto, enquanto o Edifício de Passageiros Sul será implantado junto à Praça de Santo Ovídio.

A estação terá ligação às linhas do metro Amarela (Hospital São João-Santo Ovídio, estando em construção o prolongamento a Vila D’Este) e Rubi (em construção para ligar Casa da Música, Campo Alegre, Arrábida, Candal, Rotunda, Devesas, Soares dos Reis e Santo Ovídio), bem como a autocarros.

“Será a estação de maior complexidade que fizemos em Portugal”, disse o vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), enquanto Eduardo Vítor Rodrigues considerou que o projeto de alta velocidade “é a obra mais importante do país”.

“Estamos aqui hoje porque existe uma necessidade técnica, justificada tecnicamente, de fazer uma estação em Vila Nova de Gaia. A estação de Vila Nova de Gaia não é um emblema. O que se quis fazer foi contribuir para melhor mobilidade”, afirmou esta quinta-feira o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, na apresentação do Plano de Pormenor Estação de Gaia – Santo Ovídio – Projeto de Alta Velocidade Porto-Lisboa.

O vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP) prevê “começar a receber as primeiras propostas durante o mês de julho” e que o “contrato entre em vigor até dia 1 de julho de 2025”. Carlos Fernandes calcula que a obra arranque no “início de 2026 e que “cinco anos depois de 1 de julho de 2025 este troço possa estar em funcionamento”.

O troço entre a estação da Campanhã, no Porto, e Oiã, no distrito de Aveiro, num total de 71 km, tem um custo estimado de 1.978 milhões de euros.

O concurso público que ligará a Campanhã a Oiã (distrito de Aveiro) foi lançado em janeiro e termina a 2 de julho, enquanto o lote dois entre Oiã e Soure deverá ser lançado também em julho. Já a terceira e última fase entre Soure e Carregado deverá ser lançada em 2026.

Está também a ser projetada a ligação entre Porto e Vigo. Carlos Fernandes detalhe que a primeira fase contempla dois trocos: Campanha e Aeroporto Sá Carneiro e Braga e a fronteira. O vice-presidente da IP espera “ter os estudos prévios e de impacto ambiental concluídos até ao final deste ano”, esperando-se que o concurso seja lançado em julho de 2026. “Dentro de seis/sete anos prevemos que a primeira fase do Porto-Vigo possa estar em operação”, conclui Carlos Fernandes.

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“O rebranding não foi só uma questão de logótipo”, diz Vera Pinto Pereira

Fora dos festivais de verão, e no dia da conferência EDP We Choose Earth, em Munique, a administradora executiva explica as principais opções da companhia que quer "liderar a transição energética".

Vera Pinto Pereira, fotografada nos ensaios da EDP We Choose Earth

A EDP vai realizar esta quinta-feira, em Munique, a segunda edição da conferência EDP We Choose Earth, uma iniciativa que pretende juntar vozes influentes a nível internacional para debater o futuro do planeta. Depois do primeiro evento em Madrid ter reunido, de acordo com os números da empresa, cerca de três mil pessoas, a edição deste ano decorre em Munique, sendo uma conferência paralela da Smart E Europe e do Intersolar.

“É um side event, no âmbito de um evento até maior, ao qual nos associamos”, explica em conversa com o +M Vera Pinto Pereira, administradora executiva da EDP. Para assistir ao evento presencialmente estão confirmadas cerca de 600 pessoas, estando as inscrições online ainda a decorrer. Toda a bilheteira, prossegue a responsável, reverte a favor da ONG One Tree Planted, uma organização sem fins lucrativos que trabalha para proteger o ambiente através de projetos de reflorestação em todo o mundo.

Com oradores como Ban Ki-moon, antigo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Vincent Stanley, diretor de Filosofia da Patagónia ou a atriz, produtora e defensora dos direitos humanos e soluções climáticas Cate Blanchett, que estará em palco com Vera Pinto Pereira, a responsável explica que mais do que uma conferência sobre ou para o setor, “esta é uma iniciativa para todas as pessoas que queiram pensar um pouco e agir em prol de um planeta mais sustentável em todas as suas dimensões”. “Queremos trazer esta reflexão ao público em geral, acreditamos na ideia de que every small act can make a change, acrescenta.

A conferência em Munique, “um dos mercados no qual vamos investir mais nos próximos anos”, é um dos pontos altos de comunicação da EDP, e contribuiu para construir a narrativa da marca, que se pretende posicionar como líder na transição energética.

A aposta no apoio a conferências, e a participação de executivos da empresa em debates, tem sido uma das prioridades em termos de comunicação. Projetos de social engagement, a par com “projetos realizados com comunidades em todo o mundo”, são outros exemplos. “A história de marca constrói-se nestas múltiplas dimensões“, resume a responsável, que a título de exemplo de ações que visam “promover uma transição energética justa”, refere a iniciativa na Cova da Moura, em Lisboa, através da qual colocaram painéis solares nas casas de 200 famílias ou uma intervenção idêntica na Favela dos Sonos, em São Paulo.

Com a última campanha global lançada em outubro de 2023, Vera Pinto Pereira indica que ainda não está decidido se em 2024 haverá uma iniciativa idêntica, referindo, no entanto que, para a EDP We Choose Earth “houve um esforço de comunicação muito grande”.

A marca fez, a título de exemplo, capa falsa do The New York Times para comunicar a conferência

Fora dos territórios do futebol ou da música, a EDP, tradicionalmente patrocinadora dos festivais de verão, continua a apoiar o surf e atletismo, “áreas nas quais até reforçamos a participação”.

“Há dois anos fizemos uma mudança de marca importante. Quando fizemos o rebranding, não se tratou simplesmente uma alteração de logótipo”, sintetiza, Vera Pinto Pereira. “Uma marca não é um logótipo. Não é uma identidade visual, não é um nome ou uma campanha criativa. Uma marca é um conjunto de valores com um posicionamento específico. E é uma narrativa de um negócio”, afirmava na altura a responsável, na entrevista que antecipou a mudança de identidade.

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PSD volta a propor Paes Antunes para presidente do CES. Vai a votos amanhã

Depois de ter falhado eleição por um voto, nome de Paes Antunes vai voltar a ser votado para presidência do CES. PSD indica que deputados vão fazer eleição esta sexta-feira.

O grupo parlamentar do PSD decidiu voltar a propor Luís Paes Antunes para o cargo de presidente do Conselho Económico e Social (CES), depois de este ter falhado a eleição por um voto. Em declarações aos jornalistas, o líder da bancada explicou que o nome irá a votação esta sexta-feira no Parlamento e adiantou que o PSD e o PS firmaram um compromisso para que Paes Antunes seja eleito, desta vez.

“Tive ocasião de convidar o professor Paes Antunes para voltar a ser candidato ao Conselho Económico e Social, e foi com muito agrado que ouvi da parte do professor a disponibilidade para novamente se poder colocar na situação de ser votado”, anunciou esta quinta-feira Hugo Soares, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP 3.

“Sugeri ao senhor presidente da Assembleia da República e aos demais grupos parlamentares que se pudesse fazer a eleição o mais rapidamente possível. A informação que tenho neste momento é que a eleição vai repetir-se amanhã“, acrescentou o mesmo, assegurando que o PSD tem agora o compromisso do PS para a eleição de Paes Antunes.

O líder do grupo parlamentar laranja desvalorizou também o resultado da eleição que teve lugar esta quarta-feira, sublinhando que foi apenas “um percalço que acontece muitas vezes na vida parlamentar“.

“É o meu desejo — e sei também que é o desejo da senhora presidente do grupo parlamentar do PS — que amanhã possamos ter um novo presidente do CES. Primeiro, porque faz falta. E porque o CES é um órgão que deve rapidamente voltar a funcionar com toda a normalidade“, afirmou Hugo Soares esta tarde.

Luís Paes Antunes foi proposto pela Aliança Democrática (AD), mas precisava dos votos de dois terços dos deputados da Assembleia da República para segurar o lugar de presidente do CES, ou seja, precisava de ter, além do apoio da coligação de direita, o apoio do PS, o que não aconteceu na votação que teve lugar na quarta-feira. Por um voto não conseguiu vencer a eleição.

Luís Paes Antunes foi secretário de Estado do Trabalho e da Segurança Social nos governos de José Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes, entre 2002 e 2005. Anteriormente, tinha sido diretor-geral da Concorrência e Preços, e também membro da direção do PSD liderada por Luís Marques Mendes.

Além disso, e conforme explicou o próprio numa audição parlamentar recente, a sua ligação ao CES tem cerca de 30 anos: primeiro, como conselheiro; Depois, em funções governativas; E, mais recentemente, como árbitro.

Atualizada às 13h41

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