Concurso da rede elétrica que chega às casas está “sob tensão”

As opiniões sobre os moldes em que o concurso para a rede de baixa tensão – a que chega às casas – se irá realizar dividem-se, mas as críticas são uma constante.

O anterior Governo lançou as bases para um concurso que abre a porta a novos operadores que queiram gerir a rede nacional de baixa tensão, aquela que leva a eletricidade às casas. As bases já lançadas são criticadas, tanto pelo atual gestor da rede como por especialistas, e as opiniões sobre o caminho a seguir divergem.

O território português está ligado por quase 150 mil quilómetros de rede de baixa tensão. A rede elétrica nacional, que ainda conta 85 mil quilómetros de rede de alta tensão, é tão densa que, se se quisesse representar num mapa “numa escala razoável”, ver-se-ia uma mancha contínua, ilustra a E-Redes. A rede está dividida em 278 concessões, uma por cada concelho de Portugal continental, mas estão todas na mão do mesmo operador, a E-Redes (antiga EDP Distribuição). Algo que pode alterar-se em breve com o concurso.

O CEO do grupo EDP, Miguel Stilwell, do qual faz parte a E-Redes, já veio criticar os termos que foram avançados, considerando que não permitem que a atividade de distribuição seja viável economicamente. “Não percebemos como é que o modelo que está em cima da mesa possa ser atrativo para as empresas”, afirmou, em entrevista ao Jornal de Negócios.

De acordo com a E-Redes, “o modelo de concurso proposto parece incongruente” já que prevê custos extra que não poderão ser recuperados pelo operador. Atualmente, o regulador calcula quanto deve cobrar aos consumidores na fatura da luz (os chamados “proveitos permitidos”) para, por um lado, remunerar os municípios (as “rendas de concessão”) e, por outro lado, remunerar o operador da rede (a “atividade de distribuição”). Esta última parcela destina-se a cobrir custos operacionais, custos de investimento e a remuneração do capital investido.

"“O Governo está a analisar esta questão e a acompanhar em proximidade o processo juntamente com os intervenientes, de forma a que, no que dependa de si, sejam cumpridos os prazos.”

Ministério da Energia e do Ambiente

Fonte oficial

As rendas de concessão têm-se mantido relativamente estáveis, entregando uma média de 260 milhões de euros anualmente, desde 2013. Já o custo com a atividade de distribuição tem vindo a diminuir – uma quebra de 25% nos últimos dez anos – “refletindo os ganhos de eficiência alcançados pela E-Redes nesse período, que em grande medida resultam da possibilidade de exploração integrada das diversas concessões, com benefício para a sustentabilidade das tarifas e os consumidores de eletricidade”, defende a empresa. Um concurso envolvendo só a rede de baixa tensão “não faz sentido nem técnico nem de gestão”, defende António Vidigal, consultor da área de Energia e antigo líder da EDP Inovação.

Por seu lado, Nuno Ribeiro da Silva, consultor na mesma área e ex-CEO da Endesa Portugal, acredita que a divisão por zonas faria sentido, diminuindo o risco para novos operadores. Sugere a divisão em “três ou quatro” blocos. O mesmo observa que um concurso global é “muito limitativo”, porque “a E-Redes tem uma vantagem comparativa enorme, por ter sido desde sempre o responsável”.

“É evidente que a E-Redes vai continuar a ser o grande player ou mesmo o único”, vaticina Ribeiro da Silva, mas partilha a visão de que seria importante que houvesse uma zona, mesmo que menos populosa, que pudesse ser operada por um novo ator, de forma a criar alguma dinâmica e termo de comparação no futuro. Tendo em conta os novos desafios que as redes irão atravessar, considera benéfico ter mais operadores a colmatá-los.

O modelo previsto para o concurso indica que será valorizado o pagamento de uma renda anual pelo concessionário aos municípios, somado às rendas de concessão já hoje pagas. A cargo do operador fica ainda a apresentação de um plano estratégico. Este distingue-se do plano de investimentos pois não está focado na expansão e reforço da rede, mas sim em dar novas capacidades à mesma, como, por exemplo, a recolha de dados que alimentem as cidades inteligentes, ou a integração de carregamento de veículos elétricos e produção renovável. Nem os custos com a renda extra aos municípios nem o plano estratégico vão ser reembolsados aos operadores através da rubrica “atividade de distribuição”, pelo que “o operador de rede não tem meio de recuperar [estes pagamentos] através das suas receitas reguladas”, aponta a E-Redes.

No final de 2023, o contrato de concessão de 268 das 278 concessões de baixa tensão já havia expirado, sendo que os restantes contratos terminam entre 2026 e 2027.

António Vidigal sublinha que “as autarquias já recebem cerca de 300 milhões de euros anuais pelas concessões, o que não acontece em Espanha”. O consultor critica também a porta aberta às elétricas espanholas, uma vez que os operadores espanhóis têm concessões vitalícias, logo as empresas portuguesas não podem competir no país vizinho.

Filipe de Vasconcelos Fernandes, especialista em Economia e Fiscalidade da Energia, vê como vantagem a introdução da figura do plano estratégico, mas põe do lado das desvantagens “o modelo de equilíbrio económico-financeiro, em especial ao nível das obrigações de investimento do concessionário, que são relativamente elevadas”. Ribeiro da Silva, por seu turno, considera que o modelo atual “muito dificilmente vai encontrar interesse por parte de potenciais candidatos”.

No final de 2023, o contrato de concessão de 268 das 278 concessões de baixa tensão já havia expirado, sendo que os restantes contratos terminam entre 2026 e 2027. Todos têm a duração de 20 anos, mas foram assinados em momentos diferentes. Contudo, “tendo em conta a necessidade de garantir a continuidade da atividade e do serviço prestado aos clientes”, estes contratos encontram-se prorrogados até à entrada em operação do vencedor do futuro concurso.

“O Governo está a analisar esta questão e a acompanhar em proximidade o processo juntamente com os intervenientes, de forma a que, no que dependa de si, sejam cumpridos os prazos”, indica fonte oficial do ministério do Ambiente. Junho do próximo ano está marcado como o mês limite para o lançamento dos concursos.

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Governo decidirá sobre investimentos a realizar pelos CTT “com a brevidade possível”

Propostas da Anacom para aplicar mecanismo de compensação aos CTT e com novos parâmetros de qualidade do serviço postal estão em "análise". Executivo admite "complexidade e relevância" dos temas.

O Governo está a analisar as propostas da Anacom sobre a aplicação do mecanismo de compensação aos CTT CTT 0,34% , pelas falhas registadas em 2022, e sobre os novos parâmetros de qualidade de serviço. Ainda não tomou decisões devido à sua “complexidade e relevância”, disse ao ECO fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação.

Em relação ao mecanismo de compensação, o ECO noticiou esta semana que a Anacom remeteu ao Governo uma proposta para obrigar os CTT a realizarem investimentos que melhorem a qualidade do serviço postal, depois de a empresa, no âmbito da concessão, ter falhado todas as metas em 2022.

Além disso, o ECO também noticiou que a Anacom finalizou e remeteu ao Governo uma proposta com novos indicadores de qualidade que terão, futuramente, de ser cumpridos pelos CTT, estando a decisão final nas mãos do ministro da tutela, Miguel Pinto Luz. Agora, o gabinete do ministro confirma.

“Os relatórios de audiência dos CTT (de aplicação do mecanismo de compensação por incumprimento dos objetivos de desempenho associados à prestação do serviço postal universal, bem como a proposta de parâmetros de qualidade de serviço e objetivos de desempenho) foram recentemente entregues pela Anacom”, começa por confirmar fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação.

Ambos os temas estão em análise e pendentes de decisão: “Pela sua complexidade e relevância, estão a ser presentemente objeto de análise prevendo-se uma decisão sobre os assuntos em questão com a brevidade possível”, acrescenta a tutela.

Também esta semana, a presidente da Anacom, Sandra Maximiano, foi questionada num encontro com jornalistas sobre as obrigações de investimento a que os CTT estarão sujeitos. Mas a responsável não quis revelar que tipo de investimentos a empresa será obrigada a fazer, depois de, em março de 2022, a nove meses do final do ano, o CEO do grupo, João Bento, ter assumido aos analistas que caso o Governo acionasse o mecanismo de compensação, não haveria necessidade de realizar investimentos adicionais face aos que já estavam previstos.

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“Piso zero de um edifício de escritórios é cada vez mais um mega lobby de um hotel”, diz CBRE

O que está a mudar nos espaços de trabalho? Logo à entrada, os edifícios estão a passar por uma "hotelização", realça André Almada. Resistir ao regresso ao escritório pode prejudicar a carreira, diz.

O mundo do trabalho está em transformação e, à boleia, também os edifícios de escritórios estão a mudar. Hoje o piso zero de um desses edifícios é “cada vez mais um mega lobby de um hotel“, onde tanto é possível trabalhar sozinho, como fazer encontros de equipa ou até reunir com os clientes. A tendência é identificada por André Almada, diretor sénior da área de escritórios da CBRE Portugal, que, em declarações ao ECO, deixa também um sinal de alerta para quem está resistir ao regresso ao trabalho presencial.

André Almada é diretor sénior da área de escritórios da CBRE Portugal.

“Cada vez mais, assistimos à hotelização dos pisos zero dos edifícios de escritórios. Um groundfloor de um edifício de escritórios é cada vez mais um mega lobby de um hotel, onde posso estar a trabalhar e ter alguma tranquilidade, como posso estar a ter uma reunião com colegas de trabalho sobre um determinado projeto, como posso receber um cliente de uma forma mais informal, sem estar fechado numa sala, como posso ter um work café, com bebidas e snacks“, descreve o especialista.

André Almada sublinha que os edifícios têm “claramente” de disponibilizar esses espaços, de modo a “criar experiências e facilitar a vida das pessoas“. Até porque, quanto melhor estas se sentiram, “mais produtivas são“. “E este é um dos objetivos das grandes organizações neste momento, porque o talento é cada vez mais escasso e mais desejado“, acrescenta o diretor sénior.

Em conversa com o ECO, o responsável nota também que os espaços de trabalho — expressão que prefere a escritório, já que considera esse último termo um tão “bafiento” — são cada vez mais lugares onde as empresas tentam que “a sua cultura, valores, estratégia, objetivos e dinâmicas” se concretizem e “se fundam com os seus trabalhadores”. “São espaços de colaboração, de bem-estar e de partilha de conhecimento e de experiências”, afirma André Almada.

Ter espaços de trabalho pensados para responder às “ambições e necessidades dos trabalhadores” seja importante para que estes tenham vontade de lá estar, cumprindo dias de trabalho presencial, e não se ficando apenas pelo teletrabalho, reconhece o diretor sénior. Mas não tarda a atirar que há outros fatores a ter em consideração para tornar esse regresso ao escritório mais atrativo, como os planos de carreira e a atratividade dos projetos.

Ainda assim, André Almada deixa um aviso: “quem efetivamente resiste mais ao presencial — e o presencial não tem de ser o presencial cinco dias por semana, das 9h00 às 18h00 – progride menos. Por isso, projeta: “as pessoas que não são convencidas pelas palavras vão perceber [a importância do trabalho presencial] através do que vão sentir na pele: uma progressão mais lenta“.

O renascimento do cowork

O Idea Spaces (na foto) é um dos principais operadores, na área do cowroking, segundo a CBRE Portugal, a par do Avila Spaces, Flexoffices, Heden, Iwg, Lacs, Leap, Maleo, Monday, Nimbler, Second home, Sitio, Unicorn workspaces, e Wework.

Sim, os espaços de coworking sofreram muito com as restrições que ficaram associadas à pandemia, mas, agora que as economias voltaram a abrir e a vida tem tentado regressar à normalidade, estes têm um futuro promissor à sua frente, sinaliza o diretor sénior da área de escritórios da CBRE Portugal.

“Os espaços de coworking foram os primeiros a sofrer com o lockdown [confinamento], porque em 2020 havia muitos contratos de curta duração. Portanto, quando há o lockdown [confinamento], muitos ocupantes tiveram de dar apenas um pré-aviso de um mês para saírem e acionaram essas cláusulas. Os espaços ficaram completamente vazios em dois, três meses”, recorda André Almada, que diz que os primeiros dois anos da Covid-19 foram “muito difíceis” para estes operadores.

“Mas também foram dos primeiros a começar a recuperar“, realça. Isto porque, conta o responsável, as empresas começaram “a arriscar voltar” à normalidade, “através da flexibilidade contratual que estes espaços permitem”.

Os resultados em Portugal no final de 2023 já foram extraordinários: colocaram-se cerca de seis mil postos de trabalho nestes espaços, dos quais 5.500 em Lisboa. Hoje a taxa de ocupação anda acima dos 85%, com os valores por workstation [estação de trabalho] a subir de forma relevante”, adianta André Almada.

Além disso, frisa o mesmo, cada vez mais os contratos já não se cingem apenas a um ou dois postos de trabalho, abrangendo, antes, várias dezenas de empregos. “Este ano, já colocamos só com uma empresa 240 postos de trabalho“, destaca o diretor sénior.

À parte da flexibilidade, que continua a ser muito valorizada pelos utilizadores destes espaços, André Almada assinala o facto de estarem “concebidos para que os seus utilizadores possam ter experiências de última geração“, bem como o sentido de comunidade que tem sido criado.

“Com uma membership [subscrição] de um determinado operador, que tem outros centros em Portugal, posso mudar entre localizações, em comunidade. Este espírito também está a ser criado com bastante força“, sublinha.

De resto, as estatísticas que têm sido recolhidas e divulgadas pela CBRE Portugal, quanto aos espaços de coworking, confirmam a sua recuperação pós pandemia. Os contratos hoje são cada vez mais longos e já não abrangem somente pequenas empresas ou freelancers, mas, sim, “empresas das mais diversas dimensões e setores que optam por estes espaços pela flexibilidade que oferecem, pelo facto de entregarem um full service [serviço completo]”.

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Domingo termina o prazo para entrega do IRS. Multa pode chegar aos 3.750 euros

A declaração anual do imposto tem de ser submetida até dia 30 de junho. Até agora, foram submetidos 5.885.125 formulários. Fisco já pagou mais de dois mil milhões de euros em reembolsos.

Este domingo, 30 de junho, é o último dia para a entrega da declaração anual do IRS relativa aos rendimentos de 2023. Os contribuintes que falharem esse prazo arriscam pagar uma coima que pode ir até aos 3.750 euros.

Até agora, foram submetidos 5.885.125 formulários, segundo as estatísticas do Portal das Finanças. E o Fisco já pagou mais de dois mil milhões de euros em reembolsos. O Governo fará o balanço final da campanha, que decorreu entre 1 de abril e 30 de junho, no início da próxima semana.

Três meses depois, chega ao fim o prazo legal para o cumprimento da obrigação fiscal para quem auferiu, em 2023, rendimentos de trabalho dependente ou independente, pensões ou ganhos de outras categorias como rendas prediais e de capitais. Se os contribuintes falharem este prazo arriscam pagar multas que podem oscilar entre um mínimo de 25 euros e um máximo de 3.750 euros.

Contudo, quem for elegível para o IRS automático escapa a esta penalização, porque, neste caso, a declaração é automaticamente considerada entregue a 30 de junho, mesmo que não seja submetida no Portal das Finanças.

Há ainda contribuintes a quem o Fisco dispensa desta obrigação. É o caso de quem tem rendimentos de trabalho por conta de outrem ou de pensões inferiores a 8.500 euros, não sujeitos a retenção na fonte.

Já quem tem de entregar a declaração do IRS, sob pena de incorrer numa infração tributária, deve estar atento aos prazos. Quem submeter o formulário depois da data limite, 30 de junho, mas durante os 30 dias posteriores, isto é, até 30 de julho, a penalização mínima não pode ir além dos 25 euros.

Se deixar passar essa janela temporal suplementar, e entregar a declaração nos 30 dias após ter recebido a notificação sobre o atraso, o mínimo a cobrar passa a ser de 37,50 euros, que corresponde a 12,5% do valor mínimo fixado para os casos de negligência. Este valor pode, no entanto, subir para 112,50 euros, caso as Finanças tenham iniciado algum tipo de inspeção. Se o atraso for superior e prejudicar o Estado, a coima começa nos 150 euros e pode atingir 3.750 euros, acrescidos dos demais encargos.

De salientar que se a submissão da declaração for muito tardia e o Fisco encontrar inexatidões ou omissões na declaração, a coima pode ser mais elevada, entre os 375 euros e os 22.500 euros.

“Embora o atraso na entrega do IRS, por si só, não comprometa o direito a um eventual reembolso, o pagamento da coima acaba por emagrecer – ou até anular – o valor que poderia vir a receber do Estado“, alerta a associação de consumidores, Deco Proteste. Isto porque o montante que o contribuinte iria receber do Fisco é automaticamente abatido na multa a pagar.

“Os visados têm de pagar a coima de uma só vez, até à data indicada na nota de cobrança (enviada por correio ou através da ViaCTT), numa repartição de Finanças, no multibanco ou através de homebanking. Se não o fizerem, sujeitam-se à cobrança coerciva, que pode passar pela penhora de parte do vencimento, por exemplo”, sublinha a mesma organização.

Outras penalizações foram suavizadas

Para além das coimas, existia uma penalização como a perda do direito a deduzir determinadas despesas até a um máximo de 2.500 euros, as quais permitiam baixar o imposto a pagar ou aumentar o reembolso. Contudo, este ano desapareceu essa sanção por via de uma alteração introduzida pelo Orçamento do Estado para 2024. Assim, quem entregar o IRS fora do prazo poderá continuar a deduzir as despesas gerais e familiares, de saúde, educação ou com imóveis, desde que previamente validadas no portal e-Fatura.

Mantêm-se, contudo, outras consequências negativas. Os contribuintes ficam, por exemplo, impedidos de optar pela tributação conjunta no caso de casados ou unidos de facto, perdem a isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e eventuais apoios sociais cuja atribuição depende da existência da nota de liquidação do IRS. “É o caso do Programa de Apoio às Rendas ou da bonificação dos juros do crédito à habitação, ambos para famílias com taxas de esforço elevadas que reúnam um conjunto de outras condições”, exemplifica a Deco Proteste.

Os contribuintes podem, no entanto, ficar livres da coima, mas apenas se não tiverem sido condenados no âmbito de qualquer processo de contraordenação fiscal ou crime tributário, nem tiver usufruído de qualquer dispensa ou redução de coima, nos últimos cinco anos.

“A eventual dispensa não decorre, no entanto, de um pedido do contribuinte. A decisão cabe à Autoridade Tributária, sendo que, nestas situações, o contribuinte não será sequer notificado para o pagamento da coima”, explica a associação de consumidores.

Foram pagos mais dois mil milhões em reembolsos

Até esta quinta-feira, foram entregues 5.885.125 declarações, segundo os dados do Portal das Finanças. Desse valor global, a maior parte (3,69 milhões) dizem respeito a contribuintes que, no ano passado, só tiveram rendimentos de trabalho dependente e/ou de pensões, o que corresponde às categorias A e H, respetivamente.

Fonte: Portal das Finanças

Já os contribuintes que obtiveram rendimentos de outras categorias, nomeadamente, das categorias B (trabalho independente ou alojamento local, por exemplo), F (rendas) ou E (capitais), entregaram 2,18 milhões de declarações.

Os últimos dados do Ministério das Finanças relativamente à campanha deste ano do IRS referem que, até ao final da primeira semana de junho, tinham sido pagos 2.074 reembolsos, num montante global de 2.002,7 milhões de euros.

A lei determina que os reembolsos podem ser pagos até 31 de agosto. Essa também é a data limite para o pagamento do imposto em falta, para os contribuintes que receberam notas de cobrança. De lembrar que o Fisco não cobra valores de IRS abaixo dos 25 euros nem paga reembolsos inferiores a 10 euros.

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Barómetro ACEGE: Empresários acreditam que Portugal vai voltar ao défice em 2024

Barómetro ACEGE indica que 45,64% dos empresários acredita que as contas públicas vão voltar a entrar no 'vermelho' este ano, mas 71,74% está confiante num crescimento do PIB de 1,5%.

A maioria dos empresários portugueses acredita que Portugal vai voltar a ter um défice orçamental este ano (45,64%), embora o número de empresários que espera um excedente fique muito próximo (43,48%), de acordo com o Barómetro ACEGE de junho.

A opinião dos empresários foi expressa entre os dias 25 e 26 de junho, já após a divulgação pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de que o Estado registou um défice orçamental de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano, em contabilidade nacional.

 

Apesar de o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, estimar (mesmo perante os dados do INE) um ligeiro excedente orçamental, na ordem de 0,2% ou 0,3% do PIB para a globalidade do ano, 10,87% indicaram não saber ou não responderem sobre se as contas públicas portuguesas iriam voltar a entrar no ‘vermelho’.

Contudo, os empresários estão mais otimistas sobre o comportamento da economia portuguesa, com 71,74% a acreditar que o PIB irá avançar 1,5% este ano, contra 20,29% que não acreditam e 7,97% que não sabem ou não respondem.

Confiança dos empresários em máximos de 2014

A confiança dos empresários sobre o futuro do país não era tão elevada desde há 10 anos, indicam os dados do Barómetro. O Barómetro revela que 57% dos empresários estão otimistas, o nível mais elevado desde junho de 2004 (60%) e maio de 2014 (68%).

Em detalhe, 2,17% está atualmente francamente otimista e 55,07% está moderadamente otimista, contra 21,74% moderadamente pessimista, 3,62% francamente pessimista e 17,39% nem pessimista, nem otimista.

Sete em cada dez empresários mostram-se também otimistas em relação à sua empresa, com 10,87% a mostrarem-se francamente otimistas e 62,32% moderadamente otimistas. Por seu lado, 18,84% não está nem pessimista, nem otimista e 7,97% assume-se moderadamente pessimista.

Nota: O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o jornal ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto 48h, nos dias 25 e 26 de junho, tendo respondido 138 pessoas.

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Barómetro ACEGE: Empresários não vêm Portugal a ser beneficiado por ter Costa à frente do Conselho Europeu

A maioria dos empresários portugueses não acredita que Portugal sairá beneficiado por ter um português a presidir o Conselho Europeu, revela o barómetro da ACEGE para o ECO e Renascença.

A maioria dos empresários portugueses não acredita que Portugal irá beneficiar por ter um português na presidência do Conselho Europeu, neste caso, António Costa. A questão foi respondida no mais recente barómetro mensal realizado pela Netsonda para a Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), em colaboração com o ECO e a Rádio Renascença, e divulgado esta sexta-feira.

De acordo com os resultados, cerca de 51% dos inquiridos mostrou-se pessimista quanto aos benefícios de António Costa, enquanto português, na presidência do órgão que representa os 27 Estados-membros da União Europeia. Em sentido contrário, apenas 42% reconhece que há vantagens para Portugal por este cargo ser preenchido pelo ex-primeiro ministro. Quase 6% optou por não responder.

A presidência do Conselho Europeu, embora seja uma das posições de topo em Bruxelas, é um cargo não-executivo. Ou seja, enquanto presidente daquela instituição, António Costa terá um papel de mediar a negociação entre os países do bloco e de encontrar consensos, não tendo o poder de tomar decisões políticas que sejam vinculativas aos 27 Estados-membros.

A natureza do cargo é um dos motivos que ajudou aos líderes europeus consensualizar sobre o ex-primeiro-ministro, por considerarem ser alguém capaz de criar entendimentos políticos, sobretudo numa altura em que se discutem temas polarizantes na UE: imigração, defesa e alargamento. A sua experiência, origem geográfica e família política são outros critérios que António Costa preenche.

A função principal de Costa será de negociar posições, nunca será de tomar decisões políticas”, apontou Henrique Burnay, consultor de assuntos europeus e professor convidado no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica ao ECO.

No entanto, mesmo não sendo um cargo executivo, tem as suas vantagens para Portugal. Desde logo, aquando das discussões políticas a propósito do orçamento plurianual para o período 2028-2034 na próxima legislatura. Nessa altura, o alargamento a outros Estados-membros deverá estar em curso, ou já concluído e, por isso, poderá haver “uma tentação para encaminhar verbas para outros destinos”, como por exemplo, para a Ucrânia ou para a Defesa, sugeriu Margarida Marques, eurodeputada eleita pelo PS, na legislatura anterior, e ex secretária de Estado dos Assuntos Europeus ao ECO. Será nesta situação que uma visão portuguesa, como a de António Costa na presidência do Conselho Europeu, fará a diferença.

“Evidentemente, que se António Costa for presidente do Conselho Europeu terá um papel de defender nas políticas de coesão, não só pelos Estados-membros que mais dela precisam, mas sobretudo de Portugal, que é um beneficiário”, acrescentou a ex-governante.

Mas a presença de Costa no Conselho Europeu também irá permitir colmatar a falta de representatividade portuguesa nas principais instituições em Bruxelas, algo para o qual a Comissão Europeia tem alertado o Governo nacional desde 2022.

Segundo dados do executivo comunitário, a 1 de janeiro de 2024, o número de portugueses – entre funcionários, pessoal temporário e trabalhadores locais — no conjunto dos serviços da Comissão era de 806, num total de 30.451 – ou seja, 2,6%. Segundo Bruxelas, este valor traduz-se num “défice significativo” de representação, o que levou Portugal a comprometer-se em preencher a quota mínima de 3,1% de trabalhadores portugueses nas instituições europeias.

Os países com maior representação são, naturalmente, a Bélgica (14%) e a França (10%) por serem casa das principais instituições europeias. Excluindo esses dois, Espanha (8,7%) e Dinamarca (6,7%) são os países que contam com mais funcionários a trabalhar em Bruxelas e Estrasburgo.

Ou seja, a ida de Costa para Bruxelas abriria portas para que mais portugueses seguissem a mesma rota de liderança nas noutras instituições europeias, à semelhança do que aconteceu entre 2004 e 2014, durante a presidência de Durão Barroso na Comissão Europeia.

“O período de maior destaque para os portugueses nas instituições europeias foi o de Barroso. Valorizou a presença dos portugueses nas várias instâncias a nível europeu. Imagino que, se Costa chegar ao Conselho Europeu, isso possa voltar a acontecer”, apontou Tiago Antunes, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus, do último Governo.

O Barómetro é uma iniciativa mensal realizada em colaboração com o Jornal ECO, Rádio Renascença e Netsonda, e tem como objetivo saber a opinião dos Associados da ACEGE sobre temas da atualidade, não sendo por isso uma sondagem de opinião. Foi enviado por email a 1.094 associados da ACEGE, através de uma plataforma da Netsonda, e esteve aberto 48h, nos dias 25 e 26 de junho, tendo respondido 138 pessoas.

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Lucros da Nors caem 5% para 110 milhões. Ciberataque parou negócios durante dez dias

Disparo do custo de endividamento, “ceticismo” dos investidores no Brasil e perdas cambiais em Angola travam resultados do grupo do Porto, que emprega 4.715 pessoas e faturou 1.500 milhões em 2023.

Os lucros do grupo Nors baixaram quase 5% no ano passado, para 110 milhões de euros. Ainda assim, este foi o segundo ano consecutivo com resultados líquidos acima dos oito dígitos para a multinacional portuguesa liderada por Tomás Jervell, que detém negócios que vão dos equipamentos de construção aos veículos pesados (camiões ou autocarros), passando pelas máquinas agrícolas e industriais até ao comércio de automóveis.

“O ano de 2023 ficou marcado por efeitos de políticas monetárias restritivas na maioria dos países onde o grupo opera, a traduzirem-se num aumento significativo do custo de endividamento. Em paralelo, a normalização dos níveis de inventários (associada à regularização das cadeias de abastecimento) e os investimentos nas aquisições de empresas implicaram um aumento da dívida média” justifica, calculando em três milhões de euros o impacto da subida dos juros líquidos.

No relatório e contas consultado pelo ECO, em que salienta este “agravamento da função financeira do grupo” e a “expressiva desvalorização do kwanza [que] produziu um impacto negativo de 6,4 milhões de euros” nos lucros em termos homólogos, o grupo sediado no Porto reporta um novo recorde no volume de negócios consolidado: 1.500,4 milhões de euros vs. 1.483,3 milhões em 2022. Em termos agregados, isto é, incluindo a especialista em equipamentos de construção Ascendum, participada em 50% pela Nors, o indicador sobe para os 2.801,3 milhões de euros.

Fonte: relatório e contas do grupo Nors

Em termos geográficos, as vendas foram distribuídas por Portugal (21,2%), Brasil (20,2%), EUA (15,3%), Canadá (12,4%), Turquia (9%), Europa Central (8,4%), Espanha (4,9%), Angola (4,2%), México (2,4%) e Botswana, Moçambique e Namíbia (2%). “Num contexto de elevados desafios macroeconómicos e geopolíticos, o grupo demonstrou resiliência e capacidade de adaptação às circunstâncias do mercado. Estes fatores foram críticos para captar valor em todas as geografias onde o grupo opera, assegurando a importância da diversificação de operações”, frisa.

No mesmo documento, o grupo fundado há 91 anos e detido pelas famílias Jervell (maioritária) e Jensen destaca o crescimento de 21% das vendas em Portugal, “em boa parte associado à carteira de negócios que transitou do ano anterior”. No mercado doméstico, o principal negócio são os camiões e as peças, com a representação da Renault Trucks e Volvo Trucks no país.

Já no Brasil, onde entrou em 2007 com a distribuição de camiões, o negócio foi afetado pelo “contexto de algum ceticismo por parte dos investidores no início do ano, que levou ao adiamento de decisões de compra”. Em relação ao exercício anterior, as vendas estabilizaram (+0,3%) devido à inclusão de duas das mais recentes aquisições no perímetro de operações.

Em causa estão a compra da Agrofito para reforçar a presença na área agrícola (tratores, pulverizadores, equipamentos de plantação e ceifeiras debulhadoras), que integrou o grupo em março de 2023; e a entrada no setor das máquinas de construção do outro lado do Atlântico, ao adquirir por 40 milhões de euros os ativos operacionais da Tecnoeste e ficar com os direitos de representação exclusiva das marcas Volvo e SDLG nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A Nors Centro Oeste, como é designada esta operação, integrou o perímetro do grupo em novembro.

No mercado canadiano, onde opera apenas na área da construção e que é um dos mais recentes mercados no portefólio — no início de 2020, a poucas semanas do início da pandemia, pagou 132 milhões de euros pela cotada StrongCo Corporation — registou no ano passado uma queda de volume de negócios de 44,5 milhões de euros (-11,4%), “refletindo os efeitos da política económica restritiva”. Já em março deste ano fechou a compra da concessionária de equipamentos de construção e floresta Great West Equipment por cerca de 100 milhões de euros.

Desvalorização da moeda no segundo semestre de 2023 teve um impacto negativo de 14,4 milhões de euros nas vendas em Angola.

Finalmente, as vendas da multinacional portuguesa em África também caíram 9,3%, “umbilicalmente relacionadas com o impacto da atividade em Angola”. Nesta geografia, contabiliza, o efeito da desvalorização da moeda na segunda metade do ano “impactou negativamente” as vendas em 14,4 milhões de euros, quando comparado com o período homólogo.

Num ano em o EBITDA se cifrou em 188,8 milhões de euros, baixando 1,8% face ao “resultado histórico” de 2022, e em que a margem bruta aumentou 1% para 267,2 milhões, “alicerçada essencialmente no segmento de após-venda”, fechou o exercício com uma dívida líquida de 133,1 milhões de euros. Um disparo de 82,8%, metade dele explicado pelas duas aquisições no Brasil. Ainda assim, ressalva que o endividamento em função do EBITDA gerado “continua em níveis muito conservadores” e mantém um “balanço sólido e capaz de acomodar eventuais movimentos desfavoráveis do mercado”.

Perda de resultados por ciberataque ainda por quantificar

Fundada em 1933 pelo avô de Tomás Jervell, que em 2009 trocou o cargo de administrador financeiro pela liderança máxima do grupo, em substituição do pai, a antiga AutoSueco está atualmente presente em 17 países: Portugal, Espanha, Áustria, República Checa, Eslováquia, Roménia, Hungria, Croácia, Brasil, Turquia, Angola, Moçambique, Botswana, Namíbia, México, EUA e Canadá.

A 31 de dezembro de 2023 tinha um total de 4.715 trabalhadores (dos quais 1.453 em Portugal), mais quase meio milhar do que empregava um ano antes. Com 534 pessoas em cargos de gestão — 445 são homens e apenas 89 mulheres –, as equipas são compostas por 30 nacionalidades diferentes e a idade média dos funcionários é de 41 anos.

No relatório e contas, a Nors revela, por outro lado, que em março deste ano foi “alvo de um ciberataque de elevada magnitude, que impediu o normal funcionamento dos negócios durante cerca de 10 dias”. “Análises forenses permitiram validar que não existiu perda ou fuga de informação, estando em quantificação o impacto de perdas de resultados em 2024, não sendo, contudo, esperado que o mesmo seja material para o grupo”, completa.

Tomás Jervell, CEO do grupo Nors, em entrevista ao ECO - 22SET23
Tomás Jervell, CEO do grupo NorsRicardo Castelo/ECO

Em termos de categorias, o negócio que mais pesa no total (63,7%) é o dos equipamentos de construção, que inclui desde retroescavadoras e pás carregadoras a camiões articulados para as minas, em que começou a operar em 1970 em Portugal. Opera diretamente neste segmento off-road no Canadá, Brasil e Angola; e está presente indiretamente noutros 14 países da Europa e da América através da participada Ascendum, uma das maiores fornecedoras mundiais de equipamentos para construção e infraestruturas da Volvo.

Segue-se o negócio dos camiões englobado na Nors Mobility (33,6%), a Nors Aftermarket (2,2%) e a Nors Ventures (0,5%), dedicada a explorar novos negócios em áreas não core. Detém uma participação de 66% na corretora Amplitude Seguros e a totalidade de uma operação industrial ligada aos contentores do lixo enterrados. Com sede e unidade fabril no Entroncamento (distrito de Santarém), a ribatejana Sotkon, que comprou em 2008, tem como clientes várias autarquias e entidades privadas, em Portugal e no estrangeiro.

Para 2024, o grupo perspetiva um “ano desafiante, com conjunturas distintas nas várias geografias onde opera”. “Não obstante, prevê-se que dê continuidade à estratégia de consolidação do seu negócio core, através da aquisição de novos negócios, assinala no mesmo documento. A primeira grande compra do ano já foi concretizada em março no Canadá, onde a Great West Equipment tem operações em duas províncias (British Columbia e Yukon) e cerca de 250 trabalhadores distribuídos por 11 filiais.

Por outro lado, cumprindo a ideia de “focar a atividade nos setores da mobilidade pesada (camiões e autocarros), dos equipamentos de construção e dos equipamentos agrícolas, definidos como estratégicos para os próximos anos”, como explicou Tomás Jervell, em declarações ao ECO, a Nors já encontrou compradores para a Auto Sueco Automóveis (retalhista de ligeiros de passageiros em Portugal, com 190 funcionários e representações das marcas Volvo, Mazda, Honda, Jaguar e Land Rover). A Carclasse comprou os pontos de venda de Braga, Lisboa e Setúbal e a Gocial adquiriu os dois concessionários localizados no Grande Porto (Porto e Gaia).

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Portugal tem “um défice” de empresas a concorrer ao BEI, diz o novo presidente do comité de auditoria do banco

“Existe, neste momento, um novo plano estratégico para o BEI a ser discutido, que tenta, justamente, entrar em novas áreas e desenvolver novos produtos financeiros", diz Nuno Fernandes.

“Temos um grande défice de empresas portuguesas a concorrer a projetos financiados pelo Banco Europeu de Investimento (BEI) comparados a outros países semelhantes a Portugal em termos de dimensão”, defende Nuno Fernandes que é, desde esta segunda-feira, presidente do comité de auditoria do Banco Europeu de Investimento (BEI).

Em entrevista ao ECO, o especialista em finanças e governança, admite que há espaço para que a relação de Portugal com o BEI possa aumentar. Em 2023, Portugal caiu uma posição no ranking dos principais beneficiários do apoio do Grupo BEI em termos de Produto Interno Bruto, apesar de o nível de financiamento ter aumentado mais de 25% face ao ano anterior.

Mas tudo está dependente da “existência de projetos que sejam elegíveis, em primeiro lugar, e, em segundo, tenham interesse económico/financeiro, solvabilidade económica/financeira, capacidade de criação de valor, de repagar os empréstimos e, por outro lado, tenham um impacto a nível da coesão e do desenvolvimento nacional”, defende o responsável.

Nuno Fernandes foi presidente do conselho de auditoria do Banco de Portugal, de 2018 a 2023, o seu “primeiro grande desafio, primeiro grande cargo em termos de um conselho de administração, como não executivo”.

Na altura, os “grandes desafios” foram “os anos realmente conturbados, quer em Portugal por questões de sistema financeiro que sabemos, quer a nível internacional, pelas questões do quantitative easing, da Covid e resposta à crise europeia. Foram anos em que o balanço do Banco de Portugal mais do que duplicou e isso trazia riscos acrescidos e, portanto, exigia uma monitorização e um controlo muito mais adequado. Foi um desafio de crescimento e de grande volatilidade externa nos mercados”, recorda Nuno Fernandes.

Agora no BEI considera que os desafios são semelhantes no facto de “a envolvente externa ter muita volatilidade e incerteza, o que causa grandes disrupções para os mercados financeiros, neste caso internacionais”. Mas acresce ainda “toda a questão da União Europeia, da insegurança e da potencial guerra às nossas portas e toda a questão do desenvolvimento económico no espaço europeu, com a economia a crescer muito menos e com problemas económicos”.

Nuno Fernandes considera, por isso, que “o papel do BEI torna-se cada vez mais relevante, porque deve ajudar a UE a implementar as suas políticas e vem com desafios grandes de manter o seu impacto e adicionalidade que, com as alterações todas que existem nos mercados, não é um dado garantido”.

Existe, neste momento, um novo plano estratégico para o BEI a ser discutido, que tenta, justamente, entrar em novas áreas e desenvolver novos produtos financeiros. Mas quando se desenvolve e há inovação obviamente isso acarreta riscos adicionais e é preciso controlar bem, para garantir a solidez financeira do banco e, em última análise, o dinheiro dos contribuintes, que é um banco que é de todos os países da União Europeia”, e um banco com rating AAA, que “é preciso manter”, afirma Nuno Fernandes.

Sem revelar o que está a ser negociado, o novo presidente do Comité de Auditoria do BEI recorda apenas aquilo que já é público, ou seja, que o BEI tem vindo a apostar muito na questão climática – “renomeou-se como climate bank –, tendo atingido os objetivos definidos muito antes do prazo estabelecido.

“Agora temos novas realidades como a questão da segurança e da defesa na Europa. Podem ser novas aberturas e novos produtos oferecidos nessa área. E depois podem ser mesmo novos produtos estruturais. O BEI foi o primeiro banco a nível mundial, a emitir um Green Board em 2007”.

Há “tantos outros produtos que podem ser iniciados nos mercados de capitais com caráter inovador, mas que têm de ter também escalabilidade e adicionalidade”, explica Nuno Fernandes. “Se for um produto apenas para o BEI, não faz muito sentido. Agora, criar produtos novos que desenvolvam mercados e soluções inovadoras de financiamento. Esse é o objetivo verdadeiro do BEI”, conclui.

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Prestação da casa cai até 32 euros em julho

Contratos de empréstimo da casa que foram revistos no próximo mês vão registar um alívio na prestação paga ao banco. Isto acontece depois de BCE ter cortado os juros.

Julho traz boas notícias para quem tem crédito da casa. A prestação vai voltar a aliviar no próximo mês. Os contratos que forem agora revistos vão registar quedas até 32 euros na mensalidade, de acordo com as simulações realizadas pelo ECO. O que acontece depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter baixado as suas taxas no início deste mês.

Para um empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e com um spread de 1%, as contas são as seguintes:

  • Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá descer para 780,2 euros, menos 18 euros (-2,25%) relativamente à prestação que pagava desde abril;
  • Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 779,5 euros, uma descida de 19,1 euros (-2,39%) em relação à prestação que pagava desde janeiro;
  • Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá cair para 773,7 euros, menos 32,2 euros (-4%) face à prestação que pagou no último ano.

O alívio da prestação da casa está associado à descida das Euribor. Estas taxas são calculadas numa base diária por um conjunto de bancos da Zona Euro e acompanham a trajetória esperada para as taxas de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE).

No início deste mês, o banco central deu início a uma nova fase da política monetária da região ao cortar as suas taxas em 25 pontos base pela primeira vez depois da subida vertiginosa de 450 pontos base nos últimos dois anos. Existe a expectativa de que volte a baixar os juros por duas ocasiões este ano, conforme já vaticinou, de resto, o governador do Banco Central da Finlândia, Olli Rehn.

Neste contexto, embora ainda com uma elevada dose de incerteza, as Euribor deverão manter a tendência de descida nos próximos meses, depois de terem atingido máximos de década e meia no ano passado, o que se traduzirá numa redução da prestação da casa nos contratos com taxa variável — que em Portugal representa cerca de 90% do mercado.

O impacto da evolução das Euribor no valor da prestação da casa será maior ou menor consoante o valor do capital que ainda está em dívida. As famílias deviam ao banco em média 65.924 euros por conta do empréstimo da casa.

Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e se o seu contrato for revisto agora, saiba quanto irá pagar a mais ou a menos.

Tenho um crédito à habitação no valor de euros, contratualizado por um prazo de anos, indexado à Euribor a 12 meses (que há um ano estava nos % ), com um spread de %. A prestação da casa que pago atualmente é de 308 euros, mas caso a Euribor a 12 meses passe para %, a prestação passa para 432 euros. (Mude os campos sublinhados para descobrir os números mais próximos da sua previsão.)

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o simulador.

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Espanha e Arábia Saudita na vanguarda da fusão entre tradição e tecnologia em experiências culinárias únicas

  • Servimedia
  • 28 Junho 2024

Restaurantes e centros culinários de vanguarda transformam o turismo gastronómico ao combinarem criatividade, tecnologia e tradição cultural.

O turismo gastronómico está em plena expansão, impulsionado pela criatividade e pela criação de novas experiências imersivas. Combinando a tradição culinária com tecnologias revolucionárias que vão desde a transformação e manuseamento dos ingredientes até à encenação, os restaurantes e instituições gastronómicas estão a atrair visitantes de todo o mundo e a redefinir a cozinha do século XXI. Um exemplo disso é a Espanha e a Arábia Saudita, que estão a transformar o mapa gastronómico mundial através de centros culinários e restaurantes de renome internacional.

A Espanha é um dos principais centros culinários do mundo, com chefes de renome e restaurantes que atraem visitantes de todo o mundo para provar as suas receitas. Em Barcelona, o restaurante Disfrutar, reconhecido como o número 1 do mundo pela prestigiada lista The World’s Best 50 Restaurants of 2024, oferece aos seus clientes uma cozinha de vanguarda que mantém a essência das receitas tradicionais. Para além disso, o seu trio de chefes: Mateu Casañas, Oriol Castro e Eduard Xatruch, juntamente com a designer de interiores Merche Alcalà, criaram uma experiência multissensorial com a sua “Mesa Viva”. Uma proposta que apresenta um menu especial em que os pratos e o ambiente se fundem graças a projeções e efeitos interativos que representam imagens dos ingredientes de um prato, da sua origem ou da sua preparação.

Por outro lado, o Basque Culinary Center em San Sebastian destaca-se como uma instituição pioneira na educação e investigação gastronómica. Localizado na cidade basca desde 2011, o centro combina formação académica com inovação, investigação e empreendedorismo, oferecendo cursos, licenciaturas e pós-graduações. Através da sua abordagem interdisciplinar, o centro promove a colaboração entre chefes, cientistas e tecnólogos, criando um ambiente onde a inovação culinária se pode expandir. Este casamento de educação e criatividade posiciona San Sebastian como um epicentro da gastronomia moderna e um exemplo de como a tradição pode evoluir através da investigação e da inovação.

ARÁBIA SAUDITA

Na Arábia Saudita, a Comissão de Artes Culinárias está a revolucionar a forma como os visitantes experimentam o património culinário do país. Criada como parte da visão do Reino para diversificar a sua economia e promover a sua cultura, a comissão centra-se na preservação e modernização das tradições culinárias sauditas. Utilizando técnicas culinárias avançadas e criando experiências gastronómicas interativas, a comissão não só apresenta ingredientes e receitas tradicionais, como também convida os visitantes a participarem ativamente na preparação e degustação dos pratos. Através dos seus sabores, aromas e receitas, os turistas podem mergulhar na rica história e cultura da Arábia Saudita, uma experiência imersiva que ajuda a compreender melhor a região. Desta forma, a Arábia Saudita está a posicionar-se como um destino emergente na cena gastronómica.

As novas gerações de turistas procuram experiências que não sejam apenas culturais e educativas, mas também interativas e com uma componente de entretenimento. Cada uma destas iniciativas partilha a missão de preservar um património culinário único e de o levar mais longe através da integração da tecnologia.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 28 Junho 2024

O dia ficará marcado pelo último dia do Conselho Europeu. Por cá, destaque para a reunião entre sindicatos e o Governo, e ainda para a divulgação de indicadores macroeconómicos.

O dia ficará marcado pelo último de dois dias do Conselho Europeu, em Bruxelas, após ter sido nomeado o quarteto institucional para liderar a União Europeia nos próximos cinco anos. António Costa será presidente do Conselho Europeu. Por cá, destaque para a reunião entre sindicatos da Administração Pública e o Governo, e ainda para a divulgação de indicadores macroeconómicos, também a nível europeu.

Último dia de Conselho Europeu

Esta sexta-feira, termina o encontro de dois dias dos líderes europeus, em Bruxelas. Em cima da mesa estiveram vários temas que irão marcar a próxima legislatura no Parlamento Europeu, nomeadamente a adesão da Ucrânia à União Europeia, os temas ligados à defesa, segurança e imigração, mas, sobretudo a nomeação para os cargos de topo. O ex-primeiro-ministro português António Costa foi indicado para o cargo de presidente do Conselho Europeu.

Governo reúne com sindicatos da Função Pública

O Ministério das Finanças vai reunir-se esta sexta-feira com os sindicatos da Administração Pública. As reuniões serão conduzidas pela Secretária de Estado da Administração Pública, sendo que o ministro Joaquim Miranda Sarmento estará presente apenas no início para prestar cumprimentos. As reuniões começarão às 10h.

Síntese de execução orçamental até maio

Esta sexta-feira, a Direção-Geral do Orçamento (DGO) irá divulgar a síntese de execução orçamental até ao mês de maio. Em abril, no primeiro mês completo de Joaquim Miranda Sarmento ao leme do Ministério das Finanças, registou-se um défice de 1.939,2 milhões de euros. Trata-se de um agravamento sete vezes superior ao apurado, em março, de 259 milhões de euros.

Indicadores por cá…

O dia ficará marcado pela divulgação de indicadores macroeconómicos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Primeiro, a estimativa rápida do índice de preços no consumidor referente a junho, seguindo-se os dados preliminares sobre a atividade turística referente a maio, início da época alta. Por seu turno, o Banco de Portugal dará nota dos primeiros dados sobre viagens e turismo na balança de pagamentos.

…e lá fora

Lá fora, o Eurostat também irá publicar um conjunto de indicadores. Um deles irá dar nota de como se posiciona a União Europeia em matéria de investimento quando comparada com outros mercados internacionais. Ademais, serão divulgadas informações sobre a qualidade de vida na UE, imigração infantil e educação cultural entre os 27 Estados-membros.

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Linha Amarela do Metro do Porto construída com recentes tecnologias

  • BRANDS' ECO
  • 28 Junho 2024

A obra da Linha Amarela do Metro do Porto está concluída e a ACA, empresa responsável pelo projeto, garante que foram usadas as mais recentes tecnologias e técnicas de construção para a obra.

A construção da extensão da Linha Amarela do Metro do Porto, que liga Vila Nova de Gaia ao Porto, foi um projeto que esteve a cargo das empresas de construção ACA e Ferrovial, que garante que esta obra exigiu um elevado nível de expertise e rigor técnico. A empresa assegura, ainda, que foram utilizadas as mais recentes tecnologias e técnicas de construção para garantir a qualidade e a sustentabilidade do projeto.

A extensão da Linha Amarela estabelece um vínculo crucial entre as cidades do Porto e Gaia, já que conecta Santo Ovídio a Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia, por meio de três novas estações: Manuel Leão, Hospital Santos Silva e Vila d’Este. Com uma extensão total de 3,2 quilómetros, esta nova linha promete reduzir substancialmente o tempo de viagem entre as áreas das duas cidades que são servidas por esta extensão, o que vai gerar impactos positivos tanto para a qualidade de vida da população como para o meio ambiente.

A empreitada incluiu um viaduto em estrutura mista – aço/betão – que foi construído pelo método de lançamento incremental por “puxe”, com recurso a cilindros hidráulicos e cabos de pré-esforço, a partir do encontro nascente. A estrutura metálica do viaduto foi assemblada numa nave industrial que recebia partes da estrutura construídas em fábrica, assemblando-as posteriormente em tramos completos que, por sua vez, foram unidos à estrutura principal e lançados em direção a Santo Ovídio numa trajetória de raio circular de 202 metros, com uma inclinação negativa de cerca de 2,1%.

A operação de lançamento implicou a utilização de apoios provisórios, necessários para vencer os grandes vãos existentes, e que foram posteriormente desmontados.

O projeto incluiu, ainda, a construção de um túnel mineiro com cerca de 640 m, 490 m de túnel “Cut & Cover”, um Poço de Emergência e Ventilação, Viadutos de Resguardo de Trincheira (VRT), e de Acesso Norte (VAN), numa extensão total de 134 metros, bem como a construção de três estações e um Parque de Máquinas e Oficinas.

De salientar, também, que uma das estações, nomeadamente a estação de Manuel Leão, ter sido construída através de um poço com 40 metros de diâmetro e cerca de 22 metros de profundidade. Esta estação constituiu uma parte do projeto com grande complexidade, tanto na vertente de construção subterrânea, como nas vertentes de construção da estrutura de betão armado, acessos e posteriores acabamentos, e instalação de equipamentos.

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