Paula Amorim recorda percurso: “Tive oportunidade de fazer o meu próprio caminho”

Presidente da Galp recordou percurso, destacando a compra da Fashion Clinic, em 2005, quando correu o "maior risco" da sua vida sob "o julgamento" do seu líder, Américo Amorim.

A presidente da Galp, Paula Amorim, recordou esta quarta-feira o seu percurso profissional, afirmando que teve a oportunidade de fazer o seu próprio caminho, abraçando o que considerou o maior risco da sua vida: o julgamento do seu próprio líder, o pai Américo Amorim.

A empresária falava na conferência “Portugal o país onde vais querer estar”, que decorre esta quarta-feira na Nova School of Business and Economics, em Carcavelos, onde defendeu que “seria muito bom que os jovens com boas ideias e bons projetos pudessem ter facilidade em ter esse apoio financeiro”.

Paula Amorim relembrou que, em 2005, quando comprou, a marca Fashion Clinic, Américo Amorim fez “o seu grande investimento” e, aos 70 anos, comprou a Galp. “Era o momento dele, era a vida dele e eu tinha de fazer o meu percurso”, disse, partilhando que “na altura, sem suporte familiar e sem suporte financeiro, porque não foi decisão bem acolhida”, deu como garantia as ações que detinha na holding da família Amorim, para ter financiamento.

Paula Amorim, presidente da Galp, e Pedro Castro e Almeida, presidente do Santander Europa, na conferência da Business Roundtable Portugal. Fonte: Hugo Amaral

 

Atualmente uma das maiores empresárias do país, Paula Amorim salientou que “contrariamente a todas as expectativas” decidiu não ficar “exclusivamente à espera”.

“Tive oportunidade de fazer o meu próprio caminho”, afirmou. “O maior risco da minha vida foi o julgamento do meu próprio líder. Fiz isto sobre o olhar dele”, acrescentou, indicando sabendo “que poderia penhorar” o seu futuro nos negócios da família. A presidente considera que a experiência com a Fashion Clinic lhe trouxe uma “visão muito criativa”, que, diz, “falta por vezes a alguns líderes”.

Classe política deve focar-se nas estratégias

A presidente da Galp defendeu ainda que a classe política se deve focar “menos no tema dos votos e na perpetuação do poder e têm de se focar menos em medidas e muito mais em estratégias de longo prazo” e na “transparência e clarificação”.

Considerou ainda que se viveu uma fase “má para o país, onde gravitava uma certa classe pseudo entrepreneur um bocadinho parasita, muito promovidos socialmente quer pelo poder político, quer pelo sistema financeiro”.

“Vivemos muito tempo com falta de supervisão a quem era devido e chegámos a um momento do país em que se extrapolou de que aquela classe empresarial era aquela”, apontou, defendendo que o país tem empresários “muito competentes e extremamente capacitados”.

No entanto, admitiu que a classe empresarial é “um bocadinho conservadora”, pelo que “deve ser um pouco mais ousada”. “Talvez demasiado previsível, às vezes até um bocadinho aborrecida, avessa ao risco, um bocadinho às vezes com receio da represália. É preciso essa ousadia, mais abertura, mais delegação”, concluiu.

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