Exclusivo Lundin Mining põe Somincor à venda
A venda da mina de Neves-Corvo, explorada pela Somincor, poderá ser um dos negócios do ano. Prazo para a entrega de ofertas termina na quinta-feira. Somincor confirma processo de venda.
A Lundin Mining pôs à venda a Somincor, empresa que tem a exploração da mina de Neves-Corvo, e aguarda por ofertas não vinculativas até esta quinta-feira, apurou o ECO junto de fontes que conhecem o dossiê. O encaixe desta operação — que está a ser conduzida pelo Banque de Montréal e deverá suscitar o interesse de vários candidatos — servirá para financiar a exploração de outros investimentos da companhia canadiana na Argentina e no Chile para a produção de cobre.
A venda da Somincor, a concretizar-se, poderá mesmo ser um dos negócios do ano em Portugal. No passado mês de junho, a Bloomberg revelou que a Lundin Mining estaria a avaliar a venda de dois ativos na Europa, um dos quais a mina de Neves-Corvo e o outro uma mina na Suécia. Jack Lundin, filho do fundador da companhia, Lukas Henrik Lundin (que morreu em 2022), garantiu à agência que a empresa não precisava de vender ativos para financiar os investimentos na Argentina e no Chile, em minas de cobre, mas outra fonte conhecedora do processo garantiu ao ECO que o processo de venda de Neves-Corvo está mesmo em fase de entrega de propostas ‘non-binding’ e espera-se que no prazo de duas a quatro semanas a Lundin Mining selecione uma short-list de candidatos.
Já depois de ter sido publicada a notícia do ECO, a Somincor confirmou, em comunicado, “a existência de contactos exploratórios de empresas interessadas na aquisição da operação mineira em Portugal”, justificando as manifestações de interesse com a “relevância internacional da operação da Somincor e do potencial produtivo existente, em compromisso com os trabalhadores, a região e o país.”
A Somincor adianta ainda que “já informou os seus colaboradores que a Lundin Mining está a avaliar a possibilidade de vender a sua posição nos ativos europeus”, acrescentando que “continuará a acrescentar valor na prospeção de minerais relevantes para a transição energética, que contribuem para o emprego, a qualidade de vida e o desenvolvimento local.”
Já há cerca de dois anos, a Lundin Mining estaria a avaliar a venda da exploração em Portugal, notícia que foi avançada, à data, pela Bloomberg. Neves-Corvo é a maior mina de Portugal, produz cobre e zinco e terá um resultado operacional da ordem dos 100 milhões de euros. Em agosto de 2022, a Bloomberg antecipava um valor de referência na casa dos mil milhões de euros para a venda da Somincor.
A mina de Neves-Corvo tem cinco grandes jazigos em produção (Neves, Corvo, Graça, Zambujal e Lombador). E de acordo com informação oficial da empresa, o processamento do minério em Neves-Corvo é feito através de duas lavarias. A Lavaria do Cobre processa aproximadamente por ano 2,6 milhões de toneladas de minério de cobre. A Lavaria do Zinco, que processa minério de zinco ou chumbo, tem capacidade de tratar anualmente cerca de 2.5 milhões de toneladas por ano. Mas, segundo a Bloomberg, a Somincor produziu cerca de 109 toneladas de zinco e 34 toneladas de cobre em 2023
“A mina de Neves-Corvo está concessionada à Somincor, que, desde novembro de 2006, é subsidiária da Lundin Mining. A Somincor foi constituída em 24 de julho de 1980 após ter sido descoberto, em 1977, um depósito de sulfuretos contendo quantidades significativas de metais básicos, predominantemente cobre, estanho e zinco. Neves-Corvo é uma mina subterrânea onde existem cinco jazigos de sulfuretos maciços: Neves, Corvo, Graça, Zambujal e Lombador“, lê-se no sítio da empresa.
Em 2022 a faturação da Somincor apresentou uma queda face ao ano anterior, para 411 milhões de euros, e os lucros terão sido da ordem dos 13 milhões de euros.
(Notícia atualizada às 11h50 com nova data para a entrega de propostas não vinculativas e às 16h20 com a confirmação da empresa sobre a existência de contactos exploratórios com empresas interessadas)
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