Ex-governante diz que Portugal ainda pode ir buscar mais fundos da UE para o TGV
Os 813 milhões para a alta velocidade são "certamente um fator positivo", diz Frederico Francisco, que acredita "o país possa ainda, em base competitiva, conseguir mais fundos para este projeto".
O ex-secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas Frederico Francisco considerou esta quarta-feira que Portugal ainda pode ir buscar mais fundos europeus para a linha de alta velocidade, além dos 813 milhões anunciados por Bruxelas. “[A notícia dos 813 milhões de euros] é certamente um fator positivo. Dá boas perspetivas para que nos próximos anos, até ao final deste quadro – que termina em 2027 – que o país possa ainda, em base competitiva, conseguir mais fundos para este projeto”, disse em Esposende, distrito de Braga.
Frederico Francisco falava durante uma apresentação no Clube Hípico do Norte, onde decorreu o debate “O novo aeroporto de Lisboa e a Linha de TGV”, organizado pela Associação Empresarial do Minho (AEMinho), no qual foi o orador principal. O ex-secretário de Estado e coordenador do Plano Ferroviário Nacional (PFN) referia-se aos 813 milhões de euros assegurados por Bruxelas para a primeira fase (Porto-Soure) do projeto da linha de alta velocidade Lisboa-Porto.
Quando Frederico Francisco era governante, Portugal candidatou-se a 875 milhões de euros de fundos da Connecting Europe Facility (CEF) [Mecanismo Interligar a Europa], dos quais 729 milhões já exclusivamente dedicados ao projeto português e 146 milhões em competição com outros projetos europeus. Dos 813 milhões obtidos no CEF, 84 já o foram obtidos em competição com outros projetos europeus, permanecendo 62 milhões por arrecadar.
“Estas candidaturas são sempre muito competitivas, dos sete mil milhões de euros que a Comissão Europeia atribuiu, provavelmente recebeu 15 a 20 mil milhões em candidaturas”, aventou o antigo secretário de Estado com a pasta da ferrovia. Frederico Francisco manifestou ainda o desejo de que, após ter sido aprovado em Conselho de Ministros o lançamento do concurso público da parceria público-privada do lote Oiã-Soure da primeira fase (Porto – Soure) da linha de alta velocidade, o projeto “se torne definitivamente irreversível”.
“Hoje estamos mais próximos de Portugal vir a ser, de forma irreversível, um país com alta velocidade ferroviária”, afirmou. A linha de alta velocidade Lisboa-Porto deverá ligar as duas principais cidades do país numa hora e 15 minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria. O percurso Porto-Vigo está estimado em 50 minutos.
A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte. O concurso público para o lote 1 (Porto-Oiã) da primeira fase foi lançado em janeiro, e o do lote dois (Oiã-Soure) deverá ser lançado em julho. A ligação a Lisboa avançará em 2026.
Já a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), prevista para 2032, terá estações no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga, Ponte de Lima e Valença (distrito de Viana do Castelo). No total, segundo o anterior Governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.
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