Von der Leyen anuncia novos comissários europeus para Mediterrâneo e Habitação

  • Lusa
  • 18 Julho 2024

A presidente da Comissão Europeia, anunciou que criará duas novas pastas de comissários europeus, um para gerir migrações no Mediterrâneo e um para a Habitação.

A presidente da Comissão Europeia, que tenta esta quinta-feira ser reeleita pelo Parlamento Europeu, anunciou que criará duas novas pastas de comissários europeus, um para gerir migrações no Mediterrâneo e um para a Habitação, visando maior acessibilidade na União Europeia.

“Precisamos de uma abordagem comum em matéria de regressos [no âmbito das migrações], para os tornar mais eficazes e dignos e precisamos de desenvolver as nossas parcerias globais, em especial na nossa vizinhança meridional. A região mediterrânica deve merecer toda a atenção e é por esta razão que nomearei um comissário para a região e proporei uma nova Agenda para o Mediterrâneo, juntamente com Kaja Kallas [futura chefe da diplomacia comunitária], porque o futuro das duas margens do Mediterrâneo é um e o mesmo“, declarou Ursula von der Leyen.

Intervindo perante os eurodeputados na sessão plenária na cidade francesa de Estrasburgo, a líder do executivo comunitário apontou que “fronteiras mais seguras também ajudarão [a União Europeia] a gerir a migração de uma forma mais estruturada e justa“.

Descrevendo o recentemente aprovado Pacto em matéria de Migração e Asilo como “um enorme passo em frente [porque] coloca a solidariedade no centro da nossa resposta comum”, Ursula von der Leyen apontou que cabe agora à União Europeia (UE) concentrar-se “coletivamente na aplicação e no apoio aos Estados-membros para que o acordo se torne uma realidade no terreno, havendo mais a fazer”.

Ainda no que toca às fronteiras externas, admitiu o incremento de ataques híbridos (como desinformação, ciberataques e interferência cibernética), principalmente por parte da Rússia na fronteira oriental, anunciando por isso o reforço da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) com 30 mil operacionais para também responder a esta tendência.

Nesta apresentação das suas prioridades para o novo mandato de cinco anos, caso seja reeleita, Ursula von der Leyen anunciou também que, pela primeira vez, nomeará “um comissário diretamente responsável pela Habitação”.

“Iremos desenvolver um Plano Europeu para a Habitação Acessível para analisar todos os fatores que estão na origem da crise e ajudar a desbloquear o investimento público e privado necessário”, indicou, admitindo que, de momento, “a habitação não é vista como uma questão europeia”, mas a UE poderá apoiar à resolução dos problemas.

Perante os eurodeputados, a responsável especificou que “a Europa enfrenta uma crise de habitação, que afeta pessoas de todas as idades e famílias de todas as dimensões” pois os “preços e as rendas estão a subir em flecha” e as “pessoas estão a lutar para encontrar casas a preços acessíveis”, situação que afeta países como Portugal.

Um setor também importante para Portugal e mencionado por Ursula von der Leyen foi o da agricultura, com a candidata à reeleição a referir que, após diálogos com agricultores no seguimento dos intensos protestos, vai agora certificar-se de que estes “recebem um rendimento justo” e prometeu “incentivos mais inteligentes e de mais inovação e acesso ao capital”.

Ursula von der Leyen apresentou esta manhã o seu programa e propostas para uma eventual reeleição, visando um novo mandato de cinco anos.

Cabe ao Parlamento Europeu aprovar, após a proposta do Conselho Europeu feita no final de junho, o novo presidente da Comissão por maioria absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um), com Ursula von der Leyen a ter de obter ‘luz verde’ de pelo menos 361 parlamentares (entre 720).

Von der Leyen nomeará vice para competividade e prosperidade com base ‘verde’

Ursula Von der Leyen também prometeu que se for eleita, nomeará um vice-presidente para coordenar a competitividade e prosperidade, assente em menos burocracia e num novo pacto industrial e ‘verde’.

Na apresentação das prioridades da sua candidatura aos eurodeputados na sessão a decorrer na cidade francesa de Estrasburgo, a alemã defendeu uma Europa que apoie as empresas, mas também as pessoas, acrescentando a necessidade de “aprofundar o mercado” e “reduzir a burocracia” para que haja “mais confiança, melhor execução”.

Destacando a aposta que deve ser feita nas empresas, Von der Leyen também sublinhou a importância da aposta já feita em tecnologia e energias limpas, como no hidrogénio limpo, com a Europa a investir mais do que “os EUA e a China em conjunto”.

“Nos últimos anos, concluímos com parceiros mundiais 35 novos acordos sobre tecnologia limpa, hidrogénio e matérias-primas críticas”, acrescentou a alemão, referindo que será para continuar o Pacto Ecológico Europeu e assim alcançar os objetivos traçados para 2030 e 2050.

Apresentarei um novo pacto industrial limpo nos primeiros 100 dias do próximo mandato”, anunciou ainda, notando que a Europa está a “descarbonizar e a industrializar-se ao mesmo tempo”.

Assim, os investimentos terão sempre uma base verde porque a economia próspera que defende é também uma questão de “justiça intergeracional” dados os objetivos para mitigar as alterações climáticas.

Von der Leyen recordou que no primeiro semestre deste ano metade da produção de eletricidade teve origem em energias renováveis e os “investimentos em tecnologias limpas na Europa mais do que triplicaram neste mandato”.

O novo acordo industrial limpo também ajudará a reduzir as faturas de energia, indicou a responsável, recordando a “chantagem” do presidente russo, Vladimir Putin, ao cortar o “acesso aos combustíveis fósseis”. “Mas resistimos juntos. Investimos maciçamente em energias renováveis baratas produzidas internamente. E isso permitiu-nos libertarmo-nos dos sujos combustíveis fósseis russos”, concluiu.

 

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