EY atrai colaboradores para o escritório com novas instalações

A consultora EY pratica regime híbrido, mas as novas instalações têm motivado trabalhadores a passarem mais tempo no escritório, conta Inês Vaz Pereira. À boleia, tem crescido o "networking", adianta.

A EY tem uma nova “casa” em Lisboa. Desde abril que a consultora está instalada em Alcântara e o balanço, entre os seus dois mil trabalhadores, tem sido “extremamente positivo”, avança ao ECO Inês Vaz Pereira, partner de people consulting.

O sucesso do novo escritório tem sido tal que, adianta a responsável, o trabalho presencial tem crescido, isto é, as novas instalações têm levado os profissionais a irem mais vezes à sede, incentivando, assim, o regresso ao escritório.

“Sentimos que as pessoas se sentem mais felizes. [O novo escritório] ajudou muito no interesse em trabalhar presencialmente. As pessoas sentem que aqui conseguem ter uma maior produtividade. O novo escritório trouxe vontade de as pessoas virem cá mais vezes“, salienta a partner, em conversa com o ECO.

O novo escritório da EY está localizado no Alcântara Lisbon Offices e tem cerca de 8.500 metros quadrados distribuídos por quatro pisos. Inês Vaz Pereira explica que, ao longo da construção destas instalações, foi feita uma “auscultação muito cuidadosa” aos trabalhadores, através de inquéritos, para perceber que espaços eram mais desejados, nomeadamente áreas para refeições, zonas para realizar diferentes tipos de trabalho, e áreas para fazer atividades “fora da esfera profissional” (como um ginásio e uma zona de oração).

“Quando fazemos com que as pessoas sejam parte do processo de mudança desde o início e não no fim do processo, as pessoas sentem que nada lhes está a ser imposto. Tudo foi tido em consideração relativamente ao seu próprio sucesso”, revela a responsável.

Assim, hoje o escritório da EY dispõe tanto de espaços que favorecem a colaboração e o trabalho em equipa, como áreas que permitem aos profissionais estarem concentrados no seu trabalho, além de salas mais viradas para a inovação.

Queremos que as pessoas sintam que estão em casa, que se sintam mais felizes no ambiente de trabalho, porque, sim, temos um grande compromisso e temos de dar bastante de nós, em termos profissionais, para garantir a qualidade a que a EY tem habituado o mercado. Mas tem de haver um contrabalanço, que é o ambiente saudável“, sublinha Inês Vaz Pereira.

Segundo esta partner, o novo escritório, além de ter fomentado o regresso ao escritório, tem também incentivado o networking entre trabalhadores. Inês Vaz Pereira garante que há agora um “maior espírito de colaboração” entre as diferentes equipas e competências, que é positivo não só para os próprios profissionais, como para a consultora.

Felicidade? “Não é uma ciência, é uma competência de liderança”

Em conversa com o ECO, Inês Vaz Pereira aproveita para desmistificar a ideia de que as big four (as quatro maiores consultoras do mundo — além da EY, a Deloitte, a PwC e a KPMG) exigem dos seus trabalhadores longas horas e grandes sacrifícios pessoais em prol da carreira.

“Tenho tanta pena que a ideia que existe das big four seja essa”, confessa. “Quando recebemos alunos, todos eles vêm cheios de medo que a vida tenha acabado. Ao fim de um mês, dois meses ou um ano, dizem que, afinal, não era nada disso. Acho que é uma questão de equilíbrio que compete a cada líder gerir. Não é um tema das big four, é um tema de liderança“, assinala a partner de people consulting.

Ainda assim, Inês Vaz Pereira reconhece que há clientes “mais exigentes” que obrigam a um “grau extra de investimento de tempo”. “Mas não deixam de ser picos”, assegura. “Compete aos líderes entenderem e respeitar esses picos. Assim como pedimos às equipas [o esforço extra], podemos compensá-las depois. É uma questão de sabermos liderar bem as nossas pessoas com equilíbrio e transparência”, atira a mesma responsável.

E acrescenta: “as big four são excelentes escolas, mas isso não precisa de ser à base de dor. Pelo contrário. Pode ser à base de diversão, e o empenho e a produtividade aparecem”.

Quer estejamos a falar dos grandes consultores ou da globalidade do mercado de trabalho, Inês Vaz Pereira entende que a ambição de qualquer gestor deve ser que as pessoas estejam felizes no seu local de trabalho e “que não estejam lá por qualquer outro motivo a não ser por identificação com o projeto, com o propósito que os leva a ir trabalhar todos os dias, tendo todas as condições necessárias para executarem as suas competências no exponencial máximo, e para crescerem e serem reconhecidas”.

“Quando estas variáveis existem de uma forma equilibrada, justa e transparente, acho que as pessoas acabam por ficar e por serem felizes“, afirma a partner. Inês Vaz Pereira faz questão ainda de notar que a felicidade, assunto sobre o qual se escreve tanto, diz, “não é nenhuma ciência, é uma competência de liderança”.

“Se cada um de nós, enquanto líderes, tiver felicidade em estar a trabalhar, é muito difícil que as equipas não sejam felizes. Se contagiamos pela negativa, também contagiamos pela positiva. Sabermos muito bem o nosso propósito, o nosso valor e a nossa missão enquanto líderes e transmiti-lo às nossas equipas acaba por transformar também a sua própria felicidade”, remata.

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