Exclusivo Galp lança carregadores de carros em postes da luz e bateria partilhada

A Galp vai pôr no terreno. em Portugal, dois projetos de inovação até ao final do ano. Quer instalar carregadores de veículos elétricos em postes da luz e permitir a partilha de baterias.

Carregar o carro elétrico num poste da luz ou aproveitar a energia armazenada por baterias em fim de vida ou chegar a casa e usar a eletricidade armazenada numa bateria partilhada com os vizinhos. Tudo isto vai ser possível já este ano, depois de ter sido desenvolvido no berço da inovação da Galp.

Estas novidades foram apresentadas no Dia da Inovação da Galp, que decorreu esta quarta-feira, 17 de julho, e se prolongou até quinta-feira. A petrolífera tem 160 milhões investidos em projetos de inovação e 42 pilotos a decorrer. O ECO/Capital Verde foi conhecer aqueles que estão mais próximos da fase de comercialização.

Um deles é o EV Massification, que consiste em aproveitar as ligações elétricas dos postes de iluminação pública para instalar um carregador para veículos elétricos. O objetivo é disseminar e assim facilitar o acesso de carros elétricos a carregadores, sobretudo para quem não tem garagem. “Queremos garantir que quando se compra um EV [veículo elétrico], não se tem a ansiedade de onde se irá carregar”, explica a diretora de Inovação da Galp, Ana Casaca.

Quatro destes carregadores já foram testados e estão em funcionamento: dois na refinaria da Galp em Matosinhos e dois em Carcavelos. Mas já há dois municípios interessados em receber esta tecnologia. “Até ao final do ano deveremos ter dez carregadores espalhados por esses municípios”, esclarece Pedro Miguel Ferreira, gestor da área Comercial, dentro da Inovação. O número só depende da vontade dos municípios, afirma Ana Casaca: “Por nós podem ser 100, 200 ou 1.000, não temos limitações”.

Estes carregadores, apesar de terem sido promovidos pela Galp e de a empresa ter o estatuto de operador de ponto de carregamento, vão funcionar como quaisquer outros: a energia que neles é vendida pode ser contratada a qualquer outra empresa com ofertas no mercado. “Acreditamos que ao escalar o acesso a carregadores elétricos vamos vender mais energia e vamos ganhar”, esclarece Ana Casaca.

Do ponto de vista do sistema elétrico, também há vantagens: “Evita que tenhamos de construir novas redes de eletricidade para chegar aos carregadores. Vamos usar um ativo que já existe, logo vai diminuir o tempo de instalação”, explica Pedro Ferreira. Numa altura em que vários municípios estão a mudar a iluminação para a tecnologia LED, a Galp espera tirar partido da potência que já não é exigida pelas novas lâmpadas, mais económicas.

Um segundo projeto que vai estar em operação em Portugal até ao final do ano é uma bateria comunitária, no âmbito do Caxias Living Lab – e, tanto quanto é do conhecimento da Galp, é a primeira vez que se testa uma solução como esta na Europa. A ideia é que uma bateria possa servir entre 30 e 40 famílias, que produzam a própria energia através de painéis solares e possam armazená-la nesta bateria partilhada.

As dimensões e localização específica ainda estão a ser discutidas, mas a Galp conta ter a bateria operacional até ao final do ano. Com esta tecnologia, os clientes poderão poupar na fatura da luz, mas ainda não é certo o valor – terá de ser experimentada para se apurar, afirma Pedro Ferreira.

Por fim, a Galp vai ter a funcionar, dentro de alguns dias, outro projeto: o 2nd Life Batteries. Este liga o universo das baterias ao da mobilidade elétrica. É em Alcala de Hinares, nos arredores de Madrid, que a empresa portuguesa vai instalar um conjunto de baterias em fim de vida mas que, antes de serem recicladas, podem ainda servir como reserva de energia para o carregamento ultrarrápido de automóveis elétricos (um carregamento que demora entre 15 e 20 minutos).

As baterias dos carros elétricos, passados cerca de sete ou oito anos, já não podem ser usadas, mas mantém-se uma boa saúde da bateria. Pode dar-se outra vida antes de se começar a reciclar os materiais. Assim, a bateria pode durar outros sete anos, ou seja, 14 no total“, detalha Ana Casaca.

Esta bateria consegue dar resposta a nove carregamentos seguidos, de acordo com Pedro Ferreira. Tem uma capacidade de 200 quilowatts (kW), aos quais se somam 150 kW que a rede tem reservados para o carregamento no local. Quando a bateria estiver descarregada, os utilizadores podem contar com a potência da rede. Entretanto, a bateria pode voltar a carregar e a servir clientes.

Se não tivéssemos a bateria para ligar estes dois carregadores, tínhamos que requisitar muita potência à rede. Essa potência nem sempre está disponível – há cada vez mais constrangimentos”, explica Pedro Ferreira, voltando a frisar o objetivo de aceleração da rede de mobilidade elétrica.

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