“Ásia será o centro dominante do mundo” nas próximas décadas ou mesmo séculos, diz Viktor Orbán
"Está a chegar uma mudança que não se via há 500 anos. O que estamos a enfrentar é, de facto, uma mudança na ordem mundial", afirmou o Presidente húngaro.
“Nas próximas longas décadas, talvez séculos, a Ásia será o centro dominante do mundo”, afirmou este sábado o Presidente húngaro. Viktor Orbán considera que um Oeste “irracional” irá continuar a perder poder.
O presidente húngaro apontou a China, a Índia, o Paquistão e a Indonésia como os grandes poderes do futuro, que farão da Ásia “o centro dominante do mundo”, afirmou durante um discurso na vizinha Roménia, citado pela agência Reuters.
O Presidente húngaro contrastou ainda a liderança “hiper-racional” da Rússia com a “irracional” do Ocidente, considerando que este comportamento leva à perda de influência face à Ásia. “E nós, ocidentais, também empurramos os russos para este bloco”, disse.
“Tudo o que a Europa faz hoje é seguir incondicionalmente a política externa pró-democrata dos Estados Unidos, mesmo à custa da autodestruição”, declarou, citado pela agência Lusa. “Está a chegar uma mudança que não se via há 500 anos. O que estamos a enfrentar é, de facto, uma mudança na ordem mundial”
A Hungria ocupa desde 1 de julho a presidência rotativa da União Europeia, condição que tem sido aproveitada por Orbán para cimentar laços com Moscovo e Pequim, reunindo-se com Vladimir Putin e Xi Jinping, apesar dos protestos da Comissão Europeia e do Alto Representante para a Política Externa. Esteve também em Kiev, onde se encontrou com Volodymyr Zelensky.
O presidente húngaro afirmou ainda no discurso que a Ucrânia nunca se tornaria membro da UE ou da NATO porque “nós, europeus, não temos dinheiro suficiente para isso”.
“A UE precisa de abandonar a sua identidade como projeto político e tornar-se num projeto económico e de defesa”, defendeu também.
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