Estado gastou menos com análises clínicas em 2023, mas procura também diminuiu
Os gastos do Estado com análises clínicas totalizaram 235 milhões de euros no setor convencionado, menos 132 milhões de euros do que em 2022, o que representa uma redução de 36%.
O Estado gastou cerca de 235 milhões de euros em análises clínicas em 2023, menos 36% relativamente ao ano anterior, segundo um estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) que aponta também a diminuição da procura. A “Informação de Monitorização do Setor convencionado de Análises Clínicas” referente a 2023 foi divulgada esta quinta-feira e confirma a redução da despesa do Serviço Nacional de Saúde registada no relatório preliminar publicado em abril.
Segundo o regulador da saúde, os exames laboratoriais continuam a ser os meios complementares de diagnóstico mais frequentemente realizados e representam a segunda maior despesa com serviços convencionados com o SNS. Essa despesa é, no entanto, cada vez menor, à semelhança da procura.
Em 2023, registaram-se 832 requisições por mil habitantes, menos 38,2% em relação ao ano anterior e em proporção semelhante à da despesa. Nesse ano, os gastos do Estado com análises clínicas totalizaram 235 milhões de euros no setor convencionado, menos 132 milhões de euros do que em 2022, o que representa uma redução de 36%.
Por regiões, os encargos são mais pesados em Lisboa e Vale do Tejo e no Norte (que representam 37% e 34% do total da despesa, respetivamente). Por outro lado, as regiões do Alentejo e Algarve representam apenas 5%, cada uma, do total. Os encargos por mil habitantes em Portugal continental totalizaram 23.865 euros, com as regiões do Algarve e do Centro a apresentarem os valores mais altos neste indicador, adianta o regulador.
Quanto à oferta disponível em Portugal continental, a ERS adianta que em 2023 estavam registados 3.374 estabelecimentos na área das análises clínicas e patologia clínica (243 laboratórios e 3.131 postos de colheitas, 44 dos quais em unidades móveis), o que representa um crescimento de 0,2% face ao ano de 2022.
A esmagadora maioria (97,2%) pertence aos setores privado e social, sendo que os estabelecimentos convencionados com o SNS representavam 30,6% do total do mercado privado de Portugal continental. Em 57 concelhos não existia oferta convencionada, dos quais 13 na região Norte, 11 no Centro, dois em Lisboa e Vale do Tejo, 27 no Alentejo, quatro no Algarve.
A ERS olhou também para a distância que, nesses casos, os utentes têm de percorrer até o concelho mais próximo com, pelo menos, uma unidade convencionada, sendo que a viagem é mais curta em Lisboa e Vale do Tejo (24 minutos) e mais longa no Algarve (cerca de 01:07).
Em termos concorrenciais, o índice de concentração do mercado aumentou em relação a 2022, mas manteve-se “moderado, abaixo do intervalo de valores que, de acordo com as orientações da Comissão Europeia, poderiam suscitar preocupações concorrenciais”, refere o relatório.
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