Telemóveis Android alertaram primeiro para o sismo. Os iPhones não
Muitos portugueses com telemóveis Android receberam o primeiro alerta do sismo através de uma notificação enviada pelo próprio sistema. Mas quem tem iPhone teve de procurar informação por outras vias.
No campeonato dos smartphones, a “rivalidade” entre quem usa Android e tem iPhone já dura há muitos anos. Mas esta segunda-feira os utilizadores do sistema da Google ganharam mais um argumento contra quem prefere os telemóveis da Apple: os seus equipamentos emitiram alertas sobre a ocorrência do terramoto, enquanto estes últimos não.
Nesta madrugada, pelas 5h11, a terra tremeu em Portugal continental. O sismo de 5,3 na escala de Richter ocorreu ao largo de Sines e foi sentido, sobretudo, na região de Setúbal e em toda a Área Metropolitana de Lisboa. Não há registo de danos significativos, nem vítimas. Até às 9h, já se tinham registado três réplicas de menor intensidade, sem risco de tsunami, de acordo com as autoridades.
À hora do terramoto, muitos portugueses estavam a dormir. Houve quem tivesse acordado com o abalo, ou quem só se tivesse apercebido da ocorrência depois. Mas os telemóveis Android facilitaram a divulgação da informação, testemunhou o jornalista do ECO, a quem uma das primeiras informações sobre o terramoto chegou por esta via, num segundo telemóvel, apesar de o seu iPhone não apresentar qualquer informação.
“Terramoto próximo. Conte com um ligeiro abalo. Magnitude inicial estimada de 5,0″, leu-se na mensagem de alerta, que também avisava qual era a distância relativa do epicentro do sismo face à localização do utilizador. Quem abriu a notificação, foi prontamente avisado de que “as réplicas são comuns”.
O equipamento também partilhou várias informações de segurança, como recomendações para calçar os sapatos “antes de ir para qualquer lugar, até mesmo para a divisão adjacente”, verificar o gás e evitar “edifícios danificados”. “Se a água estiver cortada, utilize provisões de emergência, como um termoacumulador ou cubos de gelo derretidos. Tenha atenção ao limpar. Apague pequenos fogos. Se não conseguir, abandone o local”, foram outras das mensagens exibidas.
Estes alertas estavam escritos no idioma definido no sistema pelo próprio utilizador. Mas nem todos os cidadãos com Android receberam estes avisos: o ECO tem conhecimento de um utilizador de Android que não recebeu qualquer alerta, apesar de outras pessoas nas proximidades, com o mesmo sistema, terem recebido a notificação.
Pelo contrário, os iPhones não têm esta funcionalidade de raiz. Ainda que seja possível receber alertas que são enviados pelas autoridades em algumas geografias, e instalar aplicações próprias para o efeito, não existe um sistema semelhante ao da Google. No fórum da Apple, no ano passado, um utilizador com Android e iPhone queixava-se deste mesmo problema: o primeiro avisou-o de um terramoto próximo, o segundo não.
No caso dos Android, estes alertas são possíveis graças ao Sistema de Alertas de Terramoto do Android, um serviço gratuito que pode até avisar para a ocorrência de um sismo antes de o utilizador o sentir, com recurso a dados recolhidos pelos sensores de milhões de telemóveis com o mesmo sistema, capazes de detetar a vibração.
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