Connected compra solução tech já usada para monitorizar vinhas no Douro

A startup do setor espacial vai "em breve" lançar um serviço pessoal para envio de mensagens com recurso a satélites em zonas remotas com operadora norte-americana.

Fundadores da Connected

A Connected, startup portuguesa que desenvolve soluções de conectividade NB-IoT (baixa largura de banda para a Internet das Coisas) a partir do espaço, comprou a solução de conectividade da SpaceWay, usada recentemente no Parque Natural do Douro Internacional para monitorizar vinhas em zonas com fraca cobertura de rede. A startup prepara-se para, “em breve”, lançar com uma operadora de telecomunicações norte-americana um serviço pessoal para envio de mensagens com recurso a satélites em zonas remotas.

“A Connected conta já com uma equipa de 17 pessoas, sendo que contamos fechar o ano com uma equipa de 20. Muito em breve, em parceria com um operador de telecomunicações americano, faremos o lançamento do nosso primeiro produto IoT para uso pessoal com capacidade de localização e envio de mensagens em zonas remotas, recorrendo a satélites no espaço”, revela Tiago Rebelo, cofundador e CEO da Connected, ao ECO.

“Do ponto de vista dos mercados, o nosso foco passa por consolidar o nosso crescimento na Europa, reforçando as nossas parceiras, em particular com operadores de rede móvel e fabricantes e operadores de satélites, algo que faremos em 2025 juntamente com a demonstração do nosso sistema proprietário de comunicações a partir do espaço“, refere ainda o CEO da startup, ao ECO.

Fundada em 2023 por André Guerra, Hélder Oliveira, Raquel Magalhães e Tiago Rebelo, com escritórios na Uptec, no Porto, e sede no Instituto Pedro Nunes (IPN), em Coimbra, onde está incubada como parte da iniciativa de incubação de empresas da Agência Espacial Europeia (ESA-BIC), a startup desenvolve soluções de conectividade IoT a partir do espaço. Fechou em fevereiro uma ronda de investimento pré-seed de dois milhões de euros, a maior de sempre captada por uma empresa do setor espacial em Portugal. Entre os objetivos estava avançar com testes no espaço já este ano.

“Sendo o sistema da Connected embarcado a bordo de satélites de terceiros, neste caso o mesmo será testado no espaço a bordo de um satélite dos nossos parceiros”, explicava na época, Tiago Rebelo ao ECO.

Reforço com solução tecnológica

Agora acaba de comprar a solução de conectividade da SpaceWay, a UNioT, rebatizada de Sharing, bem como a base de clientes e parceiros. “A aquisição inclui a compra do produto, todo o IP do produto e direitos exclusivos de comercialização e parcerias, o que impede a SpaceWay de desenvolver e fazer negócio com produtos na área de negócios de comunicações IoT”, explica fonte oficial, quando instada a explicar os termos do negócio.

“O principal interesse da Connected com a aquisição é a tecnologia, uma vez que a startup vai usá-la para integrar outras tecnologias que a Connected já desenvolveu”, reforça.

Esta tecnologia “oferece conectividade IoT via satélite em áreas remotas ou com fraca cobertura de rede, combinando comunicação LoRa com satélites que atuam como repetidores de mensagens ou gateways no espaço”, explicam. A solução “capitaliza a infraestrutura de comunicações espaciais existente” e permite expandir “a cobertura das redes terrestres existentes sem a necessidade de alterar os dispositivos já instalados no terreno“, podendo ser aplicada em diversas indústrias, da agricultura, onde facilita a monitorização de atividades agrícolas em locais remotos, à monitorização ambiental, apoiando a conservação e a deteção de incêndios florestais, por exemplo.

“O acordo com a SpaceWay, que integra a aquisição da solução Sharing, antes chamada de UNIoT, alarga a abrangência dos nossos produtos e traz-nos a oportunidade de diversificarmos as nossas áreas de atuação. A eficácia desta solução, comprovada recentemente no Parque Natural do Douro Internacional com a monitorização de vinhas em zonas com fraca cobertura de rede, permitirá à Connected acelerar o seu crescimento no mercado, alargando a nossa oferta e o leque de clientes e parceiros estratégicos”, diz Tiago Rebelo, citado em comunicado.

A procura por conectividade a partir do espaço está a crescer, impulsionada pelo crescimento exponencial de dispositivos IoT em áreas desprovidas de cobertura de rede móvel celular terrestre. Estima-se que número de dispositivos IoT que precisarão de conectividade via satélite excederá os 21 milhões, em todo o mundo, até 2026. Cerca de 80% do planeta não tem cobertura de rede móvel celular terrestre, segundo números partilhados pela empresa.

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