Multinacionais do Fundão partilham boas práticas com trabalhadores imigrantes
Academia Mais Integração está de volta. Empresas vão partilhar entre si experiências com integração de trabalhadores estrangeiros.
Multinacionais do Fundão e empresas familiares vão partilhar as suas experiências com trabalhadores estrangeiros, na 2.ª edição do curso Migrações e Desafios da Integração, da Academia Mais Integração, que decorre no Fundão até sábado, revelou a organização.
Empresas como a tecnológica francesa Capgemini ou o grupo canadiano que gere as Minas da Panasqueira irão partilhar a sua experiência com migrantes, num evento organizado pelo Iscte — Instituto Universitário de Lisboa, Universidade da Beira Interior (UBI) e Câmara Municipal do Fundão.
A 2.ª edição do curso Migrações e Desafios da Integração da Academia Mais Integração, que arrancou no domingo e decorre até sábado, conta com um programa de aulas, conferências e trabalho colaborativo, durante o qual os formandos, professores e oradores são convidados a interagirem e conviverem de forma imersiva.
Depois da primeira edição em junho, a Academia Mais Integração volta a reunir no Fundão meia centena de profissionais do setor público, privado e de instituições particulares de solidariedade social (IPSS), que querem adquirir competências nas áreas das migrações e dos desafios da integração.
“Para além da Beralt e da Capgemini, multinacionais que encontraram no Fundão o ecossistema certo para pôr a trabalhar ao melhor nível um grande número de trabalhadores de diversas partes do mundo com diferentes níveis de formação, vamos contar também com a participação de empresas familiares como a Energias Primo, especializada na montagem e gestão energética, ou a J3LP, que produz manualmente presilhas para as carteiras mais exclusivas que a Hermés desenha em Paris”, indicou a coordenadora da Academia Mais Integração, Cláudia Pereira.
De acordo com a investigadora, docente no Iscte e ex-secretária de Estado para a Integração e as Migrações, o objetivo desta Academia é reforçar as competências profissionais de quem trabalha diariamente com migrantes, nomeadamente nas administrações Central e Local e em organizações sociais.
“Os responsáveis desta formação estão empenhados em envolver cada vez mais empresas que partilhem os seus conhecimentos e que enviem os seus quadros para edições futuras desta Academia”, acrescentou.
Para quarta-feira está agendado um jantar-conferência que irá contar com a participação do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nuno Sampaio, enquanto no dia seguinte terá lugar a apresentação do filme/documentário Fundão – Histórias de Acolhimento.
Para sexta-feira está agendada a conferência internacional “The governance of migration and diversity”, com a presença do professor de Políticas Migratórias e Diversidade da Universidade de Roterdão, Peter Scholten.
O ex-diretor da IMISCOE, a maior rede académica da Europa de institutos de investigação sobre migração, integração e coesão social, abordará os desafios que a imigração coloca às sociedades atuais, contanto ainda com a participação do sociólogo, investigador do Iscte e ex-ministro do Trabalho e da Solidariedade, Paulo Pedroso.
A 2.ª edição da Academia Mais Integração conta com participantes de todo o país, oriundos de câmaras municipais e juntas de freguesias, Instituto de Emprego e Formação Profissional — IEFP e Segurança Social, passando pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo — AIMA e Autoridade para as Condições do Trabalho — ACT.
“Um dos principais benefícios que a Academia transmite a quem a frequenta é o treino em modelos de trabalho colaborativo, o qual proporciona ao longo da formação experiências de trabalho em rede entre instituições diferentes“, evidenciou Cláudia Pereira.
A próxima edição da Academia Mais Integração acontece em março de 2025.
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