Fitch deve manter ‘rating’ de Portugal em ‘A-‘ na sexta-feira

  • Lusa
  • 19 Setembro 2024

Esta sexta-feira e pela segunda vez este ano, a Fitch avalia a dívida portuguesa. Analistas ouvidos pela Lusa antecipam que não devem existir mudanças no 'rating', que é atualmente 'A-'.

A Fitch vai avaliar a dívida portuguesa pela segunda vez este ano, na sexta-feira, e os analistas ouvidos pela agência Lusa antecipam que não devem existir mudanças no ‘rating’, que é atualmente ‘A-‘.

Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, destaca à Lusa que “os dados divulgados relativos ao crescimento do terceiro trimestre mostraram um notável abrandamento económico, que acaba por ser fruto dos efeitos da política monetária restritiva levada a cabo pelo Banco Central Europeu” (BCE).

A Fitch deverá manter o ‘rating’ de Portugal.

Filipe Silva

Diretor de Investimentos do Banco Carregosa

“Apesar de este efeito ser o esperado, vai ser preciso ver como é que cada economia se consegue adaptar a uma nova realidade”, aponta, dependendo também da evolução da economia alemã que “acaba por ter um impacto nas expectativas de crescimento do PIB português no segundo semestre“.

Considera assim que “a Fitch deverá manter o ‘rating’ de Portugal”, bem como o ‘outlook’ (perspetiva), que atualmente é ‘estável’.

Foi há um ano que a Fitch subiu a classificação de Portugal de ‘BBB+’ para ‘A-‘, com perspetiva estável, avaliação que manteve em março deste ano.

Henrique Tomé, analista da Xtb, também sinaliza à Lusa que “os indicadores económicos não mudaram muito desde a última avaliação da Fitch”, pelo que não são esperadas mudanças.

No que diz respeito à dívida houve um ligeiro agravamento, com a dívida a passar de 99,1% em comparação com o PIB no último trimestre de 2023, para 100,5% no primeiro trimestre deste ano.

Henrique Tomé

Analista da Xtb

“Em termos económicos, a inflação continua a diminuir (1,9% A/A) e o país continua a crescer, ao mesmo tempo que o mercado de trabalho permanece estável (taxa de desemprego 6,2%)”, salienta o analista, enquanto “no que diz respeito à dívida houve um ligeiro agravamento, com a dívida a passar de 99,1% em comparação com o PIB no último trimestre de 2023, para 100,5% no primeiro trimestre deste ano”.

Relativamente à perspetiva, Henrique Tomé concorda que não são esperadas mudanças. “Estamos a atravessar um momento de maior abrandamento económico, mas ainda assim não parecem existir sinais de risco“, diz.

O ‘rating’ é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

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