Governo alemão oferece ajuda à Volkswagen para evitar fecho de fábricas
Volkswagen tinha admitido a possibilidade de encerrar fábricas na Alemanha. Apesar da oferta de ajuda, Governo diz que "grande parte das tarefas tem de ser resolvida pela própria empresa”.
O ministro alemão da Economia, Robert Habeck, afirmou esta sexta-feira que pretende ajudar a Volkswagen a ultrapassar o período de redução de custos, que inclui a rescisão de vários acordos coletivos de trabalho na Alemanha, sem encerrar fábricas da empresa.
No início deste mês, a gigante alemã — produz carros na fábrica da Autoeuropa, em Palmela — admitiu pela primeira vez a possibilidade de encerrar fábricas na Alemanha, numa tentativa de poupar milhares de milhões de euros. Em 87 anos de história, a Volkswagen nunca fechou as portas de uma unidade industrial no seu país de origem.
Esta manhã, numa visita à unidade da fabricante alemã de automóveis em Emden, o governante alertou, por outro lado, para a importância de garantir que o despedimento de pessoal acontece dentro do quadro normal de negociação coletiva, depois de a Volkswagen ter rescindido o acordo coletivo de garantia de emprego, que vinha sendo renovado desde 1994.
Foi a 10 de setembro que a Volkswagen notificou o sindicato IG Metall da rescisão do acordo, que excluía os despedimentos por motivos operacionais e expira no final do ano. Pelo que os despedimentos serão possíveis a partir de julho de 2025, se o sindicato e a empresa não chegarem a um acordo antes dessa data.
Citado pela Reuters, Robert Habeck ressalvou, porém, que há limites para o que o Governo alemão pode fazer para apoiar a empresa, sublinhando que “uma grande parte das tarefas tem de ser resolvida pela própria Volkswagen”, nomeadamente no que toca à estrutura e à viabilidade do negócio.
“Os políticos podem ajudar [as empresas] ao melhorar o enquadramento e ao enviar os sinais certos ao mercado, o que inclui incentivar à produção de carros com motores elétricos”, acrescentou o ministro alemão da Economia.
Mercedes volta a baixar previsões de lucro
Outro grande fabricante alemão do setor automóvel, a Mercedes-Benz, também enfrenta perspetivas complicadas. Na quinta-feira à noite, a construtora reduziu o objetivo para a margem de lucro anual pela segunda vez em menos de dois meses, culpando a quebra nas vendas de veículos na China.
Face ao abrandamento do crescimento do PIB na China, penalizado pelo enfraquecimento do consumo e pela recessão no setor imobiliário, a empresa reduziu as suas perspetivas de lucros para 2024 tanto para a Mercedes-Benz Cars como para o Grupo Mercedes-Benz, o que levou esta sexta-feira de manhã às ações da empresa caírem quase 8%.
Segundo a agência de notícias, a Mercedes-Benz Cars espera agora que a rendibilidade ajustada das vendas se situe entre 7,5% e 8,5% em 2024, quando antes as expectativas se situavam em 10% a 11%. O que implica uma rendibilidade ajustada das vendas de cerca de 6% para o segundo semestre deste ano.
“Há uma enorme cautela, estou a tentar dizer isto diplomaticamente. Quanto tempo é que isso vai durar? Não sei, mas mantenho-me cauteloso num futuro próximo em relação à China“, afirmou o CEO da Mercedes-Benz, Ola Kaellenius, afirmando-se pouco surpreendido que neste contexto as famílias estejam a reduzir os gastos com automóveis caros.
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