Atividade empresarial da zona euro volta a contrair. Serviços abrandam em França e estagnam na Alemanha
Numa altura em que os receios de uma recessão ensombram a Alemanha, a atividade empresarial na zona euro registou sinais de contração em setembro.
A atividade empresarial da zona euro voltou a registar uma contração em setembro, embora a queda não tenha sido tão acentuada como previsto, revela o Índice de Gestores de Compras composto pelo banco Hamburg Commercial Bank e compilado pela S&P Global.
De acordo com a análise citada esta quinta-feira pela Reuters, este indicador caiu para 49,6 em setembro, face aos 51,0 de agosto, ficando abaixo da marca dos 50 que separa o crescimento da contração pela primeira vez desde fevereiro. Ainda assim, o resultado final ficou acima da estimativa preliminar que previa que o valor se fixasse nos 48,9.
Por seu turno, o indicador que abrange o setor dos serviços desceu de 52,9 para 51,4 no mês passado, ficando, ainda assim, acima da previsão de 50,5.
Serviços abrandam em França e estagnam na Alemanha
Mais detalhadamente, e no que toca ao setor dos serviços, o indicador revela que em Espanha a evolução superou as expectativas dos analistas, subindo para 57 pontos, contra 54,6 em agosto, acima dos 54 esperados pelos analistas.
Em sentido contrário, o mesmo indicador revela que em França a atividade dos prestadores de serviços abrandou significativamente após o efeito dos Jogos Olímpicos, enquanto na Alemanha o crescimento abrandou pelo quarto mês consecutivo em setembro, chegando quase a um ponto de estagnação.
O Índice de Gestores de Compras de serviços finais da HCOB revela que o indicador caiu para 50,6, em setembro, depois de se ter fixado em 51,2 no mês de agosto.
Os dados surgem numa altura em que os receios de uma recessão na Alemanha continuam a aumentar. Em setembro, o índice ZEW apontou para uma queda acentuada e inesperada do sentimento económico para a economia alemã, surpreendendo analistas e investidores.
O índice que mede as expectativas económicas para os próximos seis meses caiu 81% em setembro, o equivalente a 15,6 pontos, passando de 19,2 pontos para apenas 3,6 pontos. Esta queda foi muito mais acentuada do que o previsto pelo mercado, que esperava uma descida de apenas 11,5% para os 17 pontos.
“O papel âncora do setor dos serviços na economia está a ficar cada vez mais fragilizado”, refere Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Banco Comercial de Hamburgo. “Se a tendência decrescente se mantiver, deverá continuar a recuar durante mais alguns meses antes de as coisas melhorarem novamente”, acrescentou.
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