Universitários olham para o risco e retorno na hora de investir. E ignoram ESG

Onde e como investem os estudantes universitários? Olham sobretudo para o risco e rentabilidade dos produtos financeiros e ignoram fatores de sustentabilidade.

Os estudantes universitários em Portugal olham sobretudo para o risco e o retorno na hora de investir e praticamente ignoram os aspetos relacionados com os indicadores ambientais, sociais e de governação (ESG), segundo um inquérito do regulador do mercado divulgado esta quarta-feira.

“Na escolha dos produtos financeiros de investimento, os critérios mais referidos são o risco e a rentabilidade desses produtos financeiros (referidos por 84,0% e 83,1%, respetivamente, de respondentes)”, revela o estudo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

as questões ligadas à sustentabilidade “têm pouca expressão”, acrescenta o estudo feito junto de mais de 2.500 universitários. No momento de decidir onde aplicar o dinheiro, apenas 2,3% referiram as características sociais e ambientes dos produtos financeiros e 13,3% indicaram um deles.

Este resultado estará ligado ao grande desconhecimento em torno das aplicações financeiras sustentáveis: quase metade (47,2%) dos inquiridos revelou não ter informação sobre este tipo de produtos.

Um quarto tem criptoativos

Praticamente um quarto da amostra (23,4%) disse ter criptoativos, como bitcoin ou outras criptomoedas, na sua carteira de investimentos, sendo que para alguns é mesmo o único ativo financeiro que têm (15 respondentes) ou coexiste com apenas mais um ativo financeiro (56 respondentes).

A CMVM detalha que em 64,7% das carteiras que têm criptoativos, estes ativos digitais representam até 5% do património total dos respondentes. Quem tem criptoativos – sobretudo homens com menos de 36 anos – “denota algum excesso de confiança na literacia digital e informa-se mais frequentemente sobre matérias relacionadas com produtos e mercados financeiros”.

Quase 40% diz ter conhecimentos sobre mercados e produtos

Em termos de conhecimentos sobre mercados e produtos financeiros, 38,5% dos respondentes afirmam-se conhecedores ou muito conhecedores destas matérias.

Porém, “em alguns casos, a autoavaliação de conhecimentos financeiros não é coincidente com os conhecimentos e atitudes demonstrados”, demonstra o inquérito.

Quase metade dos respondentes (48,9%) tem uma autoavaliação inferior aos conhecimentos financeiros demonstrados. O inquérito revelou que os jovens com idade até 25 anos são “sobreconfiantes”.

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