BCE deve cortar taxas para “território neutral nos 2% ou um pouco abaixo”, defende Centeno

Questionado sobre as Presidenciais, Mário Centeno disse não temer a mudança, mas "honestamente" não pensa nisso.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, defendeu que o Banco Central Europeu (BCE) deve normalizar as taxas de juro para “território neutral” porque a inflação convergiu para a meta dos 2%. “Onde fica o território neutral? À volta dos 2%, talvez um pouco abaixo dos 2%”, disse o governador português esta segunda-feira.

“A inflação convergiu, está tão perto dos 2% como consegue estar. Estamos nos 2%, estatisticamente não há diferença entre 2,2% e 1,8%. Estamos lá. As taxas de juro tem de normalizar, que significa fazer regressá-las a território neutral”, declarou o também membro do conselho de governadores do BCE na CNN Portugal Internacional Summit.

O BCE tem nova reunião marcada para o próximo dia 12 de dezembro para decidir um novo corte de juros. Desde junho o banco central já cortou as taxas por três ocasiões em 25 pontos base, com os juros dos depósitos a baixarem dos 4% para os 3,25%.

O governador do Banco de Portugal frisou ainda que “prefere ser gradual do que apressado”, embora no passado tenha defendido que o BCE deva ser mais rápido e decidir cortes de 50 pontos base. “Se formos capazes de ser previsíveis, a um ritmo firme trazendo as taxas de juro para os 2%, ou perto dos 2%, esse seria o meu cenário favorito”, apontou.

Presidenciais? “Não temo a mudança, mas honestamente não penso nisso”

Questionado sobre se é candidato às Presidenciais, Mário Centeno – que termina mandato no próximo verão – não desfez o tabu, embora tenha sublinhado que não pensa nisso.

“As mudanças acontecem, por vezes são inesperadas, noutras são expectáveis. Tive muitas mudanças nos últimos dez anos, não tenho medo de mudanças”, começou por responder ao conhecido jornalista da CNN Richard Quest.

Mas logo deixou a resposta que tem sempre dado quando é confrontado com este tema: “Estou sempre focado no que estou a fazer no momento, é uma boa pergunta mas a minha resposta é a mesma, o meu foco é fazer o meu trabalho e, honestamente, não penso nisso.”

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