União de capitais “é do interesse de todos” os Estados-membros, afirma Maria Luís Albuquerque
Nova comissária não antecipa grandes dificuldades durante o mandato, dizendo que hoje "existe uma maior consciencialização" sobre a necessidade de um mercado de capitais na UE.
A nova comissária para os Serviços Financeiros e União de Capitais mostrou-se confiante em relação ao seu mandato, em Bruxelas, mantendo-se comprometida com a ambição da presidente Ursula von der Leyen de querer concretizar um mercado único de capitais entre os 27 Estados-membros, até 2029.
“A união de mercado de capitais permite considerar a união bancária e defensa de consumidores, tudo aquilo que nos permite criar um mercado financeiro funcional, algo que é do interesse de todos“, explicou Maria Luís Albuquerque, em declarações aos jornalistas, em Estrasburgo, após a votação do novo colégio de comissário que entra em funções a 1 de dezembro.
“Temos mercados fragmentados, que é o caso da maioria, e mesmo os maiores não têm dimensões suficientes para competir com os Estados Unidos ou o mercado inglês”, apontou, antecipando que os próximos cinco anos vão exigir “muitas medidas diferentes e muita discussão” entre os 27. “A mensagem principal é perceber que conseguir pôr esse projeto em marcha é em benefício de todos os europeus“, acrescentou, referindo a título de exemplo a fuga de capitais para o outro lado do Atlântico.
“Temos de criar condições para que uma empresa que tenha tido uma boa ideia, por exemplo em Portugal, consiga financiamento, capital de risco. O ponto onde se está na UE não devia ser um problema. É por isso que as nossas boas ideias vão para o Estados Unidos para encontrar capital“, acrescenta. E isso acontece também devido às barreias burocráticas impostas na UE. “Temos de eliminá-las para que estejam acessíveis a todos”, diz.
Maria Luís Albuquerque antecipa que o seu mandato seja hoje mais fácil do que nos últimos cinco anos, por considerar que existe uma “maior consciência” das consequências de não ter um mercado de capitais funcional. “A ideia é conseguir ter no final dos cinco anos uma situação muito mais favorável do que temos agora”, defendeu.
Sobre o futuro presidente do Conselho Europeu, António Costa, que toma posse também no dia 01 de dezembro, Maria Luís Albuquerque disse esperar uma relação “muito boa”, não só com aquela instituição, mas também com o Parlamento Europeu.
Maria Luís Albuquerque e os restantes 25 comissários vão tomar posse no dia 1 de dezembro, como membros da nova Comissão Europeia, isto depois de terem recebido pareceres positivos sobre as comissões que os questionaram durante o período de audições que decorreu entre 4 e 12 de novembro.
A nova Comissão foi votada e aprovada esta quarta-feira, na sequência de um acordo político alcançado há uma semana entre os grupos políticos do Partido Popular Europeu (PPE), Socialistas e Democratas (S&D) e os liberais do Renovar a Europa.
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