Quase metade dos laboratórios reporta mais de 120 dias de atraso nos pagamentos
Associação Nacional de Laboratórios Clínicos alerta que o atraso nos pagamentos "representa um desafio significativo para a gestão financeira das organizações".
No primeiro semestre deste ano, as Unidades Locais de Saúde (ULS) demoraram em média 66 dias a pagar às empresas de análises clínicas, de acordo com os dados do inquérito semestral aos prazos de recebimento da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL).
Dados mostram que se observa uma significativa disparidade nos prazos médios registados nas diferentes ULS a nível nacional. Em 24 das 39 ULS inquiridas (correspondendo a 62% destas entidades), os prazos de pagamento são iguais ou inferiores a 60 dias.
Por outro lado, nas restantes 15 unidades (representando 38% do total), os pagamentos são efetuados em prazos consideravelmente superiores, com 11 a pagarem a mais de 60 dias e quatro ULS a apresentarem tempos médios de pagamento superiores a 90 dias, nomeadamente a ULS do Alto Ave (91 dias), da Guarda (98 dias), do Baixo Alentejo (103 dias) e do Nordeste (146 dias).
Relativamente aos maiores prazos médios observados por entidade, os dados indicam que 45% das empresas registaram, nos últimos seis meses, pelo menos uma entidade cujo prazo médio de recebimento foi superior a 120 dias, o que na ótica da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos “representa um desafio significativo para a gestão financeira das organizações”.
A Associação Nacional de Laboratórios Clínicos alerta que os “atrasos significativos nos pagamentos põem em causa a sustentabilidade financeira do setor”. Para a ANL, “os resultados do relatório são alarmantes e reforçam a importância de abordar os atrasos nos recebimentos, com o intuito de zelar pela sustentabilidade do setor”.
Questionadas sobre o impacto dos prazos de recebimento na gestão financeira, apenas 15% das empresas inquiridas pela ANL referem um impacto nulo ou ligeiro, 55% das empresas indicam um impacto moderado ou significativo e praticamente uma em cada três empresas (30%), refere sobre um impacto elevado nos fluxos de caixa.
A Diretiva Europeia 2011/7/EU, conhecida como Diretiva Atrasos de Pagamento, obriga as autoridades públicas a pagar as suas faturas no prazo de 30 dias ou 60 dias. No entanto, a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos apela a uma revisão das políticas de pagamento para 30 dias.
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