Fidelidade, Ageas e Tranquilidade dominam 70% dos seguros de saúde. Veja o ranking

Já a ultrapassar os 4 milhões de residentes em Portugal com seguro de saúde, as companhias vendem muito, mas têm tido prejuízos técnicos. Veja o ranking das seguradoras e dos prestadores de serviço.

Os residentes em Portugal com seguros de saúde já ultrapassaram os quatro milhões e a concentração nas principais marcas é evidente. O Observatório dos Seguros de Saúde, da responsabilidade do regulador dos seguros (ASF), indica que em 2023 existiam 3.920.390 residentes em Portugal beneficiários de seguros de saúde, repartidos por 25 companhias de seguros concorrentes.

Competição por clientes mas também por rentabilidade: Maria João Sales Luis, da Multicare, Eduardo Consiglieri Pedro da Médis, José Pedro Inácio da Advance Care têm de contar com José de Pina, da Futura Healthcare em onda crescente.

A seguradora Fidelidade conta com 33,3% das pessoas seguras, uma em cada três, a Ageas Seguros tem 24 em cada 100 e a Generali Tranquilidade, a que agora se junta a Liberty, segura 500 mil pessoas em todo o país. Isto significa que as marcas “pontas de lança” dos principais grupos em Portugal captaram sete em cada 10 segurados de saúde.

No entanto, não basta conquistar os clientes, é preciso mantê-los com serviço à altura do preço que pagam pelos seus seguros: uma média de 410 euros por ano, segundo cálculos realizados pela APS – Associação Portuguesa de Seguradores em setembro deste ano.

Para esse fim, as 25 seguradoras de saúde agrupam-se em sete empresas que asseguram o atendimento dos segurados, a relação e contratualização com os milhares de prestadores, desde os grandes grupos de saúde aos pequenos oculistas, e tratam cada segurado de acordo com a sua apólice específica, representando a companhia junto do cliente.

A Multicare, além de seguradora, é essencialmente uma gestora da rede de prestadores de serviços do grupo Fidelidade, trabalhando ainda a marca OK! Seguros.

Já a Médis presta serviços muito para além do grupo. A Ageas Seguros e a própria Médis contribuíram com 1,47 milhões de clientes, mas os restantes mais de 110 mil são clientes da CA Seguros, Zurich , Mapfre Gerais e Caravela.

A Advance Care pertence ao grupo italiano Generali, através da Europ Assistance, mas a Generali Tranquilidade que agora inclui a Liberty, representa pouco mais de metade dos 934 mil clientes que trata. Os restantes são segurados da MGEN, Mudum, Lusitania, Una, Planicare, Real Vida, Asisa e Cardif.

A Allianz optou por uma montar uma rede própria de prestadores de serviços e tem quase 270 mil segurados para tratar “em casa”. Tal como Bupa, uma mútua britânica, ligada aos expatriados. A RNA trata do seu negócio mas também da multinacional Chubb.

Finalmente a Future Healthcare está em expansão, com a sua marca própria Saúde Prime a fazer testes ao mercado, mas a gestão dos prestadores é dedicada à Victoria, uma pioneira em Portugal dos seguros de saúde, Aegon Santander e Prévoir Vie e agora vai desenvolver o negócio da nova MPS – Mútua Portuguesa de Saúde.

25 seguradoras a concorrer em seguros de saúde

Os seguros de saúde não conquistaram todas as companhias e, para muitas, são apenas apólices que têm de existir para satisfazer os clientes distribuidores e clientes finais. A verdade é que o mercado não parou de subir em clientes e, logo, no valor dos prémios cobrir, para além de alguma subida de tarifas. O facto é que adicionando os últimos cinco anos, de 2019 a 2023, os prémios de seguros totalizaram 5.572 milhões de euros mas, no mesmo período, o segmento provocou às seguradoras um milhão de euros de prejuízo técnico.

Daí que os grandes grupos – Fidelidade, Ageas e Generali – precisam de ter escala para terem algum benefício. Já a Allianz tem uma forte aposta no segmento com rede própria de prestadores, mas para a MGEN, a 5ª maior, e a Planicare, a 14ª, o negócio saúde é o seu único e a procura de dimensão é evidente.

Como estão ligadas a bancassurance, algumas seguradoras têm de contar com uma boa oferta para proporcionar aos clientes dos seus bancos parceiros, como é o caso da Aegon Santander, Mudum (Novobanco) , Lusitania (Montepio) e CA Seguros (Crédito Agrícola).

Finalmente, há seguradoras com um interesse relativo apresentando quotas de mercado no ramo saúde muito inferiores às suas quotas de mercado no total dos ramos Não Vida, como é o caso da Zurich, UNA e Caravela.

Já a superar os 4 milhões de segurados – segundo estimativa da APS – os seguros de saúde continuam a crescer proveitos, mas falta crescer lucros ou, pelo menos evitar os prejuízos. Em 2023 já os resultados técnicos foram positivos e em 2024 houve aumento de preços para compensar os maus anos de 2021 e 2022.

Nessa época recente, as seguradoras foram surpreendidas com aumentos inesperados de frequência de sinistros e dos seus custos, refletindo aumentos de salários nos prestadores de serviços e a subida generalizada de preços que só agora esta a atenuar.

Veja aqui o ranking das maiores seguradoras de saúde em 2023.

 

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