Costa rejeita “calendários artificiais” para alargamento e quer UE restruturada
O presidente do Conselho Europeu considera que, a "cada dia, é mais difícil para a população dos países dos Balcãs Ocidentais acreditar" que um dia o alargamento "vai ser concluído".
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, rejeitou “calendários artificiais” para o alargamento da União Europeia (UE), exigindo um bloco comunitário reestruturado para acolher assim que possível os próximos países, nomeadamente os dos Balcãs Ocidentais.
“Eu não acredito em calendários artificiais. A questão mais importante é o compreender que o tempo é curto e há um sentido de urgência”, disse António Costa em entrevista ao European Newsroom, projeto que agrega as principais agências de notícias europeias, incluindo a Lusa.
O presidente do Conselho Europeu considerou que, a “cada dia, é mais difícil para a população dos países dos Balcãs Ocidentais acreditar, de facto, que um dia este processo vai ser concluído”.
“Eu não sei se vai ser no próximo ano, daqui a três ou quatro anos”, comentou, acrescentando que o mais importante é pensar “no que tem de ser feito” para lá chegar.
“Por isso falei neste sentido de urgência. Se concluirmos o quanto antes as nossas reformas, preenchermos todos os critérios, poderemos concluir o quanto antes o processo com cada parceiro dos Balcãs Ocidentais”, completou o ex-primeiro-ministro português, que iniciou funções no dia 1 de dezembro de 2024.
A um dia da quinta cimeira entre a UE e os países dos Balcãs Ocidentais, António Costa olhou para o “longo processo” para incluir no bloco político-económico seis dos países dos Balcãs Ocidentais. O Kosovo é uma “situação muito específica”, uma vez que há cinco dos 27 países da UE que não o reconhecem.
Ainda assim, reconheceu o presidente do Conselho Europeu, houve avanços, nomeadamente o fim da necessidade de um visto para cidadãos kosovares circularem nos países da União Europeia. Para a cimeira de quarta-feira, António Costa considerou que o importante é “dar uma ideia clara de que há um compromisso real”, que “assegure um alargamento gradual” que apazigue a ânsias dos cidadãos e apresente uma ideia concretizável.
Considerando que países como o Montenegro, a Sérvia, a Macedónia do Norte e outros avançaram no processo, o presidente do Conselho Europeu insistiu que para concluir o processo são necessárias “condições propícias”, que requerem reformas de um lado e do outro — alinhando a sua posição com a da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
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