CTT admitem expandir entregas a mais países europeus
A compra da Cacesa pelos CTT aproxima a empresa portuguesa de potenciais novos mercados na Europa ao nível das entregas. Mas ainda é "cedo", diz o CEO dos Correios.
A compra da Cacesa pelos CTT CTT 3,30% aproxima a empresa portuguesa de alguns mercados europeus onde poderá, no futuro, vir a fazer entregas de encomendas. O grupo anunciou esta madrugada a aquisição do operador espanhol de desalfandegamento de encomendas por 104 milhões de euros, que é líder de mercado em Espanha e está presente em mais de 15 geografias, numa transação ainda sujeita à aprovação regulatória.
Num encontro virtual com jornalistas esta quarta-feira, poucas horas depois de ter sido anunciada a compra, o presidente executivo dos CTT mostrou-se muito satisfeito com a aquisição, comentando: “Olhamos com muito interesse para as opções que nos dão a presença da Cacesa em vários países na Europa, porque acaba por ser uma forma de ir olhando para outros mercados em que poderemos estar presentes, nomeadamente a entregar.”
Admitindo que os CTT gostariam de “crescer em last mile” — o termo técnico para referir as entregas –, o gestor escusou-se, contudo, a dizer quais desses países são mais interessantes para uma futura expansão do negócio das entregas: “Não vou responder. Para já, é cedo, não estamos aí. Temos um caminho enorme de crescimento na ibéria e vai depender muito das oportunidades.” Mas salientou que “a própria Cacesa tem vindo a instalar-se noutras geografias”.
Além de Espanha, a Cacesa está presente em mercados como França, Reino Unido, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Polónia, Hungria e Turquia, operando também em Itália através de parceiros. A empresa está também a iniciar operações na Roménia e Marrocos (ver mapa).
“Esta aquisição ajuda-nos a crescer na Península Ibérica, [nomeadamente] em Espanha, porque em Portugal a nossa posição já é muito elevada”, explicou o presidente executivo dos CTT, João Bento. “Estamos a tentar cobrir toda a cadeia de valor do comércio eletrónico, centrados muito nas entregas, também na armazenagem e preparação — o chamado fulfillment —, e desalfandegamento, com [a compra do] maior operador de Espanha e o maior, de longe, de desalfandegamento de comércio eletrónico”, explicou.
Os investidores estão a aplaudir a compra, com as ações dos CTT a subirem 3,30% na bolsa de Lisboa por volta das 13h05, no rescaldo do anúncio desta transação. Os títulos valiam 4,69 euros a essa hora.
(Notícia atualizada pela última vez às 13h05)
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