Formação de imigrantes para trabalhar no turismo arranca em janeiro

Escolas do Turismo de Portugal vão dar formação a imigrantes que queiram trabalhar no setor, num programa que arranca em janeiro. Formandos receberão bolsa mensal de 522,5 euros e apoio à deslocação.

O programa de formação dos imigrantes que queiram trabalhar no setor turismo – que o Governo anunciou como uma das medidas para “acelerar a economia” – vai arrancar já em janeiro, indicou ao ECO fonte do Governo. Serão abrangidos cerca de mil trabalhadores, sendo que o protocolo entre o Turismo de Portugal, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) será assinado esta quarta-feira, dia 18 de dezembro, em Belém.

Entre as 60 medidas desenhadas pelo Governo no verão para impulsionar a economia nacional, estava já prevista a criação de um programa de integração e formação de migrantes e refugiados no setor do turismo, com vista a “melhorar as condições de integração” destas pessoas no país.

Segundo explicou o Executivo em julho, o programa implicará um investimento de 2,5 milhões de euros do orçamento do Turismo de Portugal, tendo, entretanto, o Ministério da Economia avançado ao Público que a formação estará a cargo das escolas do Turismo de Portugal.

Ao ECO, fonte do Governo explica agora que a formação – que terá a duração total de cerca de três meses, a que se soma um mês de estágio – não será apenas técnica e prática, mas incluirá também conhecimentos de línguas e formação sociocultural.

Os formandos terão direito a uma bolsa mensal com um valor correspondente ao Indexante dos Apoios Sociais, ou seja, 522,50 euros pagos pelo Turismo de Portugal. Terão também um apoio para os custos de deslocação, aponta a mesma fonte.

Os imigrantes interessantes sinalizarão junto da AIMA a sua disponibilidade, cabendo, depois, a esta agência transmitir essa informação ao Turismo de Portugal.

Já a CTP ficará com a responsabilidade de identificar as empresas do setor que estão abertas a promover estágios destinados a estes trabalhadores. Importa notar que em causa estão estágios remunerados, mas, neste caso, os custos ficarão a cargo das próprias empresas.

No verão, a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares (AHRESP) tinha defendido, em declarações ao ECO, que as escolas profissionais (além das escolas do Turismo de Portugal) também deveriam fazer parte deste programa, para que pudesse “haver maior cobertura geográfica”.

Na altura, Ana Jacinto sublinhou também que os mil imigrantes abrangidos representam “um bom começo”, mas um número insuficiente face aos milhares de mãos que estão em falta no setor turístico.

“A necessidade de trabalhadores para as nossas atividades é de várias dezenas de milhares, e, por isso mesmo, mil trabalhadores são muito importantes, mas não são, de todo, suficientes”, afirmou a responsável. A AHRESP referiu estarem em falta 40 mil trabalhadores na restauração e hotelaria, ainda na primavera deste ano.

A falta de mãos tem sido transversal a toda a economia portuguesa nos últimos anos, mas o turismo tem sido um dos setores mais afetados. Por ter sido um dos mais afetados pela pandemia (e pelas restrições que lhe ficaram associadas), este setor viu partir muito talento para outras atividades, queixando-se agora de sérias dificuldades no recrutamento. O acolhimento de mão-de-obra imigrante tem sido uma das soluções adotadas. Mas há desafios, como a formação e a barreira linguística.

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