Comissão de inquérito à Efacec toma posse a 15 de janeiro. Saiba quais as 15 questões que os deputados querem esclarecer
A comissão parlamentar de inquérito à Efacec já é oficial. Veja as 15 questões que os deputados querem apurar.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o que se passou na nacionalização e privatização da Efacec deverá tomar posse a 15 de janeiro, apurou o ECO. Os deputados têm até dia 7 de janeiro para entregar ao presidente da Assembleia da República os nomes que propõem para a referida comissão.
As regras que definem o regime jurídico dos inquéritos parlamentares definem que Aguiar Branco ouve a Conferência dos Representantes dos Grupos Parlamentares, para fixar o número de membros da comissão, que deve ser proporcional à representatividade dos grupos parlamentares. Os partidos têm até dia 7 de janeiro para entregar ao presidente da AR a lista de deputados que gostariam de ver integrar a CPI. E depois de ouvida a Conferência de Líderes, a comissão deverá ser empossada a 15 de janeiro.
A proposta da Iniciativa Liberal para criar mais uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o que se passou na nacionalização e privatização da Efacec foi aprovada no início de dezembro apenas com os votos contra do Partido Socialista. Mas também foi aprovada a proposta do PCP para acrescentar mais pontos ao caderno de encargos da comissão.
Mas afinal o que querem os deputados saber em mais esta comissão de inquérito?
De acordo como a resolução da Assembleia da República publicada esta quinta-feira em Diário da República, há 15 pontos que os deputados querem ver esclarecidos na comissão parlamentar de Inquérito à tutela política da gestão do grupo Efacec:
- “Avaliar o exercício e as responsabilidades das tutelas políticas envolvidas na gestão das empresas do Grupo Efacec (Efacec Power Solutions e empresas subsidiárias) desde o processo conducente à nacionalização da empresa em 2020 até à data de conclusão do processo de privatização.”
- “Escrutinar as decisões de gestão tomadas desde a nacionalização e de que forma essas decisões conduziram à queda de receitas, perda de fornecedores e quadros qualificados que ocorreram nesse período.”
- “Esclarecer o envolvimento dos decisores públicos, como a Parpública ou o Banco Português de Fomento, na tomada de decisão nas empresas do Grupo Efacec.”
- “Clarificar as razões do atraso em todo o processo de venda, atendendo a que, ainda em 2020, enquanto procedia à nacionalização, o Governo comprometeu-se a reprivatizar a empresa no mais curto intervalo de tempo possível.”
- “Esclarecer quais serão, no total, os encargos para os contribuintes assumidos pelo Estado português com a Efacec, desde os fundos injetados de 390 milhões de euros aos apoios indiretos que não sejam ainda do domínio público e que venham a ser concedidos à entidade compradora.”
- “Avaliar a forma como foram utilizados os fundos injetados pela Parpública desde 2020 e os mecanismos que levaram à sua injeção.”
- “Esclarecer os critérios e processo de decisão que levaram à escolha da Mutares como melhor candidata à privatização da Efacec, assim como a eliminação de outros candidatos.”
- “Esclarecer todo o processo de negociação com a Mutares desde que a Best And Final Offer foi submetida até às condições finais que vigoraram no fecho do negócio.”
- “Esclarecer que análises custo-benefício foram realizadas para justificar cada passo no processo desde a nacionalização.”
- “Esclarecer o exercício e as responsabilidades da gestão do Grupo Efacec realizada pelos grupos acionistas MGI Capital, SGPS, S. A. (Grupo José de Mello e Grupo Têxtil Manuel Gonçalves), e Winterfell 2 Limited.”
- “Apurar as causas e a real situação financeira do Grupo Efacec anterior ao momento da publicação do Decreto-Lei” de nacionalização “da participação social detida pela Winterfell 2 Limited na Efacec Power Solutions.”
- “Esclarecer o papel e as decisões da banca e de outros credores do grupo antes e após a publicação do Decreto-Lei” da nacionalização.
- “Apurar a atual situação da empresa e os acordos celebrados entre o Estado e o comprador da Efacec.”
- “Apurar os impactos das sucessivas decisões de gestão nos trabalhadores do Grupo Efacec.”
- “Apurar as consequências para os trabalhadores da Efacec decorrentes da última privatização do Grupo em 2023 e os impactos desta decisão no aparelho produtivo nacional, designadamente nos setores industriais, de energia, transportes, engenharia, ambiente e outros.”
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