Confiança dos consumidores norte-americanos atinge máximos de sete meses e dos europeus volta a cair
O índice da Universidade de Michigan revela o maior nível de confiança entre os norte-americanos desde abril, enquanto a Comissão Europeia regista a queda da confiança dos europeus pelo segundo mês.
A confiança dos consumidores nos EUA registou uma nova subida em dezembro, marcando o quinto mês consecutivo de melhoria, ao mesmo tempo que atingiu o valor mais elevado desde abril de 2024, segundo os dados mais recentes do índice da Universidade de Michigan divulgados esta sexta-feira.
Joanne Hsu, diretora do departamento responsável pelos inquéritos da Universidade de Michigan, destaca ainda um crescimento de 32% nas condições de compra, que foram “impulsionados pela expectativa de aumentos futuros nos preços dos bens duráveis”, destaca a especialista em comunicado.
Os dados divulgados pela Universidade de Michigan apontam também para diferenças nas expectativas económicas entre diferentes “grupos políticos”, que se revela numa subida entre os republicanos, uma descida entre os democratas e numa estabilização entre os independentes.
No entanto, Joanne Hsu refere que, “de forma geral, os consumidores acreditam que a economia melhorou consideravelmente com a desaceleração da inflação, mas não sentem que estão a prosperar.” O sentimento atual encontra-se “aproximadamente a meio caminho entre o mínimo histórico alcançado em junho de 2022 e os níveis pré-pandemia”, refere ainda a especialista.
Num ciclo bem diferente dos norte-americanos estão os consumidores europeus, com o seu nível de confiança a registar a segunda correção mensal consecutiva em dezembro. Segundo a estimativa provisória da Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia divulgada esta sexta-feira, o indicador de confiança dos consumidores diminuiu 1 ponto percentual na União Europeia 0,7 pontos percentuais na área do euro.
“Com -13,4 (UE) e -14,5 (zona euro) pontos percentuais, a confiança dos consumidores desceu pelo segundo mês consecutivo, situando-se ainda mais abaixo da sua média de longo prazo”, destaca a Comissão Europeia em comunicado.
Expectativas de inflação preocupam norte-americanos
Apesar das melhorias gerais no sentimento económico, as expectativas de inflação voltaram a subir entre os consumidores norte-americanos. As projeções para o próximo ano aumentaram de 2,6% em novembro para 2,8% em dezembro, marcando a primeira subida mensal desde maio. Este valor mantém-se dentro do intervalo pré-pandemia (2,3%-3,0%), mas sinaliza uma inversão da tendência recente.
Por outro lado, as expectativas de inflação a longo prazo recuaram ligeiramente para 3%, um nível ainda elevado em relação ao período pré-pandemia. “As expectativas de inflação para o próximo ano subiram para 2,8%, o valor mais alto em seis meses”, refere Joanne Hsu, sublinhando ainda que as expectativas a longo prazo “desceram modestamente para 3%, permanecendo ligeiramente elevadas”.
O aumento na confiança dos consumidores espelhado pelo índice da Universidade do Michigan foi acompanhado por uma perceção estratégica sobre compras. Muitos norte-americanos acreditam que adquirir bens duráveis no presente pode evitar custos mais altos no futuro.
Este comportamento reflete uma preocupação contínua com a inflação e sugere que as decisões económicas pessoais estão fortemente influenciadas pelas condições macroeconómicas. Ainda assim, Joanne Hsu alerta que “os consumidores continuam a expressar frustração com os preços elevados” e que muitos não se sentem completamente aliviados pela desaceleração da inflação.
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