Crescimento económico faz despesa pública baixar para 42,3% do PIB em 2023

Apesar do aumento nominal de 5,2% do valor nominal, a despesa pública fixou-se nos 42,3% do PIB em 2023, que compara com um rácio de 44,1% no ano anterior.

A despesa pública em Portugal alcançou os 112,4 mil milhões de euros em 2023, o equivalente a 42,3% do Produto Interno Bruto (PIB) e menos 1,8 pontos percentuais face aos 44,1% registados em 2022. Segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), ficou também abaixo da média de 50% dos países da Zona Euro.

O decréscimo deste rácio para os níveis registados em 2019 é explicado por um crescimento da economia mais robusto, dado que, em termos nominais, a despesa pública aumentou 5,2% face ao ano anterior, ou cerca de 5,5 mil milhões de euros.

Despesa pública de Portugal e da Zona Euro desde 2011 até 2023

“O aumento da despesa pública, em linha com os anos anteriores, resultou do comportamento crescente das suas principais rubricas, observando-se crescimentos nas remunerações (7,6%), no consumo intermédio (5,1%) e nas prestações sociais (3,4%)“, refere o INE em comunicado.

“As remunerações pagas cresceram 7,6%, refletindo as atualizações salariais e valorizações remuneratórias que ocorreram em 2023 (segundo dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público – DGAEP, o emprego no setor das AP aumentou apenas 0,4% face a 2022)”, refere o INE.

No que concerne às pensões sociais, que aumentaram 3,4%, a sua principal componente (71%) corresponde às pensões pagas que cresceram 5,7%, “refletindo o encargo com pensões enquadradas no regime geral de Segurança Social e no regime de proteção social convergente da Caixa Geral de Aposentações (CGA), associado à atualização automática e intercalar de pensões, bem como o aumento dos encargos associados à generalidade das prestações sociais suportadas pela Segurança Social.”

Os números espelham também que as prestações sociais continuam a ser a maior fatia da despesa pública, representando 41,2% do total. Seguem-se as remunerações com 24,7% e o consumo intermédio com 12,5% do bolo total.

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O investimento público, embora tenha representado apenas 6% da despesa total, aumentou 17%, atingindo 6,8 mil milhões de euros, impulsionado principalmente pelos projetos financiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), e depois de em 2022 ter aumentado 3,4%.

O INE destaca também que “os encargos com rendimentos de propriedade (que correspondem sobretudo a juros pagos) inverteram a
tendência decrescente registada desde 2015, tendo aumentado 23,3% face a 2022, motivados pelo aumento das taxas de juro.”

Aliás, o INE refere mesmo que Portugal registou, em 2023, um dos valores mais altos no peso dos juros pagos no PIB (2,2%), sendo ficado acima da média dos países da Zona Euro (1,7%), e sendo apenas ultrapassado por Espanha, Grécia e Itália.

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Metade do investimento publicitário no primeiro trimestre foi de 32 anunciantes

O meio de eleição destes 32 anunciantes foi a TV, que recolheu 95,1% do investimento. Oito anunciantes foram responsáveis por mais de um quinto (20,8%) do investimento publicitário.

Cerca de metade (50,4%) do investimento publicitário do primeiro trimestre de 2024 foi realizado por apenas 32 anunciantes. A análise, feita com preços de tabela, é da MediaMonitor, do grupo Marktest.

O maior anunciante do primeiro trimestre do ano foi o Modelo Continente, tendo sido responsável por um share of voice de 3,4% face ao total do mercado publicitário de televisão, rádio, imprensa, outdoor e internet. A insígnia da MC foi também o maior anunciante do mês de março.

Já o Ediclube ocupa a segunda posição, com o mesmo share of voice, tendo sido o maior anunciante no primeiro mês do ano. Seguem-se o Lidl e Unilever Fima, com a mesma quota de investimento de 2,4%. A Procter & Gamble, a Nos Comunicações (maior anunciante de fevereiro), a Vodafone e a McDonald’s – todos com 2,3% de share of voice – completam a lista dos maiores anunciantes dos primeiros três meses do ano.

Em conjunto, estes oito anunciantes foram responsáveis por mais de um quinto (20,8%) do investimento publicitário feito no primeiro trimestre. Se a estes se juntar mais 24 anunciantes, é então obtida metade do mercado publicitário (50,4%).

Nestes 32 investidores publicitários incluem-se sete empresas da grande distribuição (com uma quota de 12,6% do mercado publicitário), sete do grande consumo (11,8%), quatro do setor automóvel (3,1%), três de telecomunicações (6,6%), duas de restauração (3,6%) e nove de outros setores (12,8%).

O meio de eleição destes 32 anunciantes foi a televisão, que recolheu 95,1% do investimento das marcas. No total do mercado, a televisão captou 88,9% dos montantes, enquanto a internet recolheu 5,1% e os restantes meios 6%.

Se a análise for feita aos 20 maiores anunciantes, estes responderam por 40,2% da publicidade, sempre a preços de tabela.

 

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Como a IA Generativa se prepara para revolucionar a banca

O valor de mercado global para tecnologias de IA generativa em instituições de serviços bancários e financeiros poderá chegar aos 100 mil milhões de dólares em 2032.

Nos bastidores da banca mundial, uma revolução silenciosa está em marcha. De acordo com um recente estudo da Bain & Company (B&C), mais de 80% dos bancos planeiam reformular as suas arquiteturas de dados nos próximos anos, impulsionados pelo potencial transformador da Inteligência Artificial (IA) generativa.

Com a capacidade de analisar e utilizar dados não estruturados, a IA generativa oferece conselhos financeiros altamente personalizados, adaptados a cada cliente individual, prometendo assim não só otimizar operações internas como também revolucionar a forma como os bancos interagem com os seus clientes.

Segundo dados da Global Market Insights, citados pelos responsáveis da B&C, o valor de mercado global para tecnologias de IA generativa em instituições de serviços bancários e financeiros poderá aumentar de 20 mil milhões de dólares em 2022 para mais de 100 mil milhões de dólares em 2032.

Para prosperar num futuro dominado pela IA, os bancos devem adotar uma abordagem estratégica detalhada, baseada em planeamento de cenários e numa compreensão profunda das prioridades dos clientes.

Mas não é apenas uma questão de eficiência e de exclusividade do setor bancário o uso de IA. Os cinco autores do estudo da B&C revelam que são muitas as equipas de marketing que já utilizam IA generativa para criar conteúdo personalizado a uma velocidade impressionante, produzindo centenas de anúncios em minutos; e que no setor de tecnologias de informação, “assistentes de codificação prometem aumentar a produtividade em até 50% em tarefas específicas, como a documentação de código”.

As perspetivas dos especialistas sobre o impacto da IA no setor bancário apontam para números igualmente transformadores. No plano do financiamento bancário a empresas, os bancos pioneiros estimam melhorias de eficiência em torno de 40%. “No entanto, como acontece com qualquer tecnologia nova ou evoluída, o sucesso não é um dado adquirido, e a IA generativa será mais eficaz no contexto mais alargado da estratégia empresarial e das capacidades tecnológicas mais amplas”, destaca a equipa liderada por Philipp Baecker, partner da B&C.

Os autores desta análise destacam ainda que, para tirar pleno proveito da IA generativa, os bancos precisam de ir além de provas de conceito isoladas e de desenvolver uma postura mais abrangente. “Isso requer uma estratégia sólida, começando pelo mapeamento dos casos de uso, seguida da expansão das capacidades analíticas de dados, da engenharia de um modelo operacional apropriado e da adição de uma arquitetura tecnológica adequada.”

Além disso, destacam que, para prosperar num futuro dominado pela IA, os bancos devem adotar uma abordagem estratégica detalhada, baseada em planeamento de cenários e numa compreensão profunda das prioridades dos clientes. “A execução eficiente dos casos de uso escaláveis e a capacidade de adaptação são essenciais.”

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“Olá pai, olá mãe”. PJ desmantela estrutura que criava milhares de burlas e apreende 32 mil cartões

  • Lusa
  • 14 Maio 2024

Polícia Judiciária apreendeu 32 mil cartões utilizados nas práticas criminosas. Além do detido, um cidadão estrangeiro de 38 anos, foram ainda constituídas arguidas a mulher e filha.

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta terça-feira que desmantelou uma estrutura que criava milhares de burlas informáticas “olá pai, olá mãe” e que deteve um homem suspeito dos crimes de burla qualificada, associação criminosa e branqueamento de capitais.

Em comunicado, a PJ explicou que na sequência da denúncia, recebida em janeiro, o Departamento de Investigação Criminal de Leiria fez diligências que permitiram “identificar coincidências e apensar mais sete inquéritos, notando-se a utilização massiva de números de telemóveis irrepetíveis, de operadoras nacionais, para a prática deste tipo de ilícito, o que espoletou alertas e obrigou ao recurso a meios especiais de obtenção de prova”.

De acordo com a PJ, além do detido, cidadão estrangeiro de 38 anos, foram ainda constituídas arguidas a mulher e filha daquele.

“No decorrer da operação, a PJ apreendeu 49 ‘modem’, que acoplavam 32 cartões SIM por aparelho, o que significava que operavam 1.568 cartões em simultâneo“, adiantou a PJ, assinalando que “esta capacidade, num primeiro momento, permitia a criação de milhares de contas, principalmente no WhatsApp, bem como a remessa/receção de mensagens na ordem dos milhares por dia, através da fraude ‘olá pai, olá mãe’ e outros fenómenos de burlas em ambiente digital”.

A PJ esclareceu que se registou “um padrão repetido com a utilização massiva de milhares de cartões, como se depreende da apreensão de 32 mil cartões já utilizados nas práticas criminosas”.

“Foi, também, identificada a interação com terceiros, em rede, sendo recolhida prova de suspeitos residentes num país do centro da Europa”, referiu a PJ, acrescentando que “as diligências de investigação identificaram o local onde estava montada a estrutura informática e de comunicações, no domicílio do detido”.

A PJ acredita que com esta operação é interrompida “a consumação, em território nacional e no estrangeiro, de milhares de burlas informáticas”.

O suspeito, detido na segunda-feira, vai ser presente a primeiro interrogatório judicial, para a eventual aplicação de outras medidas de coação.

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Três salas dos Cinemas Nos passam a ter apenas cinema português

  • Lusa
  • 14 Maio 2024

Em 2023 estrearam-se 47 filmes de produção portuguesa, que somaram 328.762 espectadores e 1,5 milhões de euros de receita de bilheteira, representando 2,1% das receitas e 2,7% da audiência total.

A exibidora Nos Lusomundo Cinemas vai dedicar três das 214 salas apenas ao cinema português, em Lisboa, Coimbra e Porto, para ajudar a subir a quota de mercado da produção portuguesa.

A Nos Lusomundo Cinemas é a maior exibidora cinematográfica portuguesa, com 40,4% das 530 salas do circuito comercial no país, tendo decidido que, a partir desta quarta-feira, três salas vão passar a exibir diariamente apenas cinema português.

Com essas três salas podemos estimular a que as pessoas venham, criem um hábito e saibam que naquele espaço têm sempre cinema português. Pode ser que se consiga trabalhar um público específico e crescer esta tal quota do mercado“, sublinhou o diretor-geral, Nuno Aguiar.

Nuno Aguiar diz que esta decisão é o contributo da Nos Lusomundo Cinemas para que o cinema português atinja “uma quota de talvez 10%” em número de espectadores e, consequentemente, em receitas de bilheteira.

Segundo os dados mais recentes do Instituto do Cinema e do Audiovisual, em 2023 estrearam-se 47 filmes de produção portuguesa, que somaram 328.762 espectadores e originaram 1,5 milhões de euros de receita de bilheteira.

Isto significa que o cinema português estreado em sala representou, em 2023, uma quota de 2,1% em receitas e 2,7% em audiência face ao panorama total dos filmes estreados no país, sendo das mais baixas quotas de mercado no espaço europeu.

O filme português mais visto em 2023 no circuito comercial português foi a comédia “Pôr do Sol: O Mistério do Colar de São Cajó”, de Manuel Pureza, com 118.671 espectadores.

A título de exemplo, em França, um dos países mais fortes do espaço europeu em matéria de cinema, os filmes franceses representavam 39,8% do mercado em 2023, totalizando 71,9 milhões de espectadores, segundo dados do Centro Nacional de Cinema e Imagem Animada.

Para o diretor-geral da Nos Lusomundo Cinemas, a opção de ter três salas de cinema retira a pressão comercial que existe noutras salas para o cinema português, pela quantidade de filmes que se estreiam em sala. Mas Nuno Aguiar rejeita que esta iniciativa se possa transformar num gueto.

Obviamente que isto não é limitador. Se houver cinema português que justifique ter muito mais salas, todos os filmes que o justificarem – aliás a maior parte dos filmes, pelo menos aqueles que tenham mais impacto nos espectadores – vão estrear em muito mais salas do que nestas três“, disse.

Questionado sobre o que é um filme português comercial e com “mais impacto nos espectadores”, Nuno Aguiar responde como exibidor.

“O cinema comercial é o cinema que faz 50.000 espectadores, 100.000. Se fizer mil ou menos, admito que os filmes sejam muito bons, mas em termos de exibição e comerciais não atraem tanto público. A perspetiva da qualidade da obra é outra. Como exibidor, é esta componente comercial, da quantidade de espectadores que consegue atrair, que tem interesse para nós”, disse.

Para o responsável, “o cinema português tem de se habituar a fazer pelo menos dois filmes por ano acima dos 200.000 espectadores e outros a fazer mais de 50.000“. “Senão nunca chegaremos aos 10% de quota de mercado”, disse.

Segundo a exibidora, a partir de quarta-feira os cinemas do Alvaláxia Shopping, em Lisboa, do Alma Shopping, em Coimbra, e do Alameda Shop & Spot, no Porto, passam a ter uma sala para o cinema português.

A abertura da iniciativa é marcada, na quarta-feira, em Lisboa, com uma sessão com três curtas-metragens portuguesas, sob o título “Entre Muros”, reunindo os filmes “2720”, de Basil da Cunha, “Corpos Cintilantes”, de Inês Teixeira, e “Natureza Humana”, de Mónica Lima.

A sessão, às 19h30, conta com as presenças dos autores, numa conversa moderada por António Brito Guterres.

Segundo a exibidora, a programação já planeada até setembro inclui filmes como “Cândido – O espião que veio do futebol”, de Jorge Paixão da Costa, as estreias de “O teu rosto será o último”, de Luís Filipe Rocha, “Camarada Cunhal”, de Sérgio Graciano, e “Mãos no Fogo”, de Margarida Gil. Conta ainda com as reposições de “Pátio das Cantigas” e “O pai tirano”.

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O mais importante é “sermos consumidores críticos da informação”, diz Pedro Domingos

  • Lusa
  • 14 Maio 2024

Especialista Pedro Domingos, que participa no congresso da APDC, defende a aposta na literacia digital e critica a maneira como a inteligência artificial está a ser regulada, em particular na Europa.

O professor de Ciências da Computação na Universidade de Washington, Seattle, Pedro Domingos, afirma, em entrevista à Lusa, que “não há nada mais importante” do que ser “consumidor crítico da informação”, numa altura em que a desinformação grassa.

Pedro Domingos é keynote speaker do primeiro dia do Congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), que arranca esta terça-feira em Lisboa, e onde abordará ‘Living in a future with AI’ [Viver num futuro com IA (Inteligência Artificial)]. A 33.ª edição do congresso tem como mote “40 years Futurizing”, no ano em que a associação comemora 40 anos de existência.

Não há nada mais importante hoje em dia como sermos consumidores críticos da informação e o papel dos cientistas, jornalistas e dos educadores é contribuir para isso”, afirma o académico, para quem a aposta na literacia digital é cada vez mais premente.

Sobre os riscos da inteligência artificial no aumento da desinformação, Pedro Domingos considera ser “uma ilusão” alguém olhar para a IA “como uma entidade em si própria”. “O que devemos ser capazes é ver através da inteligência artificial sobre quem a está a controlar” porque “o perigo não está” na IA.

De uma forma ilustrativa, o perigo “não está na metralhadora, está em quem tem a metralhadora nas suas mãos”. O importante é “perceber quem está a utilizar a inteligência artificial e para quê”, aponta o académico.

O vencedor do “SIGKDD Innovation Award”, o prémio mais prestigiado em data science (ciência de dados), e fellow da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial (AAAI) e autor do livro “Algoritmo Mestre”, admite que a inteligência artificial pode ser utilizada “e já está a ser utilizada para gerar informação”, o que “é mau”. Mas “o mundo já está cheio de desinformação mesmo sem inteligência artificial, as redes sociais estão cheias” disso.

Pedro Domingos destaca que “o grande papel” da IA na economia “é diminuir o custo da inteligência ou de alguns aspetos da inteligência”. Por muito que se gere desinformação, há uma capacidade finita das pessoas em reter e isso não vai aumentar, não esquecendo que também se pode “usar a inteligência artificial para combater a desinformação”.

Atualmente, “o papel da inteligência artificial é vastamente maior” que a capacidade de gerar, defende o especialista e professor. “Há milhões de pessoas a gerar desinformação e o que impede de passar” toda essa vastidão “é a inteligência artificial”, sublinha, concluindo que “o que precisamos é de mais e melhor inteligência artificial”.

Literacia digital é ponto essencial para se usar IA

O professor da Universidade de Washington discorda, no entanto, da maneira como a inteligência artificial está a ser regulada, vendo na literacia digital um “ponto essencial” nesta matéria. “A maneira como a IA está a ser regulada, de um modo geral, é completamente errada, em particular na Europa“, até porque “tem uma certa tradição de regulações disparatadas”, afirma o especialista em IA e machine learning.

Neste caso, aponta que “um dos erros é a questão da privacidade“. “O prisma certo é a partilha de dados, não é como é que eu projeto os meus dados dessas companhias maléficas que nos vão manipular, é como é que eu utilizo os meus dados para o máximo benefício para mim e para as causas em que eu acredito”, explica.

“É como pôr o dinheiro debaixo do colchão. Com o IA Act [regulação da IA] e o RGPD [Regulamento Geral sobre a Proteção da Dados] vamos manter os dados debaixo do ‘colchão'”, mas “eu quero investir os meus dados para o máximo benefício”, ilustra Pedro Domingos. E para isso é preciso que as pessoas percebam o que é a inteligência artificial e como podem tirar benefício dela.

A literacia digital é o ponto essencial disto tudo, falta, tem que haver mais“, insiste o académico, referindo que estão a ser dados passos nesse sentido, mas “é preciso acontecer muito mais e acontecer mais rapidamente”.

Para Pedro Domingos, “da mesma maneira que as pessoas têm de saber fazer somas e multiplicações, ler e escrever, devem também funcionar com inteligência artificial”. “É preciso haver uma consciencialização das pessoas para estas coisas”, até porque a IA “está em desenvolvimento muito rápido” e é preciso compreender como se pode trabalhar com esta ferramenta e perder os receios de utilizá-la.

“O medo tem um papel importante”, mas é preciso as pessoas verem as oportunidades e estarem preparadas para não serem manipuladas, adverte.

E como é que se aposta na literacia digital? “Tem de haver várias coisas, é preciso haver formações nas escolas, é preciso life long learning [aprendizagem ao longo da vida]“, elenca.

Até porque as pessoas têm de se habituar “à ideia de que vão continuar a aprender a vida toda, incluindo a Inteligência Artificial”, defende Pedro Domingos, reforçando que a IA vai continuar a evoluir até, muitas vezes, em formas que ninguém é capaz de prever.

“A minha atitude enquanto trabalhador é: ‘Eu daqui a três anos se calhar vou continuar a fazer o meu trabalho, mas de uma maneira diferente, tenho que aprender” e “parte disso pode ser formação nas empresas”, mas as universidades e as instituições internacionais “devem ser os nossos parceiros para a educação para a vida inteira”.

Admite que vai haver pessoas para quem estas soluções não funcionam, mas Pedro Domingos recorda que a utilização da IA tem vários níveis e todos a usam sem o saber, como é o caso dos motores de pesquisa, por exemplo.

É preciso questionar como se quer o futuro e depois “inventá-lo”

Questionado como vê o futuro daqui a exatamente 40 anos, pegando no mote do evento, o especialista em IA e machine learning afirma que “vai ser bastante difícil”, mas que melhor que o prever “é inventá-lo”, citando uma frase conhecida para referir que “isto é mesmo verdade”.

Ou seja, “a primeira pergunta que devemos fazer não é como vai ser o futuro, mas como é que queremos que o futuro seja. E, depois, cabe-nos inventá-lo e fazê-lo acontecer“, porque “a tecnologia é um instrumento da vontade humana, nem mais, nem menos”, enfatiza.

Para Pedro Domingos, “o estado da ciência determina o que é possível”. Depois “compete-nos decidir o que acontece, podemos ver em várias áreas o que achamos que podemos fazer com a inteligência artificial, quais são as coisas más, e depois há sempre uma interação inteligente entre os tecnologistas — pessoas que sabem desenvolver a tecnologia — e o resto da sociedade”.

Isto porque “estamos a entrar numa fase na inteligência artificial em que não é suficiente só os informáticos, profissionais de IA a controlarem a IA. É uma receita para maus resultados” e também não pode ser só para grupos que já estão bem organizados para intervenção, para fazerem prevalecer a sua agenda, prossegue.

O que é preciso é que cada um de nós saiba como é que quer utilizar a IA, como é que posso utilizar no meu emprego, na minha vida privada, quais são os meus interesses e como é que eu posso intervir na inteligência artificial para os promover“, salienta o académico.

A função dos engenheiros não é imbuir os sistemas dos seus valores, é tornar mais fácil a qualquer pessoa e a qualquer sociedade imbuir a inteligência artificial dos seus valores, sublinha, assinalando que os valores em Portugal são uns, nos EUA são outros, como na Índia e China são diferentes.

Para além disso, a noção de “bem” para uma determinada sociedade não é igual para outra e isso é algo que tem de ser discutido, segundo o responsável, abertamente. “É um debate que tem de haver”, defende, acrescentando que deve ser evitada uma visão maniqueísta: “Para diferentes pessoas o bem e o mal são coisas muito diferentes”.

“Na minha profissão — como em outras — as pessoas estão preocupadas em perder o emprego” por causa da inteligência artificial e a questão não é essa, mas “como é que eu utilizo a IA para fazer melhor o meu trabalho” porque “se eu não fizer alguém vai fazer”, aponta.

Não se trata do “Homem contra a máquina, é o Homem com a máquina contra o Homem sem a máquina, e não há dúvida quem vai ganhar”, diz. Com a inteligência artificial, “as partes mais rotineiras do meu trabalho podem ser automatizadas e as partes mais criativas, que precisam de uma compreensão mais profunda, continuam a ser feitas por mim”, argumenta, referindo que a IA “é uma ferramenta” e “as ferramentas utilizam-se”.

Além disso, a inteligência artificial “não é um agente, é uma vasta gama de coisas que podemos utilizar para alargar a maneira como se faz as coisas e depois escolher as melhores”, diz, criticando o alarmismo que existe em volta da IA.

De uma forma ou de outra, a utilização da IA já existe há muito tempo, apesar de grande parte das pessoas não dar por isso. Por exemplo, “hoje em dia, de longe, o maior papel da IA no mundo são os sistemas de recomendação” porque “escolhem o que o motor de pesquisa nos dá, os filmes que eu vejo na Netflix, a música”, entre outros.

E há duas maneiras de o fazer: um algoritmo que é o mesmo para todos — e isso “é um desastre porque mata a diversidade da sociedade e a robustez” — e o outro é haver personalização. “Grande parte dos algoritmos de inteligência artificial que existe atualmente tiveram uma fase em que foram treinados num conjunto de dados” que as empresas obtiveram, “mas que depois, na fase de deployment, não estão a aprender” mais, diz.

Para se errar menos, “é preciso, por um lado, os algoritmos melhorarem — ainda não são tão bons como o cérebro humano — e depois é preciso terem dados e haver interação — o controlo todo da IA está nas mãos da companhia, [quando] devia estar mais nas minhas mãos“, salienta. Por exemplo, um utilizador de uma rede social poderia ter o poder de pedir para que esta não lhe apresentasse mais informação sobre um determinado assunto.

Questionado sobre quem vai na frente nesta corrida, os EUA ou a China, Pedro Domingos refere que esta é uma “guerra com múltiplas frentes”. De uma forma geral, “os EUA ainda estão à frente da China, há áreas específicas em que a China já está à frente, mas nas áreas em que a América está a frente a China está a melhorar mais rapidamente“, sob pena de ultrapassar Washington.

Agora, “a América já começou a acordar para esta realidade” e em áreas “como large language models [modelo de linguagem grande] e ChatGPT”, os EUA estão à frente, diz.

Cada país tem a sua cultura e isso tem pontos fortes e fracos em relação à IA. Por exemplo, há quem diga que um ponto forte da China é que só um país grande tem muitos dados, os algoritmos podem aprender mais e ter modelos. “Creio que na realidade não é assim tão importante, porque têm mais dados e menos preocupações com a privacidade, mas são dados menos diversos. E na aprendizagem — entre os dados da China e os da Europa — eu preferia os da Europa porque é metade das pessoas, mas tem mais diversidade”, conclui Pedro Domingos.

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Distribuição de informática: GreenFever

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  • 14 Maio 2024

A GreenFever apresenta-se ao ECO como o parceiro certo para as empresas. Distribuição informática de produtos novos e recondicionados.

O mundo da tecnologia tem vindo ao longo dos anos a ser cada vez mais determinante para a eficácia e eficiência das operações das Empresas Portuguesas. Assim, encontrar um parceiro confiável neste setor é essencial para garantir o sucesso da indústria portuguesa e também impulsionar a sua produtividade. É neste nicho que a empresa do Porto, GreenFever, presente no mercado da Distribuição Informática há 15 anos posiciona-se, oferecendo uma vasta gama de produtos informáticos novos e recondicionados para revendedores e sub-distribuidores a nível Nacional e Internacional.

A GreenFever e a Distribuição de Informática

“Desde o ínicio, em 2008 onde estavamos a operar numa pequena loja, sempre tivemos a ambição de sermos conhecidos a nível nacional no segmento de revenda de informática. Todos os anos demos um passo para alcançar esse objetivo, e assim, passados 15 anos encontramo-nos como uma empresa que é reconhecida tanto a nível Nacional como a nível Internacional. Em 2018 o passo para o palco europeu deu à GreenFever a experiência que era necessária de saber lidar com todo o tipo de players neste segmento, adaptamo-nos, crescemos e cimentamos o nosso negócio em parcerias de venda e fornecimento, um pouco por todos os continentes. Hoje, com orgulho, temos o prazer de contar com mais de 4000 parceiros em Portugal ligados direta ou indiretamente à informática, e cerca de 500 a nível Europeu que nos confiam para ajudar os seus negócios a crescer em parceria mútua, no fornecimento de Produtos Recondicionados e Novos”, destaca ao ECO o CEO da GreenFever, Tiago Moreira.

Distribuição Informática: Presença Internacional

A empresa do norte, não se limita ao mercado português, como explica Tiago Moreira, ” a nossa presença internacional permite-nos lidar com clientes em diversos países, adaptando-nos às necessidades específicas de cada mercado. Este alcance global é uma prova da nossa capacidade de fornecer produtos de alta qualidade e um serviço excepcional, independentemente da localização dos nossos clientes. Desde 2018 que temos vindo a participar em feiras tecnológicas de renome, como a IFA e a Cebit, ambas na Alemanha, e estando presentes nestas realidades fez-nos crescer muito, e aprender com visões universais neste segmento de mercado”.

Produtos Recondicionados: Qualidade e Confiança

Como líderes no segmento de fornecimento de produtos recondicionados a GreenFever entendeu que as necessidades das empresas variam. Por isso, “desde cedo começamos a apostar bastante no segmento de recondicionados, ainda no tempo em que este termo era desconhecido e que os clientes ainda achavam que produtos que já foram usados não lhes beneficiaria em nada, hoje em dia somos líderes na distribuição a nível nacional deste segmento de produtos, incluindo portáteis recondicionados, iPhones, computadores, monitores, entre outros”. Tiago Moreira ainda acrescenta que, “cada produto recondicionado passa por um rigoroso processo de recondicionamento interno, garantindo que apenas produtos Grade A cheguem aos nossos clientes”.

O Processo de Recondicionamento

Assim, Tiago Moreira explica ao ECO que “o processo de recondicionamento da GreenFever é central para a nossa qualidade, todos os produtos passam por várias etapas de recondicionamento estético e técnico para garantir desempenho e fiabilidade. Focamo-nos na melhoria contínua e no suporte ao cliente, destacando sempre o nosso serviço prestado. Em 2024, quando muitos priorizam preço, a GreenFever valoriza a parceria de sucesso e o resultado obtido pelos nossos parceiros”.

Sustentabilidade e Responsabilidade Ambiental

A sustentabilidade é um valor central para a GreenFever, e segundo o CEO, “ao promover a reutilização de equipamentos informáticos, contribuímos para a redução de resíduos eletrónicos e para a conservação de recursos naturais. A nossa abordagem à sustentabilidade não só beneficia o meio ambiente, mas também oferece vantagens económicas significativas para os nossos clientes”.

O Futuro dos Recondicionados

A aceitação dos produtos recondicionados tem visto um crescimento exponencial. Este aumento é impulsionado pela maior consciência dos consumidores sobre as questões ambientais e pelo desejo de opções tecnológicas mais acessíveis. “Prevemos que o mercado de recondicionados continue a expandir, e com a GreenFever pronta para liderar essa evolução, iremos continuar comprometidos com a inovação interna de processos e a excelência. Planeamos expandir ainda mais a nossa oferta de produtos e melhorar ainda mais os nossos serviços, mantendo sempre o nosso foco na qualidade, e na satisfação do cliente. A nossa visão é continuar a ser o parceiro certo dentro do nicho de distribuição de informática, para revendedores e subdistribuidores.

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Agricultura regenerativa: fazer o bem, bem feito

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  • 14 Maio 2024

A BEL venceu o Premio Nacional de Agricultura 2022, na categoria Agricultura Sustentável, e ambiciona ser a empresa mais sustentável em Portugal, como explica o Diretor de Compras Eduardo Vasconcelos.

A BEL incorpora a sustentabilidade no seio do seu modelo de negócio, desde os seus fornecedores, como é o exemplo do leite e embalagens, passando pelo seu processo de fabrico, onde atua ao nível da energia, água, desperdícios e eficiência e indo até aos seus clientes, alterando processos de transporte e apresentação do produto.

Eduardo Vasconcelos, Diretor de Compras BEL Portugal

A BEL foi vencedora do Premio Nacional de Agricultura 2022 na categoria Agricultura Sustentável, um prémio com a chancela do Ministério da Agricultura, e tem como ambição ser a empresa mais sustentável em Portugal, do prado ao prato, pioneira em Agricultura Regenerativa com o objetivo de ter 100% dos produtores de leite em práticas de agricultura regenerativa em 2030.

Neste trabalho continuo por um modelo de negócio mais sustentável: ambiental, social e económico assume grande importância a compra do leite como principal matéria-prima e de onde vem a maior parte do impacto ambiental dos produtos da BEL.
É neste âmbito que a Agricultura Regenerativa é o pilar fundamental para reduzir as emissões na agricultura e se obter um produto mais natural e com maior rendimento para o agricultor.

A introdução correta dos animais que ajudam a alimentar os solos e a manter o ciclo normal da natureza, são medidas introduzidas pela BEL para alterar o modo de produção de leite

A Agricultura Regenerativa promove a melhoria da saúde dos solos, o aumento da biodiversidade e da autonomia na alimentação animal e a redução de fatores de produção externos, tal como: fertilizantes químicos e concentrados. E tudo isto através de práticas antigas, mas aplicadas com técnicas modernas, estudadas e comprovadas.
Estas práticas respeitam o ciclo natural da natureza, onde é necessário “alimentar” corretamente a vida nos solos, nomeadamente os microrganismos aí existentes, que serão responsáveis por promover o crescimento e resistência das plantas reduzindo as fertilizações químicas, por reduzir a erosão dos solos e por aumentar a capacidade de retenção de água.

As corretas correções do solo, sem excesso de qualquer tipo de nutriente, a introdução de diferentes tipos de forragens, que aumentam a resistência a pragas e permitem a captação de nutrientes a diferentes níveis de profundidade do solo, a baixa mobilização dos solos, que não destroem o ecossistema vivo existente e a introdução correta dos animais que ajudam a alimentar os solos e a manter o ciclo normal da natureza, são medidas introduzidas pela BEL para alterar o modo de produção de leite, obtendo-se um produto mais natural, com menos efeitos negativos no ambiente e mais eficiente para o agricultor, resultando num ecossistema mais resiliente, que beneficia desde o produtor até ao consumidor, e o Planeta agradece.

A BEL introduziu um novo modo de produção de leite, em que o foco principal passa a ser o solo, o único elemento que permite a produção e alimentos

Os resultados obtidos têm sido bastante promissores, com os produtores piloto comprometidos com estas novas técnicas de agricultura e bastante entusiasmados em torná-las efetivas e num novo modo de produção de leite. Em que o foco principal passa a ser o solo, único elemento que permite a produção e alimentos. A proteção dos microrganismos e ecossistemas que o integram são os responsáveis pelo crescimento de plantas saudáveis e resilientes. As plantas dão açucares aos microrganismos que por sua vez fornecem nutrientes às plantas, resultando num processo de simbiose perfeita que já existe na natureza há milhões de anos.

Estes produtores de leite têm verificado uma grande diminuição nos gastos de fertilizantes químicos, do aumento de forragens disponíveis para os animais e da saúde animal, o que lhes permite encarar o futuro com maior otimismo, sabendo que estão a fazer o bem, bem feito.

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Maiores famílias da bolsa de Lisboa ganham 638,6 milhões de euros em dividendos

  • ECO
  • 14 Maio 2024

O clã Soares dos Santos, que detém o grupo retalhista Jerónimo Martins, é quem vai receber a maior quantia de dividendos, num total de 231 milhões de euros.

As cinco maiores famílias acionistas da bolsa de Lisboa vão, em conjunto, ganhar mais este ano com os dividendos das participações que detêm. Segundo as contas do Jornal de Negócios, os clãs Soares dos Santos (Jerónimo Martins), Azevedo (Sonae e Nos), Amorim (Corticeira Amorim e Galp), Queiroz Pereira (Semapa e Navigator) e Mota (Mota-Engil) preparam-se para encaixar um total de 638,6 milhões de euros em remuneração acionista relativa aos lucros de 2023, mais 3% do que receberam no ano anterior.

O valor mais elevado vai ser encaixado pelos donos dos supermercados Pingo Doce. Através da Sociedade Francisco Manuel dos Santos, que detém a maioria do capital do grupo Jerónimo Martins, vai receber mais de 231 milhões de euros, em resultado de um dividendo de 0,655 euros por ação. Segue-se a família Queiroz Pereira, cuja holding Sodim lhe garante a maioria do capital da Semapa, com mais de 41,6 milhões em dividendos, a que acrescem quase 105 milhões de euros referentes à participação da Semapa na Navigator.

A família Azevedo vai receber um total de 146,5 milhões de euros, dos quais 59,8 milhões através da holding Efanor, dona da maioria do capital da Sonae; 67,4 milhões de dividendos da Nos, onde detém participações através da Sonaecom; e ainda 19,36 milhões da própria Sonaecom, que este ano decidiu também remunerar os acionistas.

Por sua vez, o clã Amorim vai receber 82,2 milhões de euros através da participação que a holding Amorim Energia detém na petrolífera Galp, e 98,5 milhões graças às duas participações na Corticeira Amorim. Finalmente, a família Mota, dona da maioria do capital da construtora Mota-Engil, tem direito a 15,7 milhões de euros em dividendos.

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Universidades do Minho e de Vigo apoiam investigação conjunta

Conheça os quatro projetos vencedores da primeira edição do concurso lançado pelas duas academias que visa incentivar a investigação desenvolvida por equipas conjuntas da euro-região Minho-Galiza.

Um projeto de doces tradicionais da Galiza e do Norte de Portugal enriquecidos com proteína de insetos ou a investigação do impacto de dois microplásticos nos solos agrícolas das duas regiões. Estes são alguns dos projetos conjuntos de investigadores das Universidades do Minho (UMinho) e de Vigo (UVigo) que vão receber apoio financeiro das duas instituições.

Foram selecionados quatro projetos, entre um total de 25 propostas apresentadas à primeira edição do concurso lançado pelas duas academias ibéricas, com o objetivo de apoiar a investigação desenvolvida por equipas conjuntas da euro-região Minho-Galiza.

Os vencedores vão receber 90 mil euros, divididos em partes iguais entre as duas universidades. Os projetos incidem nas áreas do Direito, Ciências da Terra, Biotecnologia Industrial e Alimentar. Nesta última vertente destacou-se o Prodoce, um projeto de doces tradicionais da Galiza e do Norte de Portugal enriquecidos com proteína de insetos.

A investigação será desenvolvida pelos grupos Biosystems da UMinho e BiotecnIA da Universidade de Vigo. “Esta proposta surge do crescente interesse manifestado por organizações como a FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] e a União Europeia em incorporar novos alimentos que ajudem a cobrir o aumento da procura alimentar que se espera para os próximos anos”, refere a UMinho num comunicado.

Um outro projeto que vai receber financiamento chama-se EnvAgro e vai debruçar-se sobre o papel de dois microplásticos como transportadores de contaminantes e o seu impacto, a longo prazo, na fertilidade dos solos agrícolas da Galiza e do Norte de Portugal. Este projeto é coordenado por Luís Miguel Gonçalves, do Cento de Ciências da Terra da UMinho, e Andrés Seijo, do Instituto de Agroecologia e Alimentação da UVigo.

Universidade do MinhoUMinho

Outro projeto vencedor nesta primeira edição “procura a validação de biossurfactantes prebióticos produzidos por bactérias lácticas para aplicações dérmicas – ValBioDerm”, descreve a organização. Coordenado pelos investigadores Xanel Vecino Bello da Cintecx, da instituição da Galiza, e Lígia Rodrigues, do Centro de Engenharia Biológica da universidade minhota, este projeto visa a melhoria das propriedades desta solução face aos surfactantes químicos comummente utilizados na formulação de produtos cosméticos.

Já as investigadoras Margarida Oliveira Santos do centro JusGov da UMinho e Raquel Fernández González da UVigo vão analisar os problemas que estão na origem da violência sexual exercida sobre mulheres, crianças e adolescentes. A equipa vai estudar “as principais medidas de atuação que podem ser adotadas numa perspetiva multidisciplinar, envolvendo os diferentes ramos do direito e outras áreas científicas, como psicologia, criminologia, economia e ciência política”, resume a UMinho.

Ainda no âmbito da colaboração entre as duas instituições, vão ser apoiadas duas candidaturas conjuntas da euro-região a projetos europeus: “vacina contra o idadismo através da comunicação e da arte”, de José Gabriel Andrade Júnior e Ana Belén Fernández Souto; e “robótica autónoma para construção, reabilitação e manutenção em edifícios”, de José Campos e Matos e Higinio González Jorge.

Há já algum tempo que investigadores de ambas as universidades participam em diversos projetos conjuntos, nomeadamente ao abrigo dos programas INTERREG e POCTEP.

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Novos veículos para limpeza de neve na serra da Estrela vão custar meio milhão de euros

  • Lusa
  • 14 Maio 2024

Para 2025 está prevista a aquisição de dois limpa-neves e para o ano seguinte a compra de uma retroescavadora, anunciou a Infraestruturas de Portugal (IP).

A Infraestruturas de Portugal (IP) vai investir nos próximos dois anos 510 mil euros em três veículos para o Centro de Limpeza de Neve da Serra da Estrela, informou o diretor do Centro e Norte, Francisco Miranda.

O responsável do Centro Operacional Centro e Norte da IP anunciou, durante a Assembleia Municipal da Covilhã, sessão em que participou para debater as acessibilidades à serra da Estrela, que para 2025 está prevista a aquisição de dois limpa-neves e para 2026 a compra de uma retroescavadora.

Segundo Francisco Miranda, atualmente as duas instalações, nos Piornos e no Sabugueiro, onde está a ser desenvolvido “um ótimo trabalho”, dispõem, além de 18 colaboradores, de nove limpa-neves, três rotativas, uma máquina giratória, uma retroescavadora e quatro viaturas de apoio.

O responsável disse sentir na opinião pública incompreensão sobre o trabalho feito na serra da Estrela e sobre os pareceres técnicos dados à GNR a propósito do encerramento de estradas, mas acrescentou que a prioridade é a segurança das pessoas e salientou a “ausência de mortos” e o reduzido número de feridos” registados.

“Da segurança, nós não abdicamos”, vincou o diretor do Centro e Norte da IP. Francisco Miranda alertou para as especificidades da Estrada Nacional 339, ao contrário de outras montanhas, que sobe até ao topo não apenas para lazer.

O responsável aludiu à proximidade da serra da Estrela ao mar, a menos de cem quilómetros em linha reta, e à inexistência de “qualquer barreira que salvaguarde dos ventos húmidos e ciclónicos do oceano”.

Francisco Miranda mencionou também a neve com um grau de densidade elevado, que dificulta a sua remoção e gela facilmente, os ventos frequentes na ordem dos cem quilómetros por hora, a acumulação significativa de neve e o vento e temperaturas baixas, que levam a que, logo após a passagem dos carros de limpeza, a neve seja arrastada novamente para a estrada e crie de imediato uma película de gelo na via.

O diretor da IP, organismo que gere as estradas de Portugal, referiu ainda que “a maioria dos condutores não tem correntes de neve ou não as sabe utilizar”, além da frequente falta de visibilidade na serra, devido ao nevoeiro, das mudanças bruscas do tempo, que não permitem deixar os carros subirem ao planalto superior sem a garantia de que depois as conseguem tirar de lá em segurança.

Francisco Miranda fez uma comparação com montanhas no estrangeiro onde existem estâncias de esqui, para concluir que as condições na serra da Estrela são singulares. “Não encontrei uma realidade idêntica lá fora”, afirmou o responsável.

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OpenAI dá voz e visão à nova versão do ChatGPT

  • Lusa
  • 14 Maio 2024

Novos recursos serão adicionados gradualmente ao ChatGPT, inicialmente texto e imagem para assinantes pagos. Apple e Google incorporam função que alerta utilizadores sobre possíveis rastreamentos.

A OpenAI apresentou esta segunda-feira uma nova versão do ChatGPT, que consegue manter agora conversas orais e fluidas com os utilizadores, em mais um passo em direção a assistentes de inteligência artificial (IA) ultrassofisticados.

Graças a um novo modelo, GPT-4o (“o” para “omni”), o ChatGPT será capaz de compreender texto, bem como som e imagens, e responder à escrita, por voz ou gerando imagens.

Estes novos recursos serão adicionados gradualmente ao ChatGPT, inicialmente texto e imagem para assinantes pagos, assim como para utilizadores gratuitos, com limites de uso.

A nova versão do “modo voz” deve chegar nas próximas semanas para os assinantes e irá permitir reproduzir discussões entre humanos de uma forma impressionante, noticiou a agência France-Presse (AFP).

Numa demonstração em vídeo ao vivo, o ChatGPT leu as emoções dos utilizadores nos seus rostos através de uma câmara de smartphone, guiou-os através de exercícios respiratórios, contou-lhes uma história e ajudou-os a resolver um problema de matemática.

Acima de tudo, os usuários podem interrompê-lo facilmente. “Você parece feliz. (…) Quer me dizer qual é a fonte de todo esse bom humor?”, perguntou a máquina a um engenheiro da OpenAI, que respondeu que estavam a mostrar ao público o quão “útil e fabulosa” ela é. “Oh, pare, você está a fazer-me corar”, respondeu a máquina.

No final de 2022, com o lançamento do ChatGPT, que gera conteúdo a partir de uma simples solicitação em linguagem quotidiana, a OpenAI colocou a IA generativa no caminho certo, uma revolução que apanhou todos os gigantes tecnológicos de surpresa. Desde então, as tecnológicas embarcaram numa corrida por ferramentas e assistentes de IA cada vez mais eficientes.

A Google deve apresentar as suas mais recentes inovações na terça-feira, enquanto a Microsoft, principal investidora da OpenAI, planeou um evento para os jornalistas e desenvolvedores na próxima semana.

O ChatGPT ainda está muito longe dos agentes de IA omniscientes, proativos e personalizados que as empresas prometem. Mas esta atualização impressionou ou preocupou os especialistas do setor.

“Fiquei impressionado com o quanto as manifestações antropomorfizam os modelos. Isso cria confusão e falsas expectativas”, realçou Jeff Boudier, da Hugging Face, à AFP. “As pessoas correm o risco de projetar qualidades nos modelos e de se tornarem emocionalmente apegadas. Não compreenderão porque é que os modelos podem criar informações falsas, nem saberão em que situações podem ou não confiar neles”, alertou o gestor de produto desta plataforma colaborativa e aberta de IA generativa.

A empresa OpenAI, inicialmente criada como um laboratório de investigação sem fins lucrativos, foi avaliada em cerca de 80 mil milhões de dólares (74 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), segundo o New York Times, durante uma venda de ações em fevereiro passado.

De acordo com o Financial Times, as suas receitas anualizadas rondam os 2 mil milhões de dólares (1,8 mi milhões de euros) desde dezembro de 2023.

Apple e Google incorporam função que alerta utilizadores sobre possíveis rastreamentos

Também esta segunda-feira, a Apple e a Google incorporaram nos seus sistemas operativos uma ferramenta que alerta utilizadores de iPhone e Android se alguém os estiver a rastrear através de um localizador sem fios ou Bluetooth.

De acordo com comunicado da Apple, o recurso, denominado “Deteção de localizador indesejado” ficou disponível a partir desta segunda-feira no sistema iOS 17.5 da Apple e em dispositivos Android 6.0+.

A ferramenta deteta se um dispositivo Bluetooth desconhecido se movimenta próximo ao utilizador durante um período de tempo e posteriormente envia um alerta com a frase “[Elemento] encontrado a mover-se com você”.

No caso do iOS, o próprio iPhone pode encontrar o ID de quem está a rastrear, emitir um som para ajudar a localizá-lo e aceder a instruções para desativá-lo.

A Apple classificou ainda a sua colaboração com a Google como “pioneira no setor”, sublinhando que oferece “instruções e boas práticas para fabricantes” que decidam incorporar funções de alerta de rastreamento indesejado nos seus produtos.

O novo recurso responde à polémica em torno dos sistemas de rastreamentos sem fios de ambas as empresas, como o AirTag da Apple, que visam encontrar objetos perdidos ou roubados mostrando a sua localização. No entanto, têm sido utilizados por vezes por criminosos para rastrear outras pessoas.

A Apple garante que empresas como Motorola ou Pebblebee comprometeram-se também a incorporar esta nova função nos seus aparelhos.

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