Hoje nas notícias: TAP, rendas e preço das casas

  • ECO
  • 24 Abril 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Tribunal de Contas devolveu 32 de 89 contratos remetidos para visto prévio pela TAP por já terem produzido efeitos, o que pode constituir uma infração financeira e dar multa. Associações pelo direito à habitação estão a receber vários relatos de senhorios que aumentaram as rendas acima dos limites legais. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

TAP pediu ao Tribunal de Contas visto para contratos já executados

A TAP já enviou pelo menos 89 contratos de despesa para visto prévio do Tribunal de Contas desde 2023, ano em que a administração da empresa reconheceu a obrigação legal que recai sobre as empresas públicas para o controlo financeiro. Até ao final de março, 33 dos contratos remetidos obtiveram o visto prévio com recomendações, não tendo sido recusado nenhum, enquanto há 24 contratos cujo visto prévio ainda está pendente. Os restantes (32 de 89) foram devolvidos porque já estavam “materialmente e financeiramente executados”, o que não é compatível com o processo de fiscalização preventiva e constitui uma “infração financeira, punível com multa”, segundo o tribunal.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

Sem fiscalização, senhorios aumentam rendas acima do teto de 2%

A aplicação do teto máximo aos aumentos de rendas em novos contratos de arrendamento, uma medida do pacote Mais Habitação lançado pelo último governo de António Costa, não está a ser fiscalizada, com os movimentos pelo direito à habitação a receberem relatos de que os limites estão a ser ultrapassados para lá dos 2% definidos por lei. Em vários casos, os senhorios mantêm o valor original da renda nos recibos declarados ao Fisco, mas cobram a diferença aos inquilinos. Este limite, contudo, deverá desaparecer com o Executivo de Luís Montenegro, segundo o Programa de Governo apresentado este mês.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Bruxelas já não vê “correção forte” nos preços das casas

Apesar de os preços da habitação em Portugal terem crescido em 2023 bastante acima das previsões da Comissão Europeia e de os indicadores de sobrevalorização terem voltado a agravar-se, os riscos de uma “correção forte” de preços que eram identificados em novembro passado por Bruxelas parecem já afastados. Um novo relatório, publicado na terça-feira, aponta apenas para moderação “no curto prazo”, enquanto “uma descida acentuada nas avaliações das casas é improvável”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Salários dos CEO do PSI cresceram 5,7% em 2023

No ano passado, os salários dos presidentes executivos das cotadas do PSI, o principal índice da Bolsa de Lisboa, tiveram um aumento médio de 5,7% face a 2022. Traduzindo em números, os CEO destas empresas receberam, no total, perto de 19,2 milhões de euros em 2023, valor que compara com cerca de 18,1 milhões de euros no ano anterior. Pedro Soares dos Santos, que lidera o grupo Jerónimo Martins, teve não só a remuneração total mais volumosa (3,92 milhões de euros, dos quais 1,4 milhões de euros de remuneração fixa e 2,52 milhões de remuneração variável), como também a maior subida percentual (mais 31,5% face aos 2,98 milhões de euros auferidos em 2022).

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Criar reserva estratégica de gás natural custa até 200 milhões de euros

Segundo o presidente da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), criar a reserva estratégica de gás natural em Portugal implicará sempre investimentos “na casa dos 100-200 milhões de euros” para “ficar com um intervalo de variação longa”, entre “seis a oito semanas” do equivalente ao consumo de gás natural, “para acrescentar entre três a quatro semanas ao que temos”. O novo regime, aprovado em 2022 e que aguarda operacionalização, encontra-se “numa fase regulamentadora”, revela Alexandre Fernandes.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

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Descida do IRS vai hoje a votos no Parlamento com Governo sob ameaça de coligação negativa

  • Lusa
  • 24 Abril 2024

O Parlamento discute esta quarta-feira a proposta do Governo que altera as taxas do IRS, com todos os partidos a apresentarem alternativas, sendo incerto o desfecho das votações.

O Parlamento discute esta quarta-feira a proposta do Governo que altera as taxas do IRS, com todos os partidos a apresentarem alternativas, sendo incerto o desfecho das votações, tendo em conta o equilíbrio de forças na Assembleia da República.

A proposta do Governo, aprovada pelo Conselho de Ministros no final da semana passada, contempla uma redução de taxas entre 0,25 e 3 pontos percentuais até ao 8.º escalão de rendimento, com a maior descida (3 pontos) a incidir sobre o 6.º escalão.

A solução desagradou ao PS, que acusou o Governo de focar o alívio fiscal (contabilizado em 348 milhões de euros em 2024) nos rendimentos mais altos, levando os socialistas a avançar com uma proposta de alteração que centra a parte mais significativa do alívio em escalões mais baixos.

“O que encontrarão no projeto de lei é uma maior redistribuição, é um alívio maior para os rendimentos entre 1.000 e 2.500 euros”, defendeu a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, indicando que a iniciativa dos socialistas foi desenhada tendo em conta a margem orçamental contemplada na proposta do Governo.

Após o intenso debate gerado em torno da forma como a redução nas taxas do IRS foi apresentada pelo Governo, o debate e votação desta quarta-feira da proposta do executivo promete testar o equilíbrio de forças políticas saído das eleições de 10 de março.

Governo sob ameaça de coligação negativa

Sem maioria no Parlamento, a proposta do Governo terá de conseguir reunir o apoio de outras forças partidárias para ser viabilizada, sendo que o presidente do Chega veio já admitir que o seu partido poderá votar contra a proposta do executivo e viabilizar a do PS, alegando que é mais próxima da sua.

Em debate na sessão plenária vai, assim, também estar o projeto apresentado pelo PS, bem como as iniciativas dos restantes partidos da oposição igualmente no âmbito do IRS.

No caso do Chega, o projeto centra-se igualmente numa alteração das taxas do imposto propondo uma redução das mesmas até ao 8.º escalão — deixando apenas inalterada a do 9.º, que corresponde ao escalão de rendimento mais elevado.

A Iniciativa Liberal leva também a debate uma proposta que aumenta a dedução específica (o ‘desconto’ que é automaticamente atribuído aos rendimentos do trabalho e de pensões), reduz as taxas do imposto e fixa o mínimo de existência no valor equivalente a 14 salários mínimos nacionais ao valor atual (820 euros).

O Bloco de Esquerda, por seu lado, apresentou um projeto de lei que aumenta o valor das deduções específicas e a dedução dos encargos com imóveis para os 360 euros, eliminando ainda a norma que impede as pessoas com empréstimo à habitação contraído após 2011 de beneficiarem desta dedução.

Já o projeto do PCP insiste na obrigatoriedade do englobamento dos rendimentos sujeitos a taxas especiais e liberatórias, como rendas, mais-valias ou juros, para quem está no patamar cimeiro dos escalões, propondo ainda a subida da dedução específica, a redução das taxas que incidem sobre os dois primeiros escalões e o agravamento das que incidem sobre os escalões de rendimento mais levado.

O projeto do Livre foca-se nas taxas do IRS, propondo uma redução das que incidem nos escalões mais baixos, o agravamento (de 48% para 49%) da taxa que incide sobre o 9.º escalão, além de alterar os limites de valor de rendimento de cada patamar de rendimento.

Em debate vai estar também o projeto do PAN que defende a aprovação de um programa de emergência fiscal, “que garante uma atualização intercalar dos escalões de IRS, o alargamento do regime do IRS Jovem e a reposição do regime de IVA zero nos produtos alimentares do cabaz essencial”. Após o debate, as diversas iniciativas vão ser votadas na generalidade.

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O papel dos seguros na previsibilidade da gestão

  • Conteúdo Patrocinado
  • 24 Abril 2024

A contratação de um seguro não é um acréscimo de custos, é um aumento de previsibilidade na gestão. Opinião de Eduardo Félix, Responsável de Subscrição – Liability & Specialties, da Innovarisk.

Se já teve ou tem responsabilidades de gestão numa empresa, saberá que a previsibilidade é um dos mais importantes elementos a considerar. É fundamental conseguir prever, ou pelo menos estimar da forma mais ajustada possível, que o investimento A proporcionará um retorno de X, ou que implementar a alteração B será o melhor caminho para chegar ao benefício Y.Se todos os gestores conseguissem prever os resultados dos seus atos, provavelmente não existiram decisões erradas e todas as empresas seriam bem-sucedidas.

Eduardo Félix, Responsável de Subscrição – Liability & Specialties, da Innovarisk
Eduardo Félix, Responsável de Subscrição – Liability & Specialties, da Innovarisk

Sabendo os benefícios da previsibilidade, faz sentido que o gestor diligente olhe para os seguros não como um custo para a empresa, mas como uma ferramenta que lhe permite aumentar essa previsibilidade na gestão. Ainda para mais porque outro dos elementos essenciais às empresas é uma visão a longo prazo. Ao considerar um horizonte temporal de 5, 10 ou 20 anos, o gestor tem de encarar a possibilidade de existir um sinistro (ou mais) como uma factualidade e não uma eventualidade.

Se a sua empresa é fabricante de produtos, ao longo do tempo existirá um defeito que escapa ao controlo de qualidade. Se presta serviços, em algum momento aparecerá uma reclamação sobre como o serviço prestado não correspondeu às expectativas do seu cliente. Se aconselha os seus clientes nas duas decisões, por melhores que sejam os seus fundamentos e conhecimentos, eventualmente um pressuposto será percebido incorretamente levando a uma estratégia inadequada. Muitas vezes, a ocorrência destes incidentes nem depende só da empresa ou do seu gestor, mas dos seus parceiros, clientes e mercados em que tem atividade. Mesmo a gestão mais prudente e mais atenta à qualidade do serviço ou produto está sujeita a uma reclamação.

"Um prémio elevado significa que a nossa experiência com o risco proposto é mais grave do que parece, e assim sendo, garantir o risco da sua empresa será ainda mais importante para a previsibilidade na gestão”

Eduardo Félix

Responsável de Subscrição – Liability & Specialties, da Innovarisk

Ao assumir estas questões como inevitáveis o melhor que o gestor pode fazer é preparar-se para elas. Não pode antecipar o custo nem a data do problema, mas pode fazer um juízo de probabilidade dos riscos em que a empresa incorre e contratar antecipadamente uma cobertura para esses riscos.

A contratação de um seguro não é um acréscimo de custos, é um aumento de previsibilidade na gestão. O gestor aceita um custo fixo anual, previsível, para evitar mais tarde um custo imprevisível que poderá colocar em causa a sua atividade, com uma franquia de acordo com o que a empresa puder suportar. Ao subscrever o risco da empresa o segurador tentará sempre proporcionar um prémio justo para a cobertura necessária – o prémio mais baixo possível – mas que ao mesmo tempo permita manter a previsibilidade da gestão em caso de sinistro. Se este prémio for mais elevado do que se esperava, então é porque as estatísticas mostram que a atividade tem um risco maior do que o estimado pelo gestor, quer pelo número provável de ocorrências, quer pelo valor médio de reclamações. Considere o seguinte: um prémio elevado significa que a nossa experiência com o risco proposto é mais grave do que parece, e assim sendo, garantir o risco da sua empresa será ainda mais importante para a previsibilidade na gestão.

Se estiver a considerar um seguro, sugerimos que identifique claramente os riscos e preocupações da empresa, os valores que fazem sentido para a sua atividade, e analise depois as coberturas propostas para escolher a que faz mais sentido para a sua empresa. A escolha correta irá certamente valer o prémio.

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TAP pediu ao Tribunal de Contas visto prévio para contratos já executados

  • ECO
  • 24 Abril 2024

Desde 2023 o Tribunal de Contas já recebeu 32 pedidos de visto prévio da TAP para contratos que já tinham sido executados, o que pode dar multa, avisa a instituição.

A TAP enviou 32 contratos ao Tribunal de Contas que já tinham sido “materialmente e financeiramente executados”, disse fonte oficial do organismo ao Observador, salientando que a “execução de um contrato sem o visto prévio constitui infração financeira punível com multa“.

Desde 2023, ano em que a administração reconheceu esta obrigação legal, segundo o jornal, a companhia aérea enviou pelo menos 89 contratos de despesa para visto prévio do Tribunal de Contas. Até final do passado mês de março, 33 desses contratos obtiveram aval, 24 ainda estão pendentes de decisão e os restantes 32 já tinham sido executados.

Mas a TAP não foi a única: o jornal refere que um dos 11 contratos remetidos pela Portugália no mesmo período ao tribunal também já tinha sido executado. O Observador recorda que o visto prévio aos contratos de despesa pública têm de ser emitidos antes de a despesa começar a ser efetuada. É comum as empresas públicas ficarem meses à espera do visto antes de executarem alguns contratos.

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Prova recolhida na Operação Influencer é inválida, diz Relação. Investigação a Costa pode cair toda por terra

Advogados dos arguidos da Operação Influencer fizeram requerimento a a pedir "nulidade insanável" da prova. Deveria ter sido PJ e não a PSP a recolher a prova, por ser corrupção e prevaricação.

O juiz de instrução pode vir a declarar nula toda a prova recolhida no âmbito da Operação Influencer. Incluindo a que serviu de base para a investigação ao ex-primeiro ministro António Costa – por alegado crime de prevaricação – atualmente a decorrer no Departamento Central de Investigação e Ação penal (DCIAP). Em causa está o acórdão da Relação de Lisboa (TRL) – conhecido a 17 de abril e que decidiu contra o Ministério Público (MP), mantendo os arguidos da Operação Influencer apenas sujeitos a Termo de Identidade e Residência e considerando que não houve indícios de crime nesta investigação – que declara que a prova recolhida nos autos deveria ter estado a cargo da Polícia Judiciária (PJ) e não da PSP, por se tratar de suspeitas dos crimes de corrupção e prevaricação. Segundo a lei, quando estão em causa estes crimes, cabe à PJ, e apenas à PJ, fazer a recolha de prova.

E foi isso mesmo que os juízes desembargadores defenderam no acórdão. Como este recurso foi apenas para decidir sobre as medidas de coação, não é a segunda instância que pode decidir o destino a dar à prova recolhida, mas sim o juiz de instrução. Para isso, o advogado de Afonso Salema, um dos arguidos na Operação Influencer, enviou um requerimento ao tribunal, defendendo que foi “cometida uma nulidade insanável”, num requerimento assinado pelo advogado Pedro Duro, enviado ao juiz de instrução Nuno Dias Costa, esta terça-feira.

Assim sendo, os advogados dizem que os procuradores nunca poderiam ter pedido à PSP para fazer as buscas, escutas e recolha de prova porque a competência neste tipo de crimes a competência é da PJ. “Requer-se que seja declarada a nulidade insanável do despacho que confere à PSP o encargo de proceder à prova carreada para os autos”, diz o requerimento dos advogados. Agora está tudo nas mãos de Nuno Dias Costa, o juiz de instrução, que pode decidir a nulidade da prova, deitando por terra a possibilidade do MP proceder a uma acusação.

O que dizia o acórdão da Relação?

A Relação de Lisboa decidiu contra o Ministério Público (MP) e manteve os arguidos da Operação Influencer apenas sujeitos a Termo de Identidade e Residência, a medida menos gravosa prevista nas leis penais. “Nenhum dos factos adiantados se traduziam em crimes” e não ultrapassam “o desenvolvimento das funções de cada um dos intervenientes tendo todos eles atuado no âmbito das mesmas”, diz o comunicado enviado pelo tribunal. “O Tribunal salientou, contudo, que não existe legislação em Portugal sobre a atividade de lóbi, legislação que, a existir, evitaria muitas situações dúbias como algumas daquelas que foram apuradas nos autos”.

O Ministério Público tinha interposto recurso da decisão das medidas de coação, bem como os arguidos Vítor Escária e Diogo Lacerda de Machado. Assim sendo, o arguido Diogo Machado deixa de ter de pagar a caução de 150 mil euros e a obrigação de não se ausentar para o estrangeiro e Vítor Escária deixa de estar sujeito à obrigação de não se ausentar para o estrangeiro. O Tribunal terá então de entregar os passaportes a ambos.

No acórdão a que o ECO/Advocatus teve acesso – com mais de 300 páginas – os magistrados explicam mesmo que o nome de António Costa não foi sequer invocado em “centenas de reuniões de trabalho” que Diogo Lacerda Machado realizou com a Start Campus.

“Não há nos autos qualquer indício de que o arguido tenha falado, alguma vez, com o PM sobre o Projeto de construção e instalação do Data center, em Sines, pela empresa Start Campus; tão pouco com o seu amigo António Costa. Como jamais invocou o nome do PM, ou do seu amigo António Costa, em qualquer das muitas dezenas, ou mesmo centenas, de reuniões de trabalho em que participou com o Conselho de Administração e as equipas de colaboradores da Start Campus, com outras empresas, fornecedoras de bens e serviços para aquela, e com diferentes autoridades públicas, nacionais e da União Europeia”, diz a decisão do tribunal de segunda instância.

Diogo Lacerda Machado, Vitor Escária, Nuno Mascarenhas, Afonso Salema, Rui de Oliveira Neves

O que é a Operação Influencer?

Em novembro, os cinco arguidos inicialmente detidos ficaram em liberdade. A decisão do juiz de instrução Nuno Dias Costa – colocado no chamado “Ticão” apenas desde setembro — ficou muito aquém do pedido de promoção do Ministério Público, que queria a prisão preventiva para Diogo Lacerda Machado e Vítor Escária (os dois homens próximos de Costa), cauções de 200 mil euros para Afonso Salema e 100 mil para Rui Oliveira Neves (os administradores da Start Campus), e a suspensão do mandato do autarca de Sines, Nuno Mascarenhas. Nuno Dias Costa também não validou os crimes de prevaricação e de corrupção ativa e passiva que estavam imputados a alguns arguidos.

O juiz Nuno Dias Costa considerou ainda que não existia indiciação de qualquer crime relativo ao presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas. Segundo o comunicado do Tribunal Central de Instrução Criminal, o juiz considerou que Lacerda Machado e Vítor Escária estão “fortemente indiciados” em co-autoria e na forma consumada de um crime de tráfico de influência.

António Costa é suspeito do crime de prevaricação devido a uma lei alegadamente negociada entre João Tiago Silveira e João Galamba para beneficiar Start Campus. Segundo o Ministério Público, o ainda primeiro-ministro é suspeito da alegada prática do crime de prevaricação devido à aprovação do novo Regime Jurídico de Urbanização e Edificação no Conselho de Ministros do dia 19 de outubro de 2023.

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Governo terá de negociar limite de despesa com Bruxelas, mas equilíbrio orçamental ajuda

Planos de ajustamento dos Estados-membros têm de ser entregues até 20 de setembro. São para quatro anos, mas podem ser estendidos para sete.

Depois de longas negociações, as novas regras orçamentais europeias já estão aprovadas e vão entrar em vigor no final deste mês. O Governo de Luís Montenegro terá de desenhar um programa de ajustamento para entregar a 20 de setembro, num contexto em que o equilíbrio orçamental permite “estar numa situação melhor do que quando entrámos para a pandemia”, altura em que foram suspensas as regras, aponta o economista Pedro Brinca. Mesmo assim, as Finanças vão ter de ter em conta o limite da despesa proposto por Bruxelas.

O novo quadro orçamental da União Europeia mantém os valores de referência de 60% do PIB para a dívida pública e 3% para o défice, mas flexibiliza as regras e permite que os planos se ajustem à realidade de cada país.

Uma das grandes diferenças face às regras antigas é que “aquilo que os Estados-membros vão ter de fixar com a Comissão Europeia tem a ver com o limite da despesa: em função da situação orçamental de cada país, há um limite e a partir daí é o Estado-membro que define as políticas, se quer reduzir impostos ou pagar a dívida, por exemplo”, explica a eurodeputada Margarida Marques ao ECO.

No novo quadro, “no dia 21 de junho, depois de a Comissão Europeia ouvir os Estados-membros, apresenta a sua trajetória de referência”, acrescenta. “Com base nessa trajetória, os países fazem os programas de ajustamento para quatro anos, podendo prolongar para sete anos, se fizerem investimentos relevantes que justifiquem esse prolongamento”, indica.

Pedro Brinca, investigador associado na Nova SBE, aponta ao ECO que a possível maior duração destes planos pode obrigar a uma “coordenação política entre os partidos do arco da governação“. “Talvez seja essa a chave para uma maior estabilidade, nomeadamente em temas como a Justiça, habitação e parte fiscal”, alvitra, “sendo que estes dois dossiers têm muito impacto orçamental”, recorda.

“O equilíbrio orçamental permite estar numa situação melhor do que quando entrámos para a Covid“, destaca o economista, sendo que “esta disciplina imposta permite responder com força no futuro, porque haverá crises no futuro que vão depender da capacidade de resposta”.

É de ressalvar, ainda assim, que se mudar o Governo, o novo Executivo “pode pedir uma revisão do programa”, algo que “não acontecia antes”, recorda Margarida Marques. “O que se prevê aqui é no sentido de ser mais democrático, se houver uma mudança pode pedir uma revisão e fazer um plano de ajustamento diferente”, salienta.

Para o plano que será desenhado agora pela equipa de Joaquim Miranda Sarmento, há que ter em conta que Portugal excede os valores de referência da dívida pública — que em 2023 se fixou nos 99,1% do PIB. No entanto, como o Executivo estima um excedente para 2025 (de 0,3% do PIB segundo o Programa de Estabilidade), tem margem para furar o limite imposto pela Comissão Europeia sem qualquer sanção, pelo menos enquanto o país conseguir mantiver o saldo positivo ou próximo do equilíbrio orçamental.

Caso Portugal infrinja o limite para a taxa de variação anual da despesa primária líquida, que engloba o valor da despesa pública total, excluindo gastos com juros, custos extraordinários e relacionados com cofinanciamento de fundos europeus, não irá sofrer represália alguma, porque tem excedente orçamental, ou seja, está distante do teto para o défice de 3% do PIB, apurou o ECO junto do Parlamento Europeu. No entanto, se o saldo positivo se transformar em défice (até 3%), Bruxelas deverá abrir um relatório para analisar as razões do desvio. Caso o défice ultrapasse o teto de 3% do PIB, então será aberto um procedimento por défice excessivo.

Tendo em conta este panorama, o professor associado de economia internacional na ESCP Business School Gonçalo Pina também sinaliza ao ECO que “para Portugal, estas regras fiscais novas não vão fazer grande diferença, pelo menos nos primeiros anos”. “A redução da dívida vai ficar muito próxima das regras originais”, pelo que “outros países vão beneficiar mais, por exemplo, a Itália, a Grécia, e a Espanha”.

Já no que diz respeito às limitações que este tecto da despesa pode colocar ao investimento, o economista alerta que o quadro pode “restringir o investimento público, e pior, vai aumentar os incentivos para passar a despesa corrente por “investimento público”, como já se vai vendo no Plano de Recuperação e Resiliência”.

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Os espanhóis reprovam o Governo, segundo um estudo do Instituto IO Investigación

  • Servimedia
  • 24 Abril 2024

O estudo indica que os espanhóis atribuem ao Governo uma classificação de 3,87 em 10, uma classificação que desce para 3,6 quando se pergunta especificamente sobre a figura do Presidente do Governo.

“Os espanhóis reprovam a gestão levada a cabo pelo Governo; no entanto, esta avaliação varia de acordo com o local onde vivem”, segundo David Martín de la Morena, Diretor de Estudos do IO Investigación, que salientou que as regiões que melhor avaliam o Governo são a Catalunha, com uma pontuação de 4,68 em 10, seguida do País Basco (4,51), Navarra (4,17) e Galiza (4,14).

Segundo ele, estes são os dados do estudo do Instituto de Investigação IO, realizado com uma amostra de mais de 5.000 pessoas para analisar a perceção dos espanhóis sobre a situação atual do país, bem como das suas diferentes comunidades autónomas. Em contrapartida, as regiões autónomas que avaliam o governo central de forma mais negativa são La Rioja, com 3,39 em 10, seguida da Extremadura (3,51), Cantábria (3,62) e Astúrias (3,65).

De acordo com a análise, os espanhóis avaliam, em média, melhor o governo da sua própria comunidade autónoma do que o governo espanhol (4,55 contra 3,87). Por regiões, Castilla-La Mancha (5,21), País Basco (5,10), Navarra (4,79) e Comunidade de Madrid (4,72) são as que avaliam mais positivamente o seu governo.

A comparação das avaliações médias de ambos os organismos, por Comunidade Autónoma, mostra que apenas a Catalunha atribui uma avaliação semelhante tanto ao governo central (4,68 em 10) como ao governo regional (4,52 em 10). As Comunidades Autónomas que apresentam a maior diferença entre a avaliação do governo central e do governo regional são Castilla-La Mancha (3,67 vs. 5,21), La Rioja (3,39 vs. 4,53) e Aragão (3,70 vs. 4,71).

PEDRO SÁNCHEZ FALHA

“A pontuação média que os espanhóis atribuem ao Presidente do Governo é de 3,6 pontos em 10, com 55% dos espanhóis a avaliarem Pedro Sánchez de forma negativa ou muito negativa”, segundo a IO Research. No entanto, esta pontuação varia consoante a região de residência, sendo a Catalunha – com 4,77 pontos em 10 – a região que melhor valoriza Pedro Sánchez. Atrás dela, e a uma grande distância das restantes, está o País Basco (4,43 em 10) e Navarra (3,92 em 10). Em contrapartida, as regiões autónomas que pior avaliam Pedro Sánchez são La Rioja (3,06), Extremadura (3,2), Cantábria (3,23), Astúrias (3,25) e Castela e Leão (3,31).

O estudo indica igualmente que, em termos gerais, a maioria dos espanhóis avalia todos os presidentes regionais de forma mais positiva do que o Presidente de Espanha (4,34 contra 3,60). A exceção é Pere Aragonés, uma vez que o Presidente da Catalunha é o presidente regional com a classificação mais baixa dos espanhóis, com uma classificação média de 3,21.

DEFESA DOS INTERESSES

De acordo com o conjunto dos espanhóis, as regiões autónomas que melhor defendem os interesses da sua região junto do Governo espanhol são a Comunidade de Madrid (37,25%) e o País Basco (36,58%). É igualmente relevante que 30% dos espanhóis escolham a Catalunha como a Comunidade Autónoma que tem um presidente que defende os interesses da sua região face ao Governo Central (29,41%).

No entanto, é de salientar que quase metade dos espanhóis considera que o seu presidente regional não defende os interesses da sua Comunidade Autónoma contra o governo central (47,34%), em comparação com 15% dos espanhóis que acreditam que o seu presidente regional defende os interesses da sua região contra o governo nacional.

Por seu lado, as regiões que consideram que o seu governo regional é o que mais defende os interesses dos seus cidadãos face ao governo central são o País Basco (5,23 em média de 10), Castela-La Mancha (5,19) e a Comunidade de Madrid (5,13).

Em contrapartida, as regiões autónomas que, em menor grau, consideram que os seus interesses são defendidos perante o governo central são Castela e Leão (3,72), Astúrias (3,88), Cantábria (3,94), Extremadura (4,02) e Galiza (4,04).

GESTÃO REGIONAL

O IO Research salienta que, para avaliar os presidentes e a gestão dos respetivos governos, foram tidas em conta as diferentes políticas que levaram a cabo em domínios como o desemprego, a saúde, as listas de espera, as políticas sociais, a luta contra a corrupção, a educação, a segurança, a defesa das liberdades e o turismo, entre outros.

Os dados mostram que o setor mais bem avaliado pelo conjunto dos espanhóis é o turismo, com uma pontuação de 5,46 em 10, seguido da limpeza (5,02), da defesa das liberdades (4,90) e da segurança (4,88).

Em contrapartida, os espanhóis atribuíram as pontuações mais baixas à gestão regional das listas de espera médicas (3,38), à luta contra a corrupção (3,72), à imigração (3,95) e à saúde (4,06).

No estudo, os espanhóis revelam também quais as políticas que, na sua opinião, se destacam em cada uma das comunidades autónomas. No caso do turismo (a mais bem classificada), os espanhóis consideram que as Ilhas Canárias, a Andaluzia, Madrid, a Catalunha e as Ilhas Baleares são as regiões onde se desenvolvem as melhores políticas neste domínio.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 24 de abril

  • ECO
  • 24 Abril 2024

Ao longo desta quarta-feira, 24 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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La Fageda organiza uma nova edição da Conferência de Empresários para partilhar as chaves do seu modelo

  • Servimedia
  • 24 Abril 2024

La Fageda organiza, nos dias 16 e 17 de maio, uma nova edição das Jornadas de Empreendedores, que organiza há doze anos para dar a conhecer o seu modelo.

Durante dois dias, os participantes serão imersos no projeto fundado em 1982 pelo psicólogo Cristóbal Colón, com o objetivo de compreender as chaves do sucesso de um modelo que é estudado em escolas de gestão e universidades como Harvard, IESE e Esade.

De acordo com os seus promotores, o objetivo da conferência é aprender, a partir da experiência de La Fageda, como um projeto social sem fins lucrativos pode gerar valor para a sociedade, utilizando uma estrutura empresarial que melhora a vida das pessoas em risco de exclusão. Os participantes são imersos nas chaves de um projeto promovido em La Garrotxa para resolver um problema social, que começou com quinze pessoas com doenças mentais e hoje reúne mais de 600 pessoas, a grande maioria das quais são grupos em situação de vulnerabilidade.

Com doze anos de experiência e dois eventos anuais, a conferência celebrará a sua 22.ª edição nos dias 16 e 17 de maio na propriedade Els Casals em Santa Pau, onde a La Fageda Fundació tem a sua sede. A “Conferência de Empresários sobre o modelo La Fageda” tornou-se uma referência e, desde 2012, um ponto de encontro para mais de 400 empresários, que procuraram inspiração para criar os seus próprios projetos de economia social.

A 22ª edição do congresso coincide com o novo quadro de reflexão que La Fageda está a desenvolver para se adaptar às novas necessidades colocadas pelo ambiente. Por um lado, a expansão da missão social do projeto para servir novos grupos, como os jovens em risco de exclusão social em La Garrotxa, com a abertura da sua nova Escola de Novas Oportunidades (NOIMA); por outro lado, as mudanças à frente do projeto, com a substituição do seu fundador, Cristóbal Colón, e a abertura de novos mercados, como a Comunidade Valenciana, as Ilhas Baleares e Madrid. Atualmente, La Fageda é o oitavo maior fabricante de iogurtes em Espanha.

PROGRAMA E REGISTO

A 22.ª edição terá início na quinta-feira, 16 de maio, de manhã. No primeiro dia, os participantes visitarão as instalações, encontrar-se-ão com os profissionais e assistirão à primeira sessão de formação, “La Fageda hoje: modelo de negócio, governação e estratégia”, orientada por Sílvia Domènech, diretora-geral. No dia seguinte, sexta-feira, 17 de maio, os participantes desfrutarão de um passeio guiado pelo bosque de La Fageda d’en Jordà e participarão na sessão de formação “Modelo de atenção às pessoas”, ministrada pela Área Social de La Fageda, que terminará com uma sessão aberta de perguntas e respostas com os diretores. À tarde, depois do almoço, será a vez dos cafés temáticos. Os participantes poderão assistir a debates em vários domínios – jurídico, comercial e marketing, comunicação, gestão e desenvolvimento de pessoas – consoante a sua escolha.

O custo da conferência é de 140 euros. 50 euros correspondem à inscrição e à participação, enquanto 240 euros são contribuídos como donativo e, com o certificado emitido pela Fundação Fageda, 150 euros são deduzidos diretamente na declaração de impostos. O preço inclui a participação em todas as atividades e refeições do programa, um exemplar do livro de La Fageda “Història d’una bogeria” e um conjunto de produtos. Para reservar um lugar, contactar Mariona Martí, Relações Institucionais de La Fageda (“[email protected]”).

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 24 Abril 2024

Parlamento vota requerimentos para ouvir tanto o atual como o ex-ministro das Finanças. A Meta e o o Lloyds Banking Group apresentam resultados quanto aos primeiros três meses do ano.

Esta quarta-feira o Parlamento vota os requerimentos para as audições, com caráter de urgência, de Joaquim Miranda Sarmento e Fernando Medina. Nos Estados Unidos da América, a Meta apresenta os resultados dos primeiros três meses do ano, enquanto no Reino Unido o Lloyds Banking Group faz o mesmo. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulga um relatório que visa fornecer uma visão geral do estado das crises alimentares globais.

Parlamento vota requerimentos para audições a Miranda Sarmento e Fernando Medina

Esta quarta-feira o parlamento discute e vota o requerimento do grupo parlamentar do Chega para audição, com caráter de urgência, do ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento e da secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, no âmbito da polémica em torno da descida do IRS. Na mesma sessão vai ainda ser discutido e votado o requerimento do CDS para audição do ex-ministro das Finanças Fernando Medina, também esta com caráter de urgência.

Trabalhadores da Autoeuropa votam novo pré-acordo de empresa

Na Autoeuropa os trabalhadores vão votar um novo pré-acordo de empresa, depois da rejeição de um pré-acordo pelos trabalhadores no passado dia 3 de abril. A proposta da administração da Autoeuropa mantém na plenitude as regalias previstas nesse pré-acordo rejeitado pelos trabalhadores no passado dia 3 de abril, mas reduz o prazo de validade do mesmo de três para dois anos. O referendo, de dois dias, teve início na terça-feira.

Meta apresenta resultados

Numa semana marcada pela divulgação de resultados por parte das grandes empresas tecnológicas, a Meta, dona das redes sociais Facebook, Instagram e WhatsApp, apresenta esta quarta-feira os seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2024. Esta quarta-feira também outras empresas norte-americanas, como a Ford ou Boeing, apresentam os seus resultados. No Reino Unido, também o Lloyds Banking Group divulga os resultados dos primeiros três meses do ano.

Banco de Portugal divulga relatório anual da Atividade de Cooperação

O Banco de Portugal divulga hoje o seu Relatório Anual da Atividade de Cooperação de 2023, onde faz um resumo sobre a atividade de cooperação do Banco de Portugal com os seus homólogos de países emergentes e em desenvolvimento, numa atividade enquadrada na ajuda pública ao desenvolvimento. Em 2022, o Banco de Portugal esteve envolvido em 182 ações de cooperação.

Lançamento de relatório global sobre crises alimentares

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulga o seu relatório de balanço, que visa fornecer uma visão geral do estado das crises alimentares globais, incluindo os principais fatores e possíveis soluções. A apresentação do relatório é feita numa cerimónia que conta com a presença do secretário-geral da ONU português António Guterres. Em julho, a FAO e a OCDE estimavam que a produção agrícola e alimentar global deva continuar a crescer na próxima década, mas a um ritmo mais lento.

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Veja aqui a agenda das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Abril 2024

Os 50 Anos da “madrugada que eu esperava” são celebrados um pouco por todo o país com uma agenda cheia de momentos culturais, recriações da revolução e a habitual cerimónia no Parlamento.

As comemorações dos 50 Anos da Revolução dos Cravos acontecem um pouco por todo o país durante os próximos dias. Desde peças de teatro, concertos, exposições e visitas guiadas a locais emblemáticos da data, à habitual cerimónia na Assembleia da República e ao desfile que desce a Avenida da Liberdade, são muitas as iniciativas que assinalam o nascimento da democracia.

Veja a agenda:

24 de abril

Ainda que as celebrações do cinquentenário tenham tido início em 2022 e decorram até 2026, é a partir desta quarta-feira que arrancam de forma oficial. Pelas 11 horas, a Comissão Comemorativa da data organiza uma visita guiada (em inglês) ao Quartel do Carmo, em Lisboa. O lugar onde se refugiou e se deu a rendição de Marcelo Caetano vai estar aberto até 12 de maio, com entrada gratuita.

O Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) também se junta às celebrações, através da inauguração de uma exposição coletiva que reúne obras de artistas que marcaram o período posterior ao momento fundador da democracia portuguesa, entre os quais Maria José Oliveira e Julião Sarmento.

Ainda na capital, ao mesmo tempo que decorre um concerto de comemoração da data no CCB, as fachadas dos edifícios do Terreiro do Paço exibem, pelas 22 horas, uma narrativa em videomapping que junta fotografias de Alfredo Cunha, o “fotógrafo de Abril”, à música de Rodrigo Leão. Entram depois em palco 180 músicos para cantar a banda sonora da Revolução, aos quais se juntarão, mais tarde, outros convidados para interpretar uma nova canção, “Abril é Sempre Primavera”, escrita especialmente para a ocasião. À meia-noite, tem lugar um momento piromusical sobre o rio Tejo.

Pouco antes da praça lisboeta, a antiga Escola Prática de Cavalaria de Santarém também vai ser palco da projeção audiovisual “25 de Abril, quinta-feira”, seguindo-se, pelas 21h30, um teatro cujo título ecoa as palavras da escritora Sophia de Mello Breyner. “Esta é a madrugada que eu esperava” reconstitui o que aconteceu neste lugar antes da saída da coluna militar rumo a Lisboa, liderada por Salgueiro Maia.

Uma hora depois, às 22h30, tem início a recriação histórica da “Operação fim de Regime”, com a partida de uma coluna militar (composta por viaturas da época) até aos limites da cidade, transportando cerca de 100 antigos militares que, há cinco décadas, participaram na queda da ditadura do Estado Novo.

Mais a norte, a Avenida dos Aliados, no Porto, recebe um concerto comemorativo da data combinado com momentos de poesia, além do espetáculo de videomapping que também passa em Lisboa e Santarém. No Cineteatro de Amarante, Gisela João junta-se ao guitarrista espanhol Carles Rodenas Martinez e a Luís “Twins” Pereira para exaltar músicas dos autores e compositores de Abril.

Numa iniciativa do Ateneu de Coimbra, a capital dos estudantes comemora a “Noite do Derrube do Fascismo” com concertos, poesia e festa na Sé Velha, enquanto o distrito de Évora, por seu lado, acolhe um concerto de Sérgio Godinho e Os Assessores, no âmbito do périplo de espetáculos que o músico português tem feito a propósito das celebrações do 25 de Abril. Durante a ditadura, Sérgio Godinho foi alvo de censura, teve discos proibidos e esteve no exílio.

Em Setúbal, no município de Grândola, “terra da fraternidade” cantada por Zeca Afonso, sobe ao palco o autor de outra canção que abriu caminho à Revolução dos Cravos. Às 22h30, no Parque de Feiras e Exposições, ouve-se “E depois do adeus”, na voz de Paulo de Carvalho.

Nos Açores, é apresentado o livro “50 Anos de Abril — Democracia & Autonomia”, que reúne os testemunhos de todos os presidentes do governo regional e da assembleia legislativa da região acerca dos 50 anos da democracia portuguesa na perspetiva da autonomia açoriana. A apresentação é às 18 horas locais (19 horas em Lisboa), na Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro. À noite, é exibido o filme “Revolução [sem] sangue”, de Rui Pedro Sousa.

É também de assinalar a estreia da série documental “A Conspiração”, que será lançada pela RTP1 às 21h30. O projeto televisivo de nove episódios do cineasta António-Pedro Vasconcelos, que morreu em março, resulta de “uma meticulosa investigação” sobre as horas que antecederam a Revolução dos Cravos, com “depoimentos exclusivos de protagonistas que conseguiram concretizar em menos de 24 horas o que em 48 anos muitos outros não haviam conseguido”, descreve a estação pública.

25 de Abril

As comemorações oficiais arrancam às 9h30 na Praça do Comércio, com a cerimónia militar, presidida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Ali vão estar cerca de 1.100 militares, dos três ramos das Forças Armadas, 430 dos quais em parada. As aeronaves da Força Aérea vão sobrevoar o local e a Marinha vai trazer para perto duas fragatas e dois navios patrulha.

A recriação histórica de momentos simbólicos da operação militar que deitou abaixo o regime ditatorial, iniciada na noite anterior em Santarém, continua depois em Lisboa, entre as 10 horas e o meio-dia, com a chegada da coluna de veículos militares ao Terreiro do Paço, que depois ficarão estacionados para quem as quiser ver de perto.

Segue-se a cerimónia solene na Assembleia da República, que este ano começa mais tarde do que o habitual, às 11h30. O Presidente da República e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, vão estar presentes, assim como os partidos com assento parlamentar, que terão a palavra no Parlamento. As comemorações contam também com a presença de vários chefes de Estado dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), nomeadamente de Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e ainda de Timor-Leste.

Após a hora de almoço, continua a reconstituição do trajeto efetuado em 25 de Abril de 1974 na “Operação fim de Regime”, com a saída do Terreiro do Paço até ao Rossio, que culmina na marcha sobre o Quartel do Carmo e o cerco do mesmo. A recriação histórica termina com a marcha da coluna, que neste momento transportava o presidente do Conselho deposto, até ao Quartel da Pontinha.

Para as 15 horas, está agendado o desfile que começa na Praça Marquês de Pombal, segue pela Avenida da Liberdade e termina no Rossio, onde terão lugar intervenções, momentos culturais e atuações musicais, enquanto a partir das 18h30 são divulgados, na Cinemateca, imagens amadoras inéditas do dia da Revolução, no âmbito da campanha “Filmou o 25 de Abril?”.

Desfile de comemoração do 25 de Abril na Av. da Liberdade - 25ABR21
Desfile de comemoração do 25 de Abril na Avenida da Liberdade, em 2021Hugo Amaral/ECO

Além das iniciativas organizadas pela Comissão Comemorativa do cinquentenário do 25 de Abril de 1974, que se centram neste dia na capital lisboeta, o feriado é celebrado no resto do país de diferentes formas. Em Coimbra, por exemplo, o ponto alto é uma manifestação popular, com início às 15 horas na Praça da República, enquanto a Covilhã inaugura a instalação artística “Cravos de Abril” e a exposição documental “A Covilhã de Abril de 1974”.

No Porto, as comemorações combinam uma homenagem aos resistentes antifascistas, a que se sucede o Desfile da Liberdade, que partirá do Largo Soares dos Reis (junto à ex-sede da PIDE) e terminará na Avenida dos Aliados, onde, por sua vez, haverá o concerto “Comemorar os 50 anos do Dia da Liberdade”. Também neste dia, estreia a peça “A Noite”, uma adaptação do texto teatral de José Saramago, no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery.

A população de Almada também se junta na rua para um desfile que, além de festejar o meio século do 25 de Abril, homenageará os cerca de 425 almadenses que foram presos pelo combate aos 48 anos de ditadura em Portugal. Portimão, em vez de um desfile, optou por fazer uma “Corrida da Liberdade” para comemorar o cinquentenário da data.

em Santarém, no âmbito da exposição “Viva a Liberdade”, do fotojornalista Alfredo Cunha, é inaugurado um mural de azulejos, com cinco metros de largura e quatro de altura. O autor é o Pedrita Studio, a partir de uma fotografia de uma multidão tirada por Alfredo Cunha no dia 25 de Abril de 1974.

Voltando a Lisboa, o Cinema São Jorge transmite o espetáculo multimédia “O triunfo do cravo”, uma homenagem à Revolução dos Cravos, aos seus artistas, à sua música, aos seus heróis e acontecimentos históricos, antes, durante e depois do dia 25 de Abril de 1974.

Viana do Castelo dá palco à história de Leninha, “a mais temida e poderosa figura feminina” da PIDE, e uma das suas vítimas. “Noites de Caxias” estará em cena entre 25 e 28 de abril no Teatro Municipal Sá de Miranda.

26 de Abril

Na sexta-feira, para assinalar o 50.º aniversário do “Comício 26 de Abril de 1974”, os alunos das várias escolas de todo o país, com destaque para as encenações que serão levadas a cabo em Braga, na Figueira da Foz e na Marinha Grande, manifestam-se nas ruas, recuperando palavras de ordem que marcaram a Revolução de Abril e outras criadas por eles.

“Abril, Cravos Mil – Histórias de Liberdade”, uma antologia de oito bandas desenhadas, é apresentada no Montijo, como parte das festividades da cidade do quinquagésimo aniversário do 25 de Abril de 1974.

Em Sintra, estreia o espetáculo “A Revolução que me Ensinaram”, que parte de uma investigação pessoal desenvolvida ao longo dos últimos anos e que serve de trampolim para a reflexão sobre o processo revolucionário logo após o 25 de Abril.

Na capital, além de o Quartel do Carmo receber uma nova visita guiada, a Associação dos ex-deputados à Assembleia da República vai apresentar um “contributo de reflexão” para o aprofundamento da democracia. Na conferência, sobre o antes e o depois da Revolução, é divulgada uma declaração da associação que assumirá “um conjunto de temas considerados relevantes para a qualidade da democracia”.

27 de Abril

Para as 11 horas de sábado, 27 de abril, está previsto o regresso da coluna militar à Escola Prática de Cavalaria de Santarém, que marca o fim da recriação histórica da “Operação fim de Regime”. Mais a litoral, na Fortaleza de Peniche, que funcionou como uma prisão política no período ditatorial, é inaugurado o Museu Nacional Resistência e Liberdade.

Não só neste dia, mas até 26 de junho, a Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, tem em exposição “O MFA e o 25 de Abril”, que pretende ilustrar o papel do Movimento das Forças Armadas no derrube da ditadura e na construção da democracia através do recurso a materiais iconográficos, audiovisuais e sonoros. A entrada é livre.

Há ainda exposições itinerantes pelo país que evocam alguns dos movimentos sociais e políticos da época, como “Primaveras Estudantis: da crise de 1962 ao 25 de Abril de 1974”, atualmente exposta na Universidade da Beira Interior, e “50 passos para a Liberdade, da Ditadura ao 25 de Abril”.

Entre 2 e 4 de maio, a Universidade de Lisboa recebe o Congresso Internacional 50 Anos do 25 de Abril para “fazer um ponto da situação e discutir, a partir de uma perspetiva interdisciplinar, o futuro dos estudos sobre a Revolução”.

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Amorim volta a aumentar preço das rolhas em 2024 e faz “ultimato” ao negócio de revestimentos

Gigante da cortiça fala em "necessidade" de subir novamente os preços de venda, apesar do mercado ter "a expetativa de os ver a diminuir”. Produtos de revestimento têm de provar "aceitação".

A subida dos preços de compra de cortiça na última campanha vai obrigar a Corticeira Amorim a “aumentar novamente os preços de venda” das rolhas durante este ano, mesmo reconhecendo que “a implementação seja mais difícil do que nos anos anteriores”. “Decorrente dos aumentos de preços da campanha de 2023, a implementação do aumento de preços em 2024 é uma necessidade”, defende o grupo liderado por António Rios de Amorim no mais recente relatório anual consolidado, consultado pelo ECO.

Antecipando “um dos anos mais desafiantes” para o negócio, a produtora de Santa Maria da Feira sublinha que “o efeito do aumento do preço de consumo da cortiça em 2024 terá um impacto relevante nas contas”. E para contrariar também a “pressão significativa” para o crescimento dos gastos salariais e um contexto “menos favorável” nos preços da eletricidade, adianta que “será necessário implementar ajustamentos adicionais aos preços de venda, num mercado que tem a expectativa de ver os preços a diminuírem”.

Por outro lado, para assegurar a manutenção da rentabilidade na unidade de negócios das rolhas, que em 2023 foi responsável por 76% das receitas totais, o grupo nortenho diz que, além da “necessária redução do preço médio de compra” da cortiça, será “fundamental” manter a eficiência na aquisição de químicos, materiais de embalagem, madeiras e transportes, cujos preços estão ainda acima dos praticados antes da pandemia. “Com a estabilidade da economia, é expectável que seja possível beneficiar da redução de preços de todos estes materiais em 2024”, completa.

Ainda no que toca à Amorim Cork, nota que “as disrupções na cadeia de abastecimento estão ainda por resolver e poderão ter impacto também na evolução do negócio”, mas não espera constrangimentos na produção de rolhas, garantindo ter capacidade instalada para responder aos clientes e aprovisionada a matéria‑prima cortiça necessária. O arranque deste ano está a ser “lento”, em linha com a reta final de 2023, mas confia numa “recuperação durante o ano”. Espera crescer acima do mercado dos vinhos, fala em “mercados relevantes nos espirituosos ainda por explorar” e conta aproveitar “os condicionamentos aos vedantes de plástico”.

“Outra das linhas orientadoras para o ano centra‑se no controlo do capital investido a três níveis: após o reposicionamento dos stocks em 2023, uma gestão cuidadosa do nível de rolhas em todas as famílias de produtos (em Portugal e nas empresas do exterior), mantendo‑se um fluxo contínuo entre a produção e o cliente; gestão da dívida de clientes e foco na recuperação de imparidades; e maior contenção e consolidação dos investimentos efetuados nos anos anteriores, após o forte investimento realizado nos últimos anos”, lê-se no mesmo documento.

Revestimentos têm de provar “aceitação no mercado”

Apesar de ter visto os lucros caírem 9,7% para 88,9 milhões de euros e as vendas baixarem do patamar dos mil milhões de euros devido, sobretudo, à quebra da atividade na área dos revestimentos e pelo efeito cambial desfavorável, o presidente e CEO da Corticeira Amorim classifica o exercício de 2023 como “muitíssimo positivo”, salientando a melhoria de 7,8% do EBITDA consolidado, que atingiu 177 milhões de euros, com a expansão da margem para 18%.

Em declarações ao ECO, após a divulgação dos resultados no final de fevereiro, António Rios de Amorim salientou que para 2024, ano em que irá reforçar o fabrico em França e Itália, “o enquadramento ainda é de incerteza”, mas dizia estar “confiante num ano positivo, mas que exigirá muita resiliência” para ganhar quota e rentabilidade. Palavras que o gestor repete quase na íntegra na mensagem incluída agora no relatório anual consolidado, com uma nota final de confiança: “Os desafios são imensos, mas a nossa determinação é maior”.

António Rios de Amorim, CEO da Corticeira AmorimPaula Nunes / ECO

Num ano que deverá ficar marcado pelo “aligeiramento da política monetária e consolidação fiscal” e em que “o aumento dos riscos geopolíticos é uma forte possibilidade, estando as atenções centradas nas eleições presidenciais norte‑americanas”, a evolução cambial (euro/dólar) é “outra fonte de incerteza” que pode condicionar a performance. Ainda assim, traça o objetivo de voltar a ultrapassar em 2024 os mil milhões de euros de vendas consolidadas, “procurando alguma melhoria na rentabilidade”.

Depois de ter atingido em 2022 a fasquia dos mil milhões de euros, pela primeira vez na história de uma empresa que é familiar há 153 anos – a maioria do capital (70%) é detido pela família Amorim de forma direta ou indireta, e o restante por acionistas institucionais, na sua maior parte estrangeiros –, no último exercício as vendas da gigante industrial nortenha recuaram 3,5% em termos homólogos, para 985,5 milhões de euros. Baixaram desse patamar devido à quebra da atividade nos revestimentos (-30,1%) e nos compósitos de cortiça (-3,8%), e pelo efeito cambial desfavorável.

Neste relatório, o grupo alerta que o ano de 2024 será de “alteração profunda” para a Amorim Cork Flooring, conhecida pela produção de pavimentos e decorativos de parede de cortiça, que no ano passado registou um EBITDA negativo de 7,9 milhões de euros. Apesar do contexto desfavorável que afeta a indústria dos revestimentos, com a contração do setor da construção na Europa, terá de “retomar o caminho da rentabilidade que já teve anteriormente”. A administração deixa mesmo um aviso sério à navegação: “o ano de 2024 será determinante para o futuro da unidade de negócios. Ou o produto tem aceitação no mercado ou medidas mais aprofundadas em termos de estratégia de negócio vão ter de ser implementadas”.

Finalmente, na unidade florestal, a Corticeira Amorim, que é cotada desde 1988 e exporta para mais de uma centena de países, calcula que serão plantados este ano mais 250 mil sobreiros, depois dos 200 mil no ano passado. No âmbito do projeto de intervenção florestal, irá este ano continuar com as plantações de novas áreas na Herdade de Rio Frio por via de um “novo projeto de adensamento” de aproximadamente 400 hectares, e continuar a plantar novos sobreiros na Herdade da Baliza, numa área de 200 hectares, detalha a empresa.

A assembleia-geral de acionistas realizada na segunda-feira, que aprovou o pagamento do dividendo de 0,20 euros a 22 de maio, deu igualmente luz verde à proposta relativa à eleição do conselho de administração para o triénio 2024/2026. A principal novidade é a ascensão de Luísa Amorim a vice-presidente, por troca com Nuno Barroca. Este órgão passa a ter mais um elemento (são agora 11), com a saída de Marta Parreira Coelho Pinto Ribeiro – ao completar o terceiro mandato deixou, em termos legais, de ser considerada independente –, e a entrada dos administradores independentes João Castello Branco e Helena Cerveira Pinto.

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