Porto e Viana remetem solução de autocarro interregional para CIM e AMP

  • Lusa
  • 11 Março 2024

"É preciso que haja vontade quer da CIM, quer da Área Metropolitana que, como sabem, não tem tido grande vontade de se envolver neste problema", disse Rui Moreira.

Os presidentes das câmaras do Porto e de Viana do Castelo remeteram, esta segunda-feira, para a Área Metropolitana do Porto (AMP) e para a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho uma solução para o autocarro interregional, comprometendo-se a apoiá-la financeiramente.

“O senhor presidente [da Câmara do Porto] comprometeu-se comigo dentro da área metropolitana [do Porto], e eu também junto da comunidade intermunicipal do Alto Minho, a exortarmos para que os responsáveis dessas duas entidades possam fazer diligências no sentido de encontrarmos uma resposta, que é possível, mas terá de ser nesse âmbito”, disse o autarca de Viana do Castelo, Luís Nobre, na câmara do Porto, após uma reunião com o seu homólogo portuense, Rui Moreira.

Os dois presidentes de câmara reuniram-se, esta segunda-feira, no Porto após, na semana passada, um grupo de utentes do autocarro que liga as duas cidades ter enviado uma carta aberta à autarquia do Porto a pedir uma reunião para “desbloquear” uma solução que evite os 200 euros mensais na deslocação entre regiões.

Luís Nobre explicou que as autarquias não podem atuar diretamente para resolver o problema, uma vez que o serviço entra na categoria expresso, que não pode ser regulado ao abrigo das concessões de serviço público, sendo por isso necessário criar uma nova linha interregional com a anuência da CIM e AMP, que são autoridades de transporte.

A solução passa por “assentar na rede interregional uma resposta que implique uma redução do valor ou do custo que hoje ocorre”, incluindo também a CIM do Cávado na negociação, devido ao atravessamento do concelho de Esposende (distrito de Braga), que poderá beneficiar do serviço.

De acordo com Rui Moreira, o apoio será não só formal mas também financeiro: “Nós podemos encontrar forma de lançar um serviço interregional, como temos com Braga, e a partir daí encontrarmos forma de, entre nós, dividirmos o que for o défice tarifário”.

Agora isto não se faz de um dia para o outro. Repito, é preciso que haja vontade quer da CIM, quer da Área Metropolitana que, como sabem, não tem tido grande vontade de se envolver neste problema“, disse ainda Rui Moreira.

Sobre uma previsão de custos para as autarquias relativamente à possível redução tarifária de um futuro serviço interregional, Rui Moreira afirmou que “é muito difícil de dizer”, mas adiantou que, no serviço para Braga, em janeiro, a Câmara do Porto já não teve de pagar qualquer euro para cobrir o défice tarifário, após o financiar inicialmente com 30 mil euros.

“Não serão montantes insuportáveis, até porque a Câmara de Viana já o fez no passado. A Câmara do Porto o que está a dizer é que também vai a jogo. Achamos que é um interesse do município de Viana e do município do Porto”, garantiu Rui Moreira.

Questionado sobre quando será possível alcançar um acordo para uma solução, Rui Moreira disse não poder exigir à CIM do Alto Minho e à AMP que “resolvam o assunto amanhã”, mas se quiserem “resolvem rapidamente”, tal como sucedeu com a linha para Braga.

Só precisamos de uma coisa: que não compliquem. Se não complicarem, resolve-se rapidamente”, asseverou.

Em janeiro, os utilizadores do autocarro expresso pela autoestrada A28 entre Viana do Castelo e o Porto, que pagavam 88 euros mensais, passaram a pagar 171,60 euros (22 dias x 2 viagens x 3,90 euros), devido a uma redução do apoio dado pela autarquia de Viana do Castelo.

A 30 de janeiro, os utentes dos transportes públicos do Alto Minho pediram ajuda ao presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) na implementação de um “passe único”, reivindicado desde 2019, para evitar os 200 euros mensais na deslocação entre regiões.

A 9 de janeiro, a CIM do Alto Minho explicou que, com a extinção da carreira pública de ligação ao Porto, “os serviços de transporte de passageiros expresso que, atualmente, estão no mercado liberalizado, não são financiáveis através do PART”.

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UE dá ‘luz verde’ a nova lei para proteger trabalhadores da Uber e Glovo

  • Lusa
  • 11 Março 2024

Já há acordo sobre a nova lei para proteger os trabalhadores das plataformas eletrónicas. Os ministros do Emprego e Assuntos da União Europeia chegaram a um entendimento esta segunda-feira.

Os ministros do Emprego e Assuntos Sociais da União Europeia (UE) chegaram hoje a acordo sobre a nova lei para proteger os trabalhadores das plataformas eletrónicas, como motoristas da Uber ou estafetas da Glovo, visando “melhores condições” laborais.

“Melhores condições de trabalho para quem entrega a sua refeição em casa. Os ministros acabam de aprovar o texto de compromisso sobre a diretiva relativa ao trabalho em plataformas“, indica a presidência belga rotativa do Conselho da UE, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

Na publicação, a presidência belga adianta que “esta diretiva melhorará os direitos e as condições de mais de 28,5 milhões de europeus que trabalham na economia das plataformas”, sendo o primeiro ato legislativo da UE a regular a gestão algorítmica no local de trabalho e a estabelecer normas mínimas europeias para este setor.

Reagindo ao acordo, o comissário europeu para o Emprego e os Direitos Sociais, Nicolas Schmit, disse à Lusa que “este é um dia importante para os trabalhadores de plataformas digitais“, realçando que, “mais uma vez, a Europa está a dar um bom exemplo”.

A ‘luz verde’ de hoje dos Estados-membros da UE — alcançada na reunião dos ministros do Emprego e dos Assuntos Sociais, em Bruxelas — surge após negociações com o Parlamento Europeu sobre esta nova lei que visa ajudar milhões de trabalhadores de plataformas digitais a aceder aos direitos laborais e de um acordo provisório em fevereiro deste ano.

As novas regras definem um estatuto correto para quem trabalha nas plataformas digitais, passando a presumir-se legalmente que os trabalhadores são empregados por uma plataforma digital e não trabalhadores por conta própria se, na sua relação com essa plataforma, preencherem critérios referentes aos montantes que obtêm, às restrições em recusar trabalho e às regras que regem a sua aparência ou conduta.

Nos casos em que se aplica a presunção legal, caberá à plataforma digital demonstrar que não existe uma relação de trabalho de acordo com a legislação e a práticas nacionais.

Além disso, os trabalhadores têm de ser informados sobre a utilização de sistemas automatizados de monitorização, ficando interdito o tratamento automático de certos dados pessoais, como dados biométricos ou sobre o estado emocional ou psicológico.

Em causa está a proposta da Comissão Europeia, apresentada há três anos, para uma legislação comunitária sobre direitos dos trabalhadores das plataformas, a primeira do género na UE embora alguns países já disponham de regras.

Em Portugal, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, proposta pelo Governo e promulgada pelo Presidente da República em março passado, prevê-se, no caso das plataformas digitais, a presunção de laboralidade entre o trabalhador e a plataforma, que à partida será feita diretamente com as empresas e não com intermediários, embora deixando para os tribunais a decisão final sobre a vinculação.

Estima-se que existam mais de 28 milhões de trabalhadores das plataformas digitais na UE, número que poderá atingir os 43 milhões em 2025.

A grande maioria destes trabalhadores são independentes, mas pelo menos 5,5 milhões têm erradamente este estatuto, situação que Bruxelas quer inverter, combatendo o falso trabalho por conta própria para que estes trabalhadores tenham proteção laboral.

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Barcos de Águeda “navegam” para Espanha e França

Obe&Carmen produziu 72 embarcações de pesca e recreio em 2023. Conheça a história da empresa familiar de Águeda, que nasceu de um amor em Moçambique, emprega 9 pessoas e fatura meio milhão de euros.

Fundada em 1972, a Obe&Carmen, empresa de construção de embarcações de recreio e de desporto localizada em Águeda, nasceu pelo gosto e “mão” de Obe da Silva. No ano passado, a empresa familiar produziu 72 embarcações, sendo que um terço da produção teve como destino os mercados de Espanha e França, que procuram sobretudo embarcações de pesca desportiva. A Obe&Carmen emprega nove pessoas e fatura meio milhão de euros.

Tudo começou com a construção de embarcações a remos, até porque o meu pai foi um dos pioneiros na canoagem do Rio Águeda. Na altura a canoagem não era uma modalidade e hoje temos grupos bastantes conceituados em Águeda, que se devem a esta semente que ele acabou por semear”, conta ao ECO/Local Online Dora Silva, filha do fundador e administradora da empresa.

Em 1957, Obe da Silva emigrou para Moçambique e foi trabalhar para uma companhia açucareira. No entanto, a paixão pela canoagem fazia-o olhar para o Rio Zambeze como uma “tentação”. E foi neste país que construiu o primeiro barco em contraplacado marítimo para uso próprio.

Seis anos depois, no local de trabalho, conhece Carmen, com quem viria a casar um ano depois. Natural de Paredes de Coura, era a única mulher na aldeia que sabia ler e escrever. Dora Silva conta como “sabiamente” a avó lhe disse que devia juntar-se à irmã mais velha, que era secretária na Sena Sugar Estates, em Moçambique.

Com apenas 14 anos, a mãe de Dora Silva embarcou sozinha num navio com destino a Moçambique, em busca de um futuro melhor. Fez uma formação de secretariado no país africano e foi trabalhar para os serviços administrativos da empresa em que a irmã trabalhava. “A minha mãe foi uma mulher de coragem”, recorda.

Em 1971, Obe da Silva foi desafiado pelo irmão a ir ter com ele ao Rio de Janeiro, no Brasil. Aceitou o desafio e foi aprender a trabalhar com fibra de vidro. Um ano depois regressa a Portugal e começa a construir embarcações a remo e, posteriormente, embarcações de pesca profissional. A empresa detém as marcas Obe (marca de embarcações de pesca profissional e amadora) e Sirius (embarcações de recreio).

Gosto da atividade, dos cheiros, da parte criativa. Sempre acompanhei o meu pai e nunca larguei o estaleiro.

Dora Silva

Filha do fundador e administradora da Obe&Carmen

“A Obe foi crescendo, ganhou nome, reputação, credibilidade. Depois foi só pensar mais à frente e começar a apostar na construção de embarcações de recreio”, conta Dora Silva, de 54 anos. A administradora, que nasceu em Moçambique, “quase aprendeu a andar no estaleiro”. Começou a trabalhar na empresa da família com 18 anos, conciliando com a formação no Instituto Superior de Ciências da Informação e da Administração (ISCIA), em Aveiro. “Gosto da atividade, dos cheiros, da parte criativa. Sempre acompanhei o meu pai e nunca larguei o estaleiro”, afirma com orgulho.

Até morrer aos 89 anos, no início de março deste ano, Obe da Silva continuou ligado “emocionalmente” à empresa e a acompanhar a filha na criação de novos projetos. “Continuou a ser o mentor e uma presença muito positiva e motivadora para todos nós”, acrescenta a líder da empresa, que já começou a integrar a terceira geração.

Dora Silva, Obe da Silva, Carmen e Bruno AlogoaObe & Carmen

O filho da administradora, Bruno Alagoa, de 31 anos, deixou o cargo de chefe de cozinha no conhecido restaurante Cafeína no Porto e começou há dois anos a trabalhar na Obe&Carmen. Já a filha está a frequentar o curso de Gestão na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda e resta a esperança de que um dia “possa vir a ser mais um elemento a reforçar a equipa”.

As embarcações, que podem custar entre 5 e 25 mil euros, podem ser personalizadas de acordo com o cliente. São precisos seis dias úteis para construir uma embarcação standard e entre duas a três semanas para ter pronta uma personalizada. O mercado externo representa 50% das vendas, mas Dora Silva não olha para outros mercados, além de Espanha e França, devido à logística e ao custo do transporte.

A Obe é ainda parceira oficial da Yamaha há 20 anos, fornecedora do Metro do Porto com peças específicas para as composições, fornecedora de capacetes homologados para as forças de segurança, fornecedora do Grupo Sanitana com painéis para a banheira topo de gama ou fornecedora de cascos, por subcontratação, para a Zodiac.

(Notícia atualizada a 12 de março com informação sobre a morte do fundador)

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Cinema nunca será “mainstream” para a publicidade mas há muitas oportunidades

As ativações de marca nos Cinemas Nos durante 2023 quintuplicaram face ao ano anterior e já representam 20% da faturação da publicidade nos cinemas, revelou o diretor de publicidade da Nos.

A 96.ª edição dos Óscares voltou a fazer brilhar e a colocar o cinema na agenda mediática um pouco por todo o mundo. Em Portugal, os espectadores têm regressado às salas de cinema e o início deste ano parece promissor, depois de ter sido registado um crescimento de 20% em fevereiro em comparação com o mesmo mês de 2023.

No entanto, este meio que nunca será “mainstream” para a publicidade, embora existam muitas oportunidades a serem desenvolvidas, conforme defendeu Miguel Magalhães, diretor da Nos Publicidade, assumindo como objetivo querer colocar o cinema na agenda do mercado e torná-lo parte importante dos planos de media e das agências.

Para o diretor da Nos Publicidade, o cinema pode conviver “saudavelmente” no media mix das marcas e contribuir para os objetivos das campanhas, até porque dispõe de uma série de particularidades, como um elevado grau de foco e atenção, principalmente quando comparado com o digital.

Estas ideias foram defendidas num debate no Nos Brand Activation Day, evento onde se propôs discutir a relação, oportunidades e desafios entre a publicidade e o cinema, juntando para isso diversos players do setor, entre marcas, criativos ou agências de meios. A iniciativa, que teve lugar nos cinemas Nos do Centro Comercial Colombo, contou com a presença de várias ativações de diferentes marcas.

Miguel Magalhães argumento ainda que se investe “muito tempo no processo criativo e pouco tempo naquilo que são as opções de media e que é – sem generalizar – um bocadinho ‘chapa cinco'”, pelo que, tendo também em conta que o mercado português é “muito pequeno”, o cinema é “a última derivada e o investimento já ficou todo nas linhas de cima, em televisão, digital ou outdoor”.

Também a [agências de] media pode repensar um bocadinho as estratégias que tem e o efeito e importância que determinado meio tem em determinada campanha, e por outro lado precisamos que os criativos criem especificamente para cinema“, afirmou o diretor de publicidade da Nos.

Mesmo em termos de CPM (custo por mil), o cinema é “super competitivo”, defendeu Miguel Magalhães, adiantando que a Nos deixou de vender publicidade à semana para passar a vender por número de contactos e que consegue fazer alguma segmentação em termos geográficos e também tendo em conta o tipo de conteúdo a ser transmitido.

Concordando com a ideia de que o cinema não é mainstream para a publicidade, Alberto Rui, CEO da IPG Mediabrands, afirmou por outro lado que a penetração do cinema em Portugal é elevada, sendo equivalente à do streaming. “Não estou a dizer que a frequência é igual, mas a penetração é igual, portanto não é assim tão nicho, é quase 30% da população portuguesa“, disse.

Quanto à integração do cinema nos media mix, Alberto Rui defendeu que “à partida, conceptualmente, não há nenhuma desvantagem”, até porque todos os meios têm particularidades que se complementam. No entanto, nem todas as marcas “têm o luxo de poder ter um grande media mix”, defendeu.

Afirmando que vê a existência de audiências, impacto e valor no cinema, o CEO da IPG Mediabrands sugeriu que talvez o facto de as marcas e agências não olharem muito para o cinema esteja relacionado com o facto de este meio ter saído dos media mix há uns anos, quando o digital começou a “explodir”, sendo agora muito difícil de voltar a conseguir incorporar o mix. Até porque para conseguir entrar “alguém tem de sair”.

Para Alberto Rui, o cinema deixou de ser “sexy” e tendência, pelo que o que há a fazer é trazer este meio de volta “para a agenda”.

Nuno Jerónimo concordou que não se dá a “atenção devida” ao cinema – quer em termos de planeamento de media, quer quando se pensa na estratégia criativa. “Cabe-nos a nós fazer anúncios memoráveis para cinema”, diz. O diretor criativo d’O Escritório reconhece que o cinema representa uma “oportunidade incrível” para a publicidade pela escala que tem e pela atenção que capta. “Quando procuramos ter um envolvimento mais emocional e contar uma história com tempo, acho que é aqui [no cinema]“.

Também presente no evento, Luís Nascimento, administrador executivo da Nos, recordou que depois de em 2020 ter sido registada uma quebra de 75% quanto ao número de pessoas que foram ao cinema, 2023 foi um ano “extraordinário”, com a estreia de “bons filmes” e com um crescimento registado na ordem dos 30% em termos de audiência, ficando “apenas 13% abaixo” de 2019 (que foi o melhor ano de sempre do cinema). Estes 13% são na maioria idosos que perderam o hábito do cinema, detalhou depois Luís Nascimento. “As pessoas voltaram, podemos dizer de forma clara“, assegurou o responsável da Nos, acrescentando que “as audiências estão cá, os anúncios é que não“.

Luís Nascimento enumerou ainda seis razões pelas quais faz sentido investir em publicidade no cinema, começando desde logo por apontar o foco e a atenção com que as pessoas estão numa sala de cinema que “não é comparável com aquela em nenhum outro ecrã”, garantiu, citando estudos internacionais que relevam que o foco no cinema é três vezes superior ao registado em televisão.

O facto de as pessoas terem disponibilidade e paciência para ver anúncios mais longos e de os jovens serem a “principal força de regresso” aos cinemas desde 2021 – tendência que vai continuar a aumentar, segundo o administrador da Nos – foram outras das razões apontadas.

Referindo que em 2023 mais de 12 milhões de pessoas foram ao cinema (oito milhões aos cinemas Nos), Luís Nascimento defendeu que “faz todo o sentido” juntar sinergias entre aquilo que são as experiências de ativação de marcas no exterior da sala de cinema com o anúncio que passa no ecrã.

O responsável referiu também que a Nos se encontra a trabalhar cada vez mais os dados e informações que recolhe através do site e da app Nos Cinemas para conseguir uma maior segmentação da audiência e evidenciou ainda a oportunidade que existe para as marcas trabalharem desde o início a integração de product placement nas produções cinematográficas junto dos argumentistas e produtores.

Product Placement é viável mas tem de ser num formato “win-win”

Debatendo a viabilidade do uso da técnica de product placement nas produções cinematográficas, Nuno Markl defendeu que hoje em dia está provado que se consegue integrar esta técnica de marketing no cinema de uma forma “boa para toda a gente”, embora o público possa ter uma ideia “demonizada” desta estratégia.

Desde que não sejam coisas forçadas ou mal feitas, todos vão beneficiar com isso“, defendeu por sua vez Alberto Rui Pereira, referindo que as produções cinematográficas precisam do investimento enquanto as marcas que precisam de comunicar.

Nuno Jerónimo também reforçou que esta tem de ser uma relação “win-win” e alertou que o público é também uma peça fulcral nesta equação e que a expectativa das pessoas em relação ao envolvimento das marcas não pode ser “defraudada”. “Temos de ter muita sensibilidade quando falamos em cinema e no envolvimento das marcas. É preciso ter esse cuidado de que quem vem a uma sala de cinema ver um filme não sentir que lhe estão a estragar a experiência“, disse.

Para Nuno Jerónimo há filmes que abrem espaço para que as marcas entrem com naturalidade ou graça, mas que para outros tipos de filmes “temos de pensar muito bem como é que aparecemos e qual é a expectativa das pessoas”, tendo de ser feito um cruzamento entre aquilo que é o arco narrativo da história e a narrativa da marca.

Embora encare a publicidade em produções cinematográficas como um “risco enorme“, o diretor criativo d’O Escritório considera que “temos de encontrar esse espaço e acredito mesmo que pode – e tem de ser – bem feito para que toda a gente ganhe e fique satisfeita no fim, principalmente o público”, afirmou.

Também Miguel Magalhães concordou com esta necessidade de um formato “win-win, em que quem vem ver o filme se sente confortável com a história que está a ser contada e com as menções que estão a ser feitas“.

Concedendo que a “espécie de preconceito” existente em relação à ideia de product placement pode vir da experiência que existe em televisão – que “é um bocadinho as marcas serem enfiadas à patada” –, o diretor da Nos Publicidade também considera que tem de haver mais abertura no processo criativo da construção de um filme. Isto, “se é que queremos mesmo as marcas a ser substitutas do Estado no financiamento do cinema em Portugal”.

O CEO da IPG Mediabrands sublinhou ainda a ideia de que as marcas hoje, além de objetivos comerciais, têm também propósitos. “Hoje as pessoas querem mais das marcas do que simples produtos e serviços. Querem atuação na sociedade”, pelo que os filmes e séries são um “ótimo espaço para as marcas se afirmarem, de uma forma muito mais natural”.

É um longo caminho a fazer mas é uma oportunidade muito grande para as marcas em Portugal”, acrescentou Alberto Rui.

Ativações de marca representam 20% do investimento em publicidade nos cinemas

À margem do evento, Miguel Magalhães adiantou que as ativações de marca realizadas nos Cinemas Nos durante o ano de 2023 quintuplicaram face ao ano anterior. Neste momento, estas já representam 20% da faturação da publicidade nos cinemas Nos, quando em 2022 esta percentagem era de “praticamente zero”.

O ano passado “foi um ano em que passámos, de facto, a meter as ativações de marca no cinema e no mapa da publicidade“, disse o responsável da Nos, detalhando que em 2023 os cinemas Nos contaram com mais de duas ativações por mês.

No entanto em termos de valores financeiros, este modelo não é “tão atrativo em termos de margens”, porque tem muito mais custos e é muito mais trabalhoso. “De qualquer maneira, é uma montra importantíssima e acho que é uma forma de vincar o cinema enquanto alternativa de meio publicitário nas suas várias vertentes“, sublinhou Miguel Magalhães.

Em termos de crescimento, o diretor de publicidade da Nos disse não haver propriamente um objetivo traçado. “Queremos crescer, mas queremos crescer em tudo, e é mais fácil crescer na publicidade em ecrã do que propriamente nas ativações. E temos um limite, não queremos que os foyers dos cinemas passem a ser uma feira de marcas. Temos de ter alguma cuidado, tem de haver propósito e sentido”, disse. “Não vamos querer crescer demasiadamente porque depois a experiência de quem vem ao cinema e a integração das marcas começa a ser contraproducente. Diria, se tiver de arriscar, que nunca passará muito dos 25% [do total da faturação da publicidade nos cinemas Nos]”, acrescentou.

Entre as marcas que mais regularmente fizeram ativações de marca em 2023 nos Cinemas Nos encontram-se a Lactogal, Siva, Lego, Prio, Opel, Delta, Unilever e Jerónimo Martins.

O diretor da Nos Publicidade referiu ainda que Lisboa, Porto e Coimbra continuam “evidentemente” a ser as cidades mais procuradas pelas marcas por estas ativações, mas que também já começa a existir “alguma dispersão geográfica”, exemplificando com o Algarve ou com Braga, “por ser um centro de estudantes e com um target mais novo”.

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Governo não terá “estado de graça”, avisa sindicado de médicos

  • Lusa
  • 11 Março 2024

Roque da Cunha disse "que é evidente que qualquer situação de instabilidade não é boa para o país".

O Sindicato Independente dos Médicos manifestou esta segunda-feira “total disponibilidade” para dialogar com o novo Governo, mas avisou que não haverá “estado de graça” devido à gravidade dos problemas no SNS e à dificuldade de acesso aos cuidados saúde.

“A situação e a gravidade dos problemas que existem, a dificuldade de acesso dos portugueses a médicos de família, a cuidados de saúde, a cirurgias, a consultas, a dificuldade em constituir escalas de urgência, que continua um pouco por todo o país, vai obrigar a uma intervenção rápida de emergência e de uma forma consistente”, disse à agência Lusa o secretário-geral do sindicato.

Jorge Roque da Cunha assegurou ainda que o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) irá pedir uma reunião com o Ministério da Saúde no dia em que o Presidente da República der posse ao novo Governo, para retomar as negociações. “Iremos solicitar com caráter de urgência [o retomar das negociações], naturalmente, compreendendo que há muitas matérias que necessitam de trabalho, enfim, o programa de Governo, a composição dos gabinetes, mas desde logo o pedido fica feito”, salientou.

A Aliança Democrática (AD), liderada por Luís Montenegro, venceu as eleições legislativas, no domingo, com 29,49% dos votos e 79 deputados, à frente de PS, de Pedro Nuno Santos, segundo mais votado, com 28,66% e 77 eleitos, e Chega, de André Ventura, com 18,06% e 48 mandatos, de acordo com os resultados provisórios, faltando ainda atribuir os quatro mandatos pela emigração.

Questionado sobre o que espera perante estes resultados, que dão um governo minoritário, para as reivindicações dos médicos, Roque da Cunha disse “que é evidente que qualquer situação de instabilidade não é boa para o país”. “Não é boa para a nossa vida pessoal, não é boa para a nossa vida profissional, mas a verdade é que os portugueses escolheram e os resultados são aqueles que são”, disse.

Roque da Cunha insistiu na “total disponibilidade” do SIM para manter um diálogo com os partidos políticos na Assembleia da República, com quem já se reuniu e a quem vincou “a necessidade de investimento no Serviço Nacional de Saúde”. Por isso, disse esperar que “o SNS seja daquelas matérias que, no quadro parlamentar, mereça o consenso alargado dos deputados”.

O dirigente sindical vincou que todos os partidos se comprometeram com o SIM de que o aumento intercalar que conseguiu no final do ano possa ser complementado ainda em 2024 de forma a captar médicos para o SNS. “Não é possível estarmos de uma forma recorrente a verificar que haja tantas saídas, tanta dificuldade em contratar médicos e a contratação de médicos reformados é um remendo. Há 12 anos que andamos a dizer exatamente isso. É uma medida que é provisória, mas é provisoriamente definitiva”, criticou.

Roque da Cunha manifestou a disponibilidade do SIM ajudar a encontrar soluções, num contexto que “não será fácil, como não tem sido fácil”, e lembrou “o privilégio” de o SIM ter “assinado 36 acordos com todos os governos de todas as cores políticas, com a Santa Casa de misericórdia, com as parcerias Público privadas”.

“Portanto, esperamos que aquilo que foi expresso na campanha eleitoral, que, aliás, foi um dos temas principais da campanha eleitoral, seja concretizado de uma forma rigorosa, séria, porque a situação que os portugueses hoje vivem em relação ao acesso a cuidados de saúde de saúde é muitíssimo grave”, vincou Roque da Cunha.

Entre as reivindicações do SIM, estão a atualização da grelha salarial, com reposição da perda de 30% do poder de compra verificado desde 2011, e adoção das 35 horas de trabalho semanais para os Médicos, incluindo 12 horas de trabalho em Serviço de Urgência.

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Medina rejeita bloco central, mas admite entendimentos pontuais com PSD

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Março 2024

O ainda ministro revelou que o Governo está a trabalhar no Programa de Estabilidade, que tem de ser entregue em abril em Bruxelas, para o deixar preparado para o futuro Executivo.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, rejeita um bloco central entre PS e PSD, por considerar que deixaria o “monopólio” da oposição nas mãos do Chega. No entanto, o governante admite que socialistas e sociais-democratas podem entender-se pontualmente em “áreas de interesse”.

“A solução de um bloco central não é aquela que creio que seja desejável no nosso país”, afirmou, esta segunda-feira, à entrada para uma reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, justificando com uma “razão muito simples”: “Um bloco central de natureza informal ou formal cria uma realidade em que só ficaria um partido de grande dimensão a fazer oposição, que era o Chega”, explica.

Medina ressalvou, porém, que “isso não quer dizer, obviamente, que os partidos não conversem, não discutam, não procurem convergências em múltiplos temas e assuntos”.

Ainda assim, esses entendimentos não devem traduzir-se em “apoios de governabilidade”, porque “a médio prazo seria um fator mais de perturbação e de problema para o nosso sistema do que propriamente solução“, frisou.

Perto de terminar o seu mandato, o ministro das Finanças espera que o próximo governo mantenha “a credibilidade das finanças públicas” e assegure a continuidade das políticas ao nível da redução da dívida pública. “Tenho confianças que não se desviarão desse compromisso”, disse, rejeitando os receios da DBRS relativamente ao futuro da governação do país.

O ainda ministro das Finanças, Fernando Medina, revelou ainda que o Governo está a trabalhar no Programa de Estabilidade para o deixar preparado para o próximo, esperando que haja um novo executivo aquando da entrega a Bruxelas, em abril.

“Nós estamos a preparar e a desenvolver todos os trabalhos relativamente ao Programa de Estabilidade. A nossa expectativa é que haja um Governo formado antes da data formal da entrega e, por isso, transmitiremos ao próximo Governo tudo aquilo que estiver preparado”, declarou Fernando Medina, na entrada para a reunião do Eurogrupo.

Sobre os temas da reunião do Eurogrupo, Fernando Medina adiantou que será debatido o cenário de abrandamento económico e a redução das taxas de juro, bem como o futuro do mercado de capitais europeu e ainda a apresentação, pela Comissão Europeia, do relatório da execução e dos impactos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Para terça-feira, está ainda prevista uma reunião do Ecofin, que juntará os ministros das Finanças, do Trabalho e dos Assuntos Sociais dos Estados-membros da União Europeia.

(Notícia atualizada às 15h59 com mais informação)

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Confederação do turismo apreensiva com eventual adiamento de novo aeroporto

  • Lusa
  • 11 Março 2024

Calheiros está apreensivo com um eventual adiamento da decisão sobre o novo aeroporto face ao cenário "incerto" de governabilidade que resultou das eleições legislativas.

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, está apreensivo com um eventual adiamento da decisão sobre o novo aeroporto face ao cenário “incerto” de governabilidade que resultou das eleições legislativas.

“Preocupa-nos, sobretudo, no imediato, um possível novo adiamento da decisão sobre o novo aeroporto, algo que seria muitíssimo prejudicial para o turismo e para o país”, afirma Francisco Calheiros, numa nota enviada às redações.

A CTP considera que “os resultados eleitorais sugerem um panorama político incerto em termos de governabilidade e estabilidade”, o que lhe levanta preocupações.

“Num momento de grande incerteza internacional, com as conhecidas consequências económicas e sociais, a perspetiva de dificuldades em Portugal em ter um Governo estável e a eventualidade de novas eleições, deixa os empresários do Turismo na expectativa, com um sentimento de incerteza, que em nada beneficia a atividade turística”, refere a confederação.

A Aliança Democrática (AD) venceu as eleições legislativas de domingo, com 29,49% dos votos e 79 deputados, contra os com 28,66% e 77 deputados alcançados pelo PS, quando ainda falta atribuir os quatro mandatos do círculo da emigração.

O Chega quadruplicou o número de deputados para 48, com 18,06% dos votos.

A IL conquistou oito deputados (5,08%), o BE manteve os cinco deputados (4,46%), a CDU diminuiu o número de deputados face a 2022 para quatro (3,3%).

O Livre vai formar pela primeira vez grupo parlamentar, tendo conseguido alcançar quatro deputados (3,26%), enquanto o PAN mantém-se com um deputado (1,93%).

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Bruxelas lembra que PRR termina em 2026, regras sobre programa de estabilidade mantêm-se

  • Lusa
  • 11 Março 2024

“O plano existe, foi decidido e cabe obviamente às autoridades nacionais, onde quer que estejam ou quem quer que sejam, implementar o plano como acordado”, reiterou o porta-voz da Comissão Europeia.

A Comissão Europeia escusou-se esta segunda-feira a comentar as eleições legislativas portuguesas, mas lembrou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem de ser implementado até 2026 e que se aplicam “as regras normais” sobre o Programa de Estabilidade.

Estou certo de que esperam qualquer comentário sobre o resultado das eleições, o que nunca faremos, mas no que diz respeito à implementação do PRR, é claro que estes planos devem ser implementados ao longo de vários anos”, até dezembro de 2026, disse o porta-voz principal do Executivo comunitário, Eric Mamer, falando na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas.

“Tendo em conta o facto de vivermos em democracias, haverá sempre a possibilidade de eleições planeadas ou não planeadas num país, que ocorrerão a meio da implementação do PRR, mas o plano existe, foi decidido e cabe obviamente às autoridades nacionais, onde quer que estejam ou quem quer que sejam, implementar o plano como acordado — é exatamente isso que está a acontecer também noutros Estados-membros e estamos confiantes de que será o caso em Portugal“, adiantou o responsável.

O PRR é financiado pelo Mecanismo de Recuperação e o Mecanismo, que entrou em 19 de fevereiro de 2021 para apoiar reformas e investimentos nos Estados-membros da UE para responder à crise da Covid-19, sendo temporário e tendo uma duração prevista até 31 de dezembro de 2026.

Por seu lado, questionada a porta-voz da instituição para os assuntos económicos e financeiros, Veerle Nuyts, sobre o Programa de Estabilidade (PE), que deveria ser entregue pelo Governo a Bruxelas em abril, disse apenas que “se aplicam as regras normais”.

Portugal apresentou o seu projeto de plano orçamental em meados de outubro, emitimos um parecer e no próximo pacote da primavera iremos avaliar a conformidade de Portugal com as regras orçamentais da UE, tal como fazemos para todos os Estados-membros, e já posso anunciar que isso acontecerá algures em junho“, afirmou ainda Veerle Nuyts.

Todos os anos, em abril, os Estados-membros da UE têm de apresentar os seus planos orçamentais para os três anos seguintes. Este ano, devido às eleições europeias de junho próximo, a avaliação de Bruxelas surge pós-sufrágio.

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Faculdade Egas Moniz discute futuro da economia azul

Durante o seminário, será apresentado o novo mestrado em Aquacultura Sustentável.

A Egas Moniz School of Health & Science vai discutir, na próxima sexta-feira, o futuro da bioeconomia azul e a importância do empreendedorismo no setor. No seminário serão abordados temas como o impacto do capital de risco na bioeconomia azul.

Sob o mote “A Revolução Azul no Innovation District: Apoiar a inovação”, este evento surge no âmbito do projeto Innovation District, que tem como objetivo “a criação de uma cidade global na região de Almada através de um estilo de vida sustentável, inovação e conhecimento tecnológico”, nota a academia.

Em comunicado, José João Mendes, presidente da direção da Egas Moniz School of Health & Science, realça que a instituição “tem o compromisso de formar melhores profissionais nas áreas da sustentabilidade e da aquacultura”. Nesse sentido, explica, “surgiu o mestrado em Aquacultura Sustentável que será apresentado neste seminário, com o objetivo de responder às necessidades do setor”.

Segundo o responsável, “estas iniciativas contribuem para o avanço do conhecimento sobre o desenvolvimento da bioeconomia azul, tal como a promoção da inovação, investigação e empreendedorismo”.

A Egas Moniz tem o compromisso de formar melhores profissionais nas áreas da sustentabilidade e da aquacultura.

José João Mendes

Presidente da direção da Egas Moniz School of Health & Science

Ruben Eiras, secretário-geral do Fórum Oceano, Nuno Carvalho, gestor financeiro do B2E Blue Bioeconomy CoLAB, Rita Sousa, partner da Faber Blue Pioneers, António Correia, cofounder da Aquanostra, João Rito, Fundador da SEAentia e João Navalho, CEO da Necton são alguns dos oradores confirmados.

Fundada em 1998 na Costa da Caparica, concelho de Almada, a academia tem dois estabelecimentos de ensino superior — o Instituto Universitário Egas Moniz e a Escola Superior de Saúde Egas Moniz –, soma quase 3.000 alunos de 28 nacionalidades, cerca de 400 docentes, mais de 34 projetos de investigação desenvolvidos desde 2018, 50 cursos na área da saúde e mais de 130 projetos de voluntariado. Foi recentemente considerada a melhor universidade privada portuguesa no Ranking de Inovação, pela SCImago Institution Rankings.

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Dia de eleições é ganho pela SIC

A estação da Impresa foi a escolhida pelos portugueses para acompanhar a noite das eleições. No cabo, também foi a SIC Noticias a eleita. Acompanhe a noite ao minuto, na análise da Dentsu para o +M.

Em dia de eleições, a SIC foi a estação mais vista pelos portugueses. O canal da Impresa fechou o dia com um share de 14,4%, mais 2,1 pontos percentuais do que a TVI, que se fixou nos 12,3%. A RTP1 situou-se nos 9,8%.

Analisando entre as 20h e as 24h a tendência é a mesma, com a noite a ser liderada pela SIC, com 16,1% de share, versus os 13,7% da TVI. A RTP1 situou-se nos 11,8%.

Nos canais de informação, também foi a SIC a conquistar mais espectadores, com o dia a fechar nos 4,2% de share. A CNN Portugal obteve 3,5% e a RTP3 0,9%.

Destaque ainda para a CMTV, que obteve no total dia um share de 7,6%.

Confira, minuto a minuto, as audiências, na análise da Dentsu elaborada para o +M.

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Lobo Xavier proposto como novo chairman da EDP. Conheça os novos membros

Lobo Xavier será proposto como presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP na próxima reunião dos acionistas, tal como o ECO avançou em primeira-mão.

A EDP já lançou as listas dos membros que serão propostos para o Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da elétrica na próxima Assembleia Geral de Acionistas, assim como para a Comissão Executiva. António Lobo Xavier, tal como o ECO avançou em primeira-mão, encabeça a lista do CGS, no papel de presidente.

Além de Lobo Xavier, são novos no conselho de supervisão os nomes de Alicia Reyes Revuelta, Gonçalo Moura Martins, María José García Beato, Sandra Maria Santos, Stephen Vaughan e Lisa Frantzis.

Gonçalo Moura Martins e Sandra Santos foram dois nomes também avançados em primeira-mão pelo ECO, na passada sexta-feira. O primeiro foi presidente executivo da Mota-Engil e Sandra Santos terminou o mandato à frente da BA Glass no passado mês de fevereiro.

Alicia Revuelta aparece como mulher forte das finanças. Liderou o conselho de administração e a comissão executiva da Momentus Securities nos Estados Unidos entre 2021 e 2023, tendo anteriormente ocupado posições de liderança na Wells Fargo Securities, Olympo Capital, Barclys Capital e Bear Stearns, sempre no Reino Unido.

Stephen Vaughan tem vindo a dedicar-se, há mais de uma década, a liderar a área de consultoria de energia da Rothschild, prestando consultoria financeira a empresas do setor da energia. Durante esse período, aconselhou governos e empresas de eletricidade em mais de 100 situações e transações, em localizações dispersas por mais de 25 países, lê-se na nota bibliográfica.

Lisa Frantzis ocupou, entre 2013 e 2021, o cargo de diretora geral de uma empresa de renováveis com a atividade focada nos Estdos Unidos, a Advanced Energy United.Em simultâneo, entre 2010 e 2018, foi membro do conselho de administração da Smart Electric Power Alliance.

Do mundo do Direito o CGS traz Maria José García Beato, que atuou como Procuradora do Estado, entre outras funções, no Tribunal Superior de Justiça de Madrid, na Agência de Proteção de Dados, na Secretaria‐Geral de Comunicações e no Tribunal Nacional. Foi também diretora de Gabinete do Ministro da Justiça e subsecretária da Justiça.

Mantêm-se cinco assentos à disposição de representantes da China Three Gorges, sem nomear quem os irá ocupar. O mesmo em relação à Draursa. Repetem-se ainda os nomes de Fernando Masaveu Herrero, Zili Shao e Sofia Salgado, como membros independentes.

Desta forma, a EDP deixa de contar neste núcleo de acionistas com João Carvalho das Neves, María del Carmen Fernández Rozado, Laurie Fitch, Esmeralda da Silva Santos Dourado, Sandrine Dixson-Declève e Luís Palha da Silva.

Já a composição do Conselho de Administração Executivo fica inalterada, de acordo com a proposta divulgada esta segunda-feira. Miguel Stilwell de Andrade continua como presidente, rodeado de Rui Teixeira, responsável pelo pelouro financeiro, Vera Pinto Pereira, que lidera a área comercial, Ana Paula Marques, com a pasta da digitalização e Pedro Vasconcelos, que entrou em abril do ano passado, em substituição de Miguel Setas nas rédeas da EDP Brasil.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h30, com mais informação)

 

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Federação alerta para fim do Sistema de Pagamento a Convencionados

Ao ECO, a direção executiva do SNS garante que o funcionamento do futuro sistema "está em análise" e que "os pagamentos aos convencionados não serão colocados em causa". 

A Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde (FNS) denuncia que o Sistema de Pagamento a Convencionados “deixará de estar operacional”, a partir de 31 de março, dado que com a extinção das Administrações Locais de Saúde não foram transferidos os “procedimentos existentes resultantes deste sistema” para as Unidades Locais de Saúde (ULS). Ao ECO, a direção executiva do SNS garante que o funcionamento do futuro sistema “está em análise” e que “os pagamentos aos convencionados não serão colocados em causa”.

A partir do início deste ano, foram criadas 31 ULS, que concentram numa mesma entidade os cuidados prestados pelos hospitais e pelos centros de saúde, que sucederam às ARS nomeadamente nas responsabilidades financeiras relativamente à prestação de cuidados de saúde nas áreas sob a sua tutela.

“Contudo, até ao momento, não está confirmada nem assegurada a adesão ao Sistema de Pagamento a Convencionados por parte das Unidades Locais de Saúde, desconhecendo-se o que irão fazer, a partir do dia 31 de março, no que toca a este sistema de pagamento”, aponta António Neves, secretário-geral da FNS, em comunicado.

Nesse sentido, a federação que representa o setor privado alerta que se nada for revisto o sistema “deixará de estar operacional” a partir dessa data, o que terá “consequências catastróficas, tanto para o setor, como para os doentes”.

Por um lado, “além de desregular a transferência de fluxos financeiros para as entidades convencionadas, o fim do SPC trará inevitavelmente um aumento da morosidade nos pagamentos“. Por outro, terá “prejuízos muito gravosos para os doentes”, dado que “cada unidade que não tenha condições financeiras para operar não conseguirá garantir o acesso dos utentes à prestação de serviços de saúde”, nomeadamente de análises clínicas e exames. “Além disso, o setor será colocado em causa, bem como os postos de trabalho, a capilaridade e a proximidade do utente“, rematam.

Questionada pelo ECO, a direção executiva do SNS garante que o “funcionamento futuro do sistema de pagamento está em fase de análise“, na sequência das alterações em curso no SNS e assegura que “os pagamentos aos convencionados não serão colocados em causa”.

Este sistema foi regulado em 1997, tendo em vista estabelecer um “protocolo financeiro com as entidades convencionadas, que asseguram prestações de saúde aos beneficiários do SNS, garantindo a estas entidades a regularidade no pagamento de créditos que detinham sobre as Administrações Regionais de Saúde”, recorda ainda a entidade liderada por Fernando Araújo.

Em setembro do ano passado, o secretário-geral da FNS já tinha lamentado não ter sido ouvido sobre a reforma em curso do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que generaliza as ULS, as Unidades de Saúde Familiares (USF) modelo B e aprovou o regime de dedicação plena.

(Notícia atualizada às 14h29 com a resposta oficial da direção executiva do SNS)

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