Fox desaparece esta quarta-feira e dá lugar à Star

  • + M
  • 7 Fevereiro 2024

O conceito criativo das novas marcas foi desenvolvido em Portugal pelo estúdio criativo da TWDC em colaboração com a agência This Is Pacifica, o estúdio Olga e a produtora Playground.

O canal Fox já é Star Channel. A já antecipada mudança aconteceu esta quarta-feira, com o canal a manter a mesma programação e posição nas grelhas dos operadores. Os restantes canais Fox também apresentam um novo nome e imagem: Fox Life é agora Star Life, Fox Crime é Star Crime, Fox Movies é Star Movies e Fox Comedy é Star Comedy.

“A marca FOX desaparece dos ecrãs portugueses, mas Star Channel dá continuidade ao património da marca, apresentando-se igualmente arrojada, confiante, atual e inclusiva. Com uma voz ousada e contemporânea, os canais continuam a ser sinónimo de grandes séries e filmes internacionais, conservando alguns dos títulos mais vistos no pay tv em Portugal”, refere-se em nota de imprensa.

A chegada do Star Channel tem vindo a ser anunciada com a campanha multimeios “A Brilliant Change”, que foi desenvolvida e implementada pelo estúdio criativo e equipa de marketing e comunicação da The Walt Disney Company Portugal (TWDC). A campanha marca presença em digital, televisão, out of home (OOH), cinema, rádio, imprensa, assessoria de imprensa e criadores de conteúdos.

O conceito criativo e gráfico das novas marcas que substituem os canais Fox foram desenvolvidos em Portugal pelo estúdio criativo da TWDC Portugal em colaboração com a agência de design This Is Pacifica, o estúdio de motion design lisboeta Olga e a produtora Playground, com o conceito visual a focar-se “num detalhe original do logo, o corte central, que inspirou a criação de uma ‘estrela cadente’ luminosa, que irá guiar o público através da programação dos canais”.

Este trabalho português foi implementado em todos os países da Europa, África e Médio Oriente onde os canais Fox marcam presença, “exportando assim o talento português por toda a região“.

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PCP acusa Montenegro querer fugir ao debate televisivo com Paulo Raimundo

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2024

“Luís Montenegro quer fugir do debate com Paulo Raimundo sobre a situação do país, as soluções e respostas para os problemas nacionais”, acusa o PCP.

O PCP acusou esta quarta-feira o líder do PSD, Luís Montenegro, de querer “fugir ao debate” com Paulo Raimundo, agendado para este sábado na RTP-1, pretendendo enviar o presidente do CDS, Nuno Melo, em sua representação.

Luís Montenegro quer fugir do debate com Paulo Raimundo sobre a situação do país, as soluções e respostas para os problemas nacionais”, acusa o PCP em comunicado, referindo-se ao frente-a-frente, agendado para este sábado na RTP-1, entre o secretário-geral do PCP e o presidente do PSD.

À Lusa, o PCP afirmou ter tido a indicação de que o PSD pretende que seja o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, a participar no debate deste sábado entre a CDU e a Aliança Democrática (AD, coligação composta por PSD, CDS-PP e PPM), ao contrário de Luís Montenegro, como estava inicialmente previsto. O Diário de Notícias noticiou esta tarde que o PSD pretende que Luís Montenegro seja substituído por Nuno Melo nos debates com a CDU e com o Livre (agendado para 17 de fevereiro).

No comunicado, o PCP considera que, “depois de acordado um modelo de debates entre as televisões e os partidos com representação parlamentar, o PSD e o seu presidente querem agora esconder-se e esconder o seu projeto atrás de pretextos”. “

“Luís Montenegro sabe que o PCP não deixará esquecer o papel que assumiu enquanto presidente do grupo parlamentar do PSD no período do assalto da política da troika a direitos salários e pensões, assim como sabe que foi o PCP, e a luta dos trabalhadores e do povo, o mais firme e determinado obstáculo e opositor a essa política”, referem os comunistas. Para o PCP, “é este debate que Luís Montenegro recusa”.

O partido considera que, “com a fuga a este debate”, o líder social-democrata quer esquivar-se “a ser confrontado a partir do concreto, e para lá das promessas, com o que quer manter escondido quanto a questões decisivas como as da política salarial, valorização das pensões, direitos dos trabalhadores, direito à habitação, defesa e valorização do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Para os comunistas, “são temas cruciais em que com elevada probabilidade não encontrará quem como o PCP e como a CDU o confrontará com o seu passado e o forçará a revelar as suas reais intenções”.

“Percebe-se que Montenegro queira fugir ao embate com opções e soluções de esquerda. Mas essa atitude não só empobrece o debate político como é revelador da necessidade do PSD em esconder o seu verdadeiro projeto”, criticam. O PCP ressalva, contudo, que não “facilitará essa intenção” e acrescenta que “os debates foram organizados sobre determinados pressupostos”.

Independentemente da avaliação crítica sobre o modelo, notoriamente favorecedor de uns face a outros, esta intenção do presidente do PSD agrava esta realidade. Não será por parte do PCP e da CDU que esse momento clarificador de debate não se realizará”, refere-se. Os comunistas acrescentam ainda que “a CDU é a verdadeira força do combate à direita e à política de direita, que foi e será determinante para barrar o caminho à política e projetos que empobrecem a vida dos trabalhadores e do povo, acentuam desigualdades, amputam direitos”.

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Seguradoras pagaram mais de 10 mil milhões por sinistros em 2023

  • ECO Seguros
  • 7 Fevereiro 2024

As companhias de seguros com sede em Portugal fizeram pagamentos aos segurados 9% superiores em relação a um ano antes, enquanto as receitas baixaram 2%. Resgates de PPR, inflação e juros explicam.

As seguradoras supervisionadas pela Autoridade Supervisora de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), reguladora do setor, realizaram pagamentos aos segurados no valor de 10.129 milhões em 2023, um valor 9% superior ao de um ano antes, ou seja, mais cerca de 840 milhões de euros que em 2022, revelou a instituição em relatório dedicado e já com dados de todo o ano passado.

6,8 mil milhões respeitaram a pagamentos devidos por seguros de vida dos quais 3,2 mil milhões se deveram a pagamentos devidos por PPR (Plano Poupança Reforma). Estes produtos usufruíram de resgates antecipados sem penalizações fiscais, medida que estará em vigor até ao final de 2024.

Como resultado, o valor de pagamentos, que inclui resgates antecipados ou não, cresceu 830 milhões em relação a 2022. No balanço agregado de todas as seguradoras, o valor de carteira Vida, divulgado pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS), baixou em 2023 para 33.795 milhões de euros, menos 1,5 mil milhões que um ano antes e as provisões apenas relativas a produtos PPR baixou de 14,6 para 13 mil milhões de euros sendo a principal responsável por esta quebra nos valores investidos pelas seguradoras.

Nos ramos Não Vida os pagamentos subiram para 3.305 milhões de euros, mais 5% que um ano antes. Foram os seguros de saúde que exigiram maior devolução aos segurados ou, em nome destes, aos prestadores de cuidados de saúde. Os pagamentos neste caso atingiram 915 milhões de euros, mais 13% que em 2022.

As indemnizações no Ramo Automóvel subiram ligeiramente atingindo 1.183 milhões entre danos físicos e materiais causados por sinistros, apenas mais 1% que um ano antes.

Já os seguros multirriscos e outro de propriedade aumentaram 4% em valores de sinistros sendo o ramo multirriscos habitação o mais danoso para as seguradoras que precisaram de realizar pagamentos de perto de 500 milhões de euros.

Companhias com seguros de Vida foram as mais penalizadas

Os pagamentos de sinistros realizados pelas seguradoras não precisam ser inteiramente compensados pela entrada de dinheiro de prémios de novas apólices ou renovações. As companhias dispõem de reservas obrigatórias de fundos, controladas pela ASF, em quantidade suficiente para fazer face a todos os sinistros que sejam obrigadas a regular e pagar. Por outro lado, estes pagamentos a segurados não são todos os custos das companhias, há ainda que pagar, por exemplo, todas as despesas que vão dos colaboradores, às comissões de mediação, a impostos diretos das companhias e os cobrados aos segurados para entregar ao Estado e todos os custos de estruturas.

As reservas das companhias foram em 2023 muito necessárias para as companhias de seguros Vida que em conjunto fizeram pagamentos 41% superiores às receitas que obtiveram, uma diferença que atingiu 1.183 milhões de euros. O conjunto dos resgates antecipados e da pouca competitividade para vender novos produtos Vida, devido à instabilidade nas remunerações das taxas de juro, explicam o esforço financeiro que foi necessário principalmente pela Ocidental, BPI VeP e Lusitania Vida.

Já as quatro companhias mistas que operam em Portugal, aquelas que na mesma seguradora exploram os ramos Vida e Não Vida, tiveram resultados diferentes. Na Fidelidade e na Real Vida, cuja carteira tem uma componente Vida muito relevante, as receitas cobriram os pagamentos por sinistros à justa. Já a Tranquilidade/Generali e a Allianz, em que os seguros Não Vida predominam, conseguiram folgas de 503 milhões e 205 milhões de euros, respetivamente, entre o que receberam e o que pagaram.

Nas companhias apenas de seguros Não Vida os pagamentos subiram 5% no ano passado atingindo quase 1,2 mil milhões de euros, significando 55% do total de receitas obtidas no mesmo período. Este desempenho superior a um ano antes permitiu um excedente entre recebimentos e pagamentos de quase mil milhões de euros. A Ageas Seguros, Lusitania, Aegon Santander, CA Seguros, Mapfre, Caravela, Mudum e Victoria ficaram acima dos 30 milhões.

As seguradoras especializadas em saúde foram penalizadas pelo aumento dos custos devidos à inflação e à maior frequência de sinistros consequência das dificuldades de acesso ao SNS. A Multicare e Médis obtiveram taxas de sinistralidade de 78% e 87% respetivamente. Já a Planicare, com uma carteira de novos clientes de seguros de saúde, melhorou a sua sinistralidade: apenas precisou de pagar aos segurados 47% dos cerca de 12 milhões de euros que deles recebeu em prémios em 2023.

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Habit lança produtos digitais com a Luz Saúde e Ergovisão

  • ECO Seguros
  • 7 Fevereiro 2024

Com a Ergovisão foi desenvolvida uma solução de seguro que garante apoio até 48 horas após contacto e com a Luz Saúde uma plataforma de diagnóstico que recomenda serviços aos clientes.

A Habit, insurtech que fornece tecnologia e plataformas para a distribuição de seguros, renovou a parceria com o Grupo Ergovisão, para a criação do seguro ERGOSAFE avançou a Habit num comunicado.

Domingos Bruges, CEO da Habit. “A parceria irá melhorar a experiência dos clientes do Hospital da Luz, mas também estabelecerá um novo padrão para a integração da tecnologia digital no cuidado com a saúde”.

Segundo a insurtech, o ERGOSAFE trata-se de uma solução de seguro para proteger óculos graduados, óculos de sol graduados, lentes graduadas e/ou armações novas. O produto oferece cobertura para danos, quebra e roubo e vantagens como proteção para imprevistos, reparação ou substituição garantida e uma resposta em 48 horas, apoiada por uma experiência digital ou telefónica. Para celebrar a renovação da parceria, “lançaremos uma campanha exclusiva, oferecendo seguro na compra de óculos desportivos em todas as lojas do Grupo Ergovisão.”.

Habit e Luz Saúde unem-se para criar um avaliador de saúde digital

Da parceria entre a Habit e a Luz Saúde nasceu uma plataforma digital que permite ao utilizador requerer um relatório sobre o seu estado de saúde e, para tal, só precisa de preencher um formulário. O Avaliador de Saúde do Hospital da Luz assenta na sapiência de uma equipa de médicos e outros profissionais de saúde do Hospital da Luz assente na Medicina Preventiva e Longevidade, para que o relatório possa ajudar os utilizados a tomar decisões ponderadas sobre a sua saúde e “aumentar a sua qualidade de vida”.

" Esta parceria com a Ergovisão marca um avanço significativo na integração de soluções de seguros diretamente no processo de compra.”

Domingos Bruges, o CEO da Habit

Para receber o relatório por e-mail, é preciso preencher um conjunto de questões sobre o estado de saúde e estilo de vida individual. Depois, irá saber recomendações e indicações que se baseiam num algoritmo “que usa as respostas de cada utilizador e as orientações e o estado do conhecimento atual da Medicina Preventiva e Longevidade”. Importa realçar que não se trata de um diagnóstico médico, nem pretende substituir uma avaliação clínica realizada por um profissional de saúde.

“Na Habit, estamos entusiasmados com a parceria com o Hospital da Luz, uma das principais instituições de saúde em Portugal. A nossa colaboração na criação do Avaliador de Saúde segue uma estratégia de onboarding e de conhecimento do cliente, para posterior fornecimento de soluções inovadoras no setor de saúde. Acreditamos que esta parceria, não só irá melhorar a experiência de saúde dos clientes do Hospital da Luz, mas também estabelecerá um novo padrão para a integração da tecnologia digital no cuidado com a saúde. Estamos ansiosos por ver os impactos positivos que as nossas soluções vão trazes aos clientes da Luz Saúde e ao setor de saúde como um todo”, disse Domingos Bruges, CEO da Habit.

Pode aceder ao Avaliador de Saúde do Hospital da Luz através da app MY LUZ, este exclusivo a cliente clientes, ou do site do Hospital da Luz.

 

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Três anos depois, recurso de Mexia e Manso Neto volta a ter nova juíza

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2024

O recurso foi agora distribuído à juíza desembargadora relatora Maria da Graça dos Santos Silva, depois de ter estado nas mãos da desembargadora Maria da Conceição Gonçalves desde outubro de 2020.

O recurso da defesa dos ex-gestores António Mexia e João Manso Neto no processo original ligado à EDP foi redistribuído, após aguardar mais de três anos por uma decisão no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL).

De acordo com a plataforma Citius, o recurso foi agora distribuído à juíza desembargadora relatora Maria da Graça dos Santos Silva, depois de ter estado nas mãos da desembargadora Maria da Conceição Gonçalves desde outubro de 2020, o que suscitou inclusivamente no último verão a apresentação junto do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de um requerimento de recusa da juíza e que acabou por ser rejeitado.

Contactado pela Lusa para reagir a esta situação, o advogado dos antigos gestores da EDP, João Medeiros, confirmou que se trata do recurso que aguardava decisão “há três anos” e manifestou esperança num desfecho mais rápido: “Apenas queremos sublinhar que, estando à espera há três anos, esperamos que agora o recurso seja decidido a breve trecho”.

António Mexia, CEO da EDP, em entrevista ao ECO - 22JAN20

Em causa está um recurso contra as medidas de coação aplicadas pelo juiz Carlos Alexandre no âmbito do caso EDP, em julho de 2020, na qual os gestores foram afastados de funções, proibidos de se ausentarem para o estrangeiro e de contactarem com outros arguidos, além de lhes serem impostas cauções. O recurso foi apresentado em agosto desse ano e distribuído à juíza em outubro, tendo as medidas de coação sido posteriormente declaradas extintas.

Maria da Conceição Gonçalves decidiu rejeitar sumariamente o recurso em abril de 2021 pelo facto de as medidas já terem então caducado. No entanto, a defesa recorreu para o Tribunal Constitucional, que veio dar razão em abril de 2022 ao direito a uma decisão no recurso sobre as medidas de coação, sendo ordenada a redistribuição à desembargadora, que assumira entretanto a presidência da 3.ª Secção do TRL.

Segundo avançou o Expresso na última semana, a desembargadora Maria da Conceição Gonçalves apresentou baixa por doença no final de janeiro, tendo o TRL assumido que a progressão do recurso poderia “eventualmente (…) implicar a redistribuição do processo”. Questionado se admite apresentar uma participação da juíza ao Conselho Superior da Magistratura, João Medeiros descartou esse cenário, ao notar que já tinha apresentado uma anteriormente e que não tinha tido acolhimento pelo órgão de gestão e disciplina dos juízes.

O Caso EDP acabou por levar à acusação do ex-ministro Manuel Pinho, da mulher Alexandra Pinho, e do ex-banqueiro Ricardo Salgado, em dezembro de 2022, por factos não relacionados com a empresa e os Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), que estiveram na origem do inquérito aberto em 2012 e cujos factos foram separados para outro processo.

António Mexia e João Manso Neto são arguidos desde 2017, por suspeitas dos crimes de corrupção e participação económica em negócio, e continuam a ser investigados pelo Ministério Público nesse inquérito extraído há cerca de um ano, sem que tenha sido ainda proferida uma acusação. Os dois gestores foram suspensos de funções na EDP em julho de 2020, tendo entretanto deixado a empresa.

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Ageas e Media Capital unem-se para a 2.º edição do projeto “Histórias Seguras”

  • ECO Seguros
  • 7 Fevereiro 2024

As inscrições abriram esta quarta-feira e terminam a 29 de fevereiro. Os vencedores do Prémio Audiovisual Ageas serão anunciados dia 7 de maio.

A Ageas Seguros Portugal, a Media Capital e a Havas Play juntaram-se para a segunda edição do projeto “Histórias Seguras”. Segundo o comunicado enviado esta quarta-feira, o projeto vai atribuir quatro prémios – designados Prémio Audiovisual Ageas – a talentos das áreas de realização, guionismo, produção e edição, que formarão uma equipa para produzir um vídeo final sobre uma história baseada em factos reais acerta do papel dos seguros na vida das pessoas, sob a mentoria do ator Diogo Morgado e com o apoio da Media Capital enquanto produtora e difusora do projeto.

Diogo Morgado, ator, realizador e mentor dos vencedores do concurso e Rui Rijo Responsável de Relações Públicas e Comunicação Digital do Grupo Ageas Portugal.

A agência Havas Play desenvolveu o conceito do projeto em que o grupo segurador procura “desmistificar o trabalho das seguradoras e destacar a importância destes serviços em momentos de angústia, dúvida ou incerteza”, refere o comunicado.

“Para o Grupo Ageas Portugal, Histórias Seguras é uma oportunidade excelente de mostrar que estamos aqui para apoiar as pessoas mesmo nos momentos mais difíceis, explicando como um seguro pode fazer toda a diferença na vida das mesmas. Além disso, estamos comprometidos em apoiar o talento nacional, dando oportunidade a jovens criativos/as de se destacarem na área do Audiovisual, com a produção em vídeo destas histórias”, afirma Rui Rijo, Responsável de Relações Públicas e Comunicação Digital do Grupo Ageas Portugal. “Estamos entusiasmados para ver quais as histórias emocionantes que serão contadas nesta segunda edição”, acrescenta.

Nesse sentido, o primeiro passado para participar na iniciativa é escolher umas das quatro histórias disponíveis no site do concurso como fonte de inspiração para a sua candidatura. Tratam-se de histórias reais de clientes das marcas Seguro Directo, Ocidental, Médis e Clínica Médis e ainda Ageas Seguros, escolhidos pela seguradora, que revelam o “importante papel dos seguros na vida das pessoas”, quando enfrentam “momentos de dificuldade”.

Etapas do concurso

Uma vez selecionada a história, os candidatos devem preencher um formulário indicando a categoria técnica a que se candidatam, alguns dados pessoais e profissionais, como a apresentação do portefólio ou curriculum vitae, assim como indicar na “nota de intenções” como pretende concretizar a história, a nível geral e na sua área técnica de especialidade, lê-se no regulamento. Importa realçar que os interessados têm até ao dia 29 de fevereiro para se candidatar.

A fase de seleção termina com a seleção de 16 candidatos, quatro de cada vertente técnica, que vão constituir quatro equipas e produzir quatro filmes, de cada história do concurso, – designados “Histórias Seguras”,. As condições técnicas para produzir as peças são asseguradas pelos parceiros.

A fase final é a apuração dos vencedores do Prémio Audiovisual Ageas, escolhidos mediante a criatividade e qualidade dos técnicos e o trabalho apresentado de cada área técnica nos filmes apresentados. O resultado do júri será anunciado através do site do projeto no dia 7 de maio.

Aos vencedores do Prémio Audiovisual Ageas serão concedidas as condições técnicas necessárias à produção final de um vídeo apoiado pelo diretor do projeto, o ator e realizador Diogo Morgado, e pelos canais televisivos da Media Capital enquanto produtora e radiodifusora do projeto.

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Caso Altice. Justiça não vai devolver os 10 milhões pagos por Armando Pereira

Segundo o advogado do arguido explicou ao ECO/Advocatus, esta caução só será devolvida "se no novo despacho não for fixada caução", disse Manuel Magalhães e Silva.

A Justiça portuguesa não vai devolver a caução de dez milhões de euros paga por Armando Pereira, co-fundador da Altice, apesar do Tribunal da Relação ter anulado o despacho do juiz Carlos Alexandre que aplicou esta medida de coação, no âmbito da Operação Picoas. Pelo menos para já. Segundo o advogado do arguido explicou ao ECO/Advocatus, esta caução só será devolvida “se no novo despacho não for fixada caução”, disse Manuel Magalhães e Silva.

Armando Pereira esteve em prisão domiciliária desde julho – sem qualquer vigilância, eletrónica ou policial – até outubro. A 30 de outubro pagou uma caução de dez milhões de euros (a mais alta de sempre aplicada a um arguido) e ficou em liberdade. A mesma foi prestada através do depósito bancário na Caixa Geral de Depósitos, transferido do estrangeiro para Portugal antes de ser entregue à Justiça. Agora, os juízes desembargadores da Relação deram razão ao arguido e a questão terá de baixar de novo ao chamado Ticão, para aplicação de novas medidas de coação.

Mas, a 24 de janeiro deste ano, o Tribunal da Relação anulou o despacho do (à data) juiz de instrução criminal, Carlos Alexandre, que aplicou a prisão domiciliária, ou, em alternativa, o pagamento de uma caução de dez milhões de euros.

“Importa afastar qualquer equívoco, pelo que é fundamental, ao aplicar uma medida de coação, que o juiz de instrução criminal o faça por decisão sua e não por se ter deixado ‘arrastar’ pelo requerimento do Ministério Público nesse sentido. É essencial que a decisão surja aos olhos do cidadão, efetivamente, como uma decisão pessoal do juiz”, diz a juíza relatora do acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL).

Armando Pereira está indiciado pelo Ministério Público de 11 crimes, entre os quais seis de corrupção ativa e um de corrupção passiva no setor privado, além de quatro de branqueamento de capitais e crimes não quantificados de falsificação de documentos na Operação Picoas. Neste processo está em causa uma “viciação decisória do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência” que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva e para crimes de fraude fiscal e branqueamento. Os investigadores suspeitam que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba superior a 100 milhões de euros.

Até aqui, o primeiro lugar de cauções mais elevadas pertencia a Manuel Pinho, com o valor de seis milhões. Porém, o ex-ministro não conseguiu pagar esse valor e, por isso, ficou em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica. Meses antes – em 2021 – foram aplicadas a dois dos arguidos mais mediáticos da história recente da Justiça portuguesa — o ex-presidente do SL Benfica, Luís Filipe Vieira e o empresário madeirense, Joe Berardo — o pagamento de cauções de três milhões e cinco milhões de euros, respetivamente.

O que diz o acórdão da Relação de Lisboa?

“Cremos resultar evidente, ostensivo mesmo, que o que aqui consta, desde logo reportado ao arguido Armando Pereira, em termos de enunciação dos elementos do processo que indiciam os factos imputados, não tem a virtualidade de poder integrar, ainda que de forma imperfeita e insuficiente, a noção contida na lei”, diz o acórdão a que o ECO teve acesso.

O que aqui consta – mais que decisivamente insuficiente em termos de satisfazer a mencionada exigência legal – é, de todo, absoluta e rigorosamente nada”, escreve a juíza relatora. E acrescenta que “nem se diga que a este propósito, em sede de matéria de facto, se faz a remissão para a promoção do MP, (que não se faz, de resto) sendo certo, contudo, que também ela diz rigorosamente o mesmo. Nada mais.”

Num tom crítico relativamente ao trabalho de Carlos Alexandre – agora juiz desembargador na mesma Relação de Lisboa -a juíza relatora não se coíbe em escrever que “importa afastar qualquer equívoco, pelo que é fundamental, ao aplicar uma medida de coação, que o juiz de instrução o faça por decisão sua e não por se ter deixado ‘arrastar’ pelo requerimento do MP, nesse sentido. É essencial que a decisão surja aos olhos do cidadão, efetivamente, como uma decisão pessoal do juiz.”.

Relembrando ainda que se exige e compete ao juiz de instrução nesta fase de inquérito uma apreciação, tendo como base o despacho do MP, sobre a existência de suficientes ou de fortes indícios, da prática pelo detido dos factos que lhe são imputados, para afinal concluir, ou não, pela verificação dos pressupostos de que depende a aplicação de uma medida de coação. Ao invés, diz o acórdão, este despacho de Carlos Alexandre é, em suma, um mero “comprovar a decisão do MP de lhe submeter o arguido detido para interrogatório e para aplicação de medida de coação”.

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Conselho Nacional da CGTP aprova lista que renova 26% de dirigentes para levar ao congresso

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2024

No XV congresso da intersindical vão ser substituídos 38 dirigentes sindicais dos 147 que integram o Conselho Nacional, entre os quais a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.

O Conselho Nacional da CGTP aprovou a lista de 147 candidatos a este órgão, a eleger no congresso, dias 23 e 24, no Seixal (Setúbal), que contempla a renovação de 26% dos dirigentes, incluindo o cargo de secretário-geral. A lista do Conselho Nacional que será levada ao congresso da CGTP “foi aprovada no dia 25 de janeiro por unanimidade”, disse esta quarta-feira o dirigente Filipe Marques, responsável pelo departamento de organização sindical à Lusa.

No XV congresso da intersindical vão ser substituídos 38 dirigentes sindicais dos 147 que integram o Conselho Nacional, entre os quais a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.

Dos 38 dirigentes que vão ser substituídos, 19 estão de saída por terem atingido o limite de idade para acesso aos corpos sociais da central sindical, como é o caso de Isabel Camarinha. Os outros 19 dirigentes saem por terem sido substituídos na coordenação das respetivas uniões ou federações sindicais. A CGTP tem um limite de idade para o acesso aos corpos sociais da central. Ou seja, os sindicalistas não podem candidatar-se a um novo mandato quando têm a perspetiva de atingir a idade de reforma nos quatro anos seguintes.

Entre os dirigentes que vão sair da Comissão Executiva da CGTP por motivo de idade estão, além de Isabel Camarinha, Mário Nogueira (líder da Fenprof – Federação Nacional dos Professores), Libério Domingues (ex-coordenador da União de Sindicatos de Lisboa), José Manuel Oliveira (coordenador da Fectrans – Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações) ou Vivalda Silva (dirigente do STAD – Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas).

Assim que for eleito no congresso, o novo Conselho Nacional da CGTP tem a responsabilidade de eleger a Comissão Executiva e o próximo secretário-geral da intersindical. Isabel Camarinha (63 anos) foi eleita secretária-geral da CGTP no anterior congresso, em fevereiro de 2020, para um mandato de quatro anos que agora termina.

Antes de substituir Arménio Carlos como líder da CGTP, Isabel Camarinha era presidente do Sindicato do Comércio e Serviços de Portugal (CESP) e coordenadora da Federação dos Sindicatos do Comércio e Serviços de Portugal.

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Plataformas denunciam pressa e pressão política no reconhecimento de contratos com estafetas

Associação que une Uber à Glovo e à Bolt fala em pressa e pressões políticas nos processos de reconhecimento de contratos com estafetas. Defende que estes continuem a ser trabalhadores independentes.

A polémica está instalada em torno das regras do trabalho nas plataformas digitais. Depois de ter sido conhecida a primeira decisão de um tribunal a reconhecer um contrato de trabalho entre um estafeta e a Uber Eats, esta plataforma veio dizer que, afinal, não tinha sido ouvida. E esta quarta-feira, a associação que junta a Uber à Glovo e à Bolt denuncia que “todos estes processos” têm sido “conduzidos de forma apressada, acelerados por pressão política”, tendo dado origem a “vários erros”.

“Desde o início todos estes processos foram conduzidos de forma apressada, acelerados por uma pressão política e deram origem a vários erros que, como neste caso, levaram a uma falta de ponderação“, atira a Associação Portuguesa das Aplicações Digitais (APAD), num comentário enviado ao ECO.

No início da semana foi conhecida a primeira sentença de um tribunal português – o Tribunal do Trabalho de Lisboa – a reconhecer um contrato de trabalho entre um estafeta e uma plataforma – a Uber Eats –, tendo o juiz dado como provados cinco dos seis indícios de subordinação.

A sentença do Tribunal do Trabalho de Lisboa, à qual o ECO teve acesso, indica que a ré foi citada e não contestou. No entanto, a Uber garante que tal não aconteceu, isto é, que nunca foi notificada, nem ouvida. A plataforma já defendeu também que, por não ter sido ouvida, esta decisão “provavelmente não terá efeito”

Na nota enviada ao ECO, a APAD sublinha que esses “erros processuais” colocaram em causa uma “pedra basilar do Direito: o direito da defesa“.

“Uma base frágil pode levar a erros processuais inevitáveis para todas as partes envolvidas, sem quaisquer benefícios para os estafetas e impedindo a necessária clarificação da lei”, critica a associação, que continua a defender “modelos operacionais que permitam flexibilidade para os trabalhadores independentes que usam as plataformas digitais como fonte de rendimento”.

“A APAD, através das suas plataformas associadas, continua comprometida em trabalhar em conjunto e em colaborar com todas as partes para melhorar o trabalho independente em Portugal“, assegura.

Também a Uber, na nota enviada na terça-feira ao ECO, defendia que “os estafetas já deixaram claro que querem manter a sua independência e a liberdade para usarem as plataformas digitais quando, como e onde quiserem”.

Entre os estafetas, há, sim, quem prefira continuar a passar recibos verdes às plataformas digitais. Mas há também quem esteja a lutar pelo reconhecimento de um vínculo de trabalho dependente. Entre estes últimos, o movimento Estafetas em Luta tem estado em destaque, e o seu porta-voz, Marcel Borges, chegou a dizer-se contente perante a decisão do Tribunal do Trabalho de Lisboa, que agora está em risco.

Numa mensagem publicada na rede social Instagram, o porta-voz referiu estar em causa um “marco histórico”, que serviria de “divisor de águas contra a precarização dos estafetas e de todos que trabalham com as plataformas digitais”.

Na base deste processo, está a alteração ao Código do Trabalho, que entrou em vigor a 1 de maio e veio abrir a porta a que os estafetas sejam considerados trabalhadores por conta de outrem das plataformas digitais, desde que sejam reconhecidos indícios de subordinação. Por exemplo, se a plataforma fixar a retribuição ou tiver poder disciplinar, pode estar em causa um laço de subordinação.

De acordo com o balanço mais recente da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), já chegaram ao Ministério Público quase 900 ações para o reconhecimento de contrato de trabalho entre os estafetas e as plataformas, que são relativas a 16 plataformas.

Além deste caso, há, portanto, centenas de outros processos em curso nos tribunais portugueses, alguns dos quais já com julgamento marcado.

Notícia atualizada às 18h13

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Cushman antecipa subida de 7% no investimento no mercado imobiliário comercial

  • Ana Petronilho
  • 7 Fevereiro 2024

Depois de um 2023 "fraco" em volume de investimento e número de transações, a Cushman & Wakefield antevê uma retoma do mercado de imobiliário comercial, sobretudo nos escritórios e retalho, em 2024.

O ano que passou não deixará boas recordações para o mercado imobiliário comercial em Portugal. Com apenas 1,7 mil milhões de euros de negócios realizados através de somente 95 operações concretizadas, 2023 foi assim um ano “fraco” para o setor, salienta Paulo Sarmento, head of transactional services, international partner, da consultora Cushman & Wakefield.

A expectativa para este ano é que a dinâmica seja um pouco diferente, com a consultora a antecipar um crescimento do investimento para valores em redor dos 2 milmilhões de euros, sendo que já estão identificadas transações para este ano na ordem dos 1,8 mil milhões de euros. Valores que, ainda assim, ficam muito abaixo dos cerca de 3 mil milhões de euros registados em 2022, segundo o estudo mais recente Marketbeat, apresentado esta quarta-feira.

Segundo a análise dos especialistas da Cushman & Wakefield, o crescimento na ordem dos 6% a 7% do investimento antecipado para este ano deverá acontecer, sobretudo, durante o segundo semestre do ano. “Vai ser um ano de duas metades, por causa da inflação e das taxas de juros”, salienta Paulo Sarmento, que antevê que os negócios do primeiro semestre de 2023 sejam ainda “dominados por investidores domésticos”.

No entanto, há a possibilidade de o mercado apresentar algumas surpresas positivas, desde logo porque há ainda 1,1 mil milhões de de euros de “transações atualmente suspensas” que podem fechar durante o ano. Tratam-se de ativos “que já estiveram no mercado e que foram retirados” havendo ainda a “intenção de venda”, adianta Paulo Sarmento.

Modelo híbrido de trabalho afunda mercado de escritórios

Entre os vários segmentos do imobiliário comercial — logística, retalho, escritórios ou hotelaria — que “danos” sofreu em 2023 estão os escritórios, com o volume de investimento a situar-se nos 150 milhões de euros, que compara com os 800 mil a mil milhões de euros contabilizados nos anos anteriores.

Espelho desta quebra no mercado dos escritórios é observada pela taxa de ocupação dos imóveis a cair 59% na Grande Lisboa para 112.500 metros quadrados “o valor mais baixo da última década”. No Grande Porto foi registada uma “maior resiliência”, mas ainda assim sofreu uma quebra homóloga de 14% ficando com uma ocupação de 50.050. Consequência, sobretudo, do modelo híbrido de trabalho.

Mas para 2024 a consultora antevê que o mercado imobiliário nos escritórios seja um dos segmentos com maior crescimento. No final do primeiro trimestre “vamos atingir níveis saudáveis” de ocupação, acredita Paulo Sarmento, com o fecho de três negócios que transitaram do ano passado.

Apesar do menor dinamismo do mercado ocupacional, a falta de oferta de edifícios “com melhor qualidade” contribuiu para um aumento homólogo de 1 euro por metro quadrado por mês dos valores brutos de arrendamento na maioria das zonas da Grande Lisboa, onde é cobrada uma renda mensal sempre acima de 20 euros por metro quadrado.

Também no Grande Porto as rendas mensais dos escritórios subiram entre 50 cêntimos e 1 euro por metro quadrado, com valores a flutuar entre os 16 e os 19 euros por metro quadrado no centro da cidade.

Cadeias não alimentares low cost com forte expansão

O retalho é outro dos segmentos que mais deverá crescer este ano em termos de investimento, aponta a consultora.

Recorde-se que, em 2023, ao nível da oferta de conjuntos comerciais, só foi concluído o Salinas Park, em Vila Franca de Xira, com 12 mil metros quadrados. Mas, “até 2026 prevê-se a conclusão de mais 81.500 metros quadrados, 65% dos quais em formato retail park e aos quais acrescem a expansão do Centro Colombo (Lisboa) e a abertura do City Center Covilhã”.

Em 2023 foram registadas 600 novas aberturas de retalho, mais três que em 2022. O comércio de rua agregou 64% do total de novas aberturas, seguido pelos centros comerciais com 19%. O setor da restauração continuou a representar 45% dos novos arrendamentos, seguido do setor “outros” (onde se inclui o mobiliário, decoração e bricolage) com 18%.

Os retalhistas não-alimentares low cost que entraram no mercado nacional têm “planos de expansão ambiciosos”, tendo sido “os mais ativos durante o ano passado”, onde se destacam a dinamarquesa Normal (15 aberturas), a polaca Pepco (14 aberturas), e a alemã KiK (10 aberturas).

A estes juntaram-se, no setor alimentar, o Aldi com 19 novas unidades e a Mercadona com 10. Para Paulo Sarmento esta é “uma consequência do conflito do leste da Europa” que leva, cada vez mais, as empresas a procurar geografias distantes da guerra na Ucrânia.

Em termos de rendas de mercado, a escassez de oferta nas principais zonas de comércio de rua “contribuiu para um aumento dos valores praticados”, subindo 2,5 euros por metro quadrado mensais no Chiado (Lisboa), para 125 euros por metro quadrado mensais. Na Baixa do Porto, cresceram para 77,5 euros por metro quadrado por mês.

Nos centros comerciais, as rendas prime aumentaram 4,9% para os 107,5 euros mensais por metro quadrado, verificando-se um ligeiro incremento dos valores brutos nos retail parks, para os 12,25 euros por metro quadrado.

Falta de oferta provoca queda de 22% na logística

Na logística, depois de um máximo histórico em 2021, a taxa de ocupação “abrandou nos últimos dois anos, registando em 2023 uma quebra de 22%”, com 450.800 metros quadrados transacionados, que resulta “de uma oferta muito limitada”, aponta a consultora. Mas, ainda assim, é “o terceiro maior volume da última década”.

Entre as várias zonas do país, as regiões de Lisboa e Porto continuam a ser as mais procuradas, agregando respetivamente 48% e 25% da absorção.

Em construção estão imóveis de logística que totalizam 533.400 metros quadrados, dos quais 64% têm “ocupação já assegurada”, onde se destacam o projeto da Montepino, em Castanheira do Ribatejo, que será ocupado pela Leroy Merlin, seguido do futuro Bloco Logístico de Almeirim da Mercadona, e do Benavente Logistics Park.

Nas rendas dos imóveis de logística foi registado um aumento generalizado dos valores, à exceção das zonas de Alverca e Azambuja (na região de Lisboa) e de Maia e Via Norte (na zona do Porto) que se mantiveram nos 5 euros mensais por metro quadrado.

Há 100 hotéis em construção

Na área da hotelaria, em 2023 foram inaugurados cerca de 50 novas unidades com 3.340 quartos, mais de metade dos quais com classificação 4 estrelas. Os concelhos de Lisboa e Porto concentram a maior parcela desta nova oferta, com 22 novas unidades hoteleiras num total de 1.600 unidades de alojamento.

Entre as maiores aberturas destacam-se o Moov Lisboa Oriente (2 estrelas) com 180 quartos, o Renaissance Porto Lapa Hotel (4 estrelas) com 160 quartos e o Masa Hotel Campo Grande (4 estrelas) com 150 quartos.

Há agora, aponta a Cushman & Wakefield, em fase de projeto ou construção mais de 100 novos projetos hoteleiros, que totalizam 10.040 quartos. Estes novos projetos vão abrir nos próximos três anos.

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Diretor da Cinemateca cessa funções no dia 10 e subdiretor assume funções interinas

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2024

Rui Machado assumirá funções diretivas interinamente. Ainda está a decorrer o concurso público para a escolha da nova direção da Cinemateca, aberto em novembro passado.

O diretor da Cinemateca Portuguesa, José Manuel Costa, revelou esta quarta-feira que cessa funções esta semana e que o cargo será ocupado interinamente pelo subdiretor, Rui Machado, até à nomeação da próxima direção deste organismo. A informação foi divulgada numa apresentação pública do Portal Félix, um projeto de disponibilização online de bases de dados de informação relacionadas com cinema e imagem em movimento.

José Manuel Costa e Rui Machado assumiram funções na direção da Cinemateca em 2014, na sequência de um concurso público, e foram reconduzidos nos cargos de diretor e subdiretor, por mais cinco anos, em março de 2019. No caso de José Manuel Costa foi necessária uma autorização do Governo para que se mantivesse em funções para lá dos 70 anos, cumpridos em maio de 2023. Segundo o despacho do Governo, essa autorização de funções termina a 10 de fevereiro de 2024, ou seja, no próximo sábado.

Como ainda está a decorrer o concurso público para a escolha da nova direção da Cinemateca, aberto em novembro passado pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), José Manuel Costa revelou que Rui Machado assumirá funções diretivas interinamente. Segundo José Manuel Costa, a nomeação de uma nova direção da Cinemateca completa “só será feita pelo governo que sair das eleições” legislativas antecipadas de 10 de março, estando o atual governo em gestão.

Segundo a CReSAP, o prazo de candidatura para a direção da Cinemateca terminou a 12 de dezembro. Os candidatos a serem escolhidos ficam em regime de comissão de serviço por cinco anos, renováveis por igual período sem necessidade de novo concurso. Entre os objetivos traçados no concurso da CReSAP para a nova direção da Cinemateca estão o desenvolvimento de um novo projeto museológico e a conclusão dos projetos de digitalização do cinema português atualmente em curso.

As orientações estratégicas passam por ampliar a divulgação descentralizada do património cinematográfico, em rede e em cooperação com parceiros nacionais e internacionais, ou reforçar a relação da Cinemateca com as escolas de todos os níveis de ensino. José Manuel Costa está ligado à Cinemateca Portuguesa desde 1976 e, antes de ter assumido a direção, foi subdiretor entre 1995-1997 e 2010-2014. Foi ainda responsável pelo projeto e instalação do Arquivo Nacional das Imagens em Movimento (ANIM).

Já o subdiretor, Rui Machado, entrou para a Cinemateca em 1990, onde começou como técnico de conservação e preservação fílmica, tendo em 2006 dirigido o ANIM, subindo em 2014 para a equipa de direção. O Portal Félix – acessível através da página oficial da Cinemateca Portuguesa – é “a resposta a um diagnóstico” feito no final dos anos 1990 sobre o funcionamento, utilização e disponibilização de bases de dados de informação do organismo, explicou José Manuel Costa.

O projeto, que contou com financiamento europeu, “dá acesso livre, sem limites de tempo ou de espaço” a informação, por exemplo, sobre produção filmográfica portuguesa entre 1896 e 1975, sobre estreias de cinema em Portugal entre 1918 e 2020 e sobre o histórico de exibições na Cinemateca.

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Autarcas de Portugal e Espanha reivindicam corredor atlântico ferroviário aos governos

O corredor ferroviário Aveiro - Viseu - Guarda - Salamanca é reivindicado pelos autarcas com vista ao desenvolvimento económico das regiões e para fixar população.

Os presidentes de câmara e responsáveis de instituições de Portugal e Espanha querem que os governos de ambos os países avancem com o transporte ferroviário do Corredor Atlântico no troço ibérico (Aveiro – Viseu – Guarda – Salamanca), e a sua ligação com Madrid. Defendem que esta ligação é importante para “facilitar uma mobilidade eficiente de passageiros e mercadorias”, e para o desenvolvimento económico regional.

“As instituições públicas locais e regionais, juntamente com as entidades empresariais, unem as suas vozes para exortar os Governos de Espanha e de Portugal a concentrarem os seus esforços para impulsionar o transporte ferroviário do Corredor Atlântico, salientando a importância estratégica da conexão acima referida na contribuição para o desenvolvimento económico, social e ambiental das nossas regiões e municípios”. Este apelo consta de uma declaração conjunta institucional para incentivar o transporte ferroviário do Corredor Atlântico no lanço ibérico e a sua ligação com Madrid e resultou de uma reunião entre as várias entidades, esta quarta-feira, em Viseu.

Por entenderem que é “urgente fortalecer as conexões ferroviárias entre Portugal e Espanha”, os responsáveis pedem aos dois governos que garantam “a implementação de comboios de alta velocidade nesta conexão ferroviária que permita o desenvolvimento económico regional e gere oportunidades para novas iniciativas empresariais que favoreçam perspetivas de futuro renovadas para atrair e fixar população”.

Reivindicam, por isso, que os dois governos avancem com este “projeto decisivo que beneficiará, não apenas as empresas, mas também o desenvolvimento sustentável e a prosperidade dos territórios”, lê-se na declaração.

Não vamos deixar que esta situação seja esquecida. Vamos reclamar que este tema seja debatido nas cimeiras ibéricas.

Fernando Ruas

Presidente da Câmara Municipal de Viseu

Já numa reunião em Salamanca, em janeiro deste ano, os subscritores deste documento reconheceram a “escassez e a falta de eficiência das ligações ferroviárias com impacto na mobilidade das pessoas e mercadorias entre ambos os países, assim como com o resto da Europa, atrofiando o crescimento económico dos dois países”.

Estes encontros e cooperação entre Portugal e Espanha vão continuar e visam potenciar a colaboração dos dois governos, além da criação de condições para “fortalecer a competitividade das linhas existentes através da otimização dos traçados e da eletrificação integral da rede”.

O autarca social-democrata de Viseu, Fernando Ruas, garantiu que não vão deixar esta reivindicação cair no esquecimento. “Não vamos deixar que esta situação seja esquecida. Vamos reclamar que este tema seja debatido nas cimeiras ibéricas”, assegurou.

“Temos de pedir aos nossos dois governos que unam forças, que façam os esforços necessários para que a rede básica, os corredores atlânticos que passam por Portugal e por Espanha estejam em funcionamento em 2030”, afirmou, por sua vez, o delegado do Corredor Atlântico e Redes Complementares, Luis Fuentes Rodriguez. “O que estamos aqui a reivindicar é que os governos ponham em cima da mesa todo o dinheiro necessário para que as infraestruturas estejam em pleno funcionamento”, completou.

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