Setor segurador angolano emitiu prémios brutos de 345,6 milhões de euros em 2022

  • Lusa e ECO Seguros
  • 31 Janeiro 2024

A ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, disse que quer taxa de penetração de seguros "mais ambiciosa", acreditando ser possível através da aposta em literacia financeira e na inovação.

O setor segurador angolano emitiu prémios brutos de 312,7 mil milhões de kwanzas (345,6 milhões de euros) em 2022, mais 13% face a 2021, com os seguros não vida a liderarem a carteira de prémios.

No estudo “Angola Insurance Outlook”, que apresenta os principais resultados do setor segurador entre 2019 e 2022, apresentado esta terça-feira, em Luanda, pela Ernest Young (EY) Angola, refere-se que os prémios brutos adquiridos em 2022 foram de cerca 300 mil milhões de kwanzas (331 milhões de euros) contra os 263 mil milhões de kwanzas (290 milhões de euros) de 2021.

A estrutura da carteira de prémios não-vida “alterou significativamente” no período em análise, com um peso de 92%. Os seguros de acidentes, doenças e viagens têm a maior fatia da produção total em todos os anos, representando mais de metade da produção total em todos os anos, observa-se no estudo.

A componente do seguro agrícola em Angola é também desenvolvida nesta pesquisa da EY. O mercado angolano da banca e seguros apresentam um sentimento de “incerteza e relutância” em assegurar os riscos inerentes ao seguro agrícola, apesar da importância vital da agricultura para o país lusófono, refere-se.

Apesar da importância da agricultura, o seguro agrícola “ainda tem pouca relevância, funcionando em modelo de cosseguro sem fundos de compensação”, acrescenta-se. “Verifica-se ainda um sentimento de incerteza e relutância no mercado da banca e seguros em assegurar os riscos inerentes a este setor de atividade”, lê-se no estudo apresentado durante a conferência “Seguros”, promovida pela EY em parceria com a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG).

O Governo angolano e o International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial, assinaram, em julho de 2023, um acordo de parceria para um projeto de desenvolvimento do seguro agrícola no país, instrumento cujo beneficiário direto é a ARSEG.

A ARSEG, à luz do acordo, tem a missão de mobilizar o mercado segurador para a criação de condições legais, institucionais, técnicas e operacionais para a operacionalização do seguro agrícola no país.

Para a EY, nas perspetivas plasmadas no estudo, o acordo entre Angola e o IFC “será impulsionador” para o país seguir o exemplo de outras regiões africanas como o Quénia, Zâmbia e Senegal.

A consultora considera que a expansão na oferta de seguros agrícolas irá potenciar a melhoria do setor agrícola em Angola em vários eixos, nomeadamente estímulo ao investimento privado e em tecnologia e práticas agrícolas sustentáveis, proteção contra riscos climáticos naturais, redução dos riscos para os investidores no setor agrícola e outros.

No estudo, que apresenta igualmente os principais resultados do setor entre 2019 e 2022, refere-se que a estrutura do setor segurador angolano era composta por 24 empresas, sendo uma totalmente detida pelo Estado, a Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA), e as restantes capitais privados.

Destaca-se ainda o aumento “considerável” de mediadores de seguro que passou de 1.088 em 2019 para 1.456 em 2022. “O aumento do número de mediadores, tanto coletivos como singulares, vem demonstrar uma tendência, que se tem vindo acentuar, das empresas de seguros diminuírem as suas agências próprias e de aumentarem a capilaridade da sua rede através dos canais de mediação”, acrescenta-se no documento.

Ministra angolana quer taxa de penetração de seguros “mais ambiciosa”

O valor dos fundos de pensões em Angola atingiu 835 mil milhões de kwanzas (922 milhões de euros) em 2022 e o setor segurador precisa alcançar uma taxa de penetração de seguro “mais ambiciosa”, disse esta terça-feira fonte oficial.

O fundo de pensões, um dos elementos do setor segurador angolano, é um património autónomo afeto à realização de um ou mais planos de benefícios de saúde.

De acordo com a ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, apesar de todos os impactos negativos e desafios associados ao setor segurador entre 2019 e 2022 este “foi capaz e reinventar-se e conseguir manter uma trajetória crescente neste período”.

“Os prémios brutos emitidos cresceram a uma média anual de 22%, no geral 32%, a taxa de sinistralidade do setor manteve a sua tendência decrescente com 32% em 2022”, disse a governante na abertura da conferência.

As contribuições para os fundos de pensões cresceram 144% no período, ao passo que o valor dos fundos de pensões cresceu em torno de 100%, ou seja, mais do que duplicou, passando de 409 mil milhões de kwanzas (452 milhões de euros) para 835 mil milhões de kwanzas em 2022, adiantou.

Falando na conferência organizada pela Ernst & Young (EY) Angola, em parceria com a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), onde foram apresentados os principais resultados do setor entre 2019 e 2022, a ministra também destacou as reformas e o quadro legislativo do setor.

Considerou que o quadro legislativo do setor “também ajudou a imprimir uma nova dinâmica na forma de acesso e exercício da atividade seguradora” e a ARSEG, na sua ação de reforço dos mecanismos de supervisão, procurou alinhar-se cada vez mais as melhores práticas.

“Nalguns casos, tomando medidas difíceis, mas necessárias para reforçar a solidez, a reputação e a segurança dos tomadores de seguros nas instituições com as quais se relacionam, como reforço da supervisão, dos seus mecanismos de arrecadação e outros”, frisou.

A governante defendeu que a atuação das empresas de seguros é fundamental para que os segurados possam de facto contar com elas, nesta altura da inovação tecnológica, economia azul, para a regularização tempestiva dos seus sinistros quando eles acontecem”.

“Temos consciência que nem sempre os processos estão bem, muitas vezes a papelada não está correta, os pressupostos não foram cumpridos, mas o que devemos todos cuidar é evitar seguir o caminho de nos furtar a pagar para a regularização dos seguros”, observou.

Para Vera Daves de Sousa, um ambiente de suspeição e de desconfiança relativamente à efetividade e utilidade prática do seguro não contribui para o aumento da taxa de penetração de seguros em Angola, que em 2022 se manteve abaixo de 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Temos de fazer o possível para alcançar uma taxa de penetração de seguro mais ambiciosa, o que no nosso entender apenas será conseguido se apostarmos fortemente na literacia financeira, na inovação, a oferta de produtos cada vez mais inclusivos”, defendeu.

A necessidade da contínua assimilação e implementação das boas práticas de governo corporativo, no intuito de promover mais solidez, profissionalismo, reputação, confiabilidade e credibilidade das empresas de seguros que operam em Angola foram também realçadas pela ministra angolana.

Por outro lado, incentivou igualmente a ARSEG a “continuar a ser” um agente ativo no domínio da literacia: “promovendo ela própria ou incentivando os operadores a terem uma agenda de literacia para que contribuamos para o aumento da penetração dos seguros e tornar potenciais tomadores de seguros em tomadores de seguro de facto”.

“Apostar na fiscalização efetiva dos seguros obrigatórios, e a ARSEG tem um papel fundamental nisto, mapeamento, regulamentação bem como treinamento das entidades responsáveis pela fiscalização dos mesmos nos aspetos ligados à técnica seguradora bem como na sensibilização”, rematou a governante angolana.

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Interrogatórios aos suspeitos de corrupção na Madeira já arrancaram

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2024

Os interrogatórios aos três detidos há uma semana numa operação por suspeitas de corrupção na Madeira começaram a ser ouvidos no Campus de Justiça, em Lisboa.

Os interrogatórios aos três detidos há uma semana numa operação por suspeitas de corrupção na Madeira começaram a ser ouvidos esta quarta-feira no Campus de Justiça, em Lisboa, pelas 19h30, tendo os trabalhos sido interrompidos às 20h00.

Após mais um dia marcado por procedimentos ligados ao processo, o juiz de Instrução Criminal começou a ouvir o empresário Custódio Correia, principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, interrompendo os trabalhos pelas 20h00.

A continuação do interrogatório de Custódio Correia prosseguirá na quinta-feira, a partir das 09h30, de acordo com fonte judicial.

Além de Custódio Correia, estão detidos o agora ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), e Avelino Farinha, do grupo AFA.

À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, o advogado de Custódio Correia, André Navarro de Noronha, manifestou-se satisfeito com o início dos interrogatórios, sublinhando que o empresário está disponível para “responder a todas as perguntas”.

“É um alívio começar. Espero que seja só um problema no motor de arranque e que agora empurrado o carro vá de uma vez“, observou.

Questionado sobre os trabalhos, André Navarro de Noronha referiu que o seu cliente vai responder a todas as perguntas que lhe fizerem, ressalvando que ainda está tudo numa “fase muito inicial”.

O defensor lamentou também a demora para o arranque dos interrogatórios, considerando que se trata de uma interpretação “à portuguesa” do que determina o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

É no quinto dia, ao fim da quinta sessão que se inicia um interrogatório, quando a lei determina 48 horas para uma apresentação judicial. A jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem estabelece como máximo quatro dias. Nós é com esta interpretação à portuguesa de que 48 horas é para iniciar e que depois há de ser o que nosso Senhor Deus quiser”, criticou.

Também o Conselho Superior da Magistratura (CSM) disse que “está preocupado” com a demora nos primeiros interrogatórios judiciais, admitindo estudar “soluções práticas” para fazer face à limitação de um direito constitucional dos arguidos e sugeriu mudanças na lei.

“Naturalmente, o CSM está preocupado com esta questão, uma vez que está em causa a limitação de um direito constitucionalmente protegido. Por conseguinte, o CSM admite estudar a articulação de soluções práticas para atenuar os efeitos limitativos apontados, designadamente quando a complexidade do processo não permite outra solução. O legislador, do ponto de vista do CSM, deverá também ter, naturalmente, uma palavra a dizer”, adiantou o CSM, numa resposta à Lusa.

Sem mencionar diretamente este caso, a Ordem dos Advogados emitiu também esta quarta-feira um comunicado em que constata “com preocupação a existência de detenção de cidadãos para serem submetidos ao primeiro interrogatório judicial, ficando detidos por vários dias sem que o interrogatório seja concluído num prazo razoável e proporcional”.

“Independentemente dos entendimentos jurídicos que possam existir quanto a esta matéria, não é aceitável que este tipo de atuação se torne frequente e banalizada, seja em casos mediáticos seja em processos contra o cidadão anónimo”, lê-se no comunicado.

Pedro Calado, que formalizou na segunda-feira a renúncia ao cargo de presidente da maior câmara da Madeira, Custódio Correia e Avelino Farinha foram detidos em 24 de janeiro, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela Polícia Judiciária (PJ) sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente.

A operação também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e oficializou na segunda-feira a renúncia ao cargo, que tinha anunciado na sexta-feira.

De acordo com documentos judiciais a que a Lusa teve acesso, o Ministério Público refere que o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD), o ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal Pedro Calado (PSD) e o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, estabeleceram, “ao longo do tempo, uma relação de particular proximidade e confiança” que terá beneficiado aquele grupo empresarial “ao arrepio das regras da livre concorrência e da contratação pública”.

Entre os contratos alvo de investigação criminal, de acordo com os documentos judiciais estão a concessão de serviço público de transporte rodoviário de passageiros na ilha da Madeira, a concessão do Teleférico do Curral das Freiras, o projeto da Praia Formosa e o Funchal Jazz 2022-2023.

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Grupo de empresários representado por Diogo Freitas em vias de fechar compra do JN e O Jogo

O memorando de entendimento para a compra do Jornal de Notícias e o Jogo pode ser assinado ainda esta semana, sabe o +M.

O grupo de quatro empresários liderado por Diogo Freitas, da Officetotal Food Brands, de Ponte de Lima, estará em vias de assinar o memorando de entendimento para a compra do Jornal de Notícias, O Jogo, Revistas JN História, Notícias Magazine, Evasões e Volta ao Mundo.

A assinatura do documento pode acontecer ainda esta semana, sabe o +M. Por decidir estará ainda se o grupo fica ou não com a TSF, marca que também se mostraram disponíveis para comprar no dia 12 de janeiro, quando formalizaram a intenção de compra dos outros títulos. Para lá de Diogo Freitas, os nomes dos restantes empresários serão conhecidos na assinatura do memorando.

O negócio implica a compra dos títulos, não das empresas, e os atuais acionistas minoritários do grupo devem assumir uma posição na nova sociedade.

A concretizar-se, a assinatura do memorando implicará a entrada imediata de dinheiro no grupo. Como o +M avançou ao final desta quarta-feira, Marco Galinha já terá estado esta terça-feira reunido com delegados sindicais do grupo. Sobre os ordenados de janeiro, o dono do grupo Bel terá afirmado “acreditar” que serão pagos até dia 7. O objetivo será também pagar o subsídio de Natal de uma só vez, “assim que entrar dinheiro dos novos investidores“, o que poderá acontecer ainda esta semana.

O chairman do Global Media Group terá confirmado a existência de “vários interessados” em ativos do grupo, com a TSF a encabeçar o número de propostas de compra. De acordo com informação obtida pelo +M, terá sido transmitido que a rádio podia ser vendida à parte, embora o objetivo dos acionistas minoritários seja manter uma participação em cada um dos projetos.

O grupo de empresários liderado por Diogo Freitas, da Officetotal Food Brands, de Ponte de Lima, recorde-se, apresentou uma proposta para a compra do Jornal de Notícias, O Jogo, Revistas JN História, Notícias Magazine, Evasões e Volta ao Mundo.

A proposta de intenção, à qual o ECO/+M teve acesso no início do mês, dirige-se a Marco Galinha, Kevin Ho e José Pedro Soeiro que, em conjunto, detêm 74,45% do Global Media Group. Ou seja, o objetivo é ficar com as participações não detidas pelo World Opportunity Fund.

A proposta de intenções propõe a compra das marcas Jornal de Notícias, O Jogo, Revistas JN História, Notícias Magazine, Evasões e Volta ao Mundo, bem como da maioria do capital da Sociedade Notícias Direct. “Estamos também disponíveis para ser solução para a TSF, cujo valor informativo e relevância editorial entendemos ser únicos no panorama nacional”.

A compra das marcas implicaria a criação de uma nova sociedade, “para onde seriam transferidas as marcas, assim como os profissionais e seus direitos que lhes estão afetos“. Parte do capital seria cedida a uma cooperativa de jornalistas e demais trabalhadores diz a proposta que, ao que o ECO/+M apurou, conta com o apoio de mais três empresários.

Em termos de recursos humanos, a proposta estima absorver entre 200 e 250 profissionais: todos os editoriais afetos às marcas e um grupo de profissionais que se comprove que estão metade do seu tempo afetos aos títulos que pretendem comprar. A manutenção da antiguidade seria assegurada, garantia a proposta.

 

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CMVM designa EY para fixar preço mínimo da OPA à Greenvolt

Será a EY quem vai fixar a contrapartida mínima na Oferta Pública de Aquisição à Greenvolt, lançada pela private equity norte-americano Kohlberg Kravis Roberts (KKR).

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) escolheu a consultora Ernst & Young Audit & Associados (EY) para fixar a contrapartida mínima na Oferta Pública de Aquisição (OPA) à Greenvolt, lançada pela private equity norte-americano Kohlberg Kravis Roberts (KKR).

“Em cumprimento do disposto no n.º 5 do artigo 188.º do Código dos Valores Mobiliários, a CMVM informa que designou – sob proposta da Gamma Lux Holdco, S.à.R.L. – a Ernst & Young Audit & Associados, S.R.O.C., S.A., como perito independente para, a expensas da oferente, fixar a contrapartida mínima a oferecer naquela oferta“, lê-se no comunicado do regulador dos mercados.

Foi no dia 21 de dezembro que foi anunciada a Oferta Pública de Aquisição sobre o capital social da Greenvolt. O conselho de administração da Greenvolt considerou que a oferta de 8,30 euros por ação lançada pela KKR para comprar a empresa como “financeiramente justa e vantajosa para a implementação da estratégia da Greenvolt, para a implementação do seu plano de negócios, bem como para os seus colaboradores”.

Na quarta-feira, o fundo americano KKR já notificou a Autoridade da Concorrência a propósito da aquisição do controlo exclusivo da Greenvolt, no âmbito desta OPA avaliada em mais de 1,1 mil milhões de euros.

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PS critica modelo de PPP para habitação acessível em Lisboa

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2024

Vereadora do PS considerou que “cobrar cerca de 800 euros por um T1 e mais de 1.000 euros por um T2 subverte o propósito deste programa que é garantir casas que as pessoas possam pagar”.

O PS na Câmara de Lisboa reforçou esta quarta-feira as críticas à proposta da liderança PSD/CDS-PP para o novo modelo de parceria público-privada (PPP) para habitação acessível, que prevê a possibilidade de um subsídio aos inquilinos para pagamento da renda. Na reunião pública do executivo municipal, a vereadora do PS Inês Drummond afirmou que subsidiar o pagamento das rendas das casas construídas pelo modelo proposto de PPP “é um reconhecimento de que as rendas deixaram de ser acessíveis aos bolsos dos lisboetas”.

Segundo a última versão da proposta, em que a discussão foi adiada pela liderança PSD/CDS-PP, em 17 de janeiro, por não existirem condições para a aprovar, o novo modelo de PPP para habitação acessível em Lisboa prevê o direito das famílias “recorrerem ao subsídio de apoio à renda”.

Criticando o “brutal aumento” do valor das rendas das casas a construir em regime PPP, Inês Drummond considerou que “cobrar cerca de 800 euros por um T1 e mais de 1.000 euros por um T2 subverte o propósito deste programa que é garantir casas que as pessoas possam pagar”, referindo que o rendimento médio das famílias que vivem nas casas de renda acessível em Lisboa em 2022 era de 1.212 euros.

“Se a câmara se propõe a entregar terrenos a privados no valor de quase 30 milhões, no caso dos lotes de Benfica e Parque das Nações, para ter casas a rendas acessíveis e, depois disso, em cima ainda de benefícios fiscais e da concessão da exploração de equipamentos e de parques de estacionamento por parte do privado, a câmara vem ainda subsidiar os inquilinos, é óbvio que estamos a falar de um modelo que falhou o seu propósito”, declarou a vereadora do PS.

Subscrita pela vereadora da Habitação, Filipa Roseta (PSD), a proposta de um novo modelo de PPP para habitação acessível, começando pela construção de 550 habitações nas freguesias de Benfica e Parque das Nações, prevê que a propriedade do município é transmitida a privados “em direito de superfície pelo prazo de 90 anos”, para casas a “uma renda 20% inferior ao mercado”, tendo como limites máximos os valores previstos na portaria do Governo relativamente ao Programa de Arrendamento Acessível.

Em sentido oposto, os vereadores do PS e do PCP sugeriram que os limites de renda não devem ter em conta os valores de mercado, mas sim o que está previsto no Regulamento Municipal do Direito à Habitação, nomeadamente entre 150 e 400 euros para a tipologia T0, entre 150 e 500 euros para T1, entre 150 e 600 euros para T2, e entre 200 e 800 euros para T3+.

Sobre a proposta de PSD/CDS-PP, a vereadora do PS disse que “a autarquia não pode ser ela própria um fator de exclusão da classe média na cidade, o que acontece com os valores de renda que são propostos” no modelo PPP. “Se não há forma de construir com privados a preços acessíveis para os candidatos e atrativos para os construtores/privados, então só reforça a necessidade de a autarquia utilizar os seus próprios recursos financeiros para construir mais”, defendeu a socialista Inês Drummond.

Em resposta, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), criticou a “assertividade política” do PS quando as políticas de habitação na cidade nos últimos 10 anos apontam, segundo dados do INE, uma média de 17 habitações por ano, sublinhando que neste mandato em reabilitação de casas devolutas e vazias já foram disponibilizadas mais de 1.000 habitações.

Sobre a proposta do novo modelo PPP, a vereadora da Habitação alertou que “a desinformação é uma coisa muito grave e atrapalha”, assegurando que não há alterações no valor de rendas de habitações municipais, em que a média é 307 euros. “As casas públicas da câmara continuam a ter exatamente as mesmas rendas que tinham”, reforçou Filipa Roseta, explicando que “nunca esteve em cima da mesa mudar” os valores relativos às casas públicas em propriedade pública.

A vereadora do PS questionou ainda sobre contactos da câmara para inquilinos de casas do Programa Renda Segura, “mais de 250 famílias”, de que têm de abandonar as casas, situação que o presidente do executivo disse desconhecer, assegurando que irá averiguar, que “não foi por ordem do executivo”, e que “a câmara não vai colocar ninguém na rua”.

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Cem advogados exigem que se cumpra a lei com interrogatórios e medidas de coação em 48 horas

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2024

Mais de uma centena de advogados exigiram que os detidos possam ser presentes a um juiz e conhecerem as medidas de coação no prazo "máximo e inultrapassável de 48 horas", cumprindo a Constituição.

Mais de uma centena de advogados exigiram esta quarta-feira que os detidos possam ser presentes a um juiz de instrução criminal e conhecerem as medidas de coação no prazo “máximo e inultrapassável de 48 horas”, cumprindo a Constituição.

Segundo os subscritores de uma carta enviada à Lusa, o prazo só poderá ultrapassar as 48 horas “em casos excecionais devidamente fundamentados e observando princípios de estrita necessidade e proporcionalidade”, sublinhando que a prática nos últimos anos tem sido a de manter os cidadãos detidos por vários dias, após a sua identificação nas primeiras 48 horas, sem conhecerem as medidas de coação.

No âmbito de um mega processo de corrupção no arquipélago da Madeira, que envolve o presidente do Governo Regional e o da Câmara do Funchal, estão detidas três pessoas há cerca de uma semana e ainda não foram ouvidos em primeiro interrogatório por um juiz de instrução criminal.

“Assistimos, novamente, à detenção de cidadãos por período superior a 48 horas, em clara violação do disposto no artigo 28.º da Constituição da República Portuguesa (CRP), prazo que deveria ser o utilizado para o despacho de apresentação por parte do Ministério Público, para a consulta e análise das defesas e para decisão por parte do Juiz de Instrução Criminal, o que, efetivamente, não acontece nos tribunais em Portugal”, referem.

Uma situação que permite que “cidadãos sejam detidos e retidos durante vários dias e/ou semanas o que não pode nem deve acontecer num Estado de Direito Democrático em pleno século XXI”, denuncia e carta.

Entre os mais de 100 subscritores constam nomes conhecidos da advocacia portuguesa como Ricardo Sá Fernandes, António Garcia Pereira, Miguel Matias, Ricardo Serrano Vieira, Aníbal Pinto, Tiago Melo Alves, Vitor Parente Ribeiro.

“Perante a tardia ou inerte reação das instituições envolvidas”, os advogados manifestam “a total solidariedade para com todos os colegas que representam os arguidos detidos nas circunstâncias supra descritas apelando à necessária e urgente reformulação legislativa para que tal prática seja eliminada o quanto antes”.

Os advogados argumentam que é necessário que “todos os cidadãos detidos possam ser presentes a um juiz de instrução criminal e terem conhecimento das medidas de coação aplicadas no prazo máximo e inultrapassável de 48 horas, salvo em casos excecionais devidamente fundamentados e observando princípios de estrita necessidade e proporcionalidade”.

Nos últimos anos em Portugal tem-se assistido à detenção de vários suspeitos da alegada prática de factos ilícitos e conduzidos aos tribunais de instrução criminal para determinação das medidas de coação, alguns deles a coberto da mediatização no âmbito do direito à informação”, realçam.

Afirmam ainda que “são recorrentes a publicação e divulgação de informações na fase de inquérito, alguns deles em processos com segredo de justiça e com perigos nefastos e irreparáveis com julgamentos em ‘praça pública’ e a consequente violação dos direitos de defesa nomeadamente no que tange ao princípio constitucional da presunção de inocência até ao trânsito em julgado”.

Segundo a Constituição, “a detenção será submetida, no prazo máximo de quarenta e oito horas, a apreciação judicial, para restituição à liberdade ou imposição de medida de coação adequada, devendo o juiz conhecer das causas que a determinaram e comunicá-las ao detido, interrogá-lo e dar-lhe oportunidade de defesa”.

Determina ainda que “a prisão preventiva tem natureza excecional, não sendo decretada nem mantida sempre que possa ser aplicada caução ou outra medida mais favorável prevista na lei”.

“A decisão judicial que ordene ou mantenha uma medida de privação da liberdade deve ser logo comunicada a parente ou pessoa da confiança do detido, por este indicados”, acrescenta, definindo que “a prisão preventiva está sujeita aos prazos estabelecidos na lei”.

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Operação Fizz: Ex-procurador Orlando Figueira disponível para se apresentar na prisão de Évora

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2024

A advogada do ex-procurador Orlando Figueira disse ter verificado o pedido para emissão de mandados de detenção e confirmou disponibilidade deste para se apresentar voluntariamente em Évora.

A advogada do ex-procurador Orlando Figueira disse esta quarta-feira ter verificado o pedido para emissão de mandados de detenção e confirmou disponibilidade deste para se apresentar voluntariamente em Évora, mas entende que há um recurso pendente com efeito suspensivo.

Existe um recurso que ainda está pendente no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e irei averiguar”, disse à Lusa a advogada Carla Marinho, depois de a SIC ter avançado esta tarde que a prisão do antigo procurador aconteceria nas próximas horas, por já terem sido emitidos os mandados de detenção.

Carla Marinho disse que no seu entendimento o recurso no STJ tem um efeito suspensivo. “Caso assim não seja, o Dr. Orlando Figueira irá apresentar-se no Estabelecimento Prisional de Évora, caso se venha a verificar a situação de não pendência deste recurso“, disse, acrescentando que “faz todo o sentido” que o antigo magistrado se apresente voluntariamente para cumprimento da pena de seis anos e oito meses de prisão a que foi condenado no processo Operação Fizz, em 2018, dado sempre ter dito estar disponível para cumprir a sentença.

“Assim o fará. Não é necessário que seja conduzido para esse efeito“, disse a advogada.

Orlando Figueira tem visto as diferentes instâncias judiciais – Relação de Lisboa e Supremo Tribunal de Justiça – recusarem os recursos da sua defesa, tendo sido noticiado em meados de julho passado que o antigo procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal apresentou um novo recurso para o Tribunal Constitucional, evitando assim o início do cumprimento da pena de seis anos e oito meses de prisão a que foi condenado por corrupção no processo “Operação Fizz”.

Contudo, em dezembro de 2022, o Tribunal Constitucional tinha rejeitado um outro recurso da defesa de Orlando Figueira, o que supostamente abriria caminho ao trânsito em julgado da sentença.

Condenado em dezembro de 2018 pelos crimes de corrupção, branqueamento de capitais, violação do segredo de justiça e falsificação de documento num caso relacionado com o antigo vice-presidente de Angola Manuel Vicente, Orlando Figueira viu a Relação de Lisboa confirmar a pena de prisão em 2021, tendo posteriormente sido expulso da magistratura do MP pelo CSMP, órgão de gestão e disciplina da classe.

No processo “Operação Fizz” foi ainda condenado em primeira instância o advogado Paulo Blanco a uma pena suspensa de quatro anos e quatro meses por corrupção ativa, branqueamento de capitais, violação do segredo de justiça e falsificação de documento.

O processo “Operação Fizz” está relacionado com pagamentos avultados do ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente, e a oferta de emprego a Orlando Figueira como assessor jurídico do Banco Privado Atlântico (BPA), em Angola, como alegada contrapartida pelo arquivamento de inquéritos em que o também antigo presidente da Sonangol era visado, designadamente na aquisição de um imóvel de luxo no edifício Estoril-Sol, por 3,8 milhões de euros.

O processo-crime de Manuel Vicente, que chegou a ser arguido em Portugal, foi separado da “Operação Fizz” em fase de julgamento e enviado para as autoridades judiciárias de Angola, após o caso ter causado tensões diplomáticas entre os dois países.

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Festival CCP anuncia tema e presidentes de júri da sua 26ª edição

  • + M
  • 31 Janeiro 2024

“Crias ou queres?” é o tema doº Festival CCP. A This is Pacifica é a responsável pela identidade gráfica do festival e os presidentes de júri já são conhecidos.

Anunciando como tema “Crias ou queres?”, o Festival do Clube da Criatividade de Portugal (CCP) divulgou os presidentes de júri para a sua 26ª edição, que se realiza entre 17 e 24 de maio de 2024, na Fábrica do Pão do Hub Criativo do Beato.

Diogo Anahory (co-fundador e diretor criativo da DJ) lidera a categoria de Publicidade, enquanto Filipe Mesquita (co-fundador e diretor criativo da This is Pacifica) preside à categoria de Design. Esta tarefa em Digital recai sobre Filipa Caldeira (partner da Uzer Consulting), em Experiências de Marca sobre Dani Ribeiro (CCO da WMcCann) e em Criatividade em Meios sobre Inês Fonseca, (head of marketing da Johnnie Walker). Já na categoria de Craft em Publicidade é Marco Martins (co-fundador da Ministério dos Filmes e Arena Ensemble) quem assume o papel de presidente de júri. As biografias dos júris podem ser consultadas online.

Já no caso da categoria Integração e Inovação, esta é composta por todos os presidentes de júri das seis categorias.

Os grupos de júri são compostos por um presidente, sete jurados profissionais do mercado da criatividade, um anunciante e um elemento júnior (sem direito a voto), sendo que “em breve” serão anunciados todos os profissionais que integram os grupos de júri, bem como os jornalistas convidados para a eleição do Grande Prémio Jornalistas, refere-se em nota de imprensa.

A This is Pacifica é a responsável pela identidade gráfica do festival, onde “a paleta cromática é reduzida e poderosa, destaca o carácter editorial, tipográfico e visual da imagem. Explora-se a manipulação da tipografia com um efeito de dobra que remete ao jogo ‘Quantos Queres’ e que cria narrativas táteis que refletem a adaptabilidade e o carácter multidirecional das ideias”, explicam Pedro Serrão e Pedro Mesquita, co-fundadores e diretores criativos da This is Pacifica, citado em comunicado.

Segundo acrescentam Serrão e Mesquita, “o uso do efeito caleidoscópio/espelho usado na fotografia evidencia a diversidade e a multiplicidade de perspetivas, que revela a beleza da coexistência de diferentes visões. Por fim, a ideia de Manifestação de Rua, que transporta a mensagem para o espaço público e de intervenção, com a imprevisibilidade da sua aplicação”.

As inscrições de trabalhos para o festival podem ser feitas até ao dia 11 de abril, mas as que forem efetuadas até ao dia 22 de fevereiro beneficiam de um desconto early bird de 10%.

Ainda em termos de calendário, a votação online do festival decorre entre 9 de abril e 2 de maio, a entrega de peças físicas entre 6 e 10 de maio e o fecho da shortlist pelos presidentes de júri entre 8 e 13 de maio. A votação presencial decorre nos dias 15, 16 e 17 de maio e Gala de Entrega de Prémios acontece a 24 de maio.

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Bruxelas responde a pedidos sobre pousio e produtos ucranianos

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2024

Os agricultores franceses têm apontado a importação de cereais, ovos e frangos da Ucrânia como fator de diminuição dos preços locais, especialmente nos países vizinhos, e de concorrência "desleal".

A presidência francesa garantiu esta quarta-feira que a Comissão Europeia “respondeu às solicitações de França” relativas às obrigações de pousio e limitação das importações agrícolas ucranianas, dois focos de tensão com os agricultores. Bruxelas propôs conceder uma isenção parcial das obrigações de pousio na União Europeia e limitar qualquer aumento incontrolável nas importações agrícolas ucranianas, oferecendo, assim, garantias aos agricultores que estão a protestar por toda a Europa.

“Os dois importantes assuntos sobre os quais a Europa está no nível certo para agir foram resolvidos rapidamente em resposta aos nossos pedidos”, segundo o Eliseu, na véspera da reunião entre a presidente do executivo europeu, Ursula von der Leyen, e o presidente francês, Emmanuel Macron. Bruxelas propõe renovar por mais um ano, entre junho de 2024 e junho de 2025, a isenção concedida à Ucrânia dos direitos aduaneiros desde a primavera de 2022 para apoiar este país em guerra.

Porém, a proposta vem acompanhada de “medidas de salvaguarda” reforçadas, que limitam o impacto das importações de produtos agrícolas ucranianos, que aumentaram 11% em valor entre janeiro e setembro de 2023. “Mantemos o objetivo político de apoiar a Ucrânia e, ao mesmo tempo, protegemos os agricultores europeus em setores sensíveis”, afirmou o gabinete de Macron. Os agricultores têm apontado a importação de cereais, ovos e frangos da Ucrânia como fator de diminuição dos preços locais, especialmente nos países vizinhos, e de concorrência “desleal” devido ao incumprimento de algumas normas.

Sobre as obrigações de pousio impostas pela nova Política Agrícola Comum (PAC), que entrou em vigor no início de 2023, Bruxelas oferece aos 27 uma “isenção parcial” para permitir ajudas mesmo sem respeitar a proporção de pelo menos 4 % de terras aráveis em pousio. “Assim responde-se concretamente ao pedido de flexibilidade que formulámos”, acrescentou o Eliseu.

Os protestos de agricultores na Polónia em 2023, contra a liberalização das importações da Ucrânia, estenderam-se a outros países da Europa de Leste e à Alemanha, após o anúncio, em dezembro, de uma redução nas subvenções e a eliminação de benefícios fiscais sobre o gasóleo agrícola. Em França, os protestos multiplicaram-se desde o outono por todo o país – contra a ‘transição verde’ e a política agrícola europeia e reivindicando melhor remuneração para os seus produtos, menos burocracia e proteção contra as importações – e chegaram à Bélgica.

Com a contestação a alastrar pela Europa, alcançando Espanha, Grécia e, mais recentemente, Portugal, a Comissão Europeia lançou um “diálogo estratégico” sobre o futuro da agricultura, em contagem decrescente para as eleições europeias (06 a 09 de junho).

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Juízes preocupados com demora nos interrogatórios sugerem mudanças na lei

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2024

"O legislador, do ponto de vista do CSM, deverá também ter, naturalmente, uma palavra a dizer", adiantou o Conselho Superior da Magistratura.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) “está preocupado” com a demora nos primeiros interrogatórios judiciais, admitiu estudar “soluções práticas” para fazer face à limitação de um direito constitucional dos arguidos e sugeriu mudanças na lei.

“Naturalmente, o CSM está preocupado com esta questão, uma vez que está em causa a limitação de um direito constitucionalmente protegido. Por conseguinte, o CSM admite estudar a articulação de soluções práticas para atenuar os efeitos limitativos apontados, designadamente quando a complexidade do processo não permite outra solução. O legislador, do ponto de vista do CSM, deverá também ter, naturalmente, uma palavra a dizer”, adiantou esta quarta-feira o CSM, numa resposta à Lusa.

No âmbito do processo que investiga uma alegada rede de corrupção na região autónoma da Madeira, que envolve o Governo Regional e levou à demissão do presidente do executivo, Miguel Albuquerque, foram detidos o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, e dois gestores empresariais, Avelino Farinha e Custódio Correia, que há uma semana aguardam em Lisboa, detidos, o início do primeiro interrogatório judicial.

O advogado do autarca do Funchal, Paulo Sá e Cunha, disse à saída do tribunal, no Campus de Justiça, que durante quarta-feira de manhã esteve a ser feita a comunicação dos elementos do processo aos arguidos, pelo que ainda não tiveram início os interrogatórios.

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Líderes têm de “se encherem de paciência” para negociar apoio à Ucrânia, diz Costa

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2024

"As soluções a 26 [sem a Hungria] são complexas, difíceis e incertas", avisa o primeiro-ministro sobre a negociações dos apoios a Kiev.

O primeiro-ministro considerou esta quarta-feira ter chegado o momento de os líderes da União Europeia (UE) se “encherem de paciência” para negociar o apoio financeiro à Ucrânia, pela ameaça de bloqueio húngaro, classificando como “incertas” as soluções sem a Hungria.

Neste momento, em que o Conselho Europeu ainda nem começou, não é momento de perdermos a paciência, é momento de nos enchermos de paciência para, com toda a energia e o empenho, procurarmos obter um acordo”, declarou António Costa, falando à imprensa portuguesa em Bruxelas no final de uma cerimónia de homenagem ao antigo presidente da Comissão Europeia Jacques Delors.

Nestas declarações que antecederam um jantar informal dos chefes de Governo e de Estado da UE, realizado na véspera do Conselho Europeu extraordinário de quinta-feira em Bruxelas – que é ameaçado pelo novo eventual bloqueio da Hungria relativo à reserva financeira de 50 mil milhões de euros para a reconstrução e modernização da Ucrânia, prevista no âmbito da revisão do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2024-2027 da UE –, o chefe de Governo demissionário defendeu “um acordo a 27”.

Costa alegou que se não houver um acordo entre todos os líderes da UE, “as soluções a 26 [sem a Hungria] são complexas, difíceis e incertas”, dada a necessidade de contornar a obrigatória unanimidade.

“As divergências entre os 27 Estados-membros são algo que temos de perceber que é natural e existirão sempre. A Europa tem demonstrado, ao longo destes anos todos, que perante as divergências entre os Estados-membros, teve sempre a capacidade de as ultrapassar e de encontrar pontos de acordo e esse ponto de acordo também tem de ser encontrado aqui porque temos de encontrar uma perspetiva estável de financiamento à Ucrânia e garantir que todos os Estados-membros cumprem os valores que fundam a nossa União e todos têm de ser tratados com justiça e equitativa, como no acesso aos fundos europeus, cumprindo as regras”, elencou o chefe de Governo português.

“Espero que, com espírito construtivo, encontrar uma boa solução, que é fundamental”, adiantou António Costa, apelando a “esforço negocial”.

Na quinta-feira, realiza-se então um Conselho Europeu extraordinário decisivo em Bruxelas, no qual se discutirá a revisão do orçamento para o período 2024-2027, no âmbito da qual está definida esta reserva financeira de 50 mil milhões de euros para os próximos quatro anos para reconstrução da Ucrânia pós-guerra, montante que será mobilizado consoante a situação no terreno.

Apesar de 26 Estados-membros concordarem, um outro, a Hungria, contesta a solução e, em meados de dezembro passado, não foi possível alcançar um acordo no Conselho Europeu sobre a revisão do QFP, sendo que as maiores dificuldades relacionam-se com a contestação húngara da suspensão de verbas comunitárias a Budapeste, como do Fundo de Recuperação.

Bruxelas equaciona alternativas a 26 para a cimeira extraordinária, numa altura em que várias fontes europeias admitem impaciência dos líderes da UE perante as exigências da Hungria – como obrigar a que as verbas suspensas a Budapeste sejam desbloqueadas, fazer revisões regulares ou não se incluir verbas húngaras na reserva financeira para Kiev, aumentar a sua janela temporal ou impor aval unânime sempre que haja ajudas à Ucrânia.

Esta quarta, na véspera da cimeira, haverá então um jantar informal de líderes europeus em Bruxelas e nessa ocasião as fontes europeias ouvidas pela Lusa admitem conversas bilaterais com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban.

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Pedro Carvalho será o novo responsável da Liberty em Portugal

  • ECO Seguros
  • 31 Janeiro 2024

O "maior negócio" do grupo na última década leva Pedro Carvalho a responsável pela sucursal da Liberty Seguros em Portugal, acumulando com o cargo atual de CEO da Tranquilidade.

O Grupo Generali concluiu esta quarta-feira a aquisição da Liberty Seguros anunciada em junho de 2023. Segundo um comunicado do grupo enviado às redações, Pedro Carvalho foi nomeado para responsável pela sucursal em Portugal, acumulando com as funções de CEO da Tranquilidade | Generali e Carlos Escudero será o novo CEO, acumulando o cargo com as funções de CEO da Generali Espanha.

Os representantes foram selecionados pelo novo Conselho de Administração da Liberty Seguros, mas as nomeações estão sujeitas a aprovação regulamentar.

Pedro Carvalho, CEO da Tranquilidade/ Generali, foi nomeado para o cargo de Branch Manager da Liberty Seguros.

 

“Com a aquisição da Liberty Seguros inicia-se um novo capítulo na história do Grupo, consolidando a nossa posição de liderança em mercados-chave, como Espanha e Portugal, e dá-nos a possibilidade de regressarmos ao mercado irlandês no top 10 do ramo Não Vida. A complementaridade de ambas as operações permite-nos prosseguir um crescimento sustentado, reforçar a capacidade de distribuição através de uma rede de parceiros profissionais, bancassurance e canal direto, bem como reforçar a nossa oferta aos clientes através de uma gama alargada de produtos”, refere, no comunicado, Jaime Anchústegui Melgarejo, International CEO da Generali.

Segundo a Generali, a compra da Liberty Seguros é o “maior negócio na última década” do grupo. A aquisição alinha-se com a estratégia do grupo “Lifetime Partner 24: Driving Growth”, que visa “incrementar as receitas do Grupo, reforçar o negócio Não Vida e consolidar a sua posição de liderança na Europa”.

O negócio teve um valor final de 2,3 mil milhões de euros e inclui a operação direta em três mercados – Portugal, Espanha e Irlanda.

Em Portugal, a Liberty foi a 11.º maior seguradora em produção em 2023, com 257 milhões de prémios , a que correspondeu 2,2% do mercado. Já a Generali foi a terceira maior seguradora com cerca de 1,4 mil milhões de euros de receitas e 11,5% de quota de mercado total.

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