Margem de refinação da Galp afunda para menos de metade no quarto trimestre

A margem passou de 13,5 dólares há um ano para 6,1 no quarto trimestre. Se a comparação for feita entre trimestres então a queda é ainda maior (58%).

A Galp voltou a reduzir a produção de petróleo no quarto trimestre de 2023 e a margem de refinação afundou 54% no mesmo período. De acordo com os dados divulgados pela empresa esta segunda-feira, a margem passou de 13,5 dólares, há um ano, para 6,1 no quarto trimestre. Se a comparação for feita entre trimestres então a queda é ainda maior (58%). Ainda assim, apesar dos resultados serem inferiores às expectativas dos analistas, a Galp arrancou a sessão a valorizar mais de 1% em bolsa.

A empresa explica esta descida, tanto a nível trimestral com anual, com “a diminuição dos cracks de produtos petrolíferos internacionais”, ou seja, a diferença entre os preços do crude e dos produtos derivados, “e os efeitos de uma paralisação planeada”. Em causa está a “grande paragem planeada realizada durante os meses de outubro e novembro na refinaria de Sines”, explica a Galp na nota aos investidores, acrescentando que foram “processadas menos matérias-primas e os custos operacionais deveram rondar os nove dólares por barril de petróleo ou equivalente (boe).

De acordo com o trading update do quarto trimestre, uma súmula de dados operacionais divulgada trimestralmente pela companhia e enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a produção working interest da Galp no trimestre desceu 3% em termos homólogos, para 126,8 mil barris de petróleo ou equivalente por dia. Face aos três meses anteriores houve uma subida de 1%, justificada pela empresa “por uma elevada disponibilidade e eficiência em todas as unidades no Brasil e a contribuição, em planalto da produção em Moçambique (Coral FLNG)”. A produção no Brasil registou uma ligeira subida de 1%.

A Galp mostra estes dados aos investidores para os preparar para a apresentação de resultados marcada para 12 de fevereiro, antes da abertura das bolsas.

O trading update da empresa liderada por Filipe Silva revela ainda que as vendas de combustíveis voltaram a cair. No quarto trimestre, a queda foi de 4% em termos homólogos, quando, nos três meses anteriores a queda tinha sido de 8%. Face ao trimestre anterior a queda foi mais significativa (7%).

As quedas das vendas de gás natural foram as mais acentuadas (21% relativamente ao quarto trimestre de 2022 e não houve variações face ao trimestre anterior). Recorde-se que no terceiro trimestre este indicador já tinha caído 19% em termos homólogos.

Já a comercialização de eletricidade registou uma subida homóloga de 47% no último trimestre do ano e uma progressão ainda mais expressiva face ao trimestre anterior – 57%. No terceiro trimestre a venda de eletricidade tinha caído 10%.

(Notícia atualizada com mais informação)

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O Wall Street Journal’ escolhe Baleares e os hotéis Mirador de Dalt Vila, Son Bunyola, Son Vell e Zell entre os 10 destinos de 2024

  • Servimedia
  • 29 Janeiro 2024

Em particular, a lista do jornal recomenda Baleares, destacando as ilhas como uma opção ideal para o turismo de bem-estar.

O jornal inclui Mallorca, Ibiza e Menorca entre os 10 melhores destinos do mundo e ressalta como as ilhas Baleares “estão a abandonar a sua tradição de dançar a noite toda por algo mais zen”.

Não podemos esquecer que esse tipo de turismo focado em experiências de bem-estar e cuidado da mente e do corpo está cada vez mais popular entre os turistas norte-americanos, que podem viajar diretamente de Nova York para Baleares, o que aumentou a popularidade do destino entre o público do país.

‘The Wall Street Journal’ também recomenda aos seus leitores os quatro melhores hotéis das ilhas para esse turismo relaxado e afastado das noites de excessos e festas. Assim, destacam-se em Mallorca dois hotéis perfeitamente concebidos para esse tipo de turismo. ZEL, de propriedade de Rafa Nadal e localizado em Calviá, do qual destacam a sua academia completa, adequada para profissionais, e seu magnífico restaurante de comida mediterrânea. E Son Bunyol, na Serra de Tramuntana e de propriedade do bilionário e fundador da Virgin, Richard Branson. Desse hotel, eles destacam a sua piscina de 28 metros de comprimento e sua adequação para os amantes do ciclismo panorâmico.

Em Menorca, a publicação destaca como a ilha está a ser protegida graças a um discreto desenvolvimento urbano, que está a levar à renovação e recuperação de propriedades existentes em vez de novas construções. Como exemplo disso, o TWSJ recomenda Son Vell, o primeiro hotel da coleção Vestige Collection, localizado a 20 minutos de Ciudadella. Trata-se de uma mansão veneziana do século XVIII convertida em um hotel com 34 quartos, que oferece aulas de yoga, cinema ao ar livre e um ambiente privilegiado para desfrutar do silêncio da ilha.

A publicação não se esquece de Ibiza, que, apesar de ser internacionalmente reconhecida pelas suas noites e locais de festa, possui opções perfeitas para esse turismo de bem-estar e relaxamento, como o hotel Mirador de Dalt Vila, localizado no centro histórico da cidade. Propriedade da cadeia Relais & Châteaux, ele está situado em uma mansão do século XIX transformada em um hotel aconchegante, com vistas panorâmicas para a cidade de Ibiza, o porto e o mar Mediterrâneo.

Além de Baleares, ‘The Wall Street Journal’ inclui na sua lista dos 10 melhores destinos do mundo opções tão distintas como Praga, Buenos Aires, a selva e as praias da Malásia, a localidade caribenha de Quintana Roo no México, Lamu no Quênia, a ilha Canguro na Austrália, a ilha Kyushu no Japão, Kansas City em Missouri (EUA) e Boundary Waters em Minnesota.

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Os catalães a favor de continuar a acolher eventos desportivos como a 37ª America’s Cup

  • Servimedia
  • 29 Janeiro 2024

A regata mais importante do planeta colocará Barcelona no mapa mediático mundial com uma competição que retorna à Europa após 14 anos.

A grande maioria dos habitantes da Catalunha está a favor de que a 37ª America’s Cup seja disputada na cidade de Barcelona. Isso é refletido nos resultados da terceira onda do Òmnibus da Generalitat da Catalunha de 2023.

Os entrevistados mostraram-se muito recetivos às perguntas relacionadas aos grandes eventos desportivos que serão realizados na capital catalã. Em geral, eles acreditam que são positivos para a cidade, pois os benefícios económicos e mediáticos podem ajudar no desenvolvimento da cidade.

Quanto à America’s Cup em Barcelona, as pesquisas refletem que apenas 1 em cada 10 catalães é contra a realização deste evento desportivo, o terceiro maior do planeta em termos de audiência, em comparação com 58% que são claramente a favor.

Em 2024, outras grandes competições completarão a oferta desportiva na Catalunha. O Circuit de Barcelona-Catalunya sediará os Grandes Prémios de Fórmula 1 e MotoGP. Além disso, a Volta da Espanha, que começou em Barcelona em 2023, também foi um dos destaques das perguntas respondidas pelos entrevistados.

Os moradores de Barcelona reafirmam seu compromisso com esta competição. Na verdade, há alguns dias, a organização da 37ª America’s Cup divulgou vários dados relacionados ao perfil das pessoas que se inscreveram para fazer parte da sua equipe de voluntários e a maioria delas vive na cidade condal. Além disso, no site, foram contabilizados mais de 5.600 registos para se juntar à Equipe B.

ÒMNIBUS

O Òmnibus é uma pesquisa do Centre d’Estudis i d’Opinió (CEO) que é elaborada a partir das perguntas propostas pelos departamentos da Generalitat da Catalunha. Dessa forma, os departamentos e órgãos do governo regional têm a possibilidade de fazer perguntas sobre alguns assuntos das suas áreas de atuação para conhecer a opinião dos cidadãos.

Tratam-se de pesquisas autoadministradas em uma amostra probabilística e nominal da população com 16 anos ou mais residente na Catalunha. Nesta onda, foi obtida uma amostra aleatória de 2.162 pessoas, das quais 1.868 responderam online (86,4%) e as 294 restantes, em papel (13,6%). O trabalho de campo da pesquisa foi realizado entre 29 de setembro e 30 de novembro de 2023.

DATAS CHAVE

O início da 37ª America’s Cup em Barcelona ocorrerá com a regata preliminar que começará em 22 de agosto. Após isso, terão início as competições oficiais com a Louis Vuitton Cup, que durará de 29 de agosto a 8 de setembro. A Louis Vuitton 37th America’s Cup Match, que colocará o desafiante contra o defensor do título, o Emirates Team New Zealand, começará em 12 de outubro.

Nesta edição, haverá duas competições paralelas: a Youth America’s Cup e a Puig Women’s America’s Cup. A primeira começará em 17 de setembro e terminará em 26 do mesmo mês. Já o evento focado em atletas femininas começará em 5 de outubro e se encerrará em 13 de outubro. Vale destacar que é a primeira vez que a America’s Cup decide incluir uma competição puramente feminina.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 29 de janeiro

  • ECO
  • 29 Janeiro 2024

Ao longo desta segunda-feira, 29 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Plano de investimento ‘verde’ que ouve sociedade civil “junta peças” só a partir de fevereiro

Até ao final de fevereiro, a equipa do Novo Pacto Verde vai consultar o público para elaborar um plano de investimento em seis setores que estão na linha da frente no combate às alterações climáticas.

Desde dezembro passado que a unidade de missão do Novo Pacto Verde está a percorrer o país para auscultar membros da sociedade civil, com o propósito de definir um plano de investimentos sustentável e os setores-chave que serão beneficiados. Este deverá começar a ser elaborado a partir de meados de fevereiro, apesar de o prazo definido inicialmente ter sido o passado 29 de dezembro. A sustentar este esforço está um financiamento de 145 mil euros assegurado pelo Fundo Ambiental.

Anunciado no ano passado, este grupo de trabalho criado pelo Governo irá trabalhar por fases e com prazos, tendo os primeiros passos sido dados ao longo em 2023. Uma das fases iniciais previa que até ao passado 28 de abril fosse revelado o modelo de financiamento do grupo.

Ao ECO/Capital Verde, o Ministério do Ambiente e Ação Climática informa que todas as demais atividades administrativas, logísticas e técnicas desta unidade de trabalho serão financiadas pelo Fundo Ambiental num total de 125.000 euros. No entanto, a Secretaria-Geral do Ambiente também foi chamada a dar um contributo de 20.000 euros. Ao todo, a equipa do Novo Pacto Verde — formada por 17 representantes governamentais, academia, organizações da sociedade civil e do partido Livre — terá ao seu dispor 145.000 euros.

Nenhum membro/entidade da Unidade de Missão está a ser pago pela sua participação“, frisa fonte oficial do MAAC.

O montante será executado ao longo deste ano para ajudar a equipa do Novo Pacto Verde a montar um plano de investimento “ecologicamente responsável” no qual são identificadas áreas prioritárias de investimento, e uma proposta de uma visão de longo prazo para cada área.

Esse plano de investimento será concretizado recorrendo a fundos europeus, entre eles, o novo quadro comunitário de apoio (Portugal 2030), o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Política Agrícola Comum (PAC), o programa de Assistência de Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa (REACT) e a verbas do Fundo Ambiental.

Outro dos prazos previstos indicava que até 31 de julho de 2023 fossem identificados os setores-chave para os quais seria definida a tal estratégia de investimento. Ao todo são seis:

  • Qualidade de vida com a natureza;
  • Cidadãos ativos e capacitados para a transição verde e justa;
  • Pacto para a água;
  • Mobilidade coletiva, ativa e partilhada acessível a todas as pessoas;
  • Energia verde para todos;
  • Pessoas e territórios seguros e adaptados às alterações climáticas.

Além dos 17 membros da unidade de missão, o MAAC esclarece que este grupo poderá solicitar a colaboração ou proceder à consulta de outras entidades relevantes para o objetivo do trabalho a desenvolver, grupos de interesse, públicos e privados designadamente.

Com a fase da auscultação pública a decorrer, os interessados em participar poderão fazê-lo em sessões presenciais abertas, cujo calendário está disponível no site, ou online, através do questionário que se encontra no mesmo site.

Depois das sessões de dezembro em Vila Real, Bragança, Beja, Santarém e Idanha-a-Nova, os trabalhos foram retomados a 21 de janeiro em Évora. Os próximos encontros com o público estão agendadas para dia 26 de janeiro, no Porto, 30 de janeiro em Idanha-a-Nova, 5 de fevereiro em Lisboa, 6 de fevereiro em Faro, 8 de fevereiro em Santarém e 16 de fevereiro em Sines.

Depois desta fase de participação pública, seguir-se-á um processo de integração dos contributos recebidos e de elaboração de uma proposta do Novo Pacto Verde. Quando esta estiver finalizada, o documento será colocado em consulta pública, seguindo-se a partilha com os grupos parlamentares e a concertação social. Mais tarde, serão abertas candidaturas para a implementação de projetos.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 29 Janeiro 2024

Arranca oferta de obrigações "verdes" da Greenvolt e é o último dia para apresentar candidaturas às eleições. Hoje também se ficará a saber o preço por metro quadrado das habitações em Portugal.

Esta segunda-feira fica marcada pela publicação do Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação relativo ao mês de dezembro pelo INE. A Galp vai divulgar os dados operacionais do quarto trimestre de 2023 e vão ficar disponíveis as obrigações verdes, abertas ao público, da Greenvolt.

Quanto vale o metro quadrado?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) irá divulgar esta segunda-feira o Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação relativo ao mês de dezembro. Em novembro, a avaliação bancária da habitação diminuiu pelo segundo mês consecutivo, recuando seis euros relativamente ao mês anterior para 1.530 euros o metro quadrado.

Último dia para apresentar candidaturas às eleições

Esta segunda-feira é o último dia em podem ser apresentadas as candidaturas dos partidos às eleições legislativas antecipadas para 10 de março, de acordo com a Comissão Nacional de Eleições. Os partidos podem entregar as respetivas listas até 29 de janeiro, às 18h00, e, nesse mesmo dia, as listas terão de ser afixadas à porta do tribunal.

Arranca oferta de obrigações “verdes” da Greenvolt

Às 8h30 desta segunda-feira vai arrancar a oferta de obrigações “verdes”, que está aberta ao público, da Greenvolt. A empresa de energias renováveis liderada por Manso Neto visa obter financiamento de 75 milhões de euros através do lançamento deste empréstimo. A Greenvolt revela que a maturidade das obrigações é de cinco anos, até 2029, e que vai pagar uma taxa de juro de 4,65% ao ano. Importa salientar que a oferta termina a 9 de fevereiro.

Galp divulga dados operacionais do 4.º trimestre de 2023

A Galp vai divulgar o trading statement, isto é, uma súmula de dados operacionais divulgada trimestralmente pela empresa e enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM), relativo ao 4.º trimestre do ano passado. Os últimos dados divulgados pela empresa indicavam que tinha produzido menos petróleo, mas a margem de refinação passou de 7,70 dólares no ano anterior para 14,60 no terceiro trimestre de 2023.

Eurostat divulga dados sobre investimento direto estrangeiro

O órgão estatístico da União Europeia, Eurostat, vai divulgar os dados estatísticos sobre o investimento direto estrangeiro por investidor final relativo a 2023. Assim ficará conhecido quem detém ou controla o investimento, usufrui do rendimento e assume o risco, visto que estes cálculos revelam as origens dos investimentos, ou seja, o país da contraparte final.

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Mesmo quem se demite tem direito a compensação por férias não gozadas, reforça Tribunal da UE

O Tribunal da UE esclarece que os trabalhadores devem ser compensados pelas férias não gozadas, mesmo que saiam voluntariamente. Nem contenção da despesa pública trava esse direito.

O caso deu-se em Itália, mas resultou num acórdão que pode ter efeitos no mercado de trabalho português. Um funcionário público italiano demitiu-se e pediu uma retribuição pelos dias de férias que não tinha gozado, o que lhe foi negado. A disputa chegou ao Tribunal de Justiça da União Europeia, que este mês deixou claro que mesmo os trabalhadores que saem voluntariamente das empresas têm, regra geral, direito a serem compensados pelas férias não gozadas. Segundo os advogados ouvidos pelo ECO, em Portugal, tal decisão vem reforçar um direito dos trabalhadores que está previsto na Constituição.

“Um funcionário público exerceu até outubro de 2016 funções de gestor executivo no município de Copertino, em Itália. Demitiu-se para aceder à reforma antecipada e pediu o pagamento de uma retribuição financeira pelos 79 dias de férias anuais remuneradas não gozadas durante a sua relação de trabalho”, relata o Tribunal de Justiça, numa nota publicada este mês.

Ora, esse município recusou pagar uma compensação pelas férias não gozadas, invocando uma norma da legislação italiana “segundo a qual os trabalhadores do setor público não têm em caso nenhum direito a uma retribuição financeira em substituição dos dias de férias anuais remunerados não gozados no termo da relação do trabalho”.

O caso não morreu, contudo, por aí. Seguiu para um juiz italiano, que admitiu ter dúvidas sobre a compatibilidade da lei italiano com o direito da União Europeia.

Já este mês, Tribunal de Justiça veio confirmar que “o direito da União se opõe a uma legislação nacional que proíbe o pagamento ao trabalhador de uma retribuição financeira a título dos dias de férias anuais remuneradas não gozados quando o referido trabalhador ponha voluntariamente termo à sua relação de trabalho”.

E nem mesmo a contenção de despesa pública pode ser usada como argumento para o não pagamento da compensação em causa, determina o acórdão. “O direito dos trabalhadores a férias anuais remuneradas, incluindo a sua eventual substituição por uma retribuição financeira, não pode estar subordinado a considerações puramente económicas“, alerta o Tribunal de Justiça da UE.

A única situação em que há margem para falhar o pagamento é, admite o TJUE, quando o trabalhador tenha deliberadamente não gozados os dias de férias, embora a entidade patronal o tenha incentivado nesse sentido e informado do risco de as perder, num determinado prazo.

Este acórdão refere-se a uma situação italiana, mas Madalena Caldeira, do escritório de advogados Gómez-Acebo & Pombo, defende que vem reforçar “a obrigação de os empregadores nacionais observarem os direitos em causa“.

Andreia Valente Marques, do escritório Pragma, é da mesma opinião — “acaba por reforçar os direitos dos trabalhadores, tanto no público como no privado”, diz — e salienta que direito está “de tal forma protegido que não é afetado por quaisquer circunstâncias económicas ou setoriais“.

Na mesma linha, o advogado Tiago Cochofel de Azevedo, da Antas da Cunha ECIJA, entende que esta decisão do Tribunal de Justiça vem dar um reforço à “essencialidade do direito às férias pagas”, ainda que a lei portuguesa à proteja, diz, este direito.

Convém explicar que, no que diz respeito às férias pagas e à compensação devida em caso de não serem gozadas, há uma “grande aproximação” entre o que acontece no setor público e no setor privado em Portugal, esclarece Tiago Cochofel de Azevedo. Isto é, em qualquer um dos setores o trabalhador que cesse o contrato de trabalho tem direito à retribuição das férias não gozadas e o respetivo subsídio.

“Importa, aliás, recordar que o direito a férias pagas tem a natureza de direito fundamental, previsto na nossa Constituição“, destaca o of counsel da Antas da Cunha ECIJA, que detalha que a necessidade de contenção de despesa (tanto por parte de empregador privado como por parte do empregador público) não pode servir de travão, tal como veio agora confirmar o Tribunal de Justiça da União Europeia.

Aliás, as dificuldades económicas do empregador “não justificam a recusa em pagar as férias não gozadas”, tanto, que mesmo nos casos em que tais dificuldades determinam a suspensão do contrato (lay-off) ou a sua cessação (despedimento coletivo ou por extinção do posto do trabalho), as férias devem ser pagas, realça o advogado.

A isto, Sofia Monge, do escritório Carlos Pinto de Abreu e Associados, acrescenta que o direito às férias pagas é mesmo “irrenunciável” e constitui um crédito laboral “a que qualquer trabalhador tem direito independentemente da forma da cessação do seu contrato“.

Ainda assim, avisa que o empregador pode determinar, mesmo sem acordo do trabalhador, que as férias devem ser gozadas imediatamente antes da cessação do contrato, o que inviabiliza o pagamento de uma compensação.

Em Portugal, os trabalhadores têm direito a 22 dias úteis de férias pagas. O ano de admissão é a exceção: neste caso, são devidos dois dias de férias pagas por cada mês de trabalho concretizado.

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PS só garante futuro no Parlamento a dois “dinossauros” autárquicos

Quase metade dos presidentes de câmara socialistas estão a cumprir o último mandato, mas apenas Walter Chicharro, da Nazaré, e Luís Dias, de Vendas Novas, têm lugar assegurado na cadeira de deputado.

Dos 148 presidentes de câmara do PS, 65, isto é, quase metade (43,9%), não poderão recandidatar-se ao mesmo cargo, pelo menos em listas socialistas, nas autárquicas de 2025, por estarem a cumprir o terceiro e último mandato consecutivo. Só dois desses “dinossauros” autárquicos têm o futuro garantido no Parlamento, estando certa a sua eleição como deputados nas legislativas antecipadas de 10 de março.

De fora das listas ficam nomes do PS, que estão em fim de mandato autárquico, como Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, ou Rui Santos, presidente do município de Vila Real. Isilda Gomes, de Portimão, e Carla Tavares, da Amadora, também não integram as listas e estão no último ciclo de governação municipal, mas fazem parte do secretariado nacional de Pedro Nuno Santos, o órgão máximo da direção do PS.

Walter Chicharro, presidente da Câmara de Nazaré, e Luís Dias, que comanda os destinos da autarquia de Vendas Novas, são os dois contemplados em fim de mandato que estão em lugares elegíveis nas listas de deputados à Assembleia da República, segundo o levantamento do ECO.

O autarca da Nazaré concorre na terceira posição do círculo de Leiria, que é encabeçado pelo líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias. Nas eleições de 2022, os socialistas conseguiram eleger, por este distrito, cinco deputados, e o PSD quatro, tendo o Chega conseguido um eleito. Ou seja, mesmo que o PS perca as eleições, é muito provável que consiga alcançar pelo menos três mandatos em Leiria.

O presidente do executivo municipal de Vendas Novas e líder da federação do PS de Évora é o número um por este círculo eleitoral, pelo que a saída para o lugar de deputado está mais do que garantida. No último sufrágio, o PS ganhou dois deputados e o PSD um, sendo que este círculo só consegue eleger três mandatos.

Walter Chicharro e Luís Dias podem começar já a preparar a passagem de testemunho para os seus delfins, isto é, vice-presidentes, que irão assumir a presidência do município, preparando já o terreno para as autárquicas do próximo ano, em modo de pré-campanha.

Uma estratégia aliás que foi seguida na Câmara de Lisboa, quando, em 2015, o então presidente da Câmara, António Costa, saiu para chefiar o Governo e o então ‘vice’, Fernando Medina, ficou responsável pela liderança do município, o que lhe valeu, no sufrágio seguinte, de 2017, a eleição para presidente da autarquia.

Walter Chicharro vai dar os comandos da Nazaré ao seu vice-presidente, Valentino Cunha, e Luís Dias ao seu número dois, em Évora, Manuel Sequeira.

Lídia Leitão

 

Há outros três presidentes de câmara do PS em fim de ciclo, por estarem a cumprir o terceiro e último mandato, que só poderão ser eleitos deputados se o PS alcançar uma maioria absoluta ainda mais reforçada do que a que alcançou em 2022.

Nesta situação, estão os autarcas de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, de Cinfães, Armando Mourisca, e da Câmara da Arruda dos Vinhos, André Rijo, que estão à frente dos municípios desde 2013.

O presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros foi colocado em segundo lugar na lista do PS de deputados à Assembleia da República por Bragança, círculo que é liderado por Isabel Ferreira, atual secretária de Estado do Desenvolvimento Regional. Nas legislativas de 2022, que deram a maioria absoluta ao PS, o partido alcançou, pelo distrito, dois mandatos e o PSD um, sendo que este círculo apenas elege três deputados. Ou seja, se o partido de Pedro Nuno Santos perder a maioria absoluta não vai conseguir assegurar a cadeira de deputado a Benjamim Rodrigues.

O autarca de Cinfães segue na quinta posição por Viseu, distrito liderado por Elza Pais, deputada e presidente das Mulheres Socialistas. Ora há dois anos, o PS com maioria absoluta elegeu quatro deputados, não conseguindo chegar ao quinto, pelo que é quase certo que Armando Mourisco fica de fora. O PSD alcançou também quatro mandatos.

O presidente do município da Arruda dos Vinhos poderá ter mais hipóteses de ser eleito deputado, mas só se Pedro Nuno Santos conseguir repetir os resultados das legislativas de há dois anos. André Rijo que está a completar o terceiro e último mandato pelo PS concorre em 15.º lugar por Lisboa, círculo que é encabeçado pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que é o braço direito do primeiro-ministro demissionário, António Costa. No sufrágio anterior, os socialistas elegeram 21 deputados pelo distrito, de um total de 48, e o PSD apenas 13. IL e Chega conseguiram quatro cada um. A CDU e o BE dois por cada partido. E Livre e o PAN obtiveram um mandato.

Isto significa que se a Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM, ganhar as eleições com uma maioria confortável, o PS não vai conseguir manter os resultados de 2022 e André Rijo ficará fora do Parlamento.

Lídia Leitão

 

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Arranca oferta de obrigações verdes da Greenvolt. Um guia com 7 perguntas e respostas

Como investir? Quais os riscos? Quanto é que rende? O ECO preparou um guia com sete perguntas e respostas para perceber o que está em causa no empréstimo obrigacionista da Greenvolt que arranca hoje.

Arranca esta segunda-feira o empréstimo obrigacionista verde da Greenvolt dirigida para o público em geral. A empresa de energias renováveis avança com esta operação de financiamento numa altura em que é alvo de uma oferta pública de aquisição (OPA) do fundo americano KKR. Até quando posso subscrever? Qual o retorno? E o risco? É verde porquê? Preparamos um guia com sete perguntas e respostas para o ajudar a perceber a operação.

1. Como vai funcionar?

A Greenvolt pretende obter um financiamento de 75 milhões de euros. Para tal lança agora uma oferta pública de subscrição de 150 mil obrigações verdes a cinco anos (até fevereiro 2029), com o preço de subscrição de 500 euros por cada obrigação.

Quem quiser participar na operação terá de aplicar, ainda assim, um montante mínimo de 2.500 euros, ou seja, terá de subscrever pelo menos cinco obrigações da Greenvolt. O número máximo de obrigações que pode ser subscrito por cada investidor está limitado à quantidade de obrigações oferecidas à subscrição e ao processo de rateio – durante o qual se procederá à distribuição das obrigações caso a procura exceda a oferta de acordo com os critérios definidos pela empresa (ver página 120 do prospeto).

Para já são 150 mil obrigações verdes, mas a Greenvolt pode decidir aumentar o montante da oferta até dia 6 de fevereiro, no caso de registar uma forte procura.

2. Até quando posso investir?

Poderá começar a subscrever as obrigações verdes de Greenvolt a partir das 8h30 desta segunda-feira. A oferta estará em curso durante duas semanas, terminando pelas 15h00 do dia 9 de fevereiro.

Se pretender revogar ou alterar uma ordem de subscrição já transmitida, pode fazê-lo até às 15h00 de 8 de fevereiro. A partir dessa data as ordens tornam-se irrevogáveis.

A 12, tem lugar a sessão especial de apuramento e divulgação dos resultados da oferta. Dois dias depois, a 14, tem lugar a liquidação financeira e admissão em bolsa das obrigações.

3. Quanto é que rende?

Cada obrigação paga uma taxa de juro bruta de 4,65% ao ano. Ou seja, aplicando 2.500 euros (o montante mínimo), o investimento em cinco obrigações terá um retorno de 116,25 euros ao ano. Porém, importa ter em conta os impostos e outras despesas como as comissões bancárias, pelo que a taxa de juro líquida será inferior.

A Greenvolt lembra que a rendibilidade efetiva do investimento “depende da situação concreta do investidor, incluindo a sua situação fiscal e das comissões cobradas pelo intermediário financeiro”.

Aliás, alerta mesmo que “considerando a generalidade dos preçários dos intermediários financeiros, o investimento poderá não ter rendibilidade positiva” para quem investir apenas 2.500 euros. Portanto, faça bem todas as contas antes de decidir investir.

4. Quando vou receber?

A Greenvolt pagará os juros todos os semestres, a 14 de fevereiro e a 14 de agosto de cada ano até ao reembolso final das obrigações em fevereiro de 2029. No caso de ter aplicado os tais 2.500 euros, que daria um retorno bruto de 116,25 euros anuais, receberia 58,125 euros a 14 de fevereiro e outros 58,125 euros a 14 de agosto.

5. Quais os riscos?

Importa estar ciente dos riscos que está a assumir quando decide aplicar o seu dinheiro em obrigações da Greenvolt. O prospeto disponibilizado pela Greenvolt, além de dar conta de toda a informação financeira da empresa e do estado dos seus negócios, apresenta no capítulo 3 (de mais 30 páginas a partir da página 29) os fatores de risco que deverão ser tidos em conta pelo investidor antes de tomar a decisão de investimento.

Pode ainda consultar o seu intermediário financeiro para perceber se este investimento se adequa ao seu perfil de risco.

6. Onde posso subscrever?

O CaixaBI, o BCP, o ActivoBank, o Banco Best, o Banco Carregosa, o Banco Finantia, o Banco Invest, o Banco Montepio, o Bankinter, o Big, a Crédito Agrícola, a Caixa Geral de Depósitos, o EuroBic e o Novobanco foram os bancos contratados “para desenvolverem os seus melhores esforços” na distribuição das obrigações verdes da Greenvolt.

7. Verde porquê?

As obrigações são verdes porque o dinheiro que a Greenvolt vai obter com o empréstimo – serão 72 milhões de euros, pois terá de suportar custos com os intermediários financeiros e marketing – será aplicado em projetos relacionados com a área das energias renováveis ou eficiência energética (incluindo, mas não limitados a, biomassa, energia eólica, energia solar, geração distribuída e armazenamento), com o controlo e prevenção integrados de poluição, em transações de M&A (fusões e aquisições) no setor das energias renováveis e ainda “outras despesas relacionadas e de suporte, como por exemplo despesas de pesquisa e desenvolvimento”.

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Fundo 200M só usou 48% das verbas, mas já não aceita candidaturas desde 2022

200M já não aceita candidaturas desde 31 de dezembro de 2022. Apoiou 24 empresas e usou menos de metade da dotação inicial. Ambição inicial era potenciar um investimento de 400 milhões.

O fundo 200 M, anunciado por António Costa na Web Summit de 2016, já não aceita candidaturas desde 2022 e acabou por investir apenas metade da sua dotação.

O período de candidaturas encerrou em 31 de dezembro de 2022, e, desde então, não aceitamos novas operações”, confirmou, ao ECO, fonte oficial do Banco de Fomento, que hoje tem o fundo na sua alçada. Isto apesar de só a 31 de dezembro de 2023 ter deixado de ser possível submeter faturas para financiamento no âmbito do Portugal 2020, o instrumento financiador do 200M.

“No que respeita ao 200M, o nosso compromisso presente centra-se no acompanhamento dos investimentos já efetuados”, acrescenta a mesma fonte.

O fundo 200M foi criado com o intuito de apoiar operações de investimento de capital e quase capital em PME, em regime de coinvestimento com os privados. António Costa anunciou-o, perante cerca de 500 investidores, que o Estado punha “200 milhões de euros, mas quem” decidia “a sua aplicação” eram “os investidores internacionais ou nacionais, que escolhem as melhores empresas, os melhores projetos, a quem é necessário assegurar ‘venture capital’ [capital de risco] para poderem arrancar com o desenvolvimento da sua atividade”.

O então secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, também já tinha referido que, como o programa é cofinanciado, ao todo ascenderia a 400 milhões para investir em startups, já que aos 200 milhões financiados pelo Estado juntar-se-ia, na mesma proporção, o dinheiro de privados.

Mas quando viu a luz do dia, através de um decreto-lei publicado a 6 de outubro de 2017, quase um ano depois, nasceu com uma dotação de apenas 100 milhões de euros, embora com a possibilidade do capital do fundo “ser aumentado ou reduzido, por uma ou mais vezes”. Algo que nunca aconteceu.

Assim, terminado o período de subscrição de novas candidaturas, foram 24 as empresas que receberam apoios do fundo 200M, num total de 48,35 milhões de euros do Feder. Estas verbas financiadas pelos programas operacionais regionais do continente do Portugal 2020 alavancaram um investimento total de 103,85 milhões de euros.

Ou seja, as empresas usaram apenas 48% do montante global do fundo. As verbas remanescentes são agora devolvidas aos respetivos Programas Operacionais regionais, “que os aplicam segundo critérios estabelecidos pelos próprios”, sublinhou fonte oficial do BPF.

A Biosurfit foi a primeira empresa a receber verbas do 200M e a que recebeu a maior fatia – 4,99 milhões de euros. Mas não resistiu à pandemia, nem à perda do seu parceiro sueco, como avançou o Público em 2021, e apresentou a insolvência. Hoje segue a sua vida, já que os credores aprovaram o plano de insolvência apresentado, que passava pela redução de custos, da equipa e do crédito.

Em segundo lugar está a Indie Campers, que recebeu 4,5 milhões do PO Norte, a que se somaram outros tantos de privados. Mas, ao contrário da Biosurfit, a Indie Campers floresceu com a pandemia e transformou-se numa das maiores empresas de aluguer de caravanas da Europa. A pandemia ajudou à procura de novas formas de viajar, fazer férias e até de teletrabalhar. Hoje emprega cerca de 158 pessoas, tem um volume de negócios de 13 milhões de euros (em 2022) e um lucro de 236,9 mil euros, muito acima da média do setor (39,5 mil euros), mas uma quebra abruta face a 2021 (-37,49%).

Com uma quebra abrupta dos lucros, está também a Sweet Capsule (hoje Platforme Mto), a terceira empresa que mais verbas recebeu do 200M (4,2 milhões também do PO Norte). Apesar de continuar a ter as contas no verde, esta pequena empresa de tecnologias de informação, que emprega 36 pessoas, viu os seus lucros caírem 99% em 2022, apesar de as vendas estarem em rota ascendente desde pelo menos 2018.

200M apoia 24 empresas e assegura 200 postos de trabalho

Segundo o BPF, os cerca de 48 milhões de euros foram “estrategicamente alocados” e ao potenciarem um investimento total de quase 104 milhões “demonstrando uma alavancagem eficaz de capital (alavancagem de 2,15)”, para além de terem tido “um papel fundamental na criação e manutenção de mais de 200 postos de trabalho, contribuindo para o dinamismo do mercado de trabalho nacional”.

Sem nunca referir o desaire da Biosurfit onde os investidores perderam quase tudo – o Banco Europeu de Investimento, por exemplo, que concedeu, em 2015, um empréstimo de 12 milhões de euros à Biosurfit para apoiar as atividades de investigações e desenvolvimento, perdeu 80% da dívida –, o BPF prefere sublinhar as empresas que “demonstraram a eficácia deste modelo de investimento como a Binary Subject, a Barkyn ou a Senseidata. No caso da Biosurfit, a empresa inaugural do 200M, o Estado teve uma dupla exposição já que a Portugal Ventures – agora também sob a alçada do Banco de Fomento – tinha 34% do capital da empresa.

“O que pretendemos com este fundo é permitir às empresas que consigam crescer, não fiquem apenas nas fases iniciais”, dizia Manuel Caldeira Cabral, então ministro da Economia na conferência de imprensa no final do Conselho de Ministro que aprovou a criação deste fundo de coinvestimento.

E segundo o BPF, o fundo conseguiu ainda desempenhar “um papel crucial na promoção da atividade de capital de risco em Portugal e na atração de investimento estrangeiro, trabalhando em parceria com 25 investidores privados, desde capitais de riscos, entidades corporate, family offices e business angels, de nacionalidades diversas (sueca, francesa, alemã, belga, americana, espanhola, inglesa, brasileira e portuguesa)”. “Estes investidores, além do capital financeiro, trazem conhecimento técnico, comercial e financeiro valioso para as empresas apoiadas”, sublinha fonte oficial.

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BioAdvance investe 22 milhões em fábrica de biocombustíveis na Figueira da Foz

Empresa liderada por Paulo Gaspar constrói uma das maiores unidades europeias de biocombustível avançado no Porto da Figueira da Foz. Já reservou terreno e 50 milhões para o etanol de segunda geração.

Está prestes a ser inaugurado na Figueira da Foz um investimento industrial de 22 milhões de euros da BioAdvance, que arranca com uma produção de 20 mil toneladas por ano e num prazo de “dois a três anos” vai aumentar a capacidade para 200 mil toneladas anuais, projetando a fabricante portuguesa como uma das maiores da Europa na produção de biocombustíveis avançados.

A empresa cofundada e liderada por Paulo Gaspar previa inicialmente um investimento de 11 milhões de euros, que recolheu apoios comunitários no valor de 3,5 milhões. No entanto, o montante acabou por duplicar “com o decorrer das obras e o rearranjo [do projeto] para o aumento futuro da produção”, detalha ao ECO o empresário de 46 anos.

Instalado numa parcela de 20 mil metros quadrados na zona de expansão portuária do terminal de graneis líquidos, este é o maior investimento privado alguma vez realizado no Porto da Figueira da Foz. Assinado em setembro de 2022 entre a administração portuária (APFF) e a empresa sediada na Guia (Pombal), onde tem uma fábrica mais pequena com capacidade para atingir 15 mil toneladas, o contrato de concessão implicou desassoreamento do cais para poder receber navios maiores.

Reportagem na nova fábrica para a produção de biocombustíveis da BioAdvance, na Figueira da Foz - 18JAN24
Nova fábrica da BioAdvance para a produção de biocombustíveis, na Figueira da FozRicardo Castelo/ECO

Para esta nova fábrica, que vai funcionar em regime de laboração contínua, a BioAdvance contratou 36 pessoas, das quais 18 altamente qualificadas (licenciadas e doutoradas), que se vão juntar às 27 que trabalham na unidade situada no concelho vizinho, a menos de 40 quilómetros de distância. Com este aumento da produção e a localização numa área portuária, passa a ter capacidade exportadora, prevendo que as vendas ao exterior venham a pesar 60% a 70% daqui a três anos.

No ano passado, o volume de negócios baixou para 31 milhões de euros, face aos 33 milhões de euros registados em 2022 devido à descida do preço do petróleo – “afetou a faturação, mas não em termos de margem”, salvaguarda Paulo Gaspar. No mesmo prazo, isto é, até 2026, estima que as vendas subam para um intervalo entre os 150 e os 200 milhões de euros. Na lista de clientes estão as principais petrolíferas mundiais, como a BP, Cepsa, Repsol, Galp e Shell.

Formado em Engenharia do Ambiente pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Paulo Gaspar trabalhou três anos na Transgás, onde esteve envolvido na construção das cavidades de armazenagem no Carriço, como responsável pelo projeto de captação de água. Quando saiu para o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, onde esteve seis anos, em vez de 25 euros, passou a gastar 100 euros de gasóleo por mês e resolveu analisar alternativas. “Comecei a produzir biodiesel em casa, para mim e para os meus colegas. Eles incentivaram-me a fazer uma unidade e resultou nisto”, recorda.

A BioAdvance foi criada em 2007, mas só em maio de 2010 é que começa a produzir, perto de 5.000 litros no primeiro mês. Cinco anos depois, ao passar ao regime geral e a negociar diretamente os próprios títulos de combustível, passa a ter acesso direto aos incorporadores, nomeadamente à Cepsa, BP e Galp, que “estavam interessados na altura em ter um combustível 100% dupla contagem renovável”. Avança então com um investimento de dois milhões de euros na Guia, que lhe permitiu fazer testes e “estudar o processo”. “Foi o ponto de partida para esta instalação, que é uma réplica, mas com outras condições e outra capacidade de produção”, aponta.

Reportagem na nova fábrica para a produção de biocombustíveis da BioAdvance, na Figueira da Foz - 18JAN24
Paulo Gaspar, CEO da BioAdvanceRicardo Castelo/ECO

Foi em 2019 que a BP, um dos principais incorporadores, começou a questionar Paulo Gaspar – fundou a BioAdvance com três colegas, mas há uma década que é o único acionista – por que não aumentava a aumentava a capacidade da instalação da Guia. “Inicialmente disse que não, porque era tudo sobre mim, mas se nos comprassem a capacidade toda ou parte dela estava disponível para fazer o investimento. Depois disso todos vieram ter connosco e neste momento não temos contrato de exclusividade”, relata.

Elaborou o projeto nos dois anos seguintes e em 2022 deu início ao licenciamento com a Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF), garantindo o acesso a um cais exclusivo. Permite-lhe não só começar a receber diretamente os navios que transportam muitas das matérias-primas, nomeadamente da Ásia, como exportar por via marítima, assegurando que “neste momento [tem] as maiores empresas do mundo interessadas no produto, que é premium a nível mundial”.

E os investimentos não vão ficar por aqui, adianta ao ECO. A BioAdvance está a avançar com outro projeto para a produção de etanol de segunda geração, visando “alimentar o mercado português, que é deficitário”, tendo já garantido espaço adicional junto a estas novas instalações no Porto da Figueira da Foz. Submetido ao IAPMEI e ainda em fase de avaliação para a obtenção de apoios, prevê nesta nova unidade fabricar 20 a 30 mil toneladas por ano, num investimento a rondar os 50 milhões de euros. Gaspar justifica que “a tecnologia é muito mais dispendiosa e só há duas ou três unidades destas na Europa, nos países nórdicos”.

Matéria-prima barata compensa custo de produção

Resíduos de óleo de palma, dos tanques dos navios ou das gorduras das ETARs. Provenientes de Espanha, da Ásia, do Médio Oriente ou da América Central e do Sul, estas são algumas das matérias-primas utilizadas pela empresa pombalense para a produção de biocombustíveis. E às quais diz ter acesso em quantidade suficiente pelo facto de as concorrentes, mesmo a nível europeu “não as conseguirem tratar com as condições e a tecnologia” que a BioAdvance garante dispor.

E foi essa diferenciação que levou Paulo Gaspar a recusar o desafio lançado por um parceiro desta indústria para participar num grande investimento, na ordem dos 50 milhões de euros, a realizar a 20 quilómetros do Porto de Roterdão, nos Países Baixos. “Não queremos fazer isso porque a tecnologia é nossa. A partir do momento em que partilhemos o investimento com alguém, vão seguramente ficar a saber como é que nós o fazemos. E isso, para já, não queremos. Para já, fazemos sozinhos e em Portugal, fechamos a nossa tecnologia”, descreve.

A partir do momento em que partilhemos o investimento com alguém, vão seguramente ficar a saber como é que nós o fazemos. E isso, para já, não queremos. Para já, fazemos sozinhos e em Portugal, fechamos a nossa tecnologia.

Paulo Gaspar

CEO da BioAdvance

É também isso que leva o empresário a referir que, apesar de ter de concorrer para os mesmos preços, não compete nem com o mesmo tipo de produto nem com a mesma tecnologia. Os maiores custos de produção, sobretudo a nível energético – tem de atingir temperaturas de precisão de 360 graus, enquanto os competidores ficam-se, no máximo, pelos 55 graus – são compensados pela compra de matéria-prima “bastante mais barata”. Outra vantagem competitiva, como aponta, é que produz combustível de dupla contagem, mais vantajoso para os incorporadores.

Reportagem na nova fábrica para a produção de biocombustíveis da BioAdvance, na Figueira da Foz - 18JAN24
Nova unidade da BioAdvance vai começar por empregar 36 pessoas, das quais 18 altamente qualificadasRicardo Castelo/ECO

Para ajudar a reduzir as emissões poluentes, há mais de uma década que Portugal incorpora uma pequena parte de biocombustíveis nos combustíveis rodoviários. Questionado sobre a ameaça que paira sobre a indústria, crendo que um dia deixará de ser queimado gasóleo e gasolina, Paulo Gaspar responde que isso “é uma utopia”, não perspetivando que “num prazo a 20 anos [deixará] de trabalhar por falta de vendas do setor” petrolífero.

Já à ideia de que os biocombustíveis são ainda uma espécie de “patinho feio” da transição energética, com os críticos a entenderem que esta solução prolonga o recurso aos combustíveis fósseis, o empresário contrapõe que “vai ser sempre necessário tratar estes resíduos” e que a BioAdvance “trata-os e transforma-os num produto nobre”, que reduz o consumo do combustível fóssil que “vai sempre existir”.

Por outro lado, os biocombustíveis encarecem o preço de venda ao público dos combustíveis e “é a mais pura das verdades”, reconhece. Porém, comenta que “o mercado está a fazer um bem comum – a tratar resíduos que há em excesso – e isso será sempre mais caro”. Nesse particular, os automobilistas portugueses sofrem mais, por estarem num país periférico da Europa. É que, contextualiza Gaspar, “na alimentação desta indústria, o mercado de referência é Roterdão e depois há o custo do transporte até cá, que está incorporado nos preços”.

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Especialistas alertam para uma redução progressiva dos serviços básicos nas áreas rurais em Espanha, ao mesmo tempo em que a acessibilidade bancária aumenta

  • Servimedia
  • 29 Janeiro 2024

O número de pontos de acesso a serviços financeiros tem crescido em áreas despovoadas, ao passo que centros de saúde e educação, transporte escolar e comércio continuarão a ser um desafio em 2024.

A dificuldade de acesso a serviços básicos nas áreas rurais é, juntamente com o envelhecimento da população, um dos principais desafios crescentes que assola a Espanha vazia para este ano de 2024. Embora serviços como comércio, cuidados médicos ou serviços postais apontem para uma redução, segundo preveem os especialistas, existem outras prestações, como os serviços bancários, que estão evoluindo positivamente graças a uma maior acessibilidade aos mesmos.

Um estudo recente do meio rural do Centro de Estudos Políticos e Constitucionais revela como, na última década, as dificuldades de acesso a lojas e supermercados (+ 32,3%), serviços postais (+ 30,96%) e atendimento médico (+ 18,63%) aumentaram significativamente. Mercedes Molina, coautora do relatório e professora emérita em geografia humana na Universidade Complutense de Madrid, explica que “a descapitalização humana progressiva, associada ao comportamento de políticas públicas, tanto estatais quanto autonómicas, tem resultado em um deterioro dos serviços, tanto públicos quanto privados”.

Essa tendência, longe de diminuir, continuará crescendo, continuará se prolongando, embora já haja exceções. Luis Camarero, professor de Sociologia da Universidade Nacional de Educação a Distância (UNED) e outro dos participantes do estudo, assegura que “observaremos uma tendência de redução progressiva ou maior dificuldade de acessibilidade aos serviços básicos”, embora destaque que a prestação de muitos serviços, como o bancário, esteja melhorando. Assim, ele considera que as medidas implantadas pelos bancos nas áreas rurais, como os “ofimóveis”, os acordos de “cashback” ou a figura dos agentes financeiros, entre outras, “foram iniciativas positivas que permitiram reduzir a lacuna financeira e mitigar o fecho de agências”.

Precisamente, a CaixaBank, com a rede mais extensa em Espanha, é uma das entidades que mais esforços tem feito ao implantar medidas para mitigar os efeitos da Espanha vazia. Assim, durante 2022 e 2023, a instituição ampliou a cobertura da sua rede de serviços financeiros para um total de 484 novos municípios das zonas rurais, onde a instituição não tinha presença até então. A incorporação desses novos pontos de serviço foi realizada por meio da chegada de agências móveis e instalação de caixas eletrónicas.

Além disso, o Abanca e o IberCaja implementaram, respetivamente, diferentes ações para disponibilizar dinheiro em espécie, como o reforço de caixas eletrónicas em várias localidades galegas ou a implementação de dispositivos “cash-back” em estabelecimentos comerciais de Teruel.

A banca exemplifica bem os esforços para reduzir a lacuna em todos os níveis no mundo rural, pois entre 2021 e 2022 o número de municípios sem nenhum ponto de acesso presencial a serviços bancários diminuiu em 167, representando 2,1% dos municípios e 0,13% da população, segundo dados do Banco de Espanha.

O professor da Universidade de Saragoça especializado em exclusão financeira, Emilio Martín, explica que “se forem cumpridos os compromissos para inclusão financeira no âmbito rural, o objetivo é que todos os municípios tenham pelo menos um ponto de acesso de um tipo ou de outro a serviços financeiros.” Nessa direção, Martín ressalta que “ainda há muito trabalho a ser feito, mas podemos ser otimistas” ao afirmar que a lacuna financeira nas áreas rurais continuará se reduzindo em 2024.

De qualquer forma, os esforços realizados pelo setor privado também têm sido complementados pelo setor público em outras áreas, reforçando assim os esforços para tornar os serviços essenciais mais acessíveis às áreas rurais. Dessa forma, por meio das prefeituras, várias ações têm sido implementadas para aproximar a população da prestação de serviços básicos, como a figura de um mediador que ajuda a lidar desde o pagamento de impostos até a marcação de consultas médicas, conforme explica Luis Camarero.

A acessibilidade aos serviços essenciais, precisamente, é um aspeto que também é abordado no recente estudo da Comissão Europeia intitulado ‘Are remote rural areas in Europe remarkable: challenges and opportunities’, que conclui que o transporte, a velocidade da internet e o acesso aos serviços essenciais são os principais desafios das áreas rurais na Europa. Além disso, sustenta que as áreas rurais podem contribuir para oferecer novas oportunidades a ambientes remotos e cumprir os objetivos do Pacto Verde Europeu.

Nessa mesma linha, tanto Luis Camarero quanto Emilio Martín concordam em afirmar que os desafios enfrentados pela população rural têm alcance de longa duração e exigem que a população esteja disposta a viver nesses locais, o que requer infraestrutura e oportunidades de trabalho e vida. Ao mesmo tempo, Mercedes Molina esclarece que existe uma crescente e grande lacuna rural, urbana e metropolitana, mas, apesar disso, “foram realizadas ações pontuais significativas, que ainda requerem um plano de ação conjunto orçamentado em tempo, em ações e consensual”.

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