Associação Sindical da PSP pede reunião ao MAI para resolver atrasos nos gratificados

  • Lusa
  • 20 Setembro 2024

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia pediu uma reunião ao Ministério da Administração Interna para resolver os atrasos no pagamento dos serviços gratificados.

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) pediu esta sexta-feira uma reunião ao Ministério da Administração Interna (MAI) para resolver os atrasos no pagamento dos serviços gratificados, com muitos polícias sem receber essas verbas desde fevereiro.

O presidente da ASPP/PSP, Paulo Santos, explicou à Lusa que o pedido de uma reunião com a tutela visa encontrar soluções imediatas para esta questão, mas também para outras matérias, como a conjugação do regime de mudança de índice por acelerador de carreiras com o regime de mudança de índice por avaliação de desempenho ou o regime de pré-aposentação, antes de iniciar em janeiro as negociações sobre as tabelas remuneratórias e as carreiras.

Temos um conjunto de situações para resolver, em concreto a questão dos serviços remunerados que estão por liquidar desde fevereiro. Queremos saber o que foi feito e qual é a perspetiva para o futuro deste problema que se regista todos os anos. Quase todos os anos os policias são confrontados com meses de atrasos [no pagamento dos gratificados]”, afirmou o sindicalista.

Embora tenha frisado que é uma matéria que não está sujeita a negociação coletiva e que depende também de outras entidades, Paulo Santos assegurou que a ASPP/PSP tem “várias propostas” e apelou ao Governo para avançar com a “cabimentação dos valores para estes serviços” prestados pelos polícias fora do seu horário de serviço (como o policiamento dos jogos de futebol ou a vigilância dos exames escolares).

Não nos podemos esquecer que há uma regulamentação da forma como são pagos os serviços e que deve ser antes da realização do serviço. Sabemos que há problemáticas que carecem de resolução e que as verbas vêm de outros organismos, mas queremos que o Governo perceba… tem de criar mecanismos e instrumentos para alocar essas verbas para pagar aos profissionais”, sublinhou.

Segundo avançou esta sexta-feira o jornal Público, o MAI já deve quase três milhões de euros aos elementos das forças de segurança (PSP e GNR) pelo pagamento destes serviços, cujas verbas são provenientes das receitas dos jogos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Paulo Santos disse que o pedido de reunião visa ainda abordar a alteração do posicionamento remuneratório de três anos para dois anos e de 12 pontos nas avaliações de desempenho para 10 pontos, na sequência do acordo de julho com o MAI, e saber como e quando se vai proceder à conjugação do regime de mudança de índice por acelerador de carreiras com o regime de mudança de índice por avaliação de desempenho.

“Há um conjunto de milhares de profissionais que ainda não foram colocados no índice por avaliação de desempenho e que cumprem os requisitos”, frisou o presidente da ASPP/PSP, garantindo que é possível resolver estes temas antes de janeiro: “Queríamos ‘limpar’ essas matérias para em novembro preparar com a ministra as negociações. Era importante o Governo perceber, no contexto de Orçamento do Estado, o que a ASPP/PSP tem para este processo negocial”.

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Bondalti Water avança para o negócio do biogás

A Bondalti Water lançou uma nova área de negócio para o fornecimento de tecnologia e engenharia para a produção de biogás. Empresa espera chegar a 30 milhões de faturação em 2030.

A Bondalti vai passar a fornecer tecnologia e engenharia para a exploração de biogás gerado nas instalações de tratamento de águas residuais. Empresa do Grupo José de Mello prevê faturar dez milhões de euros já este ano.

A nova área de negócio nasce dentro da Bondalti Water. Antonio Alonso, administrador executivo, afirma, citado em comunicado, que a nova divisão vem reforçar a capacidade da empresa para “entregar soluções ao longo de todo o ciclo da água, desde as águas de processo industrial ao tratamento de efluentes, incluindo, agora, a produção de biogás”.

A empresa não adianta o investimento realizado para o lançamento do novo negócio, mas indica ao ECO que estima faturar dez milhões já este ano e chegar aos 30 milhões por ano em 2030.

A Bondalti acredita que o mercado ibérico tenha um potencial para mais de 2.500 instalações de biogás. Em Espanha, 40% do atual consumo pode ser substituído por biogás, refere o comunicado. Em Portugal, o Plano de Ação para o Biometano (PAB) estima que o país possa substituir quase 10% do consumo de gás natural por biometano, percentagem que chegará aos 18,6% em 2040.

A empresa irá recorrer a uma tecnologia própria, denominada Multi-AD, já instalada nas Bodegas AGE, em Espanha). Segundo a Bondalti Water, permite reduzir a contaminação em águas residuais em mais de 90%, diminuir o consumo de eletricidade em processos de depuração e o custo de gestão de lamas em cerca de 80%. A tecnologia produz, além disso, biogás com um teor de metano de alta qualidade.

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Proteção Civil contabiliza cinco mortos e 17 feridos graves provocados pelos incêndios

  • Lusa
  • 20 Setembro 2024

Dos 17 feridos graves, 11 são bombeiros, enquanto há 36 operacionais entre os 87 feridos ligeiros. Proteção Civil dá como dominados os incêndios em Arouca, São Pedro do Sul e Castro Daire.

Os incêndios que lavraram nas regiões norte e centro ao longo desta semana provocaram cinco mortos e 177 feridos, 17 dos quais graves, segundo números provisórios avançados esta sexta-feira pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

No ponto de situação sobre os incêndios realizado na sede da ANEPC, em Carnaxide (concelho de Oeiras), o comandante nacional indicou que dos 17 feridos graves, 11 são bombeiros, e dos 87 feridos ligeiros, 36 são operacionais que estiveram a combater as chamas. André Fernandes acrescentou que foram ainda assistidas no local dos fogos 72 pessoas, a maioria bombeiros.

Dos cinco mortos contabilizados pelo INEM, quatro são bombeiros, segundo o comandante nacional de emergência e proteção civil.

André Fernandes foi questionado sobre a área ardida, tendo respondido que é um valor que ainda está a ser contabilizado.

Fogos de Castro Daire, Arouca e São Pedro do Sul estão dominados

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil revelou também que todos os grandes incêndios foram dados como dominados e que os meios deverão ser desmobilizados ao longo do dia.

Todas as ocorrências que durante o dia de ontem e a madrugada de hoje [sexta-feira] ainda estavam ativas foram, de facto, dadas como dominadas, em particular as ocorrências nas regiões de Viseu/Dão-Lafões, nos municípios de Castro Daire e São Pedro do Sul, bem como o incêndio que lavrava na área metropolitana do Porto, no concelho de Arouca, em Alvarenga”, adiantou o comandante nacional André Fernandes.

No ponto de situação sobre os incêndios realizado na sede da ANEPC, o responsável da Proteção Civil acrescentou que, apesar de já não persistirem grandes incêndios em curso, o dispositivo continua a seguir 22 ocorrências em fase de resolução, que mobilizam ainda 1.257 operacionais e 387 meios terrestres.

“O dispositivo ainda vai estar ao longo do dia. Prevê-se que seja desmobilizada a maioria dos meios ao longo do dia, sejam eles nacionais ou internacionais”, referiu André Fernandes, indicando apenas uma ocorrência atual em Peso da Régua, que mobiliza agora 39 operacionais, 11 veículos e dois meios aéreos.

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Parlamento aprova proposta para citações eletrónicas nos processos judiciais

  • Lusa
  • 20 Setembro 2024

A proposta que autoriza o executivo a regular a citação e notificação por via eletrónica das pessoas singulares e das pessoas coletivas nos processos judiciais foi aprovada no parlamento.

A proposta que autoriza o executivo a regular a citação e notificação por via eletrónica das pessoas singulares e das pessoas coletivas nos processos judiciais foi aprovada esta sexta-feira no Parlamento. O diploma foi aprovado com o voto favorável do PSD, CDS-PP e IL, a abstenção do PS, Chega, Livre a PAN e o voto contra do BE e do PCP.

Esta proposta foi votada esta sexta-feira na generalidade, especialidade e final global após o parlamento ter aprovado por unanimidade na quinta-feira um pedido de urgência do Governo para que as três votações fossem realizadas esta sexta-feira, acelerando assim o processo de concretização da medida.

O diploma que autoriza o executivo a regular a citação eletrónica determina que a citação e notificação das pessoas coletivas é, em regra, efetuada por via eletrónica.

No início do debate, a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, referiu que a citação é a parte “mais demorada dos processos” consumindo, em regra, mais de metade do tempo de duração destes.

Em conferência de imprensa, no final da reunião do Conselho de Ministros em que o diploma foi aprovado, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, explicou que a medida permite “menos papel, mais celeridade, mais desburocratização e melhor justiça para todos”.

Segundo a proposta, as citações e notificações passarão a ser feitas através de uma área digital de acesso reservado, assegurando a segurança e privacidade.

As pessoas serão ainda informadas da citação ou notificação através de e-mail e, no caso de não acederem à área digital de acesso reservado “passado um prazo razoável”, a citação ou notificação será executada por via postal.

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Parlamento aprova criação da comissão eventual para debater medidas anticorrupção

  • Lusa
  • 20 Setembro 2024

Comissão eventual para o acompanhamento da execução e monitorização da agenda anticorrupção deverá durar até ao final da legislatura, apresentando aí um relatório sobre a sua atividade.

A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira, com a abstenção do PCP, a criação de uma comissão eventual para o acompanhamento da execução e monitorização da agenda anticorrupção, que deverá funcionar até ao final da legislatura.

No final do seu mandato, a Comissão apresenta um relatório da sua atividade, o qual deve conter as conclusões do seu trabalho“, refere o projeto de resolução, apresentado pelo PSD e que tinha sido anunciado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro, em junho.

No final do plenário, PCP, BE e Livre fizeram declarações orais para criticarem a multiplicação de comissões parlamentares eventuais — que somadas às permanentes já totalizam 18, na atual legislatura.

“O PSD não ignora que existem grupos parlamentares com oito deputados, com cinco, dois grupos com quatro deputados e uma deputada única, o que significa que prefere que as comissões parlamentares funcionem em regime tripartido, apenas com PSD, PS e Chega”, criticou António Filipe, num argumento corroborado pelos líderes parlamentares do BE, Fabian Figueiredo, e do Livre, Isabel Mendes Lopes.

Em sentido contrário, apenas se pronunciou neste período de debate o líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, dizendo que “são os custos da democracia”.

Uma das primeiras medidas decididas pelo atual Executivo, num Conselho de Ministros em 3 de abril — um dia depois de tomar posse — foi mandatar a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, para falar com todos os partidos com assento parlamentar, agentes do setor da justiça e sociedade civil com vista à elaboração de um pacote de medidas contra a corrupção, num prazo de 60 dias.

“Este processo culminou com a aprovação, no Conselho de Ministros de 20 de junho de 2024, da Agenda Anticorrupção, um conjunto de mais de 30 medidas que visa tornar mais eficaz a prevenção e o combate a este tipo de crimes, e que assenta em quatro pilares essenciais: prevenção, punição efetiva, celeridade processual e proteção do setor público”, refere a resolução.

O PSD justifica a criação desta comissão eventual “atendendo a que a maioria das medidas contidas na Agenda Anticorrupção carecem de aprovação em sede parlamentar” e defende que os deputados devem também acompanhar “a concretização, pelo Governo, das medidas da Agenda Anticorrupção que serão por ele implementadas”.

No texto, define-se como objeto desta comissão eventual “a análise integrada de soluções destinadas a reforçar a transparência, a prevenir e a combater a corrupção, incluindo a concretização das medidas legislativas contidas na Agenda Anticorrupção”.

A comissão “é competente para apreciar as iniciativas legislativas que incidam sobre as matérias que constituem o objeto da sua atividade” e deve “proceder à recolha de contributos e a audições de entidades ligadas ao setor da justiça, de organizações, entidades e personalidades da sociedade civil”, podendo também proceder à audição dos diversos membros do Governo com responsabilidade setorial na implementação da Agenda Anticorrupção e de outras entidades que entenda útil.

A “agenda anticorrupção” inclui um “novo mecanismo de perda alargada de bens” em alguns casos sem condenação, medidas de proteção de denunciantes e alargamento de mecanismos premiais. A regulamentação do lóbi, o registo das interações com entidades externas ao longo do processo legislativo e o reforço do controlo interno do Estado são outras da medidas previstas.

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Pedidos de reinscrição na CGA subiram de 460 para 851 entre julho e agosto

  • Lusa
  • 20 Setembro 2024

Dados foram adiantados por Rosário Palma Ramalho no debate da proposta do Governo que clarifica o direito de reingresso dos funcionários públicos na Caixa Geral de Aposentações.

A ministra do Trabalho disse esta sexta-feira no parlamento que entre julho e o final de agosto o número de processos em tribunal de trabalhadores a reclamarem a reinscrição na Caixa Geral de Aposentações subiu de 460 para 851.

Estes dados foram referidos por Rosário Palma Ramalho no debate da proposta do Governo que clarifica o direito de reingresso dos funcionários públicos na Caixa Geral de Aposentações (CGA) e que foi aprovada esta sexta-feira na generalidade no parlamento, com os votos favoráveis do PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal, o voto contra do BE, PCP e Livre a abstenção do PS e do Chega.

A deputada única do PAN, Inês Sousa Real, não votou, alegando eventual conflito de interesses por ser funcionária pública, ainda que esteja suspensa de funções pelo exercício do mandato no parlamento. Este debate e votação na generalidade acontece após o diploma original ter sido devolvido sem promulgação pelo Presidente da República.

Durante o debate a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sublinhou a importância de uma lei que clarifique este reingresso na CGA, notando o elevado fluxo de processos em tribunal que estão a ser interpostos por trabalhadores que tiveram vínculo à função pública antes de 01 de janeiro de 2006 e que querem agora regressar a este regime (que está fechado a novas inscrições desde o final de 2005).

Em causa está uma proposta de lei que clarifica o direito de reinscrição na CGA aos funcionários públicos que mudaram de serviço após 2006 mas que não interromperam o vínculo, com a ministra a referir que não é o Governo que fala em continuidade do vínculo mas o acórdão do Supremo Tribunal Administrativo que analisou a questão.

Durante o debate, vários partidos da oposição teceram críticas sobre o facto de este critério da continuidade do vínculo deixar de fora situações de professores que apenas viram a sua ligação à função publica interrompida devido à sua situação de precariedade.

No final, a ministra agradeceu a disponibilidade, nomeadamente da IL e do PS, em aprofundar esta questão em sede de especialidade, notando que “talvez haja uma forma” de se concretizar “um pouco melhor aquilo que o STA quis dizer com continuidade”.

Neste contexto apontou a diferença das situações de professores que viram o vínculo interrompido porque o ano letivo terminou, sendo retomado no início do ano letivo seguinte, da daqueles docentes que foram funcionários públicos antes de 2005, tendo depois saído para o setor privado e que agora querem reinscrever-se na CGA.

Estes segundos vão conseguir reinscrever-se “se não houver esta clarificação”, disse, ressalvando, contudo, que o tema da reinscrição na CGA não abrange apenas docentes, havendo também casos de militares forças de segurança ou trabalhadores administrativos.

(Notícia atualizada com mais informações às 14h50)

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Parlamento aprova levantamento da imunidade de Medina no âmbito do processo “Tutti Frutti”

  • Lusa
  • 20 Setembro 2024

 Ministério Público pediu audição do ex-autarca de Lisboa na qualidade de arguido. Operação investiga desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos.

O parlamento aprovou esta sexta-feira, por unanimidade, o parecer da comissão de transparência favorável ao levantamento da imunidade parlamentar do deputado socialista, ex-ministro e ex-presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina, no âmbito do processo judicial “Tutti Frutti”.

No fim de julho, o próprio Fernando Medina divulgou que, através de uma comunicação da Assembleia da República, tomara conhecimento de que o Ministério Público solicitava a sua audição, na qualidade de arguido, no âmbito do inquérito conhecido como processo “Tutti Frutti”. Uma operação que investiga desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos.

Impende sobre o ex-autarca de Lisboa a suspeita da prática de um alegado crime de prevaricação. Em causa, está a atribuição alegadamente indevida, enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa, em 23 de março de 2017, de um apoio financeiro no valor de duzentos mil euros — a realizar em dois anos — à XV – Associação Amigos do Rugby do Belém, no âmbito do apoio ao associativismo desportivo.

Na sequência desta diligência do Ministério Público, o ex-presidente da Câmara de Lisboa (2015-2021) pediu imediatamente à Comissão Parlamentar de Transparência, “com a maior brevidade possível”, o levantamento da sua imunidade parlamentar.

Fernando Medina disse então esperar que, “pela primeira vez em tantos anos”, tenha agora “a oportunidade de esclarecer em sede própria as dúvidas que o Ministério Público tem sobre o apoio que foi concedido pelo executivo municipal a um clube de Lisboa.

“Vi, com perplexidade, que a fundamentação do Ministério Público assenta num erro grosseiro e inexplicável. De acordo com a lei, o presidente de Câmara não pode atribuir apoio a clubes, associações e outras entidades de âmbito cultural, desportivo, social, recreativo ou outras”, escreveu Fernando Medina.

Fernando Medina contrapôs que essa competência “é, de acordo com a Regime Jurídico das Autarquias Locais (…) uma competência exclusiva e não delegável do órgão executivo do município, que é a câmara municipal”.

Na sua resposta, o ex-ministro presidente da Câmara de Lisboa assinalou também que “as propostas submetidas a deliberação do executivo camarário são preparadas pelos serviços municipais e avaliadas por um conjunto significativo de pessoas, de todos os partidos, antes de serem presentes à reunião de câmara para apreciação e votação”.

“Tal procedimento visa assegurar o mais minucioso escrutínio, para que todas as propostas em votação cumpram escrupulosamente a lei e os regulamentos aplicáveis. Assim aconteceu com a proposta de apoio à XV – Associação Amigos do Rugby do Belém, a qual, após análise e apreciação de todo o executivo municipal, foi aprovada por unanimidade dos vereadores eleitos por todos os partidos políticos. Sem exceção”, frisou Fernando Medina

Depois, deixou a seguinte pergunta: “Em que se baseia o Ministério Público para invocar qualquer ilegalidade no ato da câmara municipal?”

Fernando Medina apontou ainda que, “nesse mesmo período – e no contexto da preparação de Lisboa, Capital Europeia do Desporto – foram atribuídos apoios a vários outros clubes e associações de rugby da cidade, designadamente Direito, CDUL e Rugby São Miguel, cumprindo um objetivo geral de reforço das condições de desenvolvimento desta modalidade desportiva”. “Como se pode invocar o favorecimento de uma determinada instituição em particular quando a generalidade das que promovem a prática do rugby foram apoiadas?”, questionou.

Fernando Medida apontou, igualmente, que “decorreram mais de sete anos desde o início deste inquérito”. “Durante este longuíssimo período, apesar da minha reiterada disponibilidade e vontade, o Ministério Público em nenhum momento considerou relevante ouvir-me para qualquer propósito, designadamente de busca da verdade. Fá-lo agora, desta forma. Durante estes mais de sete anos foram publicadas centenas de notícias, transmitidas dezenas de horas de televisão e de rádio, e publicadas centenas de milhares de referências em redes sociais, com conteúdo atentatório da minha honra e do meu bom nome. Em nenhum momento o Ministério Público se dignou prestar qualquer esclarecimento ou tomar qualquer outra ação devida à preservação da minha honra e do meu bom nome”, acrescentou.

A 21 junho, também por unanimidade, a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, o levantamento da imunidade parlamentar dos deputados do PSD Luís Newton, Carlos Eduardo Reis e Margarida Saavedra, os três também sob suspeita no âmbito do processo “Tutti-Frutti”.

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Moedas propõe auditoria externa sobre contrato para painéis publicitários

  • Lusa
  • 20 Setembro 2024

Com a auditoria externa pretende-se verificar a conformidade legal e regulamentar de todas as fases do processo e do contrato, diz o PSD/CDS.

A liderança PSD/CDS-PP na Câmara de Lisboa propôs esta sexta-feira uma auditoria externa ao processo de concessão à JCDecaux da instalação e exploração publicitária na cidade, na sequência das críticas sobre os painéis de grande formato.

A proposta para uma auditoria externa surge uma semana depois de o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), ter informado que o executivo municipal pediu à JCDecaux para suspender a colocação de mais painéis publicitários de grande formato na cidade e vai negociar com a empresa soluções para os que já foram instalados.

Uma das estruturas que podem ser mudadas, referiu, está localizada em frente ao estádio do Benfica: “É de uma dimensão absolutamente enorme, não é um grande formato, é um formato chocante.”

Subscrita pela vereadora da Economia e Inovação, Joana Oliveira Costa (CDS-PP), a proposta para uma auditoria externa foi apresentada no início da reunião privada de hoje do executivo e será votada no final da ordem de trabalhos, juntamente com as iniciativas de PCP, PS e BE sobre o mesmo tema, que foram anunciadas na semana passada e que pretendem, sobretudo, esclarecer se as estruturas publicitárias instaladas afetam a segurança rodoviária.

Com a auditoria externa pretende-se verificar a conformidade legal e regulamentar de todas as fases do processo e do contrato, “desde a elaboração das peças do procedimento até à fase de adjudicação da proposta vencedora”, lê-se no documento da gestão PSD/CDS-PP, referindo que o processo teve início em 2016, quando o município estava sob gestão do PS.

A definição do caderno de encargos e o processo de concurso público internacional foram desenvolvidos pelo anterior executivo, mas o contrato de concessão à JCDecaux para a instalação e exploração publicitária em Lisboa foi aprovado pela atual câmara, em setembro de 2022, com votos a favor da liderança PSD/CDS-PP, do PS, do PCP e do BE, e abstenções do Livre e da vereadora independente dos Cidadãos Por Lisboa (eleita pela coligação PS/Livre).

O contrato de concessão à JCDecaux tem um prazo de 15 anos, com a empresa a pagar à Câmara de Lisboa “a remuneração anual de 8,3 milhões de euros” como contrapartida.

“A opção de celebrar um contrato com um prazo de 15 anos, em 2016, implica a procura de soluções para a resolução de problemas que normalmente ocorrem durante a execução de contratos de longa duração, sem prejuízo da possibilidade de recurso às prorrogativas atribuídas pelo Código dos Contratos Públicos às entidades adjudicantes”, expôs a vereadora da Economia.

Segundo a proposta, a auditoria externa será acompanhada pelo Departamento de Auditoria, em articulação com o Departamento de Transparência e Prevenção da Corrupção da autarquia, e será elaborado um relatório final, a remeter ao executivo e à assembleia municipal, “sem prejuízo do seu envio às autoridades competentes, caso seja apurada alguma desconformidade”.

Prevê-se a seleção de uma entidade de auditoria externa “idónea e com antecedentes em processos de auditoria com idêntica complexidade”, e o estabelecimento de um prazo de apresentação do relatório final, de comum acordo com a entidade escolhida, “por força do volume de documentação e informação que este processo inclui”.

Por seu turno, a proposta do BE pretende solicitar ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil uma auditoria independente à instalação dos painéis publicitários, quer na fase de concertação com o concessionário, quer na fase de instalação propriamente dita (incluindo os abrigos em paragens de autocarro e sanitários públicos), e uma análise do cumprimento da legislação, das regras camarárias, bem como do risco para peões e automobilistas.

O PS e o PCP pediram “todos os pareceres indispensáveis” sobre a colocação dos painéis publicitários, com os socialistas a exigirem a retirada das estruturas que comprometam a segurança rodoviária e o descanso dos lisboetas.

A instalação de até 125 painéis de publicidade digital de grande formato em Lisboa fez o Automóvel Clube de Portugal (ACP) avançar com uma providência cautelar contra a Câmara de Lisboa e as empresas JCDecaux e MOP – Multimédia Outdoors Portugal, por considerar que a sua localização e dimensão são “claramente atentatórias da segurança rodoviária”.

O contrato entre a autarquia e a JCDecaux inclui “900 mupis, dos quais pelo menos 10% devem ser de natureza digital”; 2.000 abrigos; 75 sanitários públicos; 40 mupis amovíveis, para publicidade institucional; “um número de painéis digitais de grande formato não superior a 125 e que, no seu conjunto, compreenda uma área total de faces publicitárias entre 2.500 m2 [metros quadrados] e 3.000 m2; e 20 mupis de natureza digital e cinco painéis digitais (4×3 metros), a utilizar exclusivamente como equipamento informativo municipal”.

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Madeira vai “apurar responsabilidades políticas” dos incêndios de agosto. Estas são as 30 perguntas

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Setembro 2024

Assembleia regional constituiu comissão parlamentar de inquérito para apurar as responsabilidades do Governo liderado por Miguel Albuquerque nos incêndios da Madeira, que lavraram durante 13 dias.

A resolução da Assembleia Legislativa da região autónoma da Madeira que constitui a comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o “apuramento de responsabilidades políticas no combate aos incêndios ocorridos entre os dias 14 e 26 de agosto” foi publicada esta sexta-feira em Diário da República.

Todos os partidos com assento no Parlamento regional vão ter assento na CPI proposta pelo PS, que pretende apurar as responsabilidades políticas do incêndio que deflagrou na ilha da Madeira a 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. A Proteção Civil regional deu o fogo como “totalmente extinto” ao fim de 13 dias, a 26 de agosto.

Segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, o incêndio no arquipélago madeirense resultou em 5.104 hectares de área ardida, ligeiramente abaixo dos 5.116 hectares sinalizados pelas autoridades regionais. Não houve registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, indicou, na altura, o Governo liderado por Miguel Albuquerque.

De acordo com a resolução agora publicada, que mostra as 30 perguntas que os deputados regionais vão fazer aos responsáveis políticos, a comissão parlamentar de inquérito “deverá apresentar um relatório com as conclusões da avaliação no prazo de 180 dias após o início dos seus trabalhos“, isto é, daqui a seis meses.

O que vão apurar os deputados regionais na CPI?

  1. Apreciar por quem e em que momento foi dado o primeiro alerta de incêndio e apreciar os atos subsequentes;
  2. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, as condições, o tempo e os termos em que foi prestada a primeira intervenção;
  3. Averiguar e apurar os meios utilizados, e a adequação dos mesmos em cada fase dos incêndios;
  4. Apurar o tipo de acesso ao local onde deflagrou o incêndio na Serra de Água;
  5. Apurar quando e por quem foi dada resposta à ajuda concedida pelo Governo dos Açores e de quem foi a responsabilidade da sua solicitação;
  6. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, as condições e os termos em que foi acionado o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira (PREPC-RAM);
  7. Apurar os factos que estiveram na base da decisão do Secretário Regional Pedro Ramos de não ativação do Plano Regional de Emergência de Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira aquando da verificação dos critérios gerais e especiais mencionados no presente requerimento;
  8. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, as condições e os termos em que foi declarada a situação de calamidade;
  9. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, as condições e os termos em que foi solicitado / concedido o pedido de auxílio externo;
  10. Apreciar e apurar da recusa inicial ao apoio concedido pelo Governo da República;
  11. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, as condições e os termos em que foi acionado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil;
  12. Apurar da falta de planeamento na logística de receber as ajudas externas;
  13. Apurar onde se encontravam os membros do Governo e ou da administração indireta do Governo nos primeiros quatro dias de incêndio, entre o dia 14 e o dia 17;
  14. Apurar porque não se deslocou mais cedo o presidente do Governo regional para a ilha da Madeira;
  15. Apreciar as declarações e a atuação do presidente do Governo regional, Miguel Albuquerque, nomeadamente acerca da utilização dos meios utilizados e a sua suficiência;
  16. Apreciar as declarações e a atuação do Secretário Regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, nomeadamente acerca da utilização dos meios utilizados e a sua suficiência;
  17. Apreciar as declarações e a atuação do Presidente do Serviço de Proteção Civil, António Nunes, nomeadamente acerca da utilização dos meios utilizados e a sua suficiência;
  18. Apreciar as decisões da cadeia de comando, nomeadamente, por quem foram efetuadas e em que circunstâncias;
  19. Apreciar os atos praticados, direta ou indiretamente, pelo Governo regional, e apurar as condições e os termos em que ocorreu toda a coordenação efetuada e ou falta de coordenação ocorrida;
  20. Apurar da existência e inexistência de procedimentos em acidentes desta natureza;
  21. Apurar da existência de medidas e ações concretas e do cumprimento decorrentes de planos de emergência e outros para desastres deste tipo;
  22. Apurar as ações, decisões e medidas tomadas, em que tempo e por quem, bem como a omissão de outras;
  23. Apurar as ações, decisões e medidas tomadas aquando da pressão aos jornalistas e do impedimento dos mesmos acederem a determinados locais;
  24. Apurar os factos que conduziram à violação da Lei de Imprensa, na pressão exercida aos jornalistas e no impedimento ao acesso aos locais dos incêndios;
  25. Apreciar os factos que conduziram às declarações do presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, vindas a público no dia 17 de agosto, nos seguintes termos: “Eu já tinha combinado, como é público, com Dr. Paulo Rangel para mandar a força”;
  26. Apreciar os factos que conduziram às declarações do presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, noticiadas no dia 18 de agosto, nos seguintes termos: “Este fogo foi um fogo muito perigoso que derivou, não tenho nenhuma dúvida, de fogo posto em zona inacessível, e durante um período em que meio aéreo não podia operar”;
  27. Apreciar os factos que conduziram às declarações do presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, noticiadas no dia 21 de agosto, nos seguintes termos: “Estive na situação de maior urgência, a partir do momento em que [o incêndio] estava a ser controlado fui e já cá estou outra vez. Não há nenhum problema” e ainda “Toda a estratégia que foi seguida e que acompanhei no terreno, foi a adequada para este tipo de incêndios, que é colocar os ativos e forças em sítios estratégicos com o sentido de fazer a contenção do fogo nas zonas urbanas. Foi isso que foi feito e ao fim destes dias não há feridos, nem habitações ou infraestruturas destruídas felizmente”, bem como “Este não é o meu primeiro incêndio, é o 25.º que enfrento”, refutando as críticas mais pessimistas. “A Madeira não está a arder, houve alguns picos em que estava a arder mato. É normal que toda a gente fique preocupada, mas a minha função é tomar decisões de forma racional e com calma”;
  28. Apreciar os factos que conduziram às declarações do presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, noticiadas no dia 21 de agosto, nos seguintes termos: “Estratégia adotada foi um sucesso”;
  29. Apreciar as declarações do presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, vindas a público no dia 1 de setembro, relativas à possível vinda do Presidente da República à Madeira, nos seguintes termos: “Ver o quê? Não tem nada para ver. Há mato queimado e nós vamos recuperar. Não houve nenhuma casa nem nenhuma infraestrutura afetada. O que é que ele vem fazer?” e “Expliquei o que se tinha passado e o assunto está resolvido”. E ainda “A não ser que vá ver eucaliptos e mato queimado”;
  30. Indagar das ações com vista a inventariar prejuízos e danos causados pelo incêndio.

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Governo afasta coimas a empresas que falhem IVA e retenções na fonte por causa dos incêndios

Prazos do IVA e das retenções na fonte terminam esta sexta-feira, mas empresas que não consigam cumprir, por terem sido afetadas pelos incêndios, não vão ter de pagar coimas, segundo a OCC.

A bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) avançou esta sexta-feira que o Governo se comprometeu a não aplicar coimas no caso de as empresas afetadas pelos incêndios falharem os prazos do IVA e das retenções na fonte de IRS.

“Temos estado a falar com a secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais para existir uma solução para todos os prazos que vencem durante esta semana, [pois] alguns contabilistas certificados e empresas ficaram impedidos [de cumprir] por via dos incêndios. Hoje foi-nos dito que está a ser trabalhado um mecanismo de afastamento das coimas para as empresas e contabilistas afetados”, indicou Paula Franco, numa comunicação por vídeo.

A OCC tinha pedido no início da semana ao Governo que prorrogasse esses prazos ou afastasse as consequências do incumprimento, uma vez que as coimas em questão “são elevadíssimas”.

O Executivo recusou, desde logo, prolongar os prazos, sublinhando na altura que, em sede da aplicação das coimas, “logo se arranjaria uma solução”. A Ordem, porém, não ficou satisfeita com esta resposta e avisou que iria alertar para “esta insensibilidade política“. Já esta manhã recebeu indicação de que, afinal, será criado um mecanismo excecional.

“Vamos aguardar o que vai sair. Esperemos que seja claro, objetivo e protetor dos que ficaram prejudicados nestas situações“, salientou Paula Franco na comunicação aos contabilistas. “Felizmente, o bom senso prevaleceu. Espero que o processo seja ágil e não exija recursos a advogados“, frisou a responsável.

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António Costa responsabiliza Lacerda Sales por “atos e omissões” no caso das gémeas

  • Lusa e ECO
  • 20 Setembro 2024

Antigo primeiro-ministro refere que Lacerda Sales não tem competência para marcar consultas, mas que é responsável pelos “atos e omissões” da secretária, que trabalhava na sua dependência.

A comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria com o medicamento Zolgensma recebeu esta sexta-feira as respostas do ex-primeiro-ministro António Costa, confirmou à agência Lusa o presidente da comissão.

Rui Paulo Sousa esclareceu que a divulgação das respostas à imprensa terá de ser decidida pela mesa e coordenadores. “Apesar de eu, como presidente da comissão, achar que as referidas respostas devem ser disponibilizadas, visto que resultam do equivalente a uma audição, terá de ser a mesa e coordenadores a decidir essa questão”, justificou o deputado do Chega.

Os partidos enviaram as perguntas ao antigo primeiro-ministro até 6 de setembro, com a maioria a querer saber se António Costa teve alguma intervenção no caso. O PS decidiu não fazer perguntas.

Segundo revela o Expresso, Costa entende que um secretário de Estado não tem competência para marcar consultas, mas também que é responsável pelos “atos e omissões” de quem trabalha na sua dependência. “Os membros do Governo são politicamente responsáveis pelos seus atos e omissões e, consoante a situação concreta, pelos atos e omissões de quem está sob a sua direção ou tutela”, explica o ex-primeiro-ministro sobre a responsabilidade de Lacerda Sales pelos atos da sua então secretária.

À pergunta se um secretário de Estado tem competências para marcar consultas numa unidade hospitalar, Costa considera que não tem. Entre as respostas dadas, sublinha que nunca contactou com Nuno Rebelo de Sousa sobre este caso e que nunca falou com o Presidente da República ou qualquer membro da Casa Civil sobre o caso. Nega também alguma vez ter falado com Marta Temido ou Lacerda Sales e reforça que não teve conhecimento da intervenção do ex-secretário de Estado da Saúde na marcação das consultas nem da reunião deste com Nuno Rebelo de Sousa.

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Comissão Europeia propõe empréstimo de até 35 mil milhões de euros para a Ucrânia

Pacote financeiro proposto pela Comissão Europeia será garantido através dos lucros extraordinários provenientes dos ativos russos imobilizados e envolverá os credores da União Europeia e do G7.

A Comissão Europeia deu esta sexta-feira mais um passo no reforço do apoio à Ucrânia, ao propor um pacote de assistência financeira abrangente que inclui um empréstimo de até 35 mil milhões de euros.

Esta proposta faz parte de um esforço conjunto da União Europeia (UE) e do grupo das sete maiores economias do mundo (G7) para disponibilizar até 45 mil milhões de euros em apoio à Ucrânia.

“Os ataques implacáveis da Rússia significam que a Ucrânia precisa de apoio contínuo da UE”, refere Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. “A Comissão irá fornecer um empréstimo de até 35 mil milhões de euros à Ucrânia como parte do compromisso do G7. Esta é mais uma importante contribuição da UE para a recuperação da Ucrânia“, diz.

O pacote proposto pela Comissão Europeia é composto por dois elementos: um mecanismo de cooperação de empréstimo à Ucrânia de até 45 mil milhões de euros e um empréstimo excecional de assistência macrofinanceira de até 35 mil milhões de euros.

Este pacote de empréstimos único, desenvolvido em conjunto com os nossos parceiros do G7 e com um forte papel da UE, permitirá à Ucrânia cobrir as suas necessidades imediatas, garantir a estabilidade macroeconómica e dotar o país dos recursos financeiros necessários para resistir à intensificação da agressão russa.

Valdis Dombrovskis

Vice-presidente executivo da Comissão Europeia

Este apoio financeiro será garantido através dos lucros extraordinários provenientes dos ativos russos imobilizados, explica a Comissão Europeia em comunicado. Esta abordagem será aplicada pela primeira vez de forma estruturada e em grande escala entre os credores da União Europeia e do G7, garantindo um apoio financeiro estável e de longo prazo para a recuperação e resiliência da Ucrânia, destaca a Comissão Europeia em comunicado.

“Este pacote de empréstimos único, desenvolvido em conjunto com os nossos parceiros do G7 e com um forte papel da UE, permitirá à Ucrânia cobrir as suas necessidades imediatas, garantir a estabilidade macroeconómica e dotar o país dos recursos financeiros necessários para resistir à intensificação da agressão russa“, refere Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo da Comissão Europeia.

Este pacote de apoio financeiro surge num momento crucial para a Ucrânia, que continua a enfrentar desafios sem precedentes devido à intensificação da agressão russa. Desde o início da guerra, a UE e os seus Estados-membros já disponibilizaram mais de 118 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos para apoiar o esforço de guerra ucraniano e a sua economia.

A proposta agora apresentada requer a aprovação do Parlamento Europeu e uma maioria qualificada dos Estados-membros da UE no Conselho antes de entrar em vigor. Dada a urgência da situação, a Comissão Europeia revela que irá trabalhar em colaboração com os legisladores para garantir uma adoção rápida.

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