Reclamações nos seguros de saúde: Una a melhor, Mgen a pior

  • ECO Seguros
  • 16 Agosto 2024

Baixaram as reclamações dos consumidores quanto a seguros de saúde, mas a ASF ainda concordou com 40% das queixas. Veja o ranking das seguradoras ordenadas pelo número de queixas por mil clientes.

O número de segurados de saúde em Portugal ultrapassou quatro milhões no ano passado e, durante esse período, a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), entidade supervisora do setor, registou 4.824 reclamações dirigidas por clientes às seguradoras do ramo. São 1,18 queixas por cada mil contratos, um valor abaixo dos 1,29 registados no ano anterior. Desacordo quanto a sinistros foi a principal causa dos protestos formais.

Analisadas as reclamações, tendo em consideração o número de apólices de saúde ativas em média por companhia, a UNA foi a seguradora que em 2023 menos problemas suscitou aos seus clientes, enquanto, no lado oposto, a Mgen foi a que mais gerou reclamações entre as 15 companhias avaliadas.

Quanto à posição da ASF em relação às reclamações, o supervisor deu respostas favoráveis aos queixosos em 40% dos casos em 2023, percentagem idêntica à do ano anterior.

A ASF registou as reclamações, essencialmente, através do Livro de Reclamações Eletrónico, do Portal do Consumidor, do site dos operadores, por cartas recebidas e até por presença física dos reclamantes.

15 seguradoras ou grupos analisados

O supervisor classificou as 15 seguradoras ou grupos que operam no mercado de seguros de saúde de acordo com a proporção de reclamações recebidas pelo número médio anual de apólices ativas em 2023.

Por diferenças de perceção por parte dos clientes quanto a marcas, o supervisor decidiu agrupar o grupo Fidelidade, juntando Multicare e Via Directa (Ok! Seguros), e também o grupo Ageas, agregando a este a marca Médis.

Segundo a ASF, os resultados em 2023 foram os seguintes:

Fonte: Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado 2023, ASF

A UNA Seguros foi a seguradora menos reclamada, com apenas 14 queixas. A Generali Tranquilidade, já com 593 clientes em saúde e terceira maior do segmento, foi a segunda melhor quanto a reclamações. Aegon Santander e Planicare seguem-se.

O grupo Fidelidade foi a 5ª melhor com 810 reclamações em 1,22 milhões de clientes, ficando ainda Allianz, Lusitania e Victoria num patamar melhor que a média de mercado.

Logo abaixo da média ficaram a Real Vida, a Chubb e o grupo Ageas. Este último foi o segundo maior operador do mercado, com 727 mil clientes e 2,35 queixas por cada mil pessoas seguradas. Asisa e Cardif ficam a seguir, embora o número de clientes ainda seja relativamente pequeno e as queixas possam ter pouco significado estatístico.

A ASF chama a atenção neste Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado 2023, agora publicado e de onde foi extraída a informação, que “os rácios das reclamações do ramo Doença não são apresentados para diversos operadores, quer por terem recebido menos de dez reclamações, quer por estarem em causa outliers (rácios comprovadamente desviantes face aos restantes operadores de mercado), que podem ser justificados pelo reduzido valor das unidades de risco (pessoas seguras), face à natureza do negócio”.

Talvez por esse motivo, as seguradoras Mudum Seguros e Mgen terminam esta classificação, registando, no caso da Mgen, valores bastante acima da média: mais de um em cada 100 clientes reclamaram.

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Quase 288 mil pessoas têm dois ou mais empregos em Portugal

Mais de 100 mil pessoas que tinham só um emprego no arranque do ano passaram a ter mais postos de trabalho entre abril e junho. Somam-se 185 mil pessoas que já estavam nessa situação e continuaram.

O número de trabalhadores com dois ou mais empregos voltou a aumentar no segundo trimestre do ano. O país conta agora com 287,5 mil pessoas que acumulam dois ou mais trabalhos, o número mais elevado desde, pelo menos, 2011, de acordo com os dados consultados pelo ECO.

Das cerca de 4,9 milhões de pessoas que já estavam empregadas no início do ano e assim continuaram no segundo trimestre, 3,8% tinham dois ou mais empregos e mantiveram-se nessa situação. Em causa estão 185,3 mil pessoas.

No trimestre anterior, tinham sido 167 mil as pessoas que se tinham mantido com, pelo menos, dois postos de trabalho. Ou seja, houve agora um disparo em cadeia de 11,2% deste grupo. Já em termos homólogos houve um aumento de 10,2%.

A estes trabalhadores vierem somar-se, entre abril e junho, 102,2 mil outras pessoas, que tinham arrancado o ano de 2024 apenas com um posto de trabalho, mas no segundo trimestre viram-se obrigadas a acumular, pelo menos, mais um emprego.

Nos primeiros três meses do ano, 94,4 mil pessoas tinham feito essa transição. Tal significa que houve, no segundo trimestre, uma subida em cadeia de 8,2% dos novos trabalhadores em emprego duplo. Já se olharmos para o registado no período homólogo, o aumentou foi de 3,1%.

Resultado: no total, no segundo trimestre, 287,5 mil pessoas mantiveram-se ou passaram ao emprego duplo, calcula o ECO. Este é o valor mais elevado desde, pelo menos, o segundo trimestre de 2011, altura em que começa a atual série estatística, como mostra o gráfico abaixo.

Há três trimestres que emprego duplo sobe

Fonte: INE

No entanto, em declarações ao ECO, o professor João Cerejeira sublinha que este aumento do duplo emprego não é um sinal de alerta, no que diz respeito às dinâmicas do mercado de trabalho português. Aliás, mostra que há disponibilidade de postos de trabalho, e que as empresas, confrontadas com dificuldades no recrutamento, têm recorrido a pessoas que até já estão empregadas para suprir essas necessidades.

O especialista da Universidade do Minho admite, contudo, que estes dados podem também ser explicados pelas quebras reais dos salários dos últimos tempos.

É que, sim, os ordenados até têm subido em termos absolutos, mas o boom dos preços (nomeadamente, da habitação, mas não só) levou a perdas do poder de compra nos últimos anos (em 2022, o salário médio caiu 4% em termos reais). E ainda que os salários reais estejam agora de volta à trajetória positiva, os portugueses continuam a sentir pressão para acumular empregos para reforçar os seus orçamentos familiares.

Ainda assim, é de destacar que, de acordo com os dados do INE, 78,3 mil pessoas que tinham dois ou mais empregos no arranque do ano passaram a ter apenas um posto de trabalho no segundo trimestre do ano. Tanto no primeiro trimestre deste ano, como no segundo trimestre de 2024, tinham sido mais os portugueses a fazer essa transição (86 mil e 84,6 mil, respetivamente).

159 mil mudaram de emprego

À parte dos trabalhadores que passaram a acumular vários empregos, há também quem tenha decidido mudar de posto de trabalho. Mais de 159 mil pessoas fizeram-no, entre o primeiro e o segundo trimestre, menos sete mil do que no arranque de 2024 e quase menos 16 mil do que há um ano.

Convém explicar que neste grupo estão incluídas não apenas as pessoas que mudaram de um emprego para outro, mas também pessoas que ficaram temporariamente desempregadas e inativas antes da mudança para um novo emprego. Exclui-se, contudo, as pessoas cujos contratos de trabalho foram renovados, realça o INE.

Por outro lado, entre as pessoas que continuaram empregadas, é de destacar que quase 167 mil passaram de um contrato a prazo no primeiro trimestre para um contrato sem termo, no segundo trimestre. Em comparação com o período homólogo, houve um aumento de 5% dos trabalhadores que conseguiram entrar para os quadros.

Já quanto ao regime de duração do trabalho, transitaram para um trabalho a tempo completo 77,4 mil das pessoas que tinham inicialmente um trabalho a tempo parcial, bem menos do que as 85 mil que fizeram essa passagem entre o primeiro e o segundo trimestre do ano passado.

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Hoje nas notícias: Alojamento Local, cereais e bónus extra para pensões

  • ECO
  • 16 Agosto 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo prepara-se para inverter a legislação aplicada pelo anterior Executivo e tirar poder aos condomínios para eliminar ou evitar que haja negócios de Alojamento Local no edifício. Portugal tem reservas de cereais para apenas duas semanas. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Governo prepara-se para tirar poder aos condomínios no Alojamento Local

O Governo prepara-se para inverter o que foi aplicado pelo anterior Executivo do PS, com o pacote Mais Habitação, retirando poder aos condóminos para encerrarem ou evitarem que haja uma unidade de Alojamento Local (AL) no seu edifício. A alteração decorre de uma série de medidas aprovadas em Conselho de Ministros no final de maio, mas que ainda podem ser alteradas antes de se tornarem lei. A decisão final deverá voltar a ficar nas mãos dos presidentes de câmara, estando previstos mecanismos de conciliação e mediação entre as várias partes.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago) e no Jornal de Negócios (acesso pago).

Portugal tem reserva de cereais para apenas 15 dias

Portugal tem, atualmente, stocks de cereais para apenas duas semanas, o que evidencia a dependência externa do país nesta matéria, que afeta também a competitividade do setor agroalimentar. O problema de abastecimento e armazenagem de cereais dificulta a constituição de reservas, além de que o clima e os solos nacionais não são os mais adequados para o cultivo destes produtos. As associações do setor defendem que o Governo deve considerar estratégias para aumentar o armazenamento de cereais, já que o país nunca conseguirá ser autossuficiente nesta matéria.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Bónus extra pode chegar a cerca de dois milhões de pensões

O suplemento extraordinário para as reformas mais baixas — uma medida anunciada na quarta-feira pelo primeiro-ministro na Festa do Pontal, que marca a rentrée política do PSD — deverá abranger quase dois milhões de pensões, segundo os cálculos do Jornal de Negócios a partir dos dados de 2022 e 2023 da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações (CGA). Luís Montenegro adiantou que o valor deste bónus, a ser pago em outubro, será de 200 euros para pensões até 509,26 euros (correspondente a 1 IAS – Indexante de Apoios Sociais); de 150 euros para as pensões entre 509,26 e 1.018,52 euros; e de 100 euros para as pensões entre 1.018,52 e 1.527,78 euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Inapa tinha venda do packaging como reserva para pagar à Parpública

Durante o processo de falha de tesouraria em que pediu ajuda, sem sucesso, ao seu maior acionista, a Parpública, a Inapa considerou a possibilidade de vender a sua operação de embalagem (packaging), sobre a qual “tinha uma proposta firme”, de acordo com fontes com conhecimento do caso. A venda deste segmento, que em 2023 representou 81,5 milhões de euros nas vendas da empresa de distribuição de papel, ocorreria “se tudo corresse mal”, isto é, se a retoma das operações de venda de papel na Alemanha não decorresse em setembro, como era esperado. O grupo português tinha obtido garantias do francês LCL Banque, do Grupo Crédit Agricole, de “financiamento dando como garantia o packaging“, mas não o conseguiria fazer em três semanas — daí a necessidade de pedir um empréstimo à Parpública.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Importações de gás russo caem para o valor mais baixo desde 2020

O porto de Sines recebeu 25 navios no primeiro semestre deste ano, carregados com gás natural liquefeito, de acordo com as estatísticas da REN. Somando o gás que chega de Espanha por gasoduto, entre janeiro e junho o terminal da REN foi abastecido com mais de dois mil milhões de metros cúbicos de gás. Deste volume, apenas 4,5% veio da Rússia (num único navio, descarregado em maio, de 93,6 milhões de metros cúbicos), o valor mais baixo para a primeira metade do ano desde 2020. A maioria (44,5%) do gás que Portugal recebeu nos primeiros seis meses teve origem na Nigéria, 41,5% dos EUA e 9,5% de Espanha.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso indisponível).

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Condomínios perdem poder para travar Alojamento Local

  • ECO
  • 16 Agosto 2024

O Governo tem em cima da mesa uma lei que passa a exigir fundamentação para o condomínio poder acabar com um estabelecimento de Alojamento Local, e cuja decisão final caberá ao presidente da Câmara.

O Governo quer reduzir os poderes que os condomínios têm perante o Alojamento Local (AL), eliminando a possibilidade de estes decidirem, por maioria de dois terços da permilagem do prédio, e de forma arbitrária, o encerramento de um ou mais estabelecimentos a funcionarem no edifício, o que tinha sido instituído pelo Governo anterior no programa Mais Habitação. A notícia está a ser avançada esta sexta-feira pelo Público e pelo Jornal de Negócios.

São várias as mudanças ao atual regime que constam de um diploma já aprovado em Conselho de Ministros, enviado à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e às regiões autónomas, e que ainda pode ser alterado. Desde logo, o documento em cima da mesa prevê que uma maioria de dois terços possa proibir a existência de AL no edifício, mas só para o futuro, “aplicando-se apenas aos pedidos de registo” submetidos posteriormente.

No entanto, o regime que o atual Governo se prepara para impor permite que haja a proibição do exercício da atividade de AL no título constitutivo da propriedade horizontal ou no regulamento do condomínio. Além disso, atualmente, os condomínios não podem proibir um AL no caso de o título constitutivo da propriedade horizontal prever expressamente a utilização da fração para esse fim ou se tiver havido uma deliberação expressa da assembleia de condóminos a autorizar o uso da fração para explorar o AL.

Quanto aos estabelecimentos de AL já existentes, o Governo propõe que a assembleia de condóminos possa opor-se ao exercício da atividade de AL na referida fração, mas só com “deliberação fundamentada” aprovada por maioria simples da permilagem do edifício. Essa fundamentação terá de assentar “na prática reiterada e comprovada de atos que perturbem a normal utilização do prédio, bem como de atos que causem incómodo e afetem o descanso dos condóminos”, segundo o Público, que teve acesso ao diploma em preparação.

Mas não é tudo: para que tenha efeito, será preciso solicitar uma decisão final do presidente da Câmara, que pode ainda usar de um prazo de 60 dias para tentar uma conciliação entre as partes. Se for decidido o cancelamento, fica determinada “a imediata cessação da exploração do estabelecimento, sem prejuízo do direito de audiência prévia”, mas não de forma permanente — só pelo prazo máximo de cinco anos.

Por fim, entre outras coisas, o diploma do Governo prevê também a criação do “provedor” do AL, que apoiará o município “na gestão de diferendos entre os residentes, os titulares de exploração de estabelecimentos de AL e os condóminos”.

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Inapa pede insolvência da subsidiária espanhola no tribunal de Madrid

  • Lusa
  • 16 Agosto 2024

A Inapa apresentou o tribunal de comércio de Madrid um pedido de "declaração de insolvência" da sua subsidiária espanhola, na sequência do processo de insolvência da sociedade portuguesa.

A Inapa apresentou junto do tribunal de comércio de Madrid um pedido de “declaração de insolvência” da sua subsidiária espanhola, na sequência do processo de insolvência da sociedade portuguesa.

Numa comunicação ao mercado, a Inapa informou que a sua subsidiária Inapa España Distribución de Papel SA procedeu na quarta-feira “à apresentação junto do tribunal do comércio de Madrid (‘Juzgado de lo Mercantil de Madrid’) de um pedido de declaração de insolvência (‘solicitud de concurso voluntario’)”.

“Este pedido é uma consequência direta da declaração de insolvência da Inapa IPG, comunicada ao mercado no passado dia 21 de julho”, lê-se na nota, acrescentando que a situação decorre da insolvência da sociedade ter determinado (entre outras circunstâncias com impacto negativo para o património da subsidiária) a interrupção do fornecimento de papel à empresa espanhola.

A sentença de declaração de insolvência da Inapa foi proferida a 1 de agosto no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, Juízo de Comércio de Sintra, e foi nomeado para administrador da insolvência Bruno Miguel da Costa Pereira.

Além da interrupção do fornecimento de papel, concorreu ainda para a decisão “o vencimento antecipado de determinadas linhas de crédito bancárias obtidas pela subsidiária e o reconhecimento, nos capitais próprios, da imparidade dos saldos a receber pela subsidiária da Inapa IPG”, acrescenta-se no comunicado.

“O processo de insolvência da subsidiária seguirá os trâmites previstos na legislação espanhola”, conclui-se na nota da Inapa — Investimentos, Participações e Gestão, SA.

A sentença de declaração de insolvência da Inapa foi proferida a 1 de agosto no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, Juízo de Comércio de Sintra, segundo um anúncio no portal Citius, e foi nomeado para administrador da insolvência Bruno Miguel da Costa Pereira, que já lidou com processos como o da Groundforce e da empresa de produção de cogumelos Sousacamp.

No anúncio, indicou-se também que a 27 de setembro se realiza a reunião de assembleia de credores de apreciação do relatório, depois de a Inapa ter apresentado o pedido de insolvência junto do Juízo de Comércio do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste em 29 de julho.

A situação de insolvência da Inapa IPG foi desencadeada “por uma carência pontual de tesouraria de curto prazo da sua subsidiária Inapa Deutschland GmbH (‘Inapa Deutschland’), em montante de 12 milhões de euros, para a qual não se encontrou solução de financiamento” até 22 de julho, “prazo estabelecido pela lei alemã, o que resultou na apresentação à insolvência da Inapa Deutschland nesse dia”, explicou na altura a empresa.

O grupo Inapa foi fundado em 1965 e tem como principal acionista a empresa pública Parpública, com 44,89% do capital social, enquanto a empresa Nova Expressão tem 10,85% e o Novo Banco 6,55%, e o restante capital está disperso.

Foi conhecido em julho que a Inapa tinha pedido uma injeção de 12 milhões de euros para necessidades de tesouraria imediatas, mas o Ministério das Finanças disse que a Parpública não iria conceder à empresa os financiamentos pedidos.

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A casa-abrigo da Polly Pocket abre as suas portas em tamanho real na Airbnb

  • Servimedia
  • 16 Agosto 2024

Este verão, a icónica casa-abrigo da Polly Pocket, saída diretamente de uma fantasia dos anos 90, abrirá as suas portas para uma aventura em tamanho real na Airbnb.

De acordo com a Airbnb, para celebrar o seu 35.º aniversário, a Polly Pocket vai tornar-se anfitriã na plataforma e convidar os hóspedes para o seu baú retro de dois andares, Slumber Party Fun, onde o seu pequeno mundo de imaginação sem limites ganha vida. O quarto estará repleto de surpresas nostálgicas que transportarão os convidados de volta à sua infância, enquanto descobrem como é viver num mundo que cabe em qualquer bolso.

“Mal posso esperar para que conheçam a minha casa e venham celebrar o meu aniversário”, diz a Polly. “Vão divertir-se imenso na festa do pijama que vamos fazer na minha cidade natal, Littleton, onde transformamos o normal em extraordinário. Há muitas aventuras para viver – vais poder experimentar todas as roupas retro do meu guarda-roupa e encontrar muitas surpresas que escondi por todo o baú – vai ser muito divertido!”.

A ESTADIA

Situada na pitoresca cidade de Littleton, no Massachusetts, a arca de 40 pés de altura da Polly leva o conceito de “pequeno mas poderoso” a um nível totalmente novo. Os interessados podem candidatar-se a reservar uma das três estadias de uma noite, de 12 a 14 de setembro, para quatro hóspedes cada, ao preço de 89 dólares por pessoa, uma homenagem à estreia da Polly em 1989.

À medida que os convidados entram no mundo da Polly, podem explorar todos os recantos da icónica arca, onde as surpresas escondidas os esperam; embelezar-se no boudoir da Polly, repleto de acessórios de cabelo retro e unhas postiças nas suas cores favoritas; assaltar o frigorífico e preparar um lanche retro com o lanche com que qualquer rapaz ou rapariga dos anos 90 sonharia; experimentar todos os fatos do guarda-roupa da Polly, onde os seus looks mais icónicos em tons alegres e silhuetas brilhantes estão à espera de alguém que os use; relaxar na sala de estar com pipocas, um filme e um monte de roupas divertidas; experimentar todas as roupas do guarda-roupa da Polly, onde os seus looks mais emblemáticos em cores vivas e silhuetas brilhantes estão à espera de alguém que os use; relaxar na sala de estar com pipocas, um filme e muitas almofadas; adormecer no sofá-cama da Polly ou aconchegar-se na tenda Action Park em tamanho real, a poucos metros da casa de abrigo, depois da festa do pijama; e fazer pulseiras da amizade com muito “glitter-brilli” ao estilo da Polly.

Quem quiser tornar-se uma boneca por um dia pode candidatar-se a reservar uma noite no Baú da Polly Pocket a partir de 21 de agosto às 15h00 CEST em “airbnb.co.uk/pollypocket” até 29 de agosto às 8h59 CEST, altura em que termina o período de reservas. Os hóspedes serão responsáveis pelos custos de deslocação de e para Littleton, Massachusetts.

Além disso, os fãs das bonecas dos anos 90 que não puderem reservar uma estadia terão outra oportunidade de descobrir a casa-abrigo da Polly Pocket. No mesmo espaço, a Polly irá também acolher 21 experiências. Estas experiências estarão abertas a um máximo de 12 pessoas de cada vez e decorrerão de 16 de setembro a 6 de outubro. Os interessados podem candidatar-se a reservar uma experiência a partir de 21 de agosto, às 15h00 CEST, em “airbnb.com/pollypocketplaydate”, até 29 de agosto, às 20h59 CEST, altura em que termina o período de reserva. Os hóspedes serão responsáveis pelo seu próprio transporte de e para Littleton, Massachusetts.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 16 de agosto

  • ECO
  • 16 Agosto 2024

Ao longo desta sexta-feira, 16 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Madrid torna-se o destino preferido dos estudantes de audiovisual da América Latina

  • Servimedia
  • 16 Agosto 2024

A cidade de Madrid está a consolidar-se como o destino preferido dos jovens latino-americanos para estudar audiovisual, como demonstra o aumento das inscrições em escolas especializadas nesta área.

É o que demonstra um estudo recente do GAD3, encomendado pela escola The Core, que indica que os jovens da América Latina consideram Madrid como uma “opção prioritária”, não só pela sua ampla oferta académica, mas também pelas oportunidades de emprego no setor audiovisual.

Cerca de 60% destes estudantes decidem vir para Espanha com os seus pais ou outros familiares. A facilidade de imersão linguística e os laços culturais e pessoais com este país desempenham um “papel crucial” na sua decisão. A perceção de uma melhor qualidade de vida reforça a sua atratividade como destino académico.

Em particular, os estudantes do Peru e do Equador destacam a qualidade da educação e as oportunidades de emprego oferecidas pela capital espanhola, uma decisão que é frequentemente influenciada pelas suas famílias. No entanto, os Estados Unidos continuam a ser outro dos destinos mais frequentes para continuar o processo académico, sendo a proximidade cultural e linguística de Espanha um fator determinante na escolha final.

De igual modo, a existência de acordos de colaboração entre instituições de origem e universidades de Madrid facilita o acesso e o processo de inscrição, contribuindo para o aumento do número de inscrições. Estes acordos, que geralmente são estabelecidos entre instituições privadas, oferecem inúmeras vantagens aos estudantes internacionais. De facto, as escolas de origem prestam muitas vezes um apoio adicional aos estudantes, orientando-os e ajudando-os nos procedimentos necessários para assegurar uma transição mais suave para o sistema educativo espanhol. Isto não só melhora a experiência académica dos alunos, como também reforça os laços entre instituições de ensino de diferentes países.

A escola Core tem sido um promotor deste estudo como parte do seu objetivo de melhorar a sua oferta académica e a reputação dos seus programas, juntamente com parceiros importantes como a Atresmedia, a Secuoya e a Banijay. As suas instalações de 20.000 metros quadrados, que incluem cenários, estúdios, laboratórios, salas de aula e áreas comuns, reforçam a posição de Madrid como um destino preferencial para os estudantes latino-americanos.

O Núcleo é considerado “a melhor escola audiovisual de Espanha”, de acordo com o último ranking publicado pelo Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada. Esta instituição de ensino oferece licenciaturas, mestrados, pós-graduações e formação profissional nas áreas de Animação e Videojogos, Negócios e Gestão, Cinema, Conteúdos, Marketing, Tecnologia Audiovisual, STEM, Comunicação e Media.

Esta escola dispõe de recursos tecnológicos de última geração nas suas instalações, situadas na Madrid Content City, o maior pólo de produção audiovisual da Europa, e colabora com empresas chave da indústria, como a Atresmedia, Secuoya ou Banijay, entre outras, destacando-se pela sua abordagem prática. O Núcleo pertence à Planeta Formación y Universidad.

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#10 As férias de Pedro Carreira. “Sono” dos gurus antes dos orçamentos para 2025

O CEO da Continental Mabor fala na “vantagem” da fábrica de pneus fechar quase duas semanas para colocar a mente em descanso antes de se preocupar com os orçamentos para 2025: da empresa e do Estado.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

O engenheiro que lidera a Continental Mabor, a quarta maior exportadora portuguesa, com uma faturação a rondar os 1.300 milhões de euros e mais de 2.700 empregados, desliga “o máximo” que pode durante as férias e sabe que a equipa só perturba o seu descanso se acontecer “algo muito grave”. Antes das preocupações da rentrée com os orçamentos para 2025 – da fábrica de pneus da gigante alemã e do Estado para 2025 –, aproveita esta pausa para refletir sobre a “diplomacia” e para descansar a mente. “Se existir algo que me preocupa, uso a prática de alguns gurus que é o sono”, conta Pedro Carreira.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

Vou levar o livro “Diplomacia” do Henry Kissinger, alguns TED e a série que estou a ver, o Dr. House.

O primeiro, porque considero que diplomacia é o que está a faltar a todos, desde aos nossos políticos e governantes às instituições. A meu ver, parece que se perdeu a sublime arte de comunicar e os TED porque nos ensinam isso de uma forma que parece fácil. Talvez por ser fácil, as pessoas deixaram de refletir na necessidade de se preparem para comunicar e, quando em confronto, discutir. Nas redes sociais é fácil desligar, desligar os telefones, desligar as pessoas incómodas porque nos chateiam. Mas comunicar é isso mesmo, e ser diplomata é a sublime arte de manter uma boa comunicação, mesmo nos momentos difíceis e em contexto de guerra. Claro está que tem de haver alguém que queira ouvir, o que há cada vez menos. Pobre do nosso Embaixador Aristides de Sousa Mendes, em que com a sua diplomacia e engenho salvou umas centenas de pessoas de uma morte certa em contexto de guerra e não tinha o suporte dos seus.

O Dr. House porque comecei com o primeiro episódio numas férias e pronto, agora vou ter de ver as temporadas. É o que tem de transtorno: comecei o primeiro e, como em tudo na minha vida, o que começo tenho sempre de acabar.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Desligo o máximo que posso, tento não ler os e-mails, mas de vez quando existe uma mensagem ou outra que tenho de ver. A equipa sabe que estou de férias e só se algo muito grave acontecer é que me informam. Tenho uma vantagem: a fábrica encerra quase duas semanas e, nesse período, só mesmo uma desgraça grande para ter de intervir diretamente. Mas o negócio não pára e de vez em quando pode acontecer uma ou outra chamada — nesses casos são situações normalmente ligadas a projetos em curso ou a alinhamentos com colegas da casa-mãe. É o que eu chamo de “ser por uma boa causa”, mas tento o máximo que posso que não interfiram na minha pausa.

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Penso que as férias nunca devem ser para nenhuma das duas, mas aqui sou um mau exemplo. Sobre as decisões estratégicas, têm sido sempre construídas com a equipa. Se existir algo que me preocupa, uso a prática de alguns gurus que é o sono. A mente descansada permite sonhar e é quando estou relaxado que muitas vezes, ao acordar, as soluções estão lá. Às vezes, o que à noite se apresentava como duvidoso, de manhã acordo com a energia necessária para arrancar com o “navio” e fazê-lo avançar muitas vezes por águas turbulentas, mas temos conseguido sempre chegar a bom porto. Quanto às decisões da carreira pessoal, não é nas férias que faço essa reflexão, mas sim quando os desafios aparecem. Tenho tido muitos ao longo destes 36 anos de Continental e quando olho para trás só sinto orgulho nesses mesmos desafios, aceites e vencidos, com a certeza de que outros mais virão.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

A nível nacional, a aprovação ou não do Orçamento do Estado, a estabilidade do Governo e a paz social no país. A nível internacional, a guerra na Ucrânia, o conflito entre Israel, Hamas, Hezbollah e afins, as previsões eleitorais nos EUA. Na empresa, a aprovação do nosso budget para 2025 e grandes opções estratégicas.

A evolução dos mercados europeus no segmento dos construtores automóveis será também um foco na minha retoma da atividade.

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Função Pública vai exigir aumentos salariais superiores a 6% no Orçamento do Estado para 2025

Acordo com Governo prevê uma atualização anual de 52 euros até aos 1.754 euros e de 2% acima daquele montante, mas os sindicatos pedem mais. Frente Comum insiste numa subida intercalar ainda este ano.

Os trabalhadores da Administração Pública vão exigir aumentos salariais de pelo menos 6% em 2025, o que obrigará a uma revisão em alta do acordo plurianual celebrado entre Fesap, STE — federações sindicais afetas à UGT — e o anterior Governo e que o atual Executivo, de Luís Montenegro, já garantiu que irá cumprir. Esse pacto estabelece uma atualização anual de 52 euros para vencimentos até 1.754 euros e de 2% acima daquele montante, até 2026.

A Frente Comum, da CGTP, que não subscreveu o documento, insiste numa subida intercalar de 15% dos ordenados, num mínimo de 150 euros. Mas a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, já afastou essa hipótese.

Analisando a evolução atual dos ordenados no Estado, verifica-se se que a remuneração bruta mensal média dos trabalhadores já está a subir 6,6%. Em junho, a folha de vencimento atingiu os 2.484 euros. São mais 154 euros face ao ordenado de 2.330 euros de há um ano, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Entre as três federações sindicais representativas dos funcionários públicos, a Frente Sindical, coordenada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), foi a única que já aprovou o caderno reivindicativo que vai levar para a mesa das negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), que arrancam em setembro.

Início da greve de dois dias dos trabalhadores da Função Pública - 14FEV19

O STE quer uma atualização salarial de 6% para todos os trabalhadores, um aumento de quatro euros do subsídio de refeição, que passará de seis para 10 euros por dia, a compensação do tempo de serviço que foi congelado no período da troika (seis anos, seis meses e 23 dias), à semelhança do que aconteceu com os professores, e a revisão de carreiras ainda não revistas, como a dos psicólogos e nutricionistas, por exemplo, e que abrange cerca de dois mil trabalhadores do Estado.

A Frente Sindical defende também o fim das quotas previstas no sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP), a atualização das ajudas de custo para valores que acompanhem o aumento dos combustíveis e da hotelaria e a descida da contribuição para o subsistema de saúde dos trabalhadores da administração pública (ADSE), de 3,5% para 2,5%.

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap) só irá aprovar a proposta reivindicativa na rentrée política, em setembro. Ainda sem adiantar o conteúdo do documento, que está a ser discutido internamente, o secretário-geral da Fesap, José Abraão, classifica o acordo firmado com o anterior Governo de “insuficiente”, defendendo aumentos salariais bem mais expressivos.

Para este ano, a federação sindical propôs uma atualização remuneratória de 6%, num mínimo de 80 euros e um incremento do subsídio de refeição para os 7,5 euros por dia. O caderno de encargos que vai apresentar ao Governo deverá estar em linha ou acima dessa proposta. “Vamos exigir o aumento dos salários de modo a permitir a recuperação de todo ou parte do poder de compra perdido. O acordo é o mínimo dos mínimos. Este Governo tem folga e condições para ir mais além”, sublinhou, em declarações ao ECO.

Quanto ao subsídio de refeição, Abraão espera que “a atualização seja significativa, porque ninguém come por seis euros hoje em dia”. “E não venham com a valorização dos rendimentos, por via do IRS, porque queremos falar é de aumentos salariais e do aumento do subsídio de refeição”, avisou.

Quanto a eventuais aumentos salariais intercalares, à semelhança do que aconteceu em 2023, o líder da Fesap considera que não é uma prioridade, porque há outras matérias que devem ser abordadas. “Pode-se apostar noutras coisas antes de qualquer aumento intercalar como a revisão das carreiras não revistas, a contagem dos pontos de todos os trabalhadores tanto os que foram objeto de um ou dois períodos de congelamento”, exemplificou.

José Abraão alertou ainda que “não pode haver trabalhadores de primeira, segunda e terceira categorias”, lembrando que as recentes medidas aprovadas pelo Governo, como a contagem faseada de todo o tempo de serviço dos professores para efeitos de progressão na carreira e no nível remuneratório ou a aprovação do aumento do suplemento de risco para polícias e militares, beneficiaram “cerca de 30% dos trabalhadores”. “Mas 70% estão dependentes do que vier a ser aprovado no Orçamento do Estado para 2025”, salientou.

A propósito do aumento do subsídio de risco para as forças de segurança e militares, o dirigente sindical indica que “há um conjunto de áreas profissionais que reivindicam igualmente um suplemento, idêntico ao que é atribuído aos polícias, dado que a penosidade é igual”. “Estamos a falar dos inspetores internos e externos do Estado como os inspetores das pescas, da Autoridade Tributária, da Segurança Social, da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) ou dos técnicos de reinserção social“, elencou.

“Tem de haver uma resposta clara e objetiva por parte do Governo sempre com o objetivo de melhorar o acordo ou até celebrar um outro com o horizonte temporal da legislatura, até 2028. Se não responderem às nossas reivindicações não só teremos um verão quente, como o outono e o inverno serão iguais”, defendeu.

Frente Comum exige aumento intercalar de 15% e ameaça com greves

O caderno reivindicativo da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum) também ainda está a ser elaborado. “A proposta para 2025 está em discussão nos vários sindicatos da federação e deverá ser aprovada em setembro”, revelou Célia Matos, membro do secretariado nacional da Frente Comum.

Para já, “está a decorrer uma espécie de abaixo-assinado em forma de postal em todos os locais de trabalho para exigir um aumento intercalar de 15%, num mínimo de 150 euros, a valorização das carreiras e a defesa dos serviços públicos”, indicou, em declarações ao ECO. “É o que chamamos de plano de emergência para a Administração Pública”, classificou a dirigente sindical num paralelismo ao plano de emergência para a saúde, anunciado pelo Governo.

De lembrar que foi precisamente essa a proposta que a Frente Comum levou para a mesa negociação do Orçamento do Estado para 2024. O anterior Governo, de António Costa, até foi um pouco além do acordo, no que toca a aumentos salariais, dando um incremento não de 2% mas de 3% para ordenados acima dos 1.754 euros brutos mensais. “Mas ainda ficou muito aquém dos 15% defendidos pela Frente Comum. Por isso, o que se impõe é um aumento intercalar”, anotou Célia Matos.

A Frente Comum não abdica de uma atualização remuneratória ainda este ano, apesar de ter ouvido da boca da secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, de que “não há abertura por parte do Governo” para avançar, ainda este ano, com um aumento intercalar dos salários de todos os funcionários públicos em 15% com um mínimo de 150 euro, afirmou, no final de junho, o coordenador da federação sindical, Sebastião Santana, depois de uma reunião com a governante.

Caso o Governo mantenha esta posição, a Frente Comum ameaça ir para a rua. “Temos em cima da mesa todas as formas de luta, incluindo greves. Não podemos continuar a permitir este empobrecimento dos trabalhadores”, atirou a dirigente sindical, sublinhando que a “perda do poder de compra, nas últimas duas décadas, já equivale a menos dois salários”.

Para este ano, a Frente Comum defendeu uma atualização do subsídio de refeição para os 10,5 euros. Resta saber se mantém essa proposta para o OE2025 ou se irá apresentar um número mais ambicioso.

Salário médio na Função Pública está a crescer 6,6%

O salário médio bruto no Estado já está a crescer mais de 6%, em linha com o setor privado. No segundo trimestre, “observou-se um acréscimo homólogo de 6,6% na remuneração total média por trabalhador”, segundo o relatório do INE, publicado esta terça-feira.

A folha de vencimento atingiu os 2.484 euros, o que corresponde a uma subida de 154 euros face ao ordenado de 2.330 euros de junho do ano passado. Analisando a componente regular, que inclui não só o salário como também os subsídios de refeição, diuturnidades e outras prestações pagas todos os meses mas exclui prémios de caráter extraordinário, o impulso remuneratório foi de 6,9%, passando de 1.687 para 1.803 euros. E o vencimento base, que se cinge ao ordenado sem contar com outro tipo de subsídios ou prémios, avançou 6,8%, de 1.588 para 1.696 euros.

Em termos reais, isto é, descontando o impacto da inflação, que abrandou para 2,8%, em junho, “as remunerações total, regular e base aumentaram 3,8%, 4,1% e 4,0%, respetivamente”, escreve o INE.

Fonte: INE

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Programa de Recapitalização do Banco de Fomento perde mais uma empresa

Banco de Fomento está a analisar “nove operações no âmbito do Programa de Recapitalização Estratégica, num montante de investimento superior a 115 milhões", revelou ao ECO fonte oficial.

O Programa de Recapitalização Estratégica, do Banco Português de Fomento, perdeu mais uma empresa – a Eurogalva. Apesar de ter visto o investimento de sete milhões de euros aprovado a 30 de outubro do ano passado, a operação acabou por ser rejeitada por não reunir as condições de elegibilidade, disse fonte oficial do Banco de Fomento ao ECO. Ainda há duas empresas com investimentos por contratar.

A Eurogalva é uma empresa de galvanização e metalomecânica que, a par da Calvelex (têxtil) e da Tupai (uma empresa de metalomecânica ligeira) ainda estavam em negociações com a instituição liderada por Ana Carvalho. Em maio, Samuel Coelho, CFO da Eurogalva reconheceu que não estava muito confiante nas negociações, dado o tempo a que se arrastavam.

O ECO questionou o Banco de Fomento para saber as razões que levaram à saída da empresa da listagem das operações. “Durante a habitual fase de due diligence, em que se fornecem e detalham elementos, no contexto da reapreciação da decisão da operação, verificou-se que não estavam reunidas as condições necessárias de elegibilidade, o que resultou na não aprovação da operação e na sua retirada da lista de operações”, explicou fonte oficial da instituição.

O Banco de Fomento comunicou a aprovação da operação a 30 de outubro de 2023, impondo as suas condições, através de um term sheet com validade de 30 dias. Mas estas “não foram aceites na íntegra” e as três partes envolvidas na potencial operação – Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), criado em julho de 2021 com verbas do PRR, coinvestidor e empresa. Foram encetadas “negociações para procurar consensualizar posições e minutas contratuais, o que não ocorreu antes de terminado o prazo de validade do term sheet (e da decisão de investimento aprovada pelo BPF)”, acrescentou a mesma. Foi depois na fase de due diligence, que o banco verificou que não estavam reunidas as condições necessárias de elegibilidade.

Desde o início de maio, o Programa de Recapitalização Estratégica só tinha aprovado 105,3 milhões de euros. Depois com a desistência da Riopele perdeu os 9,97 milhões que lhe estavam alocados e agora com a remoção da Eurogalva o valor global desceu para 90,42 milhões de euros. A média empresa de Santa Maria da Feira tinha previsto um investimento de sete milhões, dos quais 4,9 milhões eram financiados pelo FdCR e 2,1 milhões por um coinvestidor privado.

O Programa de Recapitalização Estratégica conta com 200 milhões de euros de dotação global, através de verbas do FdCR, tendo por objetivo estimular o crescimento sustentável da economia e colmatar a “delapidação” de capitais próprios durante a crise gerada pela pandemia. Mas, apesar dos prazos apertados de execução decorrentes da origem dos fundos ser do PRR – o período de investimento termina a 31 de dezembro de 2025 –, o programa tem sofrido vários reveses. Em novembro de 2023 foram quatro as empresas que saíram por desistências e agravamento das condições e antes disso, Mário Ferreira, protagonizou uma desistência mediática com a Pluris, em agosto de 2022, que libertou na altura 40 milhões de euros.

Nove operações em análise

O Banco de Fomento está a analisar “nove operações no âmbito do Programa de Recapitalização Estratégica, totalizando um montante de investimento superior a 115 milhões de euros”, revelou ao ECO fonte oficial da instituição.

Presentemente, o programa só tem 45% da sua dotação alocada, tendo investido diretamente em 15 empresas.

Em termos globais, o FdCR (que tem uma dotação de 1,32 mil milhões) já contratou 65% da sua dotação, mas pagou apenas 11,5% (152,45 milhões de euros).

O ECO tentou contactar a Eurogalva, mas não foi possível até à publicação deste artigo.

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Esforço financeiro das famílias para arrendar casa dispara em menos de três anos

Desde 2021 que as rendas contratadas das casas aumentaram mais do triplo que os salários, dificultando ainda mais as finanças das famílias. Isso foi particularmente sentido em Matosinhos e Guimarães.

O mercado de arrendamento, tal como sucede com o mercado de compra e venda de casas, continua a mostrar sinais de enorme vitalidade. Apesar de o portal imobiliário Idealista ter revelado um aumento expressivo do número de casas no mercado de arrendamento no primeiro e no segundo trimestre, aumentando assim a oferta, as rendas continuam a aumentar.

Segundo dados do Confidencial Imobiliário, se em 2021 as rendas contratadas em Portugal continental tinham um preço médio de 9,9 euros por metro quadrado, este ano apresentam um preço de 14,4 euros. Numa casa de 70 metros quadrados, por exemplo, trata-se de uma diferença de 315 euros por mês no espaço de dois anos e meio, com a renda média a passar de 693 euros em 2021 para mais de 1000 euros este ano, de acordo com cálculos do ECO.

Entre os concelhos com mais de 100 mil habitantes, Lisboa e Cascais continuam a praticar as rendas mais elevadas, com os novos contratos a serem contratualizados por 19,3 euros por metro quadrado na capital e 18,6 euros em Cascais. No entanto, estas não são as autarquias onde as rendas mais aumentaram nem onde o esforço financeiro dos seus residentes mais cresceu desde 2021.

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A passagem de 2023 para 2024 trouxe um aumento das rendas como há muito não se via. Se, por um lado, as rendas dos contratos já existentes puderam aumentar até 6,94%, por o Governo não ter aplicado qualquer travão à atualização das rendas para 2024, por outro, o valor mediano dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares disparou 10,5% no primeiro trimestre face ao mesmo período de 2023, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Esta realidade, aliada a uma subida homóloga de apenas 7% dos salários no primeiro trimestre ou mesmo com uma subida de 8,9% dos rendimentos das famílias no segundo trimestre, traduz-se num crescente aumento da dificuldade de arrendar casa em Portugal por parte da maioria das famílias.

Esta dinâmica não é propriamente nova: enquanto as rendas médias aumentaram a um ritmo médio anual de 16,2% entre 2021 e o primeiro semestre deste ano, o rendimento mensal líquido dos trabalhadores por conta de outrem aumentou apenas 5,21% ao ano. Significa que desde então o esforço financeiro agravou-se consideravelmente.

Enquanto as rendas e os preços das casas continuam a escalar, os salários parecem estar presos num compasso de espera, incapazes de acompanhar o ritmo da subida dos custos de ter casa.

De acordo com cálculos do ECO, se em 2021 a renda de uma casa de 65 metros quadrados consumia um terço dos rendimentos de um casal de trabalhadores por conta de outrem, atualmente a renda de uma casa com as mesmas dimensões absorve, em média, cerca de 42% do rendimento mensal desse agregado familiar.

Esta situação tornou-se particularmente complicada nos concelhos de Matosinhos e Guimarães, em que a taxa de esforço para arrendar casa aumentou mais de 1,35 vezes desde 2021, quando na média dos 23 concelhos mais populosos de Portugal continental esse aumento foi de 1,28 vezes.

Em Matosinhos, por exemplo, se a renda média de uma casa de 100 metros quadrados arrendada em 2021 era equivalente a 47% dos rendimentos de um casal trabalhador por contra de outrem, no primeiro semestre deste ano, um contrato de arrendamento de uma casa também de 100 metros quadrados traduz-se numa renda equivalente a 65% do rendimento desse agregado familiar.

No canto oposto estão Leiria e Amadora que, nos últimos dois anos e meio, apesar de também terem registado um aumento das rendas acima da atualização dos salários, registaram um diferencial menor em comparação com os restantes concelhos, fazendo com o que o esforço financeiro para arrendar casa tivesse aumentado apenas 1,15 vezes em Leiria e 1,2 vezes no concelho da Grande Lisboa.

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Portugal é tradicionalmente um país de proprietários. Os últimos dados conhecidos, publicados no Census 2021, revelam que sete em cada dez alojamentos familiares clássicos de residência habitual eram ocupados pelos seus proprietários em 2021, enquanto apenas três encontravam-se em arrendamento ou noutras situações.

A pouca dinâmica do mercado de arrendamento no passado e a maior facilidade para comprar casa através de crédito à habitação a partir da década de 1980 com a queda a pique das taxas de juro ajudam a explicar estas estatísticas.

Mas enquanto as rendas e os preços das casas continuam a escalar, os salários parecem estar presos num compasso de espera, incapazes de acompanhar o ritmo da subida dos custos de ter casa. Esta situação transforma o sonho de ter uma casa num desafio financeiro crescente, onde as famílias se veem a gastar uma parcela cada vez maior dos seus rendimentos em habitação.

Neste contexto, a habitação em Portugal emerge como um tema crítico, onde a retórica de um mercado dinâmico contrasta fortemente com a realidade enfrentada por muitas famílias.

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