O dia em direto nos mercados e na economia – 14 de agosto

  • ECO
  • 14 Agosto 2024

Ao longo desta quarta-feira, 14 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Primeiro-ministro do Japão vai deixar o cargo em setembro

  • Lusa
  • 14 Agosto 2024

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, decidiu abandonar a liderança do Partido Democrático Liberal (PDL), no poder, o que significará o fim do mandato de primeiro-ministro.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou esta quarta-feira que vai abandonar liderança do partido no poderLusa

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anunciou esta quarta-feira que vai abandonar a liderança do Partido Democrático Liberal (PDL), no poder, o que significará o fim do mandato.

Na eleição para a presidência [do partido], em setembro, “é necessário mostrar ao povo que o PDL está a mudar. O primeiro passo mais óbvio para mostrar que o PDL vai mudar é a minha demissão”, afirmou Kishida numa conferência de imprensa. “Não me candidatarei às próximas eleições para a presidência do partido”, declarou o primeiro-ministro japonês. “Tomei esta pesada decisão com a firme convicção de que a política só é possível com a confiança do povo e de que faremos progressos na reforma política”, acrescentou.

O Partido Democrático Liberal, no poder no Japão quase ininterruptamente desde 1945, deverá realizar em setembro eleições internas para escolher o líder e, por conseguinte, a pessoa que vai assumir a chefia do Governo.

Esta decisão de abandonar o cargo de líder do partido e, por conseguinte, do Governo, lança a corrida à sucessão, que promete ser indecisa por não existir um líder óbvio para substituir Kishida.

No cargo desde outubro de 2021, Fumio Kishida, de 67 anos, viu os índices de popularidade partidária e do Governo caírem a pique, gravemente enfraquecidos pela inflação que atinge as famílias japonesas e pelos escândalos político-financeiros que afetam o PDL. O índice de popularidade do Governo Kishida estagnou em cerca de 25% este ano, de acordo com uma sondagem da emissora estatal japonesa NHK.

A quarta maior economia do mundo também está a lutar para se reerguer após o período da pandemia Covid-19, com a produção industrial a cair 0,7% no primeiro trimestre deste ano.

Não me candidatarei às próximas eleições para a presidência do partido. Tomei esta pesada decisão com a firme convicção de que a política só é possível com a confiança do povo e de que faremos progressos na reforma política.

Fumio Kishida

Primeiro-ministro do Japão

Em novembro, Kishida tinha anunciado um pacote de estímulos, numa tentativa de reduzir a pressão da inflação. Depois de terem visto os preços estagnarem durante anos, os japoneses tiveram dificuldade em lidar com os aumentos, sobretudo da energia, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 2022.

Apesar de alguma recuperação nas últimas semanas, o iene tem sido uma das moedas com pior desempenho do mundo no último ano, caindo acentuadamente em relação ao dólar norte-americano.

Embora esta seja uma boa notícia para os exportadores japoneses, torna as importações mais caras e alimenta a inflação.

Fumio Kishida, que supervisionou a melhoria das relações com a Coreia do Sul, podia, em teoria, ter governado até ao outono de 2025.

Há meses que o PDL (conservador de direita) está envolvido num escândalo de financiamento político, devido a alegados pagamentos a membros do partido, acusados de terem ultrapassado as quotas de venda de bilhetes para eventos de angariação de fundos.

Desde que chegou ao poder, Kishida foi visto como uma escolha de compromisso pelo PDL. Eleito para a Câmara dos Deputados por Hiroshima (oeste) em 1993, tal como o pai e o avô antes dele, o primeiro-ministro cultivou um espírito de consenso.

Enquanto líder de uma pequena fação parlamentar moderada do PDL, teve constantemente de ceder a outras correntes mais poderosas do partido, nomeadamente a ala ultranacionalista controlada pelo antigo mentor e antigo primeiro-ministro Shinzo Abe, assassinado em 2022.

“Durante esta eleição para a presidência, espero que aqueles que acreditam ter as qualidades necessárias levantem ativamente a mão e se envolvam num debate sério”, disse.

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Os velejadores da 37ª America’s Cup da Louis Vuitton triunfam nos Jogos de Paris com 6 medalhas olímpicas

  • Servimedia
  • 14 Agosto 2024

Um total de 27 velejadores que vão competir na 37ª Taça América Louis Vuitton estiveram presentes nos Jogos Olímpicos de Paris em diferentes disciplinas e obtiveram bons resultados.

Especificamente, participaram 23 atletas femininas e quatro atletas masculinos de onze países diferentes. No total, conquistaram seis medalhas olímpicas (três de ouro, uma de prata e duas de bronze), bem como oito diplomas olímpicos atribuídos aos atletas que conseguiram terminar a competição entre os oito primeiros.

As grandes estrelas foram a dupla holandesa Odile Van Aanholt e Annette Duetz, da Jajo Team, que conquistou a medalha de ouro na classe 49erFX feminina. Esta dupla chegou aos Jogos Olímpicos como favorita, depois de ter vencido o campeonato do mundo no início do ano, e não causou surpresas com uma prestação magnífica.

A britânica Ellie Aldridge, da Athena Racing, sagrou-se campeã olímpica na Formula Kite. Aldrige já tinha vencido o campeonato europeu por três vezes e alcançou a glória numa disciplina que estava a fazer a sua estreia nestes Jogos Olímpicos.

Ruggero Tita, timoneiro da Luna Rossa Prada Pirelli e único representante das equipas seniores nestes Jogos, revalidou o ouro conquistado em Tóquio 2021 na categoria Nacra17 ao lado de Caterina Banti. Tita é um dos grandes dominadores desta classe com quatro campeonatos do mundo e quatro campeonatos da Europa em Nacra17.

A medalha de prata foi para as suecas Rebeca Neztler e Vilma Boboeck na classe 49erFX (SWE), que fizeram a sua estreia nos Jogos Olímpicos e terminaram apenas dois pontos atrás das holandesas. Ambas foram campeãs mundiais em 2023 e vão competir com o Swedish Challenge, powered by Artemis, em Barcelona.

As duas medalhas de bronze foram conquistadas por Lovisa Karlsson, membro da equipa sueca, em 470 Misto com Anton Dahlberg, e pela neozelandesa Erica Dawson, da Emirates Team New Zealand, em Nacra17 Misto com Micah Wilkinson.

A Espanha teve duas representantes: a campeã olímpica de Orense, Támara Echegoyen (porta-bandeira em Paris) e a maiorquina Paula Barceló. Ambas pertencem à Sail Team BCN e terminaram em décimo segundo lugar na classe 49erFX.

A 37ª edição da Louis Vuitton America’s Cup arranca na próxima semana em Barcelona com a Regata Preliminar a 22 de agosto. As equipas participarão com os seus novos AC75 para testes antes do início oficial da competição.

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Cada português “recebeu” quase 216 euros da União Europeia em 2023

  • Joana Abrantes Gomes
  • 14 Agosto 2024

Portugal recebe mais dinheiro do que aquele com que contribui para os cofres de Bruxelas. No ano passado, o país ficou em oitavo lugar entre os maiores beneficiários líquidos do bloco comunitário.

Portugal está entre os 17 Estados-membros que receberam mais fundos comunitários do que o dinheiro que entregaram para o orçamento da União Europeia (UE) em 2023. De acordo com um relatório do Instituto para a Economia Alemã (IW), foi o oitavo maior beneficiário líquido, com 2.227,93 milhões de euros, valor que, a dividir pela população de cerca de 10,6 milhões de pessoas, daria 215,94 euros por cidadão. A Alemanha continua a ser o maior contribuinte líquido e a Polónia o maior beneficiário.

Tal como no ano anterior, o maior beneficiário líquido foi a Polónia, num total de 8.154,20 milhões de euros. Uns milhares de milhões atrás surgem a Roménia (5.994,02 milhões de euros) e a Hungria (4.561,50 milhões de euros).

No sentido inverso, dez países apresentam um saldo líquido negativo entre contribuições e o dinheiro que receberam de Bruxelas, nomeadamente Dinamarca, Alemanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria e Suécia.

A Alemanha (17.433,48 milhões de euros) continua a ser o maior contribuinte líquido da União Europeia, à frente de França, que no ano passado pagou quase 8.957,14 milhões de euros a mais do que recebeu de volta. A Itália ocupa o terceiro lugar, com uma contribuição líquida de 4.504,37 milhões de euros.

Saldos orçamentais operacionais dos 27 Estados-membros da UE em 2023

Fonte: Instituto para a Economia Alemã (IW)

No que toca a pagamentos líquidos per capita, os cálculos do instituto alemão indicam que a Irlanda superou a Alemanha, com 236,08 euros por pessoa contra 206,28 euros, enquanto apenas a Itália (76,35 euros) teve uma contribuição líquida por pessoa abaixo dos 100 euros.

Entre os 17 beneficiários líquidos, lidera a Estónia, país onde cada cidadão receberia 626,90 euros se os fundos europeus fossem distribuídos equitativamente, ficando perto desse valor a Croácia (602,18 euros por pessoa) e a Letónia (601,67 euros).

Quer no valor líquido per capita, quer em relação ao Rendimento Nacional Bruto (RNB), Portugal surge na 12.ª posição: os 215,94 euros que seriam distribuídos por cada cidadão no país em 2023 correspondem a 0,86% do RNB.

Numa divisão por programas, o estudo revela que o maior beneficiário líquido da Política Agrícola Comum (PAC) é a Grécia, com 1,05% do RNB, seguida da Bulgária e da Lituânia. A Croácia é o país que mais beneficia da Política de Coesão (2,45% do RNB), seguindo-se a Eslováquia e a Hungria, e, ao nível dos fundos europeus do NextGenerationEU, o maior beneficiário voltou a ser a Grécia (1,31% do RNB), com Portugal e a Croácia a terem a mesma percentagem (ambos com 1,21% cada).

Quando é tida em conta a totalidade dos fundos, a Croácia é o maior beneficiário líquido da União Europeia, já que as subvenções comunitárias equivalem a 4,28% do RNB, seguindo-se a Grécia (3,20%) e a Eslováquia (3,08%). Com 2,06% do RNB, Portugal foi o nono maior beneficiário líquido na soma de fundos comunitários estruturais e do dinheiro proveniente da “bazuca”.

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A beIN alarga o acordo exclusivo de transmissão com a LALIGA em 34 mercados no Médio Oriente, Norte de África e Ásia-Pacífico

  • Servimedia
  • 14 Agosto 2024

O beIN Group assinou um acordo com a LALIGA para prolongar os seus direitos de transmissão da competição espanhola de futebol em 34 mercados do Médio Oriente e Norte de África, e da Ásia-Pacífico.

A beIN detém os direitos da LALIGA desde 2003 no MENA e desde 2015 na APAC. A nova campanha fará com que a principal liga espanhola continue a ser transmitida em exclusivo pela beIN SPORTS durante 16 épocas consecutivas em 23 mercados do Médio Oriente e Norte de África. Além disso, a rede continuará a deter os direitos de transmissão de todos os 380 jogos da liga e verá o seu acordo de direitos de transmissão alargado para trazer a LALIGA de volta à beIN na Austrália e na Nova Zelândia.

O CEO do grupo beIN Media Group, Yousef Al-Obaidly, afirmou estar muito satisfeito por prolongar o contrato com a LALIGA “com dois importantes acordos plurianuais em 34 países”. “Estamos orgulhosos de ajudar o futebol espanhol a crescer em todo o mundo através das nossas transmissões de classe mundial e do nosso investimento significativo e fiável”, afirmou em comunicado.

Na sua opinião, este importante acordo é “mais uma prova da estratégia ponderada e consistente da beIN para impulsionar o crescimento como um dos principais grupos mundiais de media e entretenimento desportivo”.

Por seu lado, o presidente da LALIGA, Javier Tebas, deixou claro o seu objetivo de procurar “parceiros de classe mundial para levar o futebol espanhol aos adeptos de todo o mundo”. “A nossa relação com a beIN tem sido essencial para garantir que as pessoas nas regiões MENA e APAC possam desfrutar ao máximo de uma competição única como a LALIGA. Estamos confiantes de que as próximas épocas serão inigualáveis para os nossos adeptos na região”, acrescentou.

A competição de futebol arranca na quinta-feira com grandes notícias, incluindo a recente contratação do argentino Julian Alvarez pelo Atlético de Madrid, a contratação de Kylian Mbappé pelo Real Madrid e o novo treinador do FC Barcelona, Hansi Flick.

Durante os próximos meses, os telespetadores poderão assistir a 380 jogos, incluindo duas versões do El Clasico entre o Real Madrid e o Barcelona. Para além da chegada da estrela Mbappé, a primeira divisão espanhola acolhe outros talentos de classe mundial esta época, incluindo Jude Bellingham, Lamine Yamal, Nico Williams e Martin Zubimendi.

O acordo exclusivo entre a LALIGA e a beIN abrange os seguintes países do MENA e da APAC: Argélia, Barém, Chade, Djibuti, Egito, Irão, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Omã, Palestina, Qatar, Arábia Saudita, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria, Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Iémen, Singapura, Malásia, Brunei, Indonésia, Timor-Leste, Filipinas, Tailândia, Laos, Camboja, Austrália e Nova Zelândia. Partilhará igualmente os direitos de transmissão da LALIGA no Iraque com a plataforma regional 1001.

Convencidos de que a fraude audiovisual é “um flagelo para o desenvolvimento da indústria audiovisual e do ecossistema desportivo”, os dois signatários empreenderam conjuntamente iniciativas para combater a fraude audiovisual, tais como ações judiciais em Marrocos e no Barém destinadas a bloquear sítios Web de streaming ilegais no primeiro país e a desmantelar um serviço de IPTV ilegal no segundo. Além disso, foram efetuados bloqueios administrativos regulares em conjunto com outros titulares de direitos na Indonésia e na Malásia.

Da mesma forma, existe uma comunicação constante entre ambas as entidades para reportar todos os casos no canal HORECA (hotéis, restaurantes e cafés) em Espanha, onde os descodificadores com contratos de outros países são identificados para desativação. Por conseguinte, a LALIGA e a beIN trabalham em estreita colaboração para partilhar informações sobre objetivos comuns na luta contra a pirataria, novas regulamentações em matéria de direitos de autor e novas tendências de pirataria detetadas, estando atualmente a desenvolver um projeto conjunto para combater os serviços de alojamento que não processam os pedidos de remoção (alojamento à prova de bala).

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Há sete setores com salários médios acima dos dois mil euros brutos em Portugal

Salário médio praticado em Portugal superou a fasquia dos 1.600 euros brutos no segundo trimestre, mas há sete setores onde vencimentos já ultrapassam mesmo os dois mil euros, dos seguros à indústria.

Já há sete setores da economia portuguesa nos quais o salário médio ultrapassa os dois mil euros brutos mensais. Com um reforço salarial de quase 14% no segundo trimestre, as indústrias extrativas juntaram-se a esse grupo, do qual já constavam, por exemplo, as atividades de eletricidade e gás, as atividades financeiras e seguros e o setor tecnológico.

De acordo com os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre abril e junho, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador aumentou 6,4% em termos homólogos, para 1.640 euros. Mas há vários setores que já superam esse valor.

É o caso das atividades ligadas à eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio. Ainda que tenha subido menos de 1% no segundo trimestre em termos homólogos, o salário médio praticado nesse setor manteve-se o mais expressivo da economia portuguesa: 3.588 euros.

A completar o pódio estão as atividades financeiras e de seguros e as atividades de informação e comunicação. No primeiro caso, o segundo trimestre foi sinónimo de um aumento homólogo do salário médio de 4,5%, para 2.762 euros. Já no segundo, houve uma subida de 4,9%, para 2.658 euros.

Veja abaixo que salário médio paga cada setor

Fonte: INE

Além destes setores, há ainda a destacar a educação (onde o vencimento médio chegou aos 2.563 euros até junho), as atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (2.488 euros) e a administração pública e defesa, e Segurança Social obrigatória (2.086 euros).

Há um ano, estes eram os únicos setores da economia portuguesa com salários médios acima dos dois mil euros, segundo os dados consultados pelo ECO. Mas o caso mudou de figura no segundo trimestre deste ano.

É que as indústrias extrativas viram o vencimento médio crescer 13,6%, atingindo 2.053 euros. Este foi mesmo o aumento mais robusto entre todos os setores da economia nacional e, em resultado, o número de setores com ordenados médios acima dos dois mil euros subiu, então, para sete.

Também com um aumento expressivo (10,1%), os transportes e armazenagem ficaram a somente quatro euros dessa fasquia — isto é, neste setor a remuneração bruta total mensal atingiu os 1.996 euros –, pelo que é previsível que no próximo trimestre o número de setores com vencimentos acima dos dois milhares de euros mensais volte a aumentar.

Agricultura e turismo nos piores lugares

Agricultores trabalham num campo recém-plantado com couves numa produção agrícola na zona da Lourinhã.TIAGO PETINGA/LUSA

Ainda que tenha subido mais de 7% no segundo trimestre, o salário médio praticado na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca teimou em não chegar à barreira dos mil euros (está em 976 euros). Foi a única atividade económica abaixo dessa fasquia, de acordo com os dados do INE.

Também na base da tabela está o setor do alojamento, restauração e similares (o vencimento médio é de 1.053 euros), ainda que este seja uma das atividades que mais emprega trabalhadores em Portugal. Aliás, em 2023, o peso do turismo na economia nacional atingiu máximos históricos, de acordo com os números recentemente divulgados pelo gabinete de estatísticas.

Com o desígnio de reforçar os salários portugueses — que persistem longe dos campeões europeus –, os economistas têm alertado que é preciso mudar o perfil da economia portuguesa, e apostar em setores que geram mais valor, sejam competitivos e, portanto, consigam pagar melhores remunerações do que as empresas turísticas.

Outro alerta que tem sido feito pelos especialistas é que é preciso que as empresas portuguesas têm de ganhar escala para conseguir pagar melhores ordenados. E os dados do INE parecem confirmar esse alerta. No segundo trimestre, as empresas maiores não só foram as que conseguiram o maior salário médio, como foram as que registaram os maiores aumentos.

Empresas maiores pagam melhor

Fonte: INE

“Em junho de 2024, a remuneração total variou entre 1.039 euros, nas empresas com um a quatro trabalhadores, e 2.044 euros, nas empresas com 500 e mais trabalhadores“, sublinha o gabinete de estatísticas.

E acrescenta: “em relação ao período homólogo de 2023, a remuneração total aumentou em todos os escalões de dimensão da empresa, tendo a maior variação ocorrido nas empresas com 500 e mais trabalhadores (7,3%) e a menor nas empresas com 50 a 99 trabalhadores (4,7%)”.

Quanto à distinção entre o setor privado e o público, no segundo trimestre os aumentos dos salários médios foram idênticos (6,6% em ambos os casos), mas o Estado continua a pagar melhor (2.484 euros contra 1.389 euros).

Há, porém, justificações a ter em conta, como as qualificações dos trabalhadores, a composição etária e as diferenças nas funções prestadas.

“Verifica-se que os trabalhadores do setor das administrações públicas têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados: 55,7% dos trabalhadores neste setor tinham ensino superior (24,9% no setor privado), 27,1% tinham completado o ensino secundário ou pós-secundário (32,3% no setor privado) e 17,2% tinham um nível de escolaridade correspondente, no máximo, ao 3.º ciclo do ensino básico (42,7% no setor privado)”, detalha o INE.

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#8 As férias de José Cardoso Botelho. “Inquieto” num ambiente com água

  • ECO
  • 14 Agosto 2024

CEO da Vanguard admite ficar "inquieto" se desligar totalmente do trabalho durante as férias, mas procura um "equilíbrio". Com "baterias recarregadas" surgem sempre novas ideias e estratégias, revela.

  • Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “As férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.

É-lhe difícil entrar em modo off total durante as férias — até porque fica “inquieto” –, mas José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, garante procurar um equilíbrio. Amante de ambientes que envolvem “água” é assim que recarrega “baterias” mais facilmente, o que depois lhe permite regressar com “inúmeras ideias e estratégias”. Para a rentrée prevê o “desenvolvimento da plataforma digital Vanguard Properties de conceção de produtos imobiliários e as plataformas de AI”, bem como “o desenvolvimento das empresas industriais e de serviços que fazem parte do ecossistema da Vanguard Signature”.

Que livros, séries e podcasts vai levar na bagagem e porquê?

  • Livros:
  1. “The 33 Strategies of War” de Robert Greene. Um livro que ainda não consegui ler, mas que tenho interesse já que aplica lições de guerra à vida quotidiana e aos negócios, oferecendo estratégias práticas para enfrentar desafios;
  2. “Portico Magazine” da Vanguard Properties. Ainda não tive oportunidade de ler mais atentamente e detalhadamente a última edição da nossa revista, que se apresenta como um projeto editorial que trata de temas ligados à arte, à sustentabilidade, design, arquitetura, cultura portuguesa, entre outros. Com uma imagem de contemporaneidade, a publicação, de apresentação gráfica e conteúdos criteriosos, é editada bianualmente em português e inglês;
  3. “Decarbonising the Economy, Energy and the Future” de Manuel Collares Pereira. Este é um dos mais recentes ebooks que a Vanguard Properties lançou e a sua autoria é do nosso assessor científico, Manuel Collares Pereira. Este ebook explora as estratégias e soluções para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, promovendo a transição para fontes de energia sustentáveis e renováveis, com foco na importância da inovação tecnológica e políticas eficazes para alcançar um futuro de baixo carbono;
  4. “Principles” de Ray Dalio. Dalio partilha o que aprendeu ao longo da sua notável carreira de investidor. Defende que a vida, a gestão, a economia e os investimentos podem ser sistematizados em regras e entendidos como máquinas. As centenas de lições práticas do livro, que são construídas em torno dos seus pilares de “radical truth” e “radical transparency”, incluem Dalio a expor as formas mais eficazes para os indivíduos e as organizações tomarem decisões, abordarem desafios e construírem equipas fortes. Embora o livro esteja repleto de ideias inovadoras para organizações e instituições, Principles também oferece uma abordagem clara e direta à tomada de decisões que Dalio acredita que qualquer pessoa pode aplicar, independentemente do que pretenda alcançar;
  • Séries: Assumo que o tempo não dá para tudo o que desejava e, por isso, não consigo acompanhar séries televisivas. Neste campo, prefiro ver documentários e acompanhar as notícias nacionais e internacionais. Seja como for, a ver algumas séries, seriam, porventura, “Succession”, que oferece uma visão intrigante sobre dinâmicas familiares e estratégias de negócios em grandes corporações, e a “Billions”, que explora os jogos de poder e a complexidade do mundo financeiro, algo que está intimamente ligado ao meu dia-a-dia profissional. Pontualmente, confesso que vejo alguns episódios do “Ozark” e “Blacklist”.
  • Podcasts:
  1. “Clube dos 52”, do Observador. No seu décimo aniversário, o Observador desafiou 52 especialistas (um por semana, durante um ano) a partilhar a sua visão para Portugal na próxima década;
  2. “CEO é o limite” do Expresso. Uma boa forma de ouvir histórias diferentes de crescimento profissional e pessoal, assim como de desafios na liderança;
  3. “Business Wars” de David Brown. Sempre que tenho algum tempo extra tento ouvir este podcast que apresenta diversos episódios de rivalidades entre duas empresas do mesmo segmento. Muito interessante ouvir as estratégias definidas, bem como aquelas que se afirmam como vencedoras;
  4. “Freakonomics” de Stephen J. Dubner. O livro é extremamente interessante e o podcast, guiado por um dos co-autores, mantém a linha, uma vez que explora a economia oculta de situações quotidianas, demonstrando como incentivos, dados e análises económicas podem revelar verdades surpreendentes sobre comportamento humano e a tomada de decisão;
  5. “HBR IdeaCast”. É um podcast semanal da Harvard Business Review que conta com uma extensa lista de apresentadores que mantêm o programa interessante e envolvente. Falam sobre diversas questões do local de trabalho, como a manutenção da produtividade, a execução de ideias inovadoras, a gestão de recursos humanos e muito mais.

Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?

Adoro o que faço, por isso, desligar é difícil. No entanto, tento encontrar um equilíbrio. Rapidamente recarrego as baterias, especialmente se estiver num ambiente que envolva “água”, onde frequentemente tenho as melhores ideias. Paralelamente, mantenho uma linha de comunicação aberta para emergências ou decisões estratégicas que possam surgir. Organizamos as equipas de forma que sejam autónomas durante a minha ausência, mas estou sempre disponível. Confesso que fico inquieto quando não estou a acompanhar minimamente o desenvolvimento do negócio. Contudo, existem vários estudos que dizem que uma pessoa estar ligada ao trabalho durante as férias cria ansiedade (o que não tenho a menor dúvida e a ciência já comprovou).

As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?

Sim, sem dúvida. É certo que não tiro muitas férias, mas aproveito este tempo valioso para pensar sobre decisões estratégicas e novos caminhos a explorar. No fundo, é uma oportunidade para analisar novas ideias e tendências que podem ser aplicadas nos projetos futuros. Regresso sempre das férias com inúmeras ideias e estratégias e, assumo, com uma enorme vontade de as colocar em prática o mais rapidamente possível.

Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?

  1. Sustentabilidade e construção verde: a crescente procura por práticas sustentáveis e edifícios ecoeficientes será um foco central. Projetos como o Terras da Comporta destacam-se pela sua abordagem inovadora e compromisso com a sustentabilidade ambiental e social, por exemplo;
  2. Tecnologia e Inovação: a integração de tecnologia avançada na construção e gestão de imóveis, como o uso de inteligência artificial e big data, para otimizar processos e melhorar a experiência do cliente;
  3. A flexibilidade e adaptabilidade: em resposta às mudanças nos hábitos de trabalho e da vida pós-pandemia, haverá uma maior ênfase em projetos que ofereçam flexibilidade, como espaços de coworking e residências que combinam conforto com funcionalidade;
  4. Investimentos Internacionais: com Portugal a continuar a atrair investidores estrangeiros, veremos um aumento nas transações e desenvolvimentos que visam atender a este mercado crescente;
  5. Incentivos fiscais e redução dos prazos: de forma muito simples e rápida, acredito que com este Governo teremos condições para aumentarmos o volume de novos projetos no mercado e capacidade para reduzirmos os valores de venda e mesmo arrendamento;
  6. Desenvolvimento da plataforma digital Vanguard Properties de conceção de produtos imobiliários e as plataformas de AI, bem como o desenvolvimento das empresas industriais e de serviços que fazem parte do ecossistema da Vanguard Signature, logrando uma crescente integração.

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Aicep criou grupo de trabalho para corrigir falhas que permitiram apoio indevido a Manuel Serrão

Falhas referidas na auditoria da AD&C "foram já objeto de avaliação pelos próprios serviços” da Aicep. Grupo de trabalho vai criar plano de implementação, para corrigir situação da Operação Maestro.

A Aicep criou um grupo de trabalho para definir um conjunto de recomendações técnicas e um plano de implementação, de forma a corrigir as falhas que permitiram o uso indevido de fundos no âmbito da Operação Maestro, que tem Manuel Serrão como o principal mentor, segundo o Ministério Público, e atualizar e reforçar os procedimentos da agência que é uma das entidades que decide a atribuição de apoios europeus.

O ministro da Economia pediu à Aicep, em julho, para elaborar um plano de ação detalhado para cumprir as recomendações da Agência para o Desenvolvimento & Coesão (AD&C), que identificou situações de “apropriação indevida” de fundos europeus nos projetos investigados no âmbito da Operação Maestro. O objetivo desse plano é prevenir e corrigir as situações detetadas.

Sobre o plano para corrigir falhas passadas está em curso um processo de reflexão e atualização de procedimentos desde junho”, disse ao ECO, fonte oficial do Ministério da Economia.

“Para o efeito, foi criado um grupo de trabalho interno, multidisciplinar, que, na sequência de um trabalho conceptual prévio realizado em junho e da análise do relatório final da auditoria em julho, está a elaborar um conjunto de recomendações técnicas, que serão acompanhadas de um plano de implementação, para atualização e reforço de procedimentos, de acordo com as melhores práticas na matéria”, acrescentou a mesma fonte.

A AD&C realizou um inquérito à ação de controlo das entidades que estiveram de alguma forma envolvidas na suspeita de fraude com fundos europeus, num caso que tem Manuel Serrão como principal mentor, segundo o Ministério Público. O Compete, o IAPMEI e a AICEP foram as entidades alvo deste inquérito interno, mas só ao nível desta última agência foram detetadas insuficiências de gestão que vão obrigar à devolução de 30 milhões de euros de fundos europeus já pagos.

A auditoria foi entregue ao ministro Adjunto e da Coesão, que tutela os fundos europeus, no passado dia 22 de junho, tal como o ECO avançou, e posteriormente remetida ao Ministério Público, à Inspeção-Geral de Finanças e às Autoridades de Gestão. Mas foi também partilhado com o ministro da Economia, que tutela a Aicep, “para que possam ser ponderadas ações adicionais no âmbito daquele organismo, designadamente de natureza disciplinar”, explicava o comunicado do Ministério tutelado por Manuel Castro Almeida.

Segundo o Ministério da Economia, “as falhas referidas na auditoria foram também já objeto de avaliação pelos próprios serviços” da Aicep. Sem avançar mais detalhes sobre as mesmas. Recorde-se que foram feitos alertas internos na Aicep sobre aquela que se veio a revelar uma alegada fraude de 39 milhões de euros com fundos europeus. Alertas que parecem não ter tido seguimento.

Manuel Serrão e Júlio Magalhães já foram constituídos arguidos na Operação Maestro, que investiga um alegado esquema fraudulento de obtenção, desde 2015, de milhões de euros para 14 projetos cofinanciados por fundos europeus. A Aicep em 2015 era liderada por Miguel Frasquilho, que foi substituído em 2017 por Luís Castro Henriques, que, por sua vez, foi sucedido no cargo por Filipe Santos Costa em junho de 2023. Antes de completar um ano em funções, foi afastado – agora a liderança cabe a Ricardo Arroja –, e, em entrevista ao Expresso, revelou que fizeram uma “reestruturação interna para reforçar a auditoria antes da Operação Maestro”

Da análise de 89 pedidos de pagamento e 17.335 linhas de despesa, cujo montante declarado para efeitos de cofinanciamento pelos beneficiários/promotor ascende a 72,4 milhões de euros, foram identificadas despesas que não estavam suficientemente justificadas. É o caso das faturas que terão permitido a Manuel Serrão viver oito anos no Sheraton com verbas de fundos. “Despesas insuficientemente justificadas, nomeadamente as realizadas numa unidade hoteleira na cidade do Porto cujo suporte é feito através de uma lista enviada pela entidade beneficiária, não sendo possível verificar, através das faturas, a identidade dos hóspedes ou o número de pessoas e de noites associadas à estadia”, dizia o comunicado sem identificar nomes.

Foi também apresentada “uma despesa por um fornecedor, confirmando-se, através do respetivo NIF, que esta era o promotor do projeto (faturação a si próprio)”, e foram identificados fornecimentos realizados por entidades fornecedoras relacionadas, direta ou indiretamente, com os beneficiários/promotor, como aliás já era identificado no mandado de buscas, a que o ECO teve acesso. Por exemplo, “foram identificados fornecedores participados por consultores do projeto (com participação acionista direta ou indireta nesses mesmos fornecedores), sem evidência de que as operações entre estas partes tenham sido realizadas em condições de mercado”, explicava o comunicado do Ministério da Coesão.

“Situações como as identificadas através desta ação de controlo são gravemente lesivas do Estado. São também profundamente negativas para a imagem do país, não só a nível nacional, mas também junto das instâncias europeias. Irregularidades destas não deviam existir, mas se existem têm de ser prontamente identificadas e imediatamente corrigidas”, sublinhava Castro Almeida citado no comunicado.

Questionado pelo ECO sobre a possibilidade de recuperar os 30 milhões de euros pagos indevidamente a Manuel Serrão, o ministro Adjunto e da Coesão disse que “o Estado tem de usar todos os expedientes ao seu alcance para recuperar o máximo de dinheiro possível”.

Os serviços têm de fazer tudo o que está ao seu alcance para recuperar todo o dinheiro. Se não for todo, será o mais possível”, acrescentou o responsável que tem a tutela dos fundos europeus.

As empresas que integraram as missões promovidas pela Selectiva Moda, que estão a ser alvo de investigação no âmbito da Operação Maestro, não terão de devolver os apoios recebidos, mesmo que se venha a ser confirmada fraude na utilização dos apoios, tal como o ECO já avançou.

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Inapa: Três dias antes de anunciar que ia falir, CEO pediu às Finanças para levantar instrução que vedava ajuda à empresa

Após ter conhecimento de despacho de Costa que impedia ajuda à empresa, Frederico Lupi escreveu e tentou contactar o secretário de Estado, mas sem sucesso. Falência foi anunciada três dias depois.

Ao longo dos últimos quatro anos, a Inapa tem vindo a pedir a participação da Parpública, o seu maior acionista com cerca de 45% do capital, num plano de reestruturação da distribuidora de papel. Contudo, a empresa pública tinha ordem — que já vinha do anterior Governo de António Costa — para não colocar dinheiro na empresa. Uma informação que a gestão da empresa desconhecia até ao passado dia 18 de julho, três dias antes de anunciar que ia avançar com o pedido de insolvência na Alemanha e, consequentemente, em Portugal. O então CEO da Inapa, Frederico Lupi, apelou diretamente ao secretário de Estado do Tesouro e das Finanças para que levantasse essa instrução, apurou o ECO.

A Inapa há vários anos que enfrentava dificuldades, fruto da forte quebra registada pelo mercado da distribuição de papel, mas a sorte da empresa precipitou-se nalguns dias no passado mês de julho. Perante uma situação de quebra de tesouraria de curto prazo na Alemanha, a Inapa viu-se forçada a pedir uma injeção de emergência aos acionistas de referência.

Na semana que antecedeu o pedido de falência na Alemanha, a empresa reuniu, a 17 de julho, com os três maiores acionistas da empresa — Parpública (44,89%), Novo Banco (6,55%) e Nova Expressão (10,85%) — , para traçar as condições nas quais poderia ser realizada a injeção de 12 milhões de euros na empresa (e garantir que não era feita sob a forma de auxílio de Estado). Um dia depois, a Parpública informou a gestão que existia uma instrução que impedia qualquer ajuda financeira à distribuidora de papel. Questionada pelo ECO, a Parpública apenas adiantou que não faz qualquer comentário.

Ainda no dia 17 de julho, o mesmo dia em que há a reunião com os acionistas e face à proximidade do deadline para fazer os pagamentos na Alemanha, o CEO da Inapa pediu uma audiência com caráter de urgência ao secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, um pedido ao qual não teve resposta, segundo apurou o ECO. Dois dias depois, nova tentativa de contacto com as Finanças. A 19 de julho, e já após ter conhecimento da instrução mandatória, Frederico Lupi enviou nova carta à Tutela onde pedia a revogação da instrução que impedia qualquer ajuda à Inapa e que já vinha do anterior Governo. Tal como na primeira missiva, também na segunda não houve qualquer resposta à gestão da empresa. A resposta veio sob a forma de despacho, na qual as Finanças deram uma resposta desfavorável ao pedido de injeção de emergência realizada pela Inapa.

Instalações da Inapa em Sintra

Tanto o anterior Governo, como o atual recusaram participar em qualquer solução de financiamento à Inapa, que entregou no passado dia 29 de julho o seu pedido de insolvência, na sequência de uma falha de liquidez de curto prazo. Na ausência da aprovação de uma injeção de 12 milhões de euros — 8,4 milhões que teriam que ser financiados pela Parpública — , a gestão da Inapa anunciou que a empresa não tinha outra alternativa a não ser a falência, o que aconteceu após as Finanças chumbarem o empréstimo à empresa.

O chumbo das Finanças foi confirmado depois de a Parpública, a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) e a Unidade Técnica de Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial (UTAM) terem “concluído que a proposta não reunia condições sólidas, nem demonstrava a viabilidade económica e financeira que garantisse o ressarcimento do Estado”.

Governo “defendeu dinheiro dos contribuintes”

Já no início deste mês, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento defendeu que a crise na Inapa “decorre da gestão da empresa” e que o Governo “defendeu o dinheiro dos contribuintes” ao não aprovar uma injeção de emergência por parte da Parpública.

Numa carta dirigida aos colaboradores do grupo enviada esta semana e à qual o ECO teve acesso, a equipa de gestão liderada por Frederico Lupi, já adiantava que “apesar de conversas em curso há meses [com a Parpública], só na fase final revelou a existência de uma instrução vinculante do Secretário de Estado do anterior Governo, que proibia qualquer aporte financeiro à Inapa“.

As dúvidas em relação à capacidade de reembolsar eventuais empréstimos ao Estado já vinham, assim, do anterior Governo de António Costa. Apesar da administração demissionária da Inapa indicar que manteve, entre 2020 e 2023, “mais de 50 contactos com a Parpública, entre telefonemas, mails e reuniões, procurando uma solução de longo prazo que permitisse afirmar a Inapa como um líder europeu na distribuição de papel sólido e rentável”, todos os planos foram chumbados pelo acionista maioritário. Segundo apurou o ECO, a Parpública queixava-se que as propostas da Inapa não apresentavam um plano que permitisse o acompanhamento por parte da Parpública, além de não existir um esforço equitativo entre acionistas.

Bruxelas podia ver como auxílio de Estado

Segundo um parecer a que o ECO teve acesso, relativo a uma proposta de injeção de capital na Inapa sob a forma de prestações acessórias (empréstimos acionistas), um parecer a que o ECO teve acesso considerava que existia o risco substancial de a Comissão Europeia considerar esta prestação acessória um auxílio de Estado, uma vez que beneficiaria a Inapa e, potencialmente, BCP e o Novo Banco (os outros acionistas à data).

Num outro momento, a Parpública, através de uma carta datada de 18 de abril de 2023, voltava a inviabilizar um novo plano de reestruturação para a empresa, justificando esta decisão com as orientações emanadas pela Tutela em relação à gestão da participação detida na INAPA – bem como pela inexistência de esforço equitativo entre acionistas. O mesmo aconteceu com os pedidos apresentados já este ano, sabe o ECO.

No pedido de empréstimo de médio prazo, no montante de 15 milhões de euros, apresentado em junho de 2024, a Parpública seria a única acionista a suportar a totalidade do financiamento, o qual apenas seria reembolsado no prazo de cinco anos, com um período de carência de três anos. Já no que diz respeito ao pedido de financiamento de curto prazo e foi formalizado a 10 de julho — que seria reembolsado em outubro com juros de mercado — , numa fase inicial, foi proposto que este empréstimo fosse suportado exclusivamente pela Parpública. Terá sido na reunião de acionistas de 17 de julho que Novo Banco e Nova Expressão concordaram em participar neste plano, com 30% dos fundos.

Gestão atira culpas à Parpública

A Inapa foi declarada insolvente pelo Tribunal de Sintra no início de agosto, com o processo de insolvência atribuído ao administrador Bruno Costa Pereira. De saída, e à imagem do que já tinha feito antes, quando referiu que a insolvência era “evitável”, a equipa executiva da distribuidora de papel voltou a acusar a Parpública da situação de falência a que chegou o grupo.

“A inevitável insolvência do grupo em resultado da falta de apoio da Parpública foi repetida e detalhadamente explicada ao maior acionista da Inapa que, detendo 45% da empresa, afetou 100% dos acionistas e a totalidade dos trabalhadores com a sua decisão”, refere a comissão executiva aos colaboradores. “O valor do Grupo Inapa agora em insolvência será sempre inferior ao valor que tinha antes, sem falar nos postos de trabalho, nos parceiros e demais stakeholders, destruição de valor massiva facilmente evitável”, atira a comissão liderada por Frederico Lupi.

“Infelizmente, apesar de termos contado sempre com o apoio dos principais credores – que chegaram a aceitar uma redução de dívida muito significativa, na ordem dos 80%, numa solução conjunta com a Parpública – nunca foi possível, por indisponibilidade do maior acionista, chegar a uma solução de capitalização da empresa, que teria permitido uma significativa melhoria do balanço da Inapa e da sua capacidade de se financiar junto de fornecedores e bancos”, acusa.

Venda é solução para o grupo

A gestão da Inapa informou ainda que estava a negociar com um parceiro estratégico do setor, uma operação que caiu devido à insolvência na Alemanha. “A Parpública foi também alertada para o facto de a insolvência súbita, mas evitável, da Inapa impactar diretamente 1.400 trabalhadores, dos quais mais de 200 em Portugal, bem como inviabilizar a operação de aquisição da Inapa por parte do grupo mundial de distribuição de papel, em discussão.”

O ECO sabe que o potencial comprador são os japoneses da Japan Pulp & Paper e que chegaram a entregar uma oferta preliminar à gestão da empresa na semana que antecedeu a entrega do pedido de insolvência na Alemanha.

Com a empresa agora em processo de insolvência, a venda a um investidor continua a ser uma das soluções para o grupo, ainda que com outras condições das que poderiam ser negociadas num quadro em que a empresa mantivesse a sua atividade normal, sem os constrangimentos que agora enfrenta e com a Alemanha fora da equação, devido ao processo de insolvência.

Se para os credores existe a possibilidade de recuperar algum dinheiro, para os acionistas [37,7% do capital está nas mãos de minoritários] as perspetivas de reaverem parte dos seus investimentos são reduzidas.

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Estrangeiros dominam corrida à Somincor

Canadianos da Lundin já escolheram os candidatos para a apresentação de propostas firmes pela Somincor, que explora a mina de Neves-Corvo, no Alentejo. Negócio pode chegar aos mil milhões.

Os canadianos da Lundin Mining já selecionaram a short list de candidatos para apresentarem propostas vinculativas pela Somincor, empresa que tem a exploração da mina de Neves-Corvo. O processo está a ser conduzido diretamente a partir de Toronto e Vancouver, pelo Banque de Montréal (BMO) e uma equipa da Lundin Mining, em absoluto secretismo, mas já se sabe que os concorrentes estrangeiros dominam a passagem à segunda fase de negociação — a portuguesa Almina apresentou proposta, mas não foi possível apurar se terá passado — para uma operação que poderá valer mil milhões de euros.

A Lundin Mining, refira-se, pôs à venda dois ativos: Além da Somincor, também uma operação na Suécia, e o concurso admitia propostas pelas duas operações ou apenas por uma delas. Jack Lundin, filho do fundador da companhia, Lukas Henrik Lundin (que morreu em 2022), garantiu à agência Bloomberg, há meses, que a empresa não precisava de vender ativos para financiar os investimentos na Argentina e no Chile, em minas de cobre, mas este concurso avançou mesmo, como revelou o ECO. E sem informação sobre as condições que levaram à seleção de uma ‘short-list’, fontes de mercado admitem que as propostas pelas duas minas terão sido privilegiadas, e sabe-se que a Almina apresentou uma oferta não vinculativa apenas pelas minas Neves-Corvo.

O Banque de Montréal (BMO), que está a conduzir a operação, informou nos últimos dias os candidatos sobre quem passou à fase seguinte e quem ficou pelo caminho. A fase de entrega de ofertas ‘non-binding’ decorreu nas últimas semanas e terá atraído cerca de duas dezenas de interessados, com as propostas não vinculativas que, segundo fontes de mercado, poderão ter chegado aos mil milhões de euros (equity). Mas as mesmas fontes assinalam que, regra geral, as propostas vinculativas deverão ser de valor inferior. Agora vai arrancar o processo de due diligence, não apenas financeiro, mas também operacional. E uma das questões-chave é mesmo saber o período útil de vida de Neves-Corvo para a extração de cobre e zinco.

Contactada pelo ECO, a Somincor – que já confirmou que está no mercado, após a notícia divulgada em primeira mão pelo ECO — apenas diz que “não irá nesta fase pronunciar-se sobre o processo em curso”.

Há duas semanas, a Lundin anunciou um acordo de parceria com a gigante BHP para avançar para a compra da Filo por cerca de três mil milhões de dólares, estando prevista a criação de uma joint venture para explorar os projetos de cobre na Argentina.

Neves-Corvo é a maior mina de Portugal, produz cobre e zinco. Tem cinco grandes jazigos em produção (Neves, Corvo, Graça, Zambujal e Lombador). Em 2023, a faturação da Somincor apresentou uma queda face ao ano anterior, para 393 milhões de euros, um resultado operacional (EBITDA) de 83 milhões e lucros, em queda, de cerca de 1,5 milhões (13 milhões de euros em 2022).

De acordo com informação oficial da empresa, o processamento do minério em Neves-Corvo é feito através de duas lavarias. A Lavaria do Cobre processa aproximadamente por ano 2,6 milhões de toneladas de minério de cobre. A Lavaria do Zinco, que processa minério de zinco ou chumbo, tem capacidade de tratar anualmente cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano.

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Madrid regista uma diminuição global das listas de espera em junho

  • Servimedia
  • 14 Agosto 2024

A Comunidade de Madrid encerrou o mês de junho com uma melhoria geral das listas de espera em relação ao período anterior, de acordo com os dados oficiais publicados.

Assim, a lista de espera cirúrgica (LEQ) foi reduzida em quase 6.000 pessoas (de 76.640 para 70.692) e a demora média para a cirurgia diminuiu em cerca de um dia, para 47,23 dias. Por outro lado, o número de pessoas em Madrid que aguardam exames de diagnóstico baixou para 189 655, menos 12 000 doentes do que em maio, quando o número era de 201 573. A demora média baixou ligeiramente para 59,59 dias, muito semelhante à de maio (60,09).

O tempo médio de espera para as consultas externas também foi quase idêntico ao do mês anterior, 59,52 dias contra 59,97 dias. No entanto, no mês de junho, a lista de doentes para uma primeira consulta com um especialista aumentou em 3.526 pessoas, atingindo 726.304 pessoas.

Os números oficiais fornecidos pelo Ministério Regional da Saúde da Comunidade de Madrid determinaram uma demora média de 47,23 dias para ir ao bloco operatório. No entanto, havia 12 hospitais pertencentes à rede pública cujas médias eram inferiores a este período.

O centro de Madrid com a menor demora nas operações não urgentes foi, mais uma vez, o Hospital Universitario General de Villalba, com 12,85 dias, seguido do Infanta Elena, com 16,52 dias; da Fundación Jiménez Díaz, com 22,23 dias; e do Rey Juan Carlos, com 27,24 dias. Todos estes centros, pertencentes ao modelo de gestão misto, ofereceram tempos de espera inferiores a um mês.

Seguiram-se outros hospitais como Santa Cristina (30,85 dias), Fuenlabrada (34,24 dias) e Severo Ochoa (37,95 dias). Outros centros, como El Escorial (41,81 dias), Central de la Cruz Roja San José y Santa Adela (42,20 dias), Henares (42,65 dias) e Móstoles (46,23 dias), também se situaram em junho abaixo da média regional.

As esperas mais longas para cirurgia no CAM foram registadas pela Infanta Sofía (65,52 dias) e pelo Príncipe das Astúrias (69,26 dias), ambas muito abaixo da média nacional para procedimentos cirúrgicos, que em dezembro de 2023 era de 128 dias.

Os dados de junho revelam que, em 19 hospitais de Madrid, o tempo médio de espera para a realização de uma colonoscopia, uma TAC ou uma ecografia, para citar apenas alguns dos exames de diagnóstico incluídos nos dados globais, foi inferior à média regional de 59,59 dias.

Os tempos mais curtos, todos inferiores a 20 dias, foram os da Cruz Vermelha Central San José e Santa Adela (12,73 dias), Torrejón (14,36 dias), Infanta Leonor (18,80 dias) e Infanta Elena (19,61 dias). Outros centros como o Niño Jesús (24,41 dias), o Hospital Universitario General de Villalba (27,38 dias) e o Rey Juan Carlos (30,70 dias) completam o ranking dos tempos de espera mais curtos.

Por outro lado, a Fundación Jiménez Díaz, com 31,28 dias, e a Puerta de Hierro de Majadahonda, com 35,53 dias, foram os hospitais de alta complexidade com os menores tempos de espera no CAM para exames de diagnóstico. Na sua categoria, seguiam-se o Clínico San Carlos (43,84 dias), Gregorio Marañón (44,32 dias), 12 de Octubre (48,66 dias) e La Paz (58,96 dias). Os restantes hospitais do Grupo 3, La Princesa (66,88 dias) e Ramón y Cajal (74,45 dias), ultrapassaram os dois meses de espera para um exame de diagnóstico.

Para além dos dados relativos aos grandes hospitais, os três centros de Madrid que registaram os maiores atrasos em toda a região foram o Infanta Sofía, com 98,31 dias, o Infanta Cristina, com 119,98 dias, e o Sureste, com 121,71 dias.

 

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EUA aprovaram venda de mais de 20 mil milhões de dólares de armamento a Israel

  • Lusa
  • 13 Agosto 2024

A venda "melhorará a capacidade de Israel para fazer face a ameaças inimigas atuais e futuras", afirma o Departamento de Estado

Os Estados Unidos aprovaram esta terça-feira a venda de mais de 20 mil milhões de dólares (18,18 milhões de euros) em armas a Israel, seu aliado, incluindo caças F-15 e quase 33.000 munições para tanques.

O Departamento de Estado afirmou, numa notificação ao Congresso dos EUA, que a venda “melhorará a capacidade de Israel para fazer face a ameaças inimigas atuais e futuras”.

No mesmo dia em que o Departamento de Estado fez este anúncio, o Presidente norte-americano, Joe Biden, disse hoje acreditar que um cessar-fogo em Gaza evitaria um ataque iraniano a Israel.

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