Cooperativa procura produtores para plantarem 200 hectares de abacates na Beira Litoral

A iniciativa Kiwicoop tem como objetivo dinamizar a agricultura local e proporcionar aos produtores uma alternativa agrícola rentável e sustentável.

A Kiwicoop, organização de produtores de Kiwi, anunciou um projeto para impulsionar a produção 200 hectares de abacates na região da Beira Litoral. A iniciativa tem como objetivo aproveitar as condições edafoclimáticas da região e promover a rentabilidade e sustentabilidade do minifúndio e da agricultura familiar.

“Este projeto é tanto económico como ambientalmente sustentável, promovendo a viabilidade financeira dos pequenos e microprodutores enquanto preserva o equilíbrio ecológico da região”, afirma Nélio Marques, presidente da Kiwicoop. “O abacate é hoje um produto com muita procura no mercado e, quando produzido em regimes de cultura minifundiária os seus impactos ambientais são muito reduzidos”, acrescenta.

Em comunicado, a Kiwicoop detalha que a “produção será distribuída de forma territorial, evitando grandes áreas de monocultura, o que ajuda a reduzir o impacto ambiental”.

Para participar neste projeto, os produtores locais, sejam proprietários, arrendatários ou comodatários de terrenos rústicos com disponibilidade de água, deverão realizar investimentos iniciais em diferentes áreas, como a preparação do terreno e plantação e complementarmente, se necessário, em construções, captação de água, reservatório, eletrificação, máquinas e equipamentos e serviços. Estes investimentos podem ser realizados com capitais próprios ou através de fundos comunitários.

Seminário “Abacate – Sustentabilidade de um Setor em Expansão” Kiwicoop

A Kiwicoop compromete-se a fornecer todo o apoio técnico necessário para que os produtores possam iniciar as suas explorações. Nélio Marques garante assim “o escoamento a preços de mercado, assistência técnica organizada na implantação e produção e uma estrutura de comercialização organizada.”

Para aderir ao projeto, os produtores interessados devem enviar email ([email protected]) e posteriormente a Kiwicoop realizará uma visita técnica gratuita ao terreno para avaliar os parâmetros técnicos e a viabilidade da plantação de pomares de abacate.

A cooperativa explica que o “interessado receberá um relatório da visita de campo e caso tenha parecer positivo, pode, neste caso, decidir avançar com a plantação, celebrando contrato de adesão à cooperativa Kiwicoop e de seguida deverá candidatar-se ao apoio de fundos financeiros europeus, o que diminui o rico do investimento, embora pode decidir fazer o investimento por sua conta e risco”.

Com esta iniciativa, a Kiwicoop pretende encontrar umas dezenas de produtores para plantarem 200 hectares de abacate de forma a dinamizar a agricultura local, proporcionando aos produtores uma alternativa agrícola rentável e sustentável.

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Problema informático global sem impacto na atividade do SNS

A falha informática mundial não provocou, "até ao momento, impactos ou constrangimentos à atividade operacional ou assistencial no SNS", indicou fonte oficial dos SPMS, ao ECO.

A falha informática mundial causada pela CrowdStrike não provocou, “até ao momento, impactos ou constrangimentos à atividade operacional ou assistencial no SNS” nem foram registados “constrangimentos na infraestrutura e nos sistemas de informação” utilizados pelas unidades de saúde, adiantou fonte oficial dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, em resposta ao ECO.

Na sequência da falha informática “não foram verificados, até ao momento, impactos ou constrangimentos à atividade operacional ou assistencial no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, adianta fonte oficial da entidade liderada por Sandra Cavaca.

Também “não foram detetados, até ao momento, constrangimentos na infraestrutura e nos sistemas de informação geridos pela SPMS e utilizados pelas entidades do SNS”, acrescenta o organismo.

Em resposta ao ECO, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde indicam ainda que estão a “monitorizar a situação, em articulação com os departamentos responsáveis pelos sistemas de informação das entidades do SNS”.

De notar que esta manhã Hospital Amadora-Sintra registou um problema informático “pontual”, que “foi resolvido e sem impacto nos serviços”, mas não esteve relacionado com a falha mundial, esclareceu fonte oficial da Unidade Local de Saúde Amadora/Sintra, ao ECO.

Uma falha técnica mundial, causada pela CrowdStrike e que afetou sistemas Windows em todo o mundo, está a causar disrupção num conjunto alargado de serviços esta sexta-feira, incluindo bancos, companhias aéreas, aeroportos e transportes públicos. Há registo de problemas nos quatro cantos do mundo, da Europa à Austrália, da Índia aos EUA, bem como em Portugal. George Kurtz, CEO e fundador da gigante de cibersegurança, já veio esclarecer que a falha não é um ciberataque, e que já isolou e corrigiu o problema.

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Analistas “do” BCE mostram-se mais otimista para a Zona Euro este ano

O inquérito aos analistas profissionais do Banco Central Europeu aponta para um crescimento de 0,7% do PIB da área do euro este ano, quando antes apontavam para um crescimento de 0,5%.

O Banco Central Europeu (BCE) divulgou esta sexta-feira os resultados do seu mais recente Inquérito a Analistas Profissionais (Survey of Professional Forecasters), que aponta para uma perspetiva ligeiramente mais otimista para a economia da Zona Euro no curto prazo.

Segundo os 56 economistas e analistas que participaram no inquérito do BCE entre 2 a 5 de julho antecipam um crescimento real de 0,7% do PIB este ano, mais 0,2 pontos percentuais em relação à previsão do trimestre anterior. Este ajuste positivo reflete principalmente um desempenho económico mais forte do que o esperado no primeiro trimestre de 2024.

No entanto, as expectativas dos analistas para 2025 revelam agora um decréscimo ligeiro face às anteriores previsões, com os economistas a anteverem um crescimento do PIB da Zona Euro de 1,3% no próximo ano, quando antes apontavam para um crescimento de 1,4%.

Para o mercado de trabalho, as novas projeções são igualmente positivas, com os especialistas a reverem em baixa a taxa de desemprego para o período de 2024 a 2026. Para este ano, os especialistas esperam agora uma taxa de desemprego de 6,5%, uma redução de 0,1 pontos percentuais em relação à previsão anterior de 6,6%.

Apesar desta revisão em baixa, é importante salientar que estes 56 economistas e analistas ainda antecipam um ligeiro aumento do desemprego em 2024 em comparação com os níveis atuais. No entanto, preveem uma estabilização e posterior redução nos anos seguintes, com a taxa de desemprego a atingir 6,4% em 2026.

Quanto à inflação, as expectativas permanecem largamente inalteradas. Os inquiridos deste inquérito mantêm a previsão de uma inflação de 2,4% para 2024 e de 2% para 2025. Para 2026, houve uma ligeira revisão em baixa, de 2% para 1,9%.

Todavia, as expectativas para a inflação subjacente medida pelo Índice Harmonizado dos Preços no Consumidor (IHPC), que exclui produtos energéticos e alimentares, foram revistas ligeiramente em alta para 2024 e 2025, refletindo a inflação dos serviços e um crescimento dos custos do trabalho mais persistentes do que o esperado.

Os resultados do inquérito foram divulgados um dia depois de o BCE ter decidido manter as taxas de juro inalteradas.

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E agora, como se resolve? A boa e a má notícia sobre a falha informática

Ironicamente, uma atualização de cibersegurança derrubou sistemas em todo o mundo e lançou a confusão. A solução requer intervenção direta em cada máquina, mas não exige conhecimentos muito avançados.

A falha informática que está a gerar caos a nível mundial esta sexta-feira teve origem numa atualização de um programa informático da CrowdStrike, usado por muitas empresas para protegerem os seus sistemas, incluindo computadores usados pelos trabalhadores, mas também servidores. O erro na atualização provocou um conflito com o sistema operativo Microsoft Windows, o mais usado em todo o mundo, deixando milhares de equipamentos inoperacionais.

Ao início da manhã desta sexta-feira começaram a surgir relatos de constrangimentos num conjunto alargado de serviços nos quatro cantos do planeta, começando pela Austrália e chegando a localizações tão distantes como EUA, Índia e Europa. As companhias aéreas estiveram entre as empresas mais afetadas, mas o problema também derrubou emissões de televisão e caixas de hipermercados. Em Portugal, a ANA, gestora dos aeroportos nacionais, não foi “diretamente” afetada, mas alertou os passageiros para possíveis constrangimentos devido a problemas em algumas das empresas que operam nas suas infraestruturas.

Segundo especialistas ouvidos pelo ECO, a CrowdStrike é uma empresa de cibersegurança norte-americana e um dos maiores fornecedores mundiais deste tipo de softwares, chamados Endpoint Detection and Response Solutions (EDR). A empresa lançou uma atualização durante a madrugada que provocou um erro fatal nos equipamentos Windows com esse programa instalado. Esse erro é vulgarmente conhecido por blue screen of death (BSOD), ou só blue screen, e pode acontecer por inúmeros motivos. Ainda está por explicar porque é que um erro na atualização da CrowdStrike interferiu de uma forma tão fundamental com todo o sistema operativo dos equipamentos afetados.

“Há uma falha num software bastante vulgarizado entre as grandes empresas, que, na interação com o Windows, causa um erro. As pessoas estão a associar o problema à Microsoft, mas só quem tem [o programa da] Crowdstrike é que tem problemas”, explica ao ECO o especialista em cibersegurança Rodrigo Adão da Fonseca. Em causa está “uma ferramenta de cibersegurança colocada nos chamados endpoints — telemóveis, tablets, servidores — e que, se está dispersa e a atualização é feita de forma automática”, gera de imediato um “problema de disponibilidade”, acrescenta.

Nem todas as empresas clientes da CrowdStrike com sistemas Windows tiveram problemas. O ECO ouviu de uma fonte bem posicionada no setor que houve empresas em Portugal que conseguiram escapar ao problema por testarem todas as atualizações fornecidas por terceiros antes de as distribuírem, de forma geral, pelos seus equipamentos.

Há uma falha num software bastante vulgarizado entre as grandes empresas, que, na interação com o Windows, causa um erro.

Rodrigo Adão da Fonseca

Especialista em cibersegurança

A boa e a má notícia

Quanto tempo vai demorar a resolver o problema? É impossível prever, pois vai depender de cada empresa, mas há uma boa e uma má notícia. A má é que não será possível reverter automaticamente o problema nas máquinas afetadas, pois os sistemas estão totalmente indisponíveis e sem acesso à internet. Ou seja, vai ser preciso intervir diretamente em cada máquina, com permissões de administração, segundo os especialistas.

A boa é que a CrowdStrike está a propor como solução aos clientes um processo que requer poucos conhecimentos técnicos para implementar, apurou o ECO. É necessário reiniciar o computador, entrar num modo específico do Windows (modo de segurança) e apagar o ficheiro que estará a provocar o conflito. Segundo um especialista, “um técnico de primeira linha consegue resolver”.

Na rede social X, o CEO da CrowdStrike, George Kurtz, confirmou a existência de um problema que afeta só os sistemas Windows — “Mac e Linux não são impactados” — e garantiu que não se trata “de um incidente de segurança ou um ciberataque”. “O problema foi identificado, isolado e foi feita uma correção”, disse, acrescentando: “A nossa equipa está toda mobilizada para garantir a segurança e estabilidade dos clientes da CrowdStrike.”

Todas as fontes ouvidas e consultadas pelo ECO são unânimes na opinião de que este problema vai deixar a CrowdStrike em maus lençóis. “A CrowdStrike deixou de ser uma empresa confiável”, desabafou com o ECO uma pessoa que está a lidar diretamente com a situação. Já o CEO da empresa de cibersegurança VisionWare, Bruno Castro, comenta que “ninguém esperaria isto vindo de um fabricante destes”, destacando que a CrowdStrike era conhecida por ter “um ADN muito grande de confidencialidade, integridade e disponibilidade”. Antes da abertura das bolsas nos EUA, as ações da CrowdStrike chegaram a cair 21% na manhã desta sexta-feira, um sinal claro do nervosismo dos investidores.

"Temos um mega fabricante que, ao colocar os sistemas indisponíveis, causa um efeito dominó que coloca em causa o ciberespaço todo.”

Bruno Castro

CEO da Visionware

O que nos diz este problema sobre a forma como o mundo funciona atualmente? “Diz-nos uma coisa muito importante: estamos cada vez mais dependentes do mundo cibernético. Temos um mega fabricante que, ao colocar os sistemas indisponíveis, causa um efeito dominó que coloca em causa o ciberespaço todo”, afirma Bruno Castro, CEO da VisionWare.

Por sua vez, Rodrigo Adão da Fonseca diz que é preciso “olhar com alguma normalidade para estes problemas, a partir do momento em que somos mais digitais”. “Temos as vantagens, mas também temos de perceber que há falhas. É resolver, assumir a chatice. É a parte má de todas as vantagens que o mundo digital nos traz.”

A questão é que quem perdeu negócio por causa deste problema, quem ficou em terra porque o avião não descolou ou quem sofreu danos reputacionais porque o serviço esteve indisponível poderá não querer deixar passar isto em branco. A imprensa internacional reportou problemas nos aeroportos de Mumbai a Madrid e no transporte ferroviário no Reino Unido. A cadeia televisiva Sky News ficou impedida de fazer a emissão em direto. Quando a poeira assentar, muitas destas empresas vão exigir mais explicações… mas também responsabilidades.

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Combustíveis voltam a descer. Gasóleo baixa dois cêntimos e a gasolina cai um cêntimo

Se vai abastecer o depósito do carro espere pelo início da próxima semana. É que os combustíveis vão voltar a baixar. O gasóleo cai dois cêntimos e a gasolina baixa um cêntimo.

Boas notícias para os condutores portugueses. Os preços dos combustíveis vão voltar aliviar na próxima segunda-feira. Fonte do setor adiantou ao ECO que se perspetiva uma descida de dois cêntimos no litro do gasóleo e de um cêntimo na gasolina.

Se esta descida se confirmar, tendo em conta os preços médios na passada segunda-feira divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia, isto significa que o preço do gasóleo baixará pela segunda semana seguida e deverá passar a custar 1,563 euros por litro, o valor mais baixo em seis semanas.

No caso da gasolina, o litro baixa para 1,727 euros, recuando também pela segunda semana, atingindo o valor mais baixo do último mês.

Os preços ao consumidor final podem diferir de posto de abastecimento para posto de abastecimento.

A evolução dos preços dos combustíveis tem por base o comportamento da cotação do barril de petróleo e derivados nos mercados internacionais.

A cotação do Brent baixou 2% na semana passada e também acumula uma desvalorização esta semana. Os analistas explicam a queda dos preços do barril de ouro negro com as preocupações com o crescimento da economia chinesa, o maior importador mundial, e também com o dólar forte.

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PCP e BE contra, Livre nem por isso e PAN aberto a negociar o Orçamento do Estado para 2025

No arranque das negociações para o OE2025, Inês de Sousa Real frisou que "há linhas vermelhas que não devem ser ultrapassadas" como o aumento das deduções das despesas com habitação.

O PCP deverá mesmo votar contra o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), uma vez que o partido se opõe frontalmente aos “pressupostos” que foram apresentados para a elaboração da proposta, um sentido de voto que será seguido pelo Bloco de Esquerda. O Livre ainda não atirou a toalha ao chão, mas alerta que tem “uma visão diferente” e até “diametralmente oposta em muitos aspetos”. Já o PAN está aberto ao diálogo, sinalizando que há linhas vermelhas que não devem ser ultrapassadas como o aumento das deduções com rendas de habitação ou a atualização dos escalões do IRS em linha com a inflação.

Foi assim o pontapé de saída para as negociações do OE2025 que arrancaram esta sexta-feira, em São Bento, com o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e o ministro da Presidência, António Leitão Amaro. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, não pôde estar presente por motivos de saúde.

A maratona do dia começou com o PAN. No final do encontro, a líder do partido, Inês de Sousa Real, revelou que o Governo admite “limitações na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.

“Vamos ter limitações na execução do PRR, mas tudo isso não se pode traduzir em limitações para as famílias, para os passes sociais, para o desenvolvimento de uma economia verde”, afirmou Inês de Sousa Real.

A também deputada única revelou que o Governo não está disponível para acompanhar a proposta do PAN para isentar o reduzir o IVA da alimentação animal e dos produtos de higiene menstrual. “O Governo tem uma visão diferente e entende que deve haver outras medidas de compensação”, indicou, acrescentando que o Executivo está “muito agarrado ao seu programa”.

No entanto, o PAN está disponível para negociar e “não vai deitar o pano ao chão”, lembrando que as reuniões serão retomadas em setembro. Mas há “linhas vermelhas que não devem ser ultrapassadas, desde o aumento das deduções em IRS das despesas com rendas de habitação à revisão dos escalões de IRS à taxa de inflação“, defendeu Inês de Sousa Real. A líder do PAN salientou ainda que “não deve haver retrocessos nos apoios à proteção animal”.

Livre critica IRS Jovem por “beneficiar os mais ricos”

Sem revelar o sentido de voto do Orçamento do Estado para 2025, o líder do Livre, Rui Tavares, reconheceu que, “o partido tem uma visão diferente e, em muitos aspetos, diametralmente oposta”, afirmou à saída do encontro com o Governo que marcou o arranque das negociações para o Orçamento do Estado para 2025.

Para o deputado, uma das medidas que merece nota muito negativa é o IRS Jovem. “O Governo beneficia os menores de 35 anos que têm os salários mais altos, chegando ao cúmulo em que, para salários de 10 mil euro por mês, o desconto pode ir até aos 20 mil euros a cada ano. É um pacote muitíssimo caro que vai para lá dos mil milhões de euros”, salientou.

O Livre propôs usar esse “tipo de dimensão orçamental” de outra forma. “Em vez de ajudar, todos os anos, os jovens mais ricos com 20 mil euros por ano, ajudemos ao menos, uma vez na vida, com o valor de referência dos mesmos 20 mil euros por ano, os jovens da classe média, da classe baixa”, defendeu.

Rui Tavares insistiu ainda em levar para debate parlamentar a utilização dos excedentes orçamentais. “Reitero a proposta que o Livre que já fez em debate quinzenal com o primeiro-ministro e à qual o Governo ainda não deu resposta que é que a utilização do superavit passe a fazer parte de um debate no primeiro semestre do ano orçamental, para que o Parlamento aprove um compromisso de equidade e investimento”, sinalizou.

Rui Tavares acusou este Governo de utilizar o superavit “de forma arbitrária para beneficiar os que já estão mais beneficiados”, quando o excedente foi conseguido porque “as pessoas comuns, os trabalhadores se sacrificaram durante mais de uma década”.

O país deve ter a maturidade democrática para estabelecer critérios claros para a utilização do superavit, dizer o que serve para pagar dívida publica, o que serve para responder à emergência social, o que serve para fazer uma reforma fiscal que tem de ser progressiva e o que serve para reintroduzirmos investimento público”, detalhou.

“Para um governo que não tem maioria, se quer iniciar uma nova prática de debate e diálogo orçamental, um bom primeiro passo seria aceitar esta proposta do Livre para que povo português tenha uma palavra a dizer”, concluiu.

PCP “frontalmente” contra os pressuposto para o Orçamento do Estado

O PCP deverá votar contra o Orçamento do Estado para 2025. Sem o afirmar diretamente, o secretário-geral comunista, Paulo Raimundo, saiu da reunião com o Executivo “sem nenhuma expectativa”. “O ministro das Finanças apresentou os pressupostos no qual vai elaborar o Orçamento do Estado e são pressupostos aos quais nos opomos frontalmente e rejeitamos”, resumiu.

O também deputado enumerou depois os pressupostos apresentados por Joaquim Miranda Sarmento: “O senhor ministro disse que as condicionantes têm a ver com o programa do Governo, as incertezas do situação internacional, as amarras à União Europeia, e com a dívida que vai decorrer da execução do PRR”.

Da parte do PCP, o Governo apenas poderá contar com “combate político e social” para exigir “mais salários, mais pensões, mais medidas e financiamento para habitação pública, mais medidas para garantir o acesso ao SNS e mais apoios para as micro, pequenas e médias empresas”.

BE critica Governo por não dar a conhecer limites da despesa

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua, manteve a oposição que o partido não pode aprovar um Orçamento do Estado com o qual discorda politicamente e criticou o Executivo por não dar a conhecer os limites de despesa previstos para o próximo ano.

À saída da reunião, a líder bloquista disse que o Governo “foi muito claro relativamente às suas prioridades”, sendo a primeira “não desvirtuar” o programa político do PSD. “As principais escolhas fiscais, económicas e políticas para o Orçamento estão feitas. Haverá uma pequena margem para os partidos dizerem se concordam com as escolhas que já estão feitas”, disse.

Mariana Mortágua considerou “caricato” que o Executivo “chame partidos para conversar sobre o Orçamento do Estado” sabendo que os partidos nada sabem “sobre os números, do cenário macroeconómico e de limite de despesa, que está a ser discutido com Bruxelas”.

“Há questões orçamentais que era importante conhecer. Há um discurso de prudência que sabemos que normalmente existe quando depois é preciso travar despesas”, disse. A líder bloquista adiantou que o Governo pretende voltar a reunir com os partidos em setembro, uma reunião ao que diz pretender comparecer apesar das divergências com as políticas apresentadas.

(Notícia em atualização)

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Macron anuncia rede europeia de peritos para combate à desinformação

  • Lusa
  • 19 Julho 2024

A rede quer "definir normas e protocolos comuns para identificar a manipulação de informação e os ciberataques" e pretende incluir também estados que não pertencem ao bloco comunitário.

O Presidente francês Emmanuel Macron anunciou o lançamento de uma rede europeia de peritos para combater a desinformação e os ciberataques, que conta já com 30 países voluntários, membros da Comunidade Política Europeia (CPE).

A rede, para a qual já se voluntariaram 30 países membros do CPE, plataforma para discussões políticas e estratégicas sobre o futuro da Europa criada em 2022, vai coordenar especialistas “para definir normas e protocolos comuns para identificar a manipulação de informação e os ciberataques“.

O governante francês sublinhou que os países europeus poderão “beneficiar das melhores práticas e promover a transparência dos algoritmos das redes sociais que podem contribuir para esta manipulação de informação“.

A rede iria, além dos mecanismos já existentes na União Europeia (UE), incluir também estados que não pertencem ao bloco comunitário, especialmente alguns dos mais expostos à desinformação russa, como a Moldova.

Também o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, exortou os líderes europeus a não se resignarem às ameaças contra a democracia, como a desinformação e os boatos, e a serem ativos na defesa dos seus valores e instituições.

Sánchez, segundo fontes da delegação espanhola à agência de notícias Efe, alertou para as ameaças que as democracias sofrem além de guerras como a da Ucrânia, e neste âmbito colocou as atitudes e estratégias que promovem a desinformação e os boatos.

O político espanhol referiu ainda que as democracias não podem permanecer impassíveis, e os seus líderes, que sublinhou terem sido eleitos democraticamente, têm de enfrentá-las para proteger os seus valores e instituições.

As condições para um debate político saudável e aberto, bem como a liberdade de expressão, devem ser ativamente garantidas em todos os momentos, sublinhou.

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Ministra do Trabalho avisa que “desemprego jovem atingiu taxas que não são admissíveis”

Desemprego jovem chegou aos 20,3% em 2023, taxa que a ministra do Trabalho considera inadmissível, até porque taxa de desemprego global está em níveis historicamente baixos.

Apesar de estar estável, nem tudo está bem no mercado de trabalho português. O aviso foi feito esta sexta-feira pela ministra da tutela que chamou a atenção para a elevada taxa de desemprego jovem. Maria do Rosário Palma Ramalho disse também que é a favor da livre circulação, mas “tem pena” que o país perca jovens qualificados que “já não regressam a Portugal”.

“O desemprego jovem atingiu taxas que não são admissíveis“, atirou a governante esta manhã, na apresentação do novo relatório do Centro de Relações Laborais (CRL) sobre a evolução do emprego e da formação em Portugal.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, no último ano, a taxa de desemprego jovem fixou-se em 20,3%, tendo aumentado 1,2 pontos percentuais face a 2022. Em comparação, a taxa de desemprego global situou-se em 6,5%, tendo subido somente 0,4 pontos percentuais, em termos homólogos.

Foi em reação a estes dados que a ministra do Trabalho sublinhou: “não me contento que tenhamos uma taxa de desemprego tão baixa em termos gerais, mas que seja mais de 20% entre os jovens“.

Maria do Rosário Palma Ramalho aproveitou também para comentar a saída dos jovens qualificados do país, dizendo que é a favor da livre circulação entre países, mas garantindo que tem pena que o país perca estas pessoas. “Já não regressam ou vêm cá fazer umas férias e apanhar sol“, realçou a governante, sinalizando que tal também equivale a perdas da Segurança Social.

A situação dos jovens não é, porém, o único ponto menos positivo do mercado de trabalho para a ministra da tutela. “Também não me contento que tenhamos um grande nível de contratos sem termo, se esses contratos correspondem a um nível remuneratório muito baixo. Não me contento que tenhamos todos direito ao salário mínimo, quando a diferença face ao salário médio em Portugal é muito pequena. Isto não devia ser assim“, enumerou Palma Ramalho.

A subida do salário médio, a par do reforço do salário mínimo, tem sido um dos temas quentes dos últimos anos, daí que o acordo de rendimentos celebrado na Concertação Social preveja não apenas a trajetória ascendente da retribuição mínima garantida, mas também referenciais para os aumentos dos demais salários do setor privado.

O novo Governo está a revisitar com os parceiros sociais esse entendimento, e a UGT já deixou claro que considera que há condições para rever esses referenciais. Da parte do Executivo, os 30 pontos que já disse que quer revisitar não incluem essa matéria, mas a ministra do Trabalho tem mostrado abertura para discutir tudo o que os patrões e os sindicatos entenderem pertinente.

Palma Ramalho defendeu, portanto, esta sexta-feira que o salário médio “devia ser muito mais alto do que é”. “Portugal ainda tem de fazer um longo caminho nesta matéria para melhorar as condições de vida e de trabalho dos portugueses“, declarou.

À parte dos pontos já referidos, a ministra do Trabalho observou que há também trabalho a fazer no que diz respeito à taxa de pobreza, à persistência das desigualdades na distribuição de rendimentos, à discriminação salarial e à integração dos imigrantes no mercado laboral nacional.

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“Não se trata de um incidente de segurança ou ciberataque”, diz CEO da CrowdStrike. Garante que problema está corrigido

CEO da CrowdStrike esclarece que falha informática global causada pela sua empresa não é um ciberataque, e que já isolou e corrigiu o problema. As ações da CrowdStrike recuperam de uma queda de 20%.

George Kurtz, CEO e fundador da gigante de cibersegurança CrowdStrike, recorreu à rede social X (anterior Twitter) para esclarecer a falha informática massiva criada pela sua empresa que afetou sistemas Windows em todo o mundo, causando perturbações em diversos setores, desde a banca até à aviação.

Numa declaração publicada na sua conta do X, Kurtz afirmou que “a CrowdStrike está a trabalhar ativamente com os clientes afetados por um defeito encontrado numa única atualização de conteúdo para sistemas Windows”. Esta afirmação vem na sequência de relatos generalizados de ecrãs azuis (BSOD) em computadores Windows, que deixaram empresas e organizações em dificuldades operacionais.

O CEO fez questão de sublinhar que “os sistemas Mac e Linux não foram afetados” e, mais importante ainda, que “não se trata de um incidente de segurança ou ciberataque”.

Kurtz assegurou ainda que a empresa já identificou e isolou o problema, afirmando que a CrowdStrike o está a corrigir. No entanto, a extensão total do impacto ainda está por determinar, com relatos de perturbações em bancos, companhias aéreas e até mesmo emissoras de televisão em vários países.

Para gerir a crise, a CrowdStrike está a direcionar os clientes para o seu portal de suporte, com Kurtz a afirmar que a empresa “continuará a fornecer atualizações completas e contínuas no nosso site”.

O CEO também aconselhou as organizações a “garantirem que estão a comunicar com representantes da CrowdStrike através de canais oficiais”, numa tentativa de evitar possíveis confusões ou desinformação durante este período crítico.

Numa demonstração de compromisso com a resolução da situação, Kurtz assegurou ainda que “a nossa equipa está totalmente mobilizada para garantir a segurança e estabilidade dos clientes da CrowdStrike.”

Esta falha surge como um golpe significativo para a CrowdStrike, uma empresa que se orgulha de fornecer “proteção de última geração para endpoints, inteligência de ameaças e serviços”, como se lê na página da internet da empresa.

Fundada por Kurtz em 2011, a empresa tem sido uma força dominante no setor de cibersegurança, com uma valorização de mercado que ultrapassou os 6,6 mil milhões de dólares após a sua oferta pública inicial em 2019.

Esta sexta-feira, as ações da empresa estão a deslizar cerca de 14% antes da abertura do mercado, depois de já terem ensaiado uma queda acima dos 20%.

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Como Montenegro não vai a encontros por razões de saúde, Pedro Nuno também não comparece

  • Lusa
  • 19 Julho 2024

O PS estará representado na reunião com o Governo sobre o Orçamento por uma delegação do partido, que não conta com Pedro Nuno Santos, após Montenegro anunciar ausência por motivos de saúde.

O líder socialista não vai integrar a comitiva do PS na reunião desta sexta-feira à tarde sobre o Orçamento do Estado da qual o primeiro-ministro estará ausente por motivos de saúde, estando Pedro Nuno Santos num próximo encontro com Luís Montenegro.

Fonte oficial do PS adiantou à agência Lusa que “o PS estará representado na reunião com o Governo por uma delegação do partido” e que Pedro Nuno Santos “marcará presença em próxima reunião com o primeiro-ministro”.

O primeiro-ministro, Luis Montenegro, cancelou a presença em eventos políticos até domingo, por conselho médico, porque está a recuperar de um problema de saúde que, não sendo grave, exige repouso.

Em comunicado, o gabinete do primeiro-ministro informou que as reuniões de hoje com os partidos políticos serão conduzidas pelo ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, em conjunto com o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

O primeiro-ministro pede especial compreensão a todos os partidos políticos com assento parlamentar, com quem tinha compromissos assumidos nestes dias”, refere a nota. Entretanto, através das redes sociais, Luís Montenegro disse estar a recuperar bem do problema de saúde, sem gravidade, que o obrigou a cancelar a agenda até domingo, e assegura que em breve retomará a atividade normal.

“Um imprevisto de saúde obrigou-me a cancelar a agenda por estes dias. Agradeço as mensagens que tenho recebido, estou a recuperar bem e em breve volto à atividade normal. A situação não tem gravidade mas força-me a trabalhar por Portugal a partir de casa”, escreveu na rede social X.

As reuniões, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, começaram às 10:00 com o PAN, seguindo-se Livre, PCP, BE, IL, Chega, PS e, por último, uma reunião conjunta com PSD e CDS-PP marcada para as 18:30.

Luis Montenegro já tinha cancelado, também por motivos de saúde, a participação na Cimeira da Comunidade Política Europeia (CPE), em Oxford, no Reino Unido, na quinta-feira.

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  • 19 Julho 2024

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Câmara de Lisboa aprova aumento da taxa turística para quatro euros por noite

  • Lusa
  • 19 Julho 2024

A autarquia liderada por Carlos Moedas pretende que a taxa turística de quatro euros por noite entre em vigor "a partir de 1 de setembro".

A Câmara de Lisboa aprovou esta sexta-feira a proposta de aumento do valor da taxa turística de dormida, de dois para quatro euros por noite, após consulta pública, pretendendo a entrada em vigor “a partir de 01 de setembro”.

Em reunião privada do executivo camarário, a proposta de PSD/CDS-PP, que terá ainda de ser submetida à assembleia municipal, foi viabilizada com os votos contra do PCP e os votos a favor dos restantes, designadamente os proponentes, PS, Livre, Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e BE, disse à Lusa fonte do município.

A proposta, que foi apresentada a consulta pública, por um período de 30 dias, mantém-se inalterada quanto à ideia de aumentar o valor da taxa turística de dormida, passando de dois para quatro euros, por hóspede e por noite.

O documento inclui também a atualização da taxa turística de chegada por via marítima, de um para dois euros, por passageiro, ainda que o valor que agora se propõe atualizar é o que começou a ser aplicado este ano, com o início da cobrança desta taxa aos passageiros de cruzeiro.

Segundo a proposta a que Lusa teve acesso, a câmara pretende “a entrada em vigor da Taxa Municipal Turística de Dormida a partir de 01 de setembro e da Taxa Municipal Turística de Chegada por Via Marítima no dia seguinte ao da publicação da alteração ao Regulamento em Diário da República”.

Em 17 de abril, o executivo municipal aprovou a proposta de PSD/CDS-PP para submeter estas alterações a consulta pública, com a abstenção do PCP e os votos a favor dos restantes vereadores.

Nessa altura, a liderança PSD/CDS-PP, que governa sem maioria absoluta, sugeriu incluir os parques de campismo na cobrança da taxa turística, mas o PS propôs a eliminação dessa medida, o que foi aprovado com os votos contra de PSD/CDS-PP e BE.

Essa alteração proposta pelo PS mantém-se no documento apresentado após consulta pública.

Apesar de ter antecipado o voto a favor do documento final, a vereação socialista avisou que a taxa turística “não pode servir para remendar as contas da autarquia”, exigindo à liderança PSD/CDS-PP que clarifique o “destino do adicional de 40 milhões de euros”, resultante do aumento proposto.

“Mais ainda quando se corre o risco deste aumento ter como objetivo compensar os cada vez mais notórios problemas de tesouraria e liquidez da autarquia”, apontou o PS, lembrando que “só nos primeiros seis meses deste ano” a Câmara de Lisboa contraiu dois empréstimos no valor de 133 milhões de euros e pelos quais aceitou pagar 43 milhões adicionais em juros.

Os socialistas defenderam um plano que minimize os impactos do turismo na cidade, reforçando as verbas destinadas à higiene urbana, à fiscalização do alojamento local e da lei do ruído, mais investimento na Carris e alívio da pressão nas zonas sobrecarregadas de Lisboa.

Em resposta, fonte do gabinete do presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD), disse que “são falsas e desonestas as declarações do PS a propósito da taxa turística e do empréstimo que o atual executivo foi obrigado a pedir”.

“Houve entendimento e compromisso entre o executivo dos ‘Novos Tempos’ [coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança] e o PS em relação aos investimentos que a Câmara Municipal de Lisboa prevê concretizar com as verbas da Taxa Municipal Turística”, informou a mesma fonte, em resposta escrita à Lusa.

A liderança PSD/CDS-PP ressalvou ainda que a verba da taxa turística “não é uma receita consignada, pelo que não se pode fazer uma imputação direta entre a receita e determinada despesa”.

Fonte do gabinete de Carlos Moedas reforçou que as verbas arrecadadas com a Taxa Municipal Turística se destinam a contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos munícipes de Lisboa, explicando que este é “um desígnio para o qual os turistas são chamados a contribuir, por se reconhecer que a sua atividade, para além dos inegáveis efeitos positivos que representa para a economia e o emprego na cidade, tem, naturalmente, um impacto em atividades nucleares como a higiene urbana, a manutenção do espaço público, a mobilidade, entre outras”.

Em relação à questão dos empréstimos, a mesma fonte indicou que “o PS tem vindo a bloquear um conjunto de investimentos ambiciosos” que o atual executivo camarário pretende concretizar, em áreas fulcrais como a habitação e a ação social, “não deixando outra alternativa que não o recurso a este mecanismo”.

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