Famílias reembolsaram 11,2 mil milhões do crédito da casa antes do prazo

Com o custo do crédito a subir, as famílias apressaram-se a devolver o empréstimo da casa ao banco: 11,2 mil milhões foram reembolsados antecipadamente.

Foi uma das consequências da subida das taxas de juro no ano passado. As famílias portuguesas apressaram-se a devolver o empréstimo da casa ao banco, tendo reembolsado mais de 11,2 mil milhões de euros antecipadamente por conta do aumento do custo do crédito à habitação.

Ao todo foram realizados mais de 247 mil reembolsos antecipados totais ou parciais ao longo de 2023, um aumento de 74% em comparação com o ano anterior (142 mil), de acordo com o Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito divulgado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

O montante médio por reembolso diminuiu de 48.025 euros em 2022 para 45.340 euros, em 2022.

Estes reembolsos envolveram um capital amortizado de 11,2 mil milhões de euros (mais 64,6% face a 2022), correspondente a cerca de 11,4% do saldo em dívida da carteira a 31 de dezembro de 2023”, revela o supervisor no relatório. A maioria que fez reembolsos antecipados no ano passado optou por amortizar a totalidade do empréstimo da casa ao banco.

Mais de 131 mil foram reembolsos antecipados que envolveram a totalidade do crédito em dívida, os quais corresponderam a um montante reembolsado de nove mil milhões de euros. Os outros 115 mil reembolsos parciais envolveram 2,2 mil milhões.

O Banco de Portugal explica que o aumento dos reembolsos antecipados, “mais expressivo nos reembolsos antecipados parciais, verifica-se num contexto de aumento das taxas de juro de referência e da suspensão temporária da comissão por reembolso antecipado”.

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Scholz defende que mísseis dos EUA na Alemanha vão “garantir a paz”

  • Lusa
  • 11 Julho 2024

EUA anunciaram que vão instalar equipamento militar de longo alcance em território alemão em 2026 para demonstrar o compromisso de Washington com a NATO para a "dissuasão integrada europeia".

O chanceler alemão, Olaf Scholz, saudou esta quinta-feira a decisão dos Estados Unidos de instalar mísseis de longo alcance na Alemanha, avaliando tratar-se de um meio de “garantir a paz”. “Isto faz parte da dissuasão e garante a paz, é uma decisão necessária e importante, tomada no momento certo”, declarou Olaf Scholz à margem de uma cimeira da NATO, em Washington.

Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira que vão instalar equipamento militar de longo alcance em território alemão em 2026 para demonstrar o compromisso de Washington com a NATO para a “dissuasão integrada europeia”. “Estas unidades convencionais de longo alcance incluirão [mísseis] SM-6, Tomahawk e armas hipersónicas desenvolvidas, que têm um alcance significativamente maior do que os atuais materiais terrestres na Europa”, indicaram ambos os países num comunicado conjunto enviado pela Casa Branca.

O anúncio surge no âmbito da cimeira da NATO que se realiza em Washington, na qual os líderes da Aliança esperam chegar a acordo sobre uma ajuda anual de 40 mil milhões de euros à Ucrânia, para debelar a invasão russa. Os Estados Unidos e quatro países europeus – Países Baixos, Alemanha, Itália e Roménia – anunciaram na terça-feira que vão enviar sistemas de defesa aérea Patriot para a Ucrânia depois da última vaga de ataques russos que fez quase 40 mortos e 170 feridos.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, reuniu-se esta quinta à margem da cimeira com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a quem prometeu mais ajuda militar e reiterou o seu apoio no contexto da guerra com a Rússia. “A declaração sobre o fornecimento de sistemas Patriot adicionais foi significativa e agradecemos à Alemanha e aos nossos parceiros por terem dado este passo”, afirmou o Presidente ucraniano numa mensagem publicada na rede social X.

Por seu lado, Scholz indicou a Zelensky que “a Alemanha deu um grande passo para promover” esta medida e convencer outros países da Aliança de que “é necessária”, noticiou a agência DPA.

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BCE vai cortar juros em setembro e dezembro, acreditam mais de 80% dos economistas

Economistas esperam que Banco Central Europeu (BCE) mantenha as taxas de juro inalteradas na reunião de julho, mas acreditam numa redução na reunião de setembro e num novo corte em dezembro.

O Banco Central Europeu (BCE) irá reduzir as taxas diretoras mais duas vezes este ano, em setembro e dezembro, de acordo com mais de 80% dos economistas consultados pela Reuters. O Conselho do BCE avançou em junho com o primeiro corte das taxas em cerca de cinco anos. Após a decisão, a maioria dos membros do BCE, incluindo a presidente da instituição, Christine Lagarde, sinalizaram que não têm pressa em reduzir mais os juros.

Os 85 economistas que participaram no inquérito da Reuters entre 4 a 11 de julho preveem que o BCE irá manter as taxas inalteradas na reunião de 18 de julho, mas mais de 80%, ou 69 de 85, esperam que o BCE reduza as taxas de juro mais duas vezes este ano. Os resultados estão amplamente em linha com os do inquérito do mês passado e com os preços dos futuros das taxas de juro. Enquanto 11 esperavam apenas mais uma redução este ano, quatro previam três cortes adicionais.

Acreditamos que a inflação é mais rígida do que os modelos do BCE atualmente preveem. Isto significa que terão a tendência de cortar as taxas gradualmente, a menos que as suas previsões mudem substancialmente ou os dados realizados lancem mais dúvidas sobre as perspetivas”, disse Bas van Geffen, economista do Rabobank.

Quase dois terços dos economistas, ou 21 de 33, que responderam a uma pergunta adicional, afirmaram que é mais provável que as taxas diretoras no final de 2024 seja mais elevada do que esperam, em vez de mais baixa, enquanto 12 disseram o contrário.

Em junho, o BCE reduziu as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base. A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito fixaram-se, assim, em 4,25%, 4,50% e 3,75%, respetivamente.

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Mais uma exoneração. Ana Paula Fernandes está de saída do instituto Camões

  • Lusa
  • 11 Julho 2024

Ana Paula Fernandes foi nomeada para o cargo, “em comissão de serviço, pelo período de cinco anos, renovável por igual período”, por despacho de 2 de junho de 2023.

O Governo decidiu substituir a presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, Ana Paula Fernandes, que está há pouco mais de um ano no cargo, confirmou esta quinta-feira à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros. “Confirmo a mudança”, disse à Lusa fonte oficial, questionada se Ana Paula Fernandes ia ser substituída no cargo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros nomeou, entretanto, como nova presidente Florbela Paraíba, até agora embaixadora de Portugal no Senegal. “Não se trata da substituição de uma pessoa, mas de uma equipa”, especifica em nota à Lusa.

O ministério, tutelado por Paulo Rangel, explica que dissolveu a anterior administração “por necessidade de imprimir nova orientação à gestão”. Ana Paula Fernandes foi nomeada para o cargo, “em comissão de serviço, pelo período de cinco anos, renovável por igual período”, por despacho de 2 de junho de 2023. O nome do novo presidente do conselho diretivo do Camões não foi avançado.

Licenciada em Relações Internacionais pela Universidade do Minho, com Pós-graduação em Assuntos Europeus pelo ISEG e Mestrado em Cooperação Internacional pelo ISCTE (2001), desempenhou antes, entre outros, cargos junto da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e foi também assessora do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação (2005-2009).

Ana Paula Fernandes sucedeu no cargo a João Ribeiro de Almeida, diplomata, que terminou o seu mandato como presidente do Camões em março de 2023.

(notícia atualizada às 17h43 com mais informação)

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Governo cria “condições financeiras e concursais” para levar fibra ótica onde não existe rede

O Conselho de Ministros permitiu que, a partir deste ano, os investimentos previstos ao abrigo do concurso da fibra ótica possam ser acrescidos do saldo apurado no ano anterior.

O Conselho de Ministros desta quinta-feira aprovou uma Resolução que cria “condições financeiras e concursais” para levar conectividade às regiões onde atualmente não existe cobertura, no âmbito do “concurso público internacional para a instalação, gestão, exploração e manutenção de redes de fibra ótica” lançado no ano passado.

Na prática, o diploma aprovado pelo Governo determina que “os montantes de investimento fixados para os anos posteriores a 2024 podem ser acrescidos dos saldos apurados nos anos económicos anteriores, criando condições financeiras e concursais para que, no futuro, seja melhorada a qualidade da rede de internet em várias zonas interiores do território nacional”.

Trata-se de um processo que remonta ao tempo em que Pedro Nuno Santos ainda era ministro das Infraestruturas. O atual líder da oposição queria ter lançado o concurso público internacional para cobrir as chamadas “zonas brancas” até ao final de 2022, mas as dificuldades do anterior Governo nas negociações com a Comissão Europeia foram obrigando a ajustes sucessivos no calendário.

Num comunicado em dezembro, o anterior Governo recordava que “em causa está um investimento global de 425 milhões de euros”, dos quais cerca de 150 milhões dos Programas Regionais do Portugal 2030, “sendo o restante proveniente de fundos nacionais”, para levar fibra ótica a “mais de 400 mil casas em diversas regiões do interior, resultando na cobertura da totalidade do território continental até 2026/2027”.

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Taxa mista supera variável no crédito da casa pela primeira vez em 2023

Escalada das taxas de juro mudou hábitos das famílias no crédito da casa. Pela primeira vez, a taxa mista superou a taxa variável nos contratos de empréstimo no ano passado.

A escalada das taxas de juro mudou os hábitos das famílias no que diz respeito ao crédito da casa. Habituados a contratarem empréstimos à habitação com taxa variável, os portugueses optaram pela taxa mista em 2023 na hora de pedir dinheiro ao banco para comprar o seu lar.

“Esta evolução em 2023 corresponde a uma alteração significativa na estrutura de tipo de taxa de juro no mercado de crédito à habitação, em que sempre tinha predominado a taxa de juro variável”, nota o Banco de Portugal no Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito divulgado esta quinta-feira.

Por cada 100 novos contratos da casa celebrados no ano passado, 45 tiveram taxa mista, que tem um período inicial de taxa fixa seguido de um período de taxa variável. Em 2022, a taxa mista representou apenas 12,3% dos novos contratos.

“Em contrapartida, diminuiu a importância dos contratos com taxa variável”, aponta o supervisor. Este tipo de taxa de juro passou a representar 42,6% dos contratos fechados no ano passado, praticamente metade do que aconteceu em 2022 (80,8%).

Em relação à taxa fixa, registou-se também um aumento da proporção dos contratos com este tipo de taxa, passando dos 6,9% em 2022 para os 12,4%.

“O crescimento da importância da contratação de crédito à habitação com taxa de juro mista ou fixa, que permite evitar alterações na prestação mensal (temporariamente, no caso da taxa mista), verifica-se num contexto de aumento das taxas de juro de referência (Euribor)”, contextualiza o Banco de Portugal.

Apesar desta evolução, os contratos a taxa variável representavam o grosso do número de contratos em carteira no final do ano passado, mais de 86%, enquanto a taxa mista correspondia a 10,6% dos contratos existentes e a taxa fixa apenas 3,2%.

Euribor a seis meses é o indexante mais usado

Dentro do conjunto de contratos a taxa variável, o indexante mais usado foi a Euribor a seis meses, que representou 72,1% dos novos empréstimos, acima dos 46,4% registados em 2022, de acordo com o mesmo relatório.

Já a Euribor a 12 meses, “que tem sido a mais frequente em anos anteriores, foi o indexante de apenas 4,7% dos novos contratos de crédito da casa com taxa variável”. A Euribor a três meses foi usada em 16,7% dos novos contratos.

(Notícia atualizada às 16h16)

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FEP “capacita” gestores em banca e mercados financeiros

Mestrado tem duração de dois semestres e custa 6.950 euros. Destina-se a profissionais das áreas de economia, gestão, finanças e contabilidade, com pelo menos cinco anos de experiência.

A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) acaba de lançar o novo mestrado executivo em banca, instrumentos e mercados financeiros. O programa, com duração de dois semestres, é dirigido a profissionais da área que “desejam aprimorar competências e alcançar posições de liderança e gestão financeira em empresas, consultoria financeira, bancos ou mercados financeiros”. As candidaturas decorrem de 17 de julho a 14 de agosto.

“Num mundo onde a inovação e a sustentabilidade são fundamentais, este novo mestrado executivo é uma resposta às exigências crescentes do mundo financeiro e empresarial, e das transformações no setor bancário, tendo como principal objetivo preparar os nossos estudantes para enfrentarem os desafios contemporâneos e encontrarem soluções eficazes para problemas reais”, destaca o diretor do curso, Manuel Duarte Rocha.

“Esta especialização é essencial para aqueles que procuram não só compreender, mas também influenciar e moldar o futuro do financiamento empresarial”, completa o diretor do curso.

Com o início das aulas previsto para setembro deste ano, o mestrado executivo em banca, instrumentos e mercados financeiros destina-se a profissionais de áreas como economia, gestão, finanças e contabilidade, com pelo menos cinco anos de experiência. As propinas têm o valor de 6.950 euros.

O novo mestrado executivo decorrerá em regime pós-laboral, combinando o ensino presencial com a componente remota, de forma a adaptar-se aos profissionais ativos no mercado de trabalho.

“Este curso é uma oportunidade única para os profissionais do setor financeiro aprofundarem os seus conhecimentos e desenvolverem competências essenciais para enfrentar os desafios contemporâneos“, destaca o diretor da FEP, Óscar Afonso.

“Estamos confiantes de que este mestrado irá preparar estudantes para se destacarem e influenciarem positivamente o futuro dos mercados financeiros”, conclui Óscar Afonso.

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Governo garante que inclusão da sua proposta de IRS nas GOP não é “provocação”

Ministro da Presidência disse que as Grandes Opções do Plano representam a visão económica e fiscal do Governo, pelo que inclusão da medida não é "nenhuma provocação" e garante abertura ao diálogo.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, garantiu esta quinta-feira que a inclusão nas Grandes Opções do Plano (GOP) da proposta da Aliança Democrática de um alívio do IRS até ao oitavo escalão não é “nenhuma provocação” e que o Governo está “aberto ao diálogo”.

Em conferência de imprensa, após a realização do Conselho de Ministros, no Campus XXI, em Lisboa, Leitão Amaro justificou que a prioridade do Executivo é reduzir os impostos, pelo que irá continuar a apresentar a proposta nesse sentido, até porque atualmente a medida do PS aprovada no parlamento ainda não está em vigor.

Em causa está a proposta do PS que prevê uma redução das taxas entre 0,25 pontos percentuais (p.p.) e 1,5 p.p. até ao 6.º escalão face à tabela em vigor, aprovada em votação final global em 12 de junho e que se encontra agora na Presidência da República, para avaliação de Marcelo Rebelo de Sousa.

“Apresentámos a proposta de lei das GOP que define as nossas prioridades de política geral, económica e fiscal. Os portugueses sabem que a proposta de Governo é focar-se numa baixa da carga fiscal, em primeiro lugar, numa redução do IRS, que se materializa primeiro na redução do IRS para a classe média, na redução das taxas marginais, no IRS Jovem”, apontou.

Leitão Amaro afirmou que “não havendo nenhuma lei em vigor neste momento em sentido diferente e, sendo um objetivo de legislatura permanente, indo sempre à procura das oportunidades de desagravamento de impostos”, o objetivo foi incluído.

Vamos continuar a apresentar. Não é nenhuma provocação”, disse, garantindo que o Governo tem disponibilidade para negociar. “A mesma postura de diálogo que temos demonstrado ao longo deste tempo, seja com acordos com estruturas representativas dos professores, oficiais de justiça, forças de segurança, guardas prisionais”, seja no âmbito do diálogo parlamentar em temas como imigração ou corrupção.

“Da nossa parte terão sempre a mesma postura, de abertura, de quem reconhece os sinais dos portugueses relativamente à escolha para a governação”, disse.

Na proposta de lei das GOP pode ler-se que para atingir o “desafio estratégico” de “um país mais rico, inovador e competitivo”, é necessário “baixar a elevada carga fiscal sobre o trabalho (IRS)”. Neste sentido, o Governo escreve que, entre “as principais medidas previstas para este desafio” está “a redução do IRS para os contribuintes até ao 8.º escalão, através da redução de taxas marginais entre 0,5 e 3 pontos percentuais face a 2023, com enfoque na classe média”.

Na quarta-feira, numa audição regimental, no Paramento, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, insistiu que a descida do IRS aprovada pelo Parlamento “viola a lei travão”, mas ressalvou: “É a minha opinião.” Por isso, o Governo aguarda pela promulgação ou pedido de fiscalização preventiva do diploma pelo Presidente da República antes de decidir se avança este ano com a redução das taxas de retenção na fonte.

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Citação e notificação de empresas passa a ser por via eletrónica

O Governo aprovou um proposta de lei que autoriza a citação e notificação por via eletrónica em processos judiciais a empresas. Esta proposta concretiza um projeto previsto no PRR.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma proposta de lei que autoriza a citação e notificação por via eletrónica em processos judiciais. O objetivo é aumentar a celeridade e a desburocratização. Esta proposta de lei concretiza um projeto previsto no Plano de Recuperação e Resiliência.

“Com a adoção desta lei, nos processos judiciais passaremos a ter obrigatoriamente as pessoas coletivas, facultativamente as pessoas singulares, a serem notificadas e citadas por via eletrónica. Menos papel, mais celeridade, mais desburocratização, uma melhor justiça para todos“, anunciou o ministro da Presidência António Leitão Amaro.

Se esta proposta for aprovada em Parlamento, as empresas passam a receber as notificações e citações numa área digital reservada, podendo a mesma ser feita facultativamente para pessoas singulares. Leitão Amaro garantiu que este novo mecanismo é seguro, terá “privacidade” e que serão sempre “gerados meios de informação que garantem a redundância e a segurança da notificação e da citação e que o citado/notificado recebe mesmo essa informação”.

Mas como é que sabe se foi citado? Segundo explicou o ministro da Presidência, a citação “cairá” nessa área reservada digital, mas simultaneamente será enviado um email à pessoa. Caso passe um prazo razoável e a pessoa não tenha acedido ou não tenha aberto a citação ou notificação na área reservada, será executada uma notificação por via postal.

Depois são acertados os termos das notificações e citações das várias áreas processuais para haver mais clareza, estabilidade e segurança“, acrescentou.

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Ano turístico vai ser melhor do que em 2023, mesmo com menor procura interna

  • Lusa
  • 11 Julho 2024

O Secretário de Estado do Turismo deu conta da "preocupação" manifestada pelos empresários do setor turístico algarvio quanto a "algum abaixamento da procura, sobretudo do mercado interno".

O Secretário de Estado do Turismo previu esta quinta-feira, em Portimão, no Algarve, que o atual ano turístico vai ser melhor do que o de 2023, apesar de uma pequena baixa na procura por parte dos portugueses. “Há aqui um conjunto de fatores que se conjugam e que vão garantir a perspetiva que temos de este ano ser um ano turístico melhor ainda que o ano de 2023”, disse Pedro Machado à agência Lusa, à margem de uma visita à Marina de Portimão.

Mesmo assim, o governante deu conta da “preocupação” manifestada pelos empresários do setor turístico algarvio quanto a “algum abaixamento da procura, sobretudo do mercado interno, do mercado nacional”. Apesar desta “relativa baixa de procura” que se está a sentir neste momento, o governante acredita que “os mercados internacionais estão a reagir muito positivamente” e referiu dados sobre a evolução do turismo em junho obtidos na segunda-feira, que indicam o forte crescimento no setor.

Segundo Pedro Machado, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos da América são, neste momento, os países mais importantes para o turismo português, tendo ultrapassado a Espanha e a França e outros países mais próximos. “Significa que há hoje uma apetência maior para estes mercados de longa distância”, concluiu o secretário de Estado do Turismo, acrescentando que Portugal está a “reforçar” as ligações aéreas com países como o México, a Coreia do Sul e o Egito.

Por outro lado, o responsável governamental congratulou-se por os consumos de água terem “vindo a baixar 12 a 13%, o que considera ser “a meta que tinha sido estabelecida” pelo Governo. Referindo-se a dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pedro Machado defendeu que o consumo de água tem estado a ser “ajustado”, tanto na agricultura como no setor urbano, que considera ser prioritário, e onde está incluído o setor turístico.

O Governo de António Costa tinha decretado em 05 de fevereiro a situação de alerta na região do Algarve devido à seca, mas, no final de maio, o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou o alívio das restrições impostas à agricultura e ao setor urbano. O secretário de Estado do Turismo assistiu esta manhã à apresentação do projeto de expansão e segurança da marina de Portimão, que prevê a criação de 30 novos postos de amarração, parte dos quais para barcos até 50 metros de comprimento.

O investimento estimado entre os 12 e os 14 milhões de euros prevê também a colocação de sistemas de energias renováveis e a instalação de dois quebra-mar, para suster a ondulação de Sul e aumentar a segurança dos barcos atracados na marina. De acordo com o presidente do conselho de administração da Marina de Portimão, João Machado da Silva, o aumento do espelho de água para acolher os postos de amarração vai verificar-se dentro da área já concessionada daquele porto de recreio. Contudo, referiu, “será necessário apoio financeiro para avançar com o projeto”.

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Governo aprova regresso à CGA só para quem se manteve na Função Pública

O Conselho de Ministros aprovou um decreto que possibilita a reinscrição de trabalhadores que se mantiveram "em continuidade no exercício de funções públicas". Quem foi para o privado fica excluído.

O Governo aprovou um decreto-lei interpretativo que vai permitir o regresso de trabalhadores à Caixa Geral de Aposentações (CGA) que saíram posteriormente a 1 de janeiro de 2006, mas apenas para os que se mantiveram sempre na Função Pública, anunciou esta quinta-feira o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no final da reunião do Conselho de Ministros, tal como o ECO tinha avançado.

Ou seja, estão excluídos desse direito os funcionários públicos que ficaram desempregados ou saíram da Administração Central para o privado após 31 de dezembro de 2005 e depois regressaram ao Estado.

“Há uma série de casos que não estão incluídos na garantia”, indicou o ministro em resposta ao ECO. “O direito ao regresso está em linha com o que determinou o Supremo Tribunal Administrativo, é só para quem tenha estado em continuidade material na Função Pública”, esclareceu. E acrescentou: “Só faria sentido esta alteração para quem nunca quis sair da Função Pública, mas, por terem trocado da entidade A para a B, posteriormente a 2005, perderam o direito à CGA. Outras situações estão excluídas da garantia”.

Leitão Amaro lembrou que “o Supremo Tribunal Administrativo abordou a situação daqueles que estavam na CGA e que depois mudaram de trabalho em continuidade ao vínculo público e que poderiam ter perdido o acesso, posteriormente a 2006”. E “o Supremo Tribunal Administrativo disse que faria sentido que essas pessoas deveriam ter direito a regressar“, afirmou o governante.

Assim, “este diploma garante o direito a esses trabalhadores, clarificando que esse direito existe para aqueles que estiveram em continuidade na Função Públicas mas com vínculos diferentes”, salientou.

O decreto-lei aprovado, “em linha com decisão do Supremo Tribunal Administrativo, clarifica a interpretação da Lei n.º 60/2005, de 29 de dezembro, no que respeita a convergência do regime de proteção da função pública (Caixa Geral de Aposentações) com o regime geral da Segurança Social, garantindo o direito de reinscrição aos trabalhadores que tenham continuidade material no exercício de funções públicas“, lê-se no comunicado do Governo emitido no final do Conselho Ministros.

Esta solução põe fim a um braço de ferro criado, no final do ano passado, entre as estruturas sindicais representativas do Estado, nomeadamente a Frente Comum, e o Ministério do Trabalho liderado por Ana Mendes Godinho. Em julho de 2023, a CGA anunciou a possibilidade de os trabalhadores voltarem ao sistema, na sequência de várias sentenças de tribunais que deram razão aos funcionários públicos que estiveram inscritos antes de 1 de janeiro de 2006, depois saíram, e agora regressaram ao Estado. Mas o então Governo de maioria absoluta socialista decidiu suspender essa circular em novembro até avaliar os seus impactos.

Ou seja, a CGA só estava a aceitar reinscrições de trabalhadores com sentenças favoráveis. Com a aprovação desta norma interpretativa pelo Executivo de Luís Montenegro, os funcionários que nunca saíram da Administração Pública mas que saíram da CGA por terem mudado de entidades empregadoras, por exemplo, vão poder estar de novo naquele regime.

O ministro da Presidência referiu que “esta alteração” foi “precedida de uma consulta, de um diálogo com os grupos parlamentares”, estando o Governo “seguro e convencido” de que “há um largo apoio parlamentar a esta solução”. “A oposição a esta solução é muito minoritária”, indicou.

Mas dentro dessa oposição estará a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum), afeta à CGTP, que, na passada sexta-feira, colocou a questão à secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, exigindo que todos os trabalhadores que tenham estado registados na CGA até 31 de dezembro de 2005, quando este regime ficou fechado a novas inscrições, possam regressar, incluindo os que foram para o setor privado e agora estão de volta ao Estado.

Uma das razões que levou os funcionários públicos a querer voltar à CGA tem a ver com o regime das baixas por doença, que é mais benéfico do que o da Segurança Social. Assim, na Caixa Geral de Aposentações, nos três primeiros dias de incapacidade, não há direito a compensação alguma, sendo que a partir do 4.º e até ao 30.º dia de baixa o trabalhador recebe 90% do ordenado. Na Segurança Social, os primeiros três dias também não são remunerados, mas a partir daí e até ao 30.º dia, o subsídio corresponde a apenas 55% do salário.

A partir de 1 de janeiro de 2006, a CGA passou a ser um sistema fechado e deixou de receber novos subscritores. Assim, os trabalhadores que iniciaram ou reiniciaram funções depois de 31 de dezembro de 2005 passaram a estar inscritos no regime geral da Segurança Social.

(Notícia atualizada às 15h27)

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Governo aprova recuperação do tempo de serviço dos professores com início em setembro

Acordo prevê que os professores recuperem 50% do tempo de serviço congelado no espaço de um ano (uma tranche em setembro de 2024 e uma segunda em julho de 2025) e as restantes duas tranches até julho.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o decreto-lei que recupera os seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço dos professores que estiveram congelados durante a troika. É um diploma “fundamental”, que resulta de “um acordo histórico”, enalteceu o ministro da Presidência, António Leitão Amaro.

É uma concretização que era justa, que foi negociada e foi possível executar de uma forma gradual, responsável e dialogante. Como sabem, uma recuperação que se inicia em 1 de setembro de 2024, 25%, e depois 25% em cada um dos dias 1 de julho de 2025, 2026 e 2027″, disse António Leitão Amaro, após o Conselho de Ministros desta quinta-feira, o primeiro no Campus XXI. “A ideia é que os professores possam sentir “logo no mês de setembro o significado material desta recuperação histórica”, afirmou.

O ministro da Presidência realçou ainda que este é um diploma “fundamental” para trazer a “paz social às escolas”, esperando que já no início do próximo ano letivo os docentes “se concentrem no mais importante” que é lecionar.

No final de maio, o Ministério da Educação chegou a acordo com sete dos 12 sindicatos que representam o setor, estando previsto que os professores recuperem 50% do tempo de serviço congelado no espaço de um ano (uma tranche em setembro de 2024 e uma segunda em julho de 2025) e as restantes duas tranches até julho de 2027 (uma a 1 de julho de 2026 e outra a 1 de julho de 2027). Assim, a recuperação integral vai ser feita à razão de 25% ao ano, estando concluída ao fim de dois anos e dez meses.

O acordo, apelidado de “histórico” e de uma “vitória para a escola pública” pelos sete sindicatos que o assinaram, vai beneficiar “mais de 100 mil professores” e, segundo as estimativas do Governo, terá um custo de 300 milhões de euros líquidos em 2027 isto é, quando a totalidade do tempo estiver recuperado, segundo indicou o ministro da Educação. A primeira tranche, que será devolvida já a 1 de setembro de 2024, vai custar “cerca de 40 milhões de euros”, sendo que o valor vai “aumentando sistematicamente” até 2027 e à medida que mais professores forem abrangidos.

Já a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) aponta para um impacto líquido de 202 milhões de euros. Perante estas divergências, na quarta-feira, o ministro das Finanças na quarta-feira admitiu, no Parlamento, que foi conservador e “a despesa em termos líquidos será menos significativa”.

Este acordo “reconhece aos docentes o tempo de serviço contabilizado” através do decreto-lei n.º 74/2023, — implementado pelo anterior Executivo e que impôs mecanismos de aceleração na progressão da carreira dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário, — “salvaguardando que não se verificam situações de duplicação de benefícios na recuperação do tempo de serviço”.

Além disso, fica garantido a todos os professores afetados pelo congelamento o acesso ao 5.º e 7.º escalões “que, por via da recuperação do tempo de serviço, reúnam as condições de progressão”, adiantou ainda a tutela, em comunicado, após o acordo. O acordo “acautela os casos dos docentes que foram colocados nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, e que já viram contabilizado parte do seu tempo de serviço congelado”, garantiu ainda o Governo.

Vem aí novo modelo de avaliação externa dos alunos

Neste Conselho de Ministros, o Governo ainda discutiu “um novo modelo de avaliação externa dos alunos do 4.º ao 12.º ano”, que vai ser apresentado ainda este mês pelo ministro da Educação, indicou o ministro da Presidência, escusando-se a dar mais detalhes.

Já sobre a lista de colocação de professores, António Leitão Amaro adianta que será conhecida “muito em breve”, mas deixou fortes críticas ao anterior Executivo, referindo que o concurso para colocação de cerca de 20 mil professores foi “lançado com uma escassez de fundamentação e critérios em larga medida preocupantes“. O ministro garantiu ainda que o Governo irá analisar os resultados. “Tudo faremos para resolver a herança pesada”, afirmou.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h20)

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