Governo italiano estima atingir 20.000 milhões com privatizações

  • Lusa
  • 3 Julho 2024

Após a luz verde para a compra de 41% da ITA pela Lufthansa, o governo italiano procura uma estratégia similar para vender o Banco Monte Paschi di Siena.

O Governo italiano espera alcançar 20.000 milhões de euros com a privatização de empresas públicas e, após a compra de 41% da ITA pela Lufthansa, procura uma estratégia similar para vender o Banco Monte Paschi di Siena (MPS).

Tenham confiança, os números que anunciámos vão ser alcançados”, disse esta quarta-feira o ministro da Economia de Itália, Giancarlo Giorgetti, numa conferência de imprensa depois de a Comissão Europeia ter dado ‘luz verde’, com condições, à aquisição parcial da companhia aérea italiana ITA pelo grupo Lufthansa, uma decisão que saudou como “um grande sucesso europeu”.

O ministro tinha sido questionado sobre se serão alcançados os 20.000 milhões de euros nas privatizações que o Governo apontou como objetivo. Em novembro passado, Bruxelas foi notificada sobre o negócio, que assenta na aquisição pela Lufthansa de uma participação de 41% na ITA por 325 milhões de euros, com o restante a dizer respeito à participação do Estado italiano.

Giorgetti explicou que com o “MPS existe a mesma lógica utilizada com a ITA” e disse que se pretende uma operação com “boas condições para o Estado e para a economia”. “Não estamos desesperados”, afirmou em alusão à privatização do banco MPS, fundado em 1472 e considerado o mais antigo do mundo.

O MPS está sob controlo do Estado italiano desde que em 2017 foi aprovada a sua recapitalização, autorizada por Bruxelas, para o salvar do colapso. Roma colocou em março nos mercados, por 650 milhões de euros, uma parte de 12,5% do capital do banco MPS, do qual já tinha vendido uma outra parte em novembro.

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Concorrência aplicou coimas de 34,3 milhões em 2023

  • Lusa
  • 3 Julho 2024

As oito decisões sancionatórias foram aplicadas em seis setores de atividade, avançou o presidente da AdC, Nuno Cunha Rodrigues.

A Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou 34,3 milhões de euros em coimas em 2023, tendo proferido oito decisões sancionatórias, anunciou esta quarta-feira no parlamento o seu presidente, Nuno Cunha Rodrigues.

Numa audição na comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação, Nuno Cunha Rodrigues explicou que estas decisões sancionatórias foram aplicadas em seis setores de atividade, tendo sido ainda feitas três diligências de busca e apreensão.

A Concorrência recebeu ainda quatro pedidos de clemência ao longo de 2023 e houve mais quatro notas de ilicitude – notas de acusação que ainda não estão concluídas – nos setores da distribuição de suplementos alimentares, gestão de condomínios, informática e software e produção audiovisual.

Em 2023, houve ainda um recorde de 82 decisões sobre operações de concentração, um aumento de cerca de 30% face ao ano anterior. “Não obstante, mantivemos um prazo médio de análise idêntico ao de anos anteriores”, afirmou, aos deputados da comissão parlamentar em que esteve durante a manhã desta quarta.

Já este ano, a AdC realizou três diligências de busca – o mesmo número que no total de 2023 – e recebeu três pedidos de clemência, dados que permitem à autoridade prever que os seus objetivos “serão amplamente cumpridos até ao final do ano”. Nos primeiros cinco meses deste ano, a AdC abriu ainda “dois novos processos de investigação de práticas ilícitas, emitiu uma nota de ilicitude e proferiu três decisões finais de que resultaram a aplicação de coimas num montante global de 15 milhões de euros”.

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Sindicato critica recurso “abusivo” da Autoeuropa ao lay-off

  • Lusa
  • 3 Julho 2024

Os dados demonstram que não há nenhuma crise na Autoeuropa – quem nos dera a todos termos uma crise destas, com lucros fabulosos e produções elevadíssimas”, disse o sindicalista. da Sitesul.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (Sitesul) acusou esta quarta-feira a Autoeuropa de recorrer “de forma abusiva” ao regime de lay-off, para financiar a modernização da fábrica de automóveis de Palmela.

“A empresa não pode alegar a crise empresarial para o requerimento do lay-off. Os dados demonstram que não há nenhuma crise na Autoeuropa – quem nos dera a todos termos uma crise destas, com lucros fabulosos e produções elevadíssimas”, disse o sindicalista Manuel Bravo, do Sitesul, durante uma audição daquele sindicato na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão da Assembleia da República.

Segundo Manuel Bravo, a fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal, produziu 220.100 automóveis em 2023, mais 14% do que em 2022, e o grupo Volkswagen, que tem 119 fábricas espalhadas por todo o mundo, registou “mais de 16 mil milhões de euros em 2023, o que representa um acréscimo de 7,6% em relação a 2022”.

Para o dirigente sindical, estes números demonstram que o grupo Volkswagen não só não atravessa nenhuma situação de crise, como reúne todas as condições para que os seus acionistas assumam os investimentos necessários à modernização da fábrica de Palmela, em vez de recorrerem ao que consideram ser um “financiamento abusivo”, através da Segurança Social.

“Com o argumento da sustentabilidade da Segurança Social, os sucessivos governos têm vindo a prolongar a idade de acesso à reforma por velhice. E depois vamos entregar dinheiro da Segurança Social, contribuições dos trabalhadores, a uma multinacional com estes resultados”, corroborou outro sindicalista do Sitesul na audição requerida pelo grupo parlamentar do PCP.

Numa outra audição à Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa durante a manhã, também a pedido do PCP, a deputada comunista Paula Santos, eleita por Setúbal, também acusou a Autoeuropa de estar a recorrer de forma “abusiva” ao regime de lay-off (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho).

Paula Santos disse que o Governo tinha informado no passado dia 28 de junho que havia quatro pedidos de lay-off por parte da Autoeuropa, mas que nenhum tinha sido ainda deferido pelo Instituto da Segurança Social. “Como é possível a Autoeuropa dizer que está em lay-off, quando ainda não há, sequer, um deferimento da Segurança Social”, questionou a deputada do PCP.

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Vítor Almeida substitui Luís Meira na liderança do INEM “em regime de substituição”

Após Luís Meira ter pedido a demissão, Vítor Almeida, médico anestesiologista no Hospital São Teotónio, é o escolhido pelo Governo para presidente do INEM.

O anestesista Vítor Almeida vai suceder a Luís Meira como presidente do INEM, avançou a SIC e confirmou o ECO. Em comunicado, o Ministério da Saúde explica que é em “regime de substituição” pelo período de 60 dias. Luís Meira tinha pedido a demissão à ministra da Saúde por divergências com a tutela em relação ao contrato de aquisição de helicópteros.

“O Ministério da Saúde nomeou Vítor Fernandes Almeida para presidente do Conselho Diretivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), em regime de substituição por 60 dias, por vacatura do cargo”, lê-se no comunicado enviado às redações.

O seu percurso profissional como anestesiologista e emergência médica passou pelo Hospital Universitário de Coimbra, Hospital S. Teotónio de Viseu e Hospital de Faro. Ingressou como Médico de Helicóptero do INEM, passando depois a coordenador do serviço noturno.

Vítor Almeida é nomeado em substituição do anterior presidente Luís Meira, que apresentou esta semana a sua demissão à ministra da Saúde, promovendo-se de imediato à abertura de concurso junto da CReSAP. Sem prejuízo desse concurso, refira-se que Vítor Almeida já foi avaliado positivamente e pré-selecionado pela CReSAP, para o mesmo cargo, em concursos anteriores.

Vítor Almeida é atualmente médico anestesiologista no Hospital São Teotónio, em Viseu. No ano passado, tinha sido escolhido pela CReSap para presidir o INEM, mas o governo socialista então liderado por António Costa decidiu manter em funções Luís Meira. Foi também presidente do colégio da competência em Emergência Médica da Ordem dos Médicos.

Na segunda-feira, Luís Meira pediu a demissão à ministra da saúde por ter perdido a confiança na tutela liderada por Ana Paula Martins. Em causa estarão divergências entre Luís Meira e a governante em relação ao procedimento para a aquisição de helicópteros de emergência médica.

Num esclarecimento à Lusa, o Ministério da Saúde afirmou não compreender por que razão o INEM não abriu um concurso público para aquisição do serviço de transporte aéreo de doentes, evitando prolongar o ajuste direto com a empresa Avincis.

Em comunicado, o INEM respondeu que, com base numa resolução do Conselho de Ministros (RCM) do ano passado, ainda do anterior Governo de António Costa, foi lançado um concurso público em janeiro que recebeu duas propostas acima do preço base (12 milhões de euros por ano).

De recordar que no início deste mês, a ministra da saúde já tinha indicado que Luís Meira colocou o cargo à disposição, quando da entrada no novo Executivo, e disse estar avaliar “a possibilidade de ter uma transformação na direção” do instituto.

(Notícia atualizada às 18h20)

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Bloomcast apresenta nova imagem assinada pela WYcreative

  • + M
  • 3 Julho 2024

A nova imagem tem assinatura da WYcreative e é lançada numa altura em que a agência assinala os 12 anos.

Numa altura em que celebra 12 anos de atividade, a Bloomcast renovou a sua presença digital, lançando um novo site e marca. A nova imagem tem assinatura da WYcreative.

O objetivo das alterações passa por “simplificar o acesso e consulta no site, trazendo uma imagem gráfica moderna e apelativa“, bem como por “transmitir aos clientes o crescimento da agência e a evolução das suas áreas de atuação“, explica-se em nota de imprensa.

“Temos vindo a criar uma história, partilhada com os nossos clientes e os nossos parceiros, na equipa de talentos e inovação que é o WYgroup. Ao longo destes anos, tivemos sempre como prioridade a inovação na oferta de serviços, na eficácia dos resultados e na resposta aos desafios apresentados pelos nossos clientes. E continuamos a manter a vontade de inovar, a ambição de fazer diferente, de fazer melhor. Foi este espírito que fizemos refletir na nova identidade Bloomcast e no site“, diz Rodolfo Oliveira, managing partner, citado em comunicado.

A agência “tem como prioridade ligar a estratégia a uma execução focada em resultados, seja na consultoria e assessoria mediáticas, nas redes sociais, ou na criação de conteúdos diversificados, áreas em que a Bloomcast tem vindo a assegurar uma crescente rede de clientes”, refere-se ainda em nota de imprensa. A Bloomcast “reforçou recentemente” o seu portfólio com clientes como a Forvis Mazars, E-Redes, ou Pluxee s

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“Numa empresa em que existe culto todas as pessoas são iguais”, afirma Pedro Castro e Almeida

Presidente do Santander Europa alertou para os riscos associados a uma empresa com uma cultura demasiado forte e defende ser exigente trabalhar no banco em Portugal, mas também "recompensador".

O presidente do Santander Europa, Pedro Castro e Almeida, defendeu esta quarta-feira que quando existe uma cultura demasiado forte numa empresa passa a existir um “culto”, o que, alertou, acarreta o risco de todas as pessoas serem iguais, não imprimindo diversidade à organização.

“Quando a cultura é muito forte vira culto. Numa empresa em que existe culto todas as pessoas são iguais e tendemos a contratar pessoas muito parecidas connosco. Isso é um risco. Quando existe é um dos principais motivos pela qual as empresas caem”, afirmou na conferência “Portugal o país onde vais querer estar”, que decorre esta quarta-feira na Nova School of Business and Economics, em Carcavelos.

Num painel que partilhou com a empresária Paula Amorim, presidente da Galp, moderado pelo maestro Martim Sousa Tavares, Pedro Castro e Almeida considerou que “nos últimos 100 anos o que permitiu que as empresas tivessem sucesso ou não tivessem está relacionado com a cultura, que não é mais do que os valores que organizam uma organização”.

Paula Amorim, presidente da Galp, e Pedro Castro e Almeida, presidente do Santander Europa, na conferência da Business Roundtable Portugal. Fonte: Hugo Amaral

 

O responsável do Santander traçou um paralelo “entre gerir ou construir uma equipa numa empresa e gerir ou construir uma orquestra”, considerando essencial existirem três elementos essenciais para o sucesso: diversidade de talento, boa liderança e a atitude correta. “O maestro é também uma pessoa muito importante, não se esquecendo da nota de que a humildade do maestro é também muito importante. Não se esqueçam que o maestro não faz um único barulho durante o concerto”, disse.

Pedro Castro e Almeida vincou ainda que “o Santander em Portugal tem uma característica de ambição muito grande, de uma grande exigência, mas ao mesmo tempo uma grande valorização associada a essa exigência”.

“É difícil, é exigente trabalhar no Santander em Portugal, mas também é recompensador, em que se escolhem os líderes não pelos resultados que atingem, mas como atingem, em que o caráter é a característica mais forte”, apontou.

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Paula Amorim recorda percurso: “Tive oportunidade de fazer o meu próprio caminho”

Presidente da Galp recordou percurso, destacando a compra da Fashion Clinic, em 2005, quando correu o "maior risco" da sua vida sob "o julgamento" do seu líder, Américo Amorim.

A presidente da Galp, Paula Amorim, recordou esta quarta-feira o seu percurso profissional, afirmando que teve a oportunidade de fazer o seu próprio caminho, abraçando o que considerou o maior risco da sua vida: o julgamento do seu próprio líder, o pai Américo Amorim.

A empresária falava na conferência “Portugal o país onde vais querer estar”, que decorre esta quarta-feira na Nova School of Business and Economics, em Carcavelos, onde defendeu que “seria muito bom que os jovens com boas ideias e bons projetos pudessem ter facilidade em ter esse apoio financeiro”.

Paula Amorim relembrou que, em 2005, quando comprou, a marca Fashion Clinic, Américo Amorim fez “o seu grande investimento” e, aos 70 anos, comprou a Galp. “Era o momento dele, era a vida dele e eu tinha de fazer o meu percurso”, disse, partilhando que “na altura, sem suporte familiar e sem suporte financeiro, porque não foi decisão bem acolhida”, deu como garantia as ações que detinha na holding da família Amorim, para ter financiamento.

Paula Amorim, presidente da Galp, e Pedro Castro e Almeida, presidente do Santander Europa, na conferência da Business Roundtable Portugal. Fonte: Hugo Amaral

 

Atualmente uma das maiores empresárias do país, Paula Amorim salientou que “contrariamente a todas as expectativas” decidiu não ficar “exclusivamente à espera”.

“Tive oportunidade de fazer o meu próprio caminho”, afirmou. “O maior risco da minha vida foi o julgamento do meu próprio líder. Fiz isto sobre o olhar dele”, acrescentou, indicando sabendo “que poderia penhorar” o seu futuro nos negócios da família. A presidente considera que a experiência com a Fashion Clinic lhe trouxe uma “visão muito criativa”, que, diz, “falta por vezes a alguns líderes”.

Classe política deve focar-se nas estratégias

A presidente da Galp defendeu ainda que a classe política se deve focar “menos no tema dos votos e na perpetuação do poder e têm de se focar menos em medidas e muito mais em estratégias de longo prazo” e na “transparência e clarificação”.

Considerou ainda que se viveu uma fase “má para o país, onde gravitava uma certa classe pseudo entrepreneur um bocadinho parasita, muito promovidos socialmente quer pelo poder político, quer pelo sistema financeiro”.

“Vivemos muito tempo com falta de supervisão a quem era devido e chegámos a um momento do país em que se extrapolou de que aquela classe empresarial era aquela”, apontou, defendendo que o país tem empresários “muito competentes e extremamente capacitados”.

No entanto, admitiu que a classe empresarial é “um bocadinho conservadora”, pelo que “deve ser um pouco mais ousada”. “Talvez demasiado previsível, às vezes até um bocadinho aborrecida, avessa ao risco, um bocadinho às vezes com receio da represália. É preciso essa ousadia, mais abertura, mais delegação”, concluiu.

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Parlamento elege novo elemento do CDS para a Comissão Nacional de Eleições

  • Lusa
  • 3 Julho 2024

Diana Gonçalves Vale obteve 123 votos a favor, 42 brancos e sete nulos. Como suplente, o CDS-PP indicou André Rodrigues Barbosa.

O parlamento elegeu na sexta-feira o novo elemento efetivo designado pelo CDS, Diana Gonçalves Vale, para a Comissão Nacional de Eleições (CNE), depois de o primeiro indicado ser incompatível com o exercício de funções naquele órgão. De acordo com o resultado, anunciado esta quarta-feira pela mesa da Assembleia da República, Diana Gonçalves Vale obteve 123 votos a favor, 42 brancos e sete nulos. Como suplente, o CDS-PP indicou André Rodrigues Barbosa.

No passado dia 19 de junho, Pedro Morais Soares, indicado pelo CDS, integrou uma lista de candidatos à CNE, juntamente com outros elementos de forças políticas com representação parlamentar.

Segundo fonte parlamentar, só quando a votação já estava em curso na Assembleia da República o CDS-PP detetou que o membro designado pelo partido estava incompatível com o exercício de funções na CNE por ser autarca. Pedro Morais Soares, jurista, é atualmente presidente da União de Freguesias de Cascais e do Estoril e foi deputado pelo CDS entre 2019 e 2022.

Face a esta situação de incompatibilidade, o CDS, logo na semana seguinte, retirou o nome de Pedro Morais Soares da lista de candidatos à CNE, substituindo-o como efetivo por Diana Gonçalves Vale. No dia 19 de junho, a Assembleia da República elegeu os novos representantes, um por cada grupo parlamentar, para a CNE, com 206 votos a favor, 12 brancos e quatro nulos.

Para a CNE, o PS voltou a indicar Fernando Anastácio – atual porta-voz –, o PSD escolheu a ex-deputada Teresa Leal Coelho, o Chega voltou a indicar Fernando Silva, a IL repetiu a indicação de Frederico Nunes, o PCP insistiu em José Rosa de Almeida, membro da comissão há mais de 20 anos, o BE repetiu o nome de Gustavo Behr, e o Livre propôs André Wemans.

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Governo ignora descida do IRS do PS e mantém a sua proposta nas Grandes Opções do Plano

Na proposta das Grandes Opções do Plano (GOP) 2024-2028, o Executivo insiste na redução do imposto até ao 8.º escalão, contrariando o diploma que foi aprovado pelo Parlamento.

O Governo de Luís Montenegro fez tábua rasa da decisão do Parlamento que aprovou o diploma do PS para a redução do IRS até ao 6.º escalão e voltou a apresentar a sua proposta original que visa baixar as taxas do imposto até ao 8.º patamar de rendimentos, segundo as Grandes Opções do Plano (GOP) 2024-2028 que enviou à Assembleia da República.

Na proposta de lei do Executivo que aprova as GOP, lê-se que, para atingir o “desafio estratégico” de “um país mais rico, inovador e competitivo”, é necessário “baixar a elevada carga fiscal sobre o trabalho (IRS)”. Neste sentido, o Governo escreve que, entre “as principais medidas previstas para este desafio” está “a redução do IRS para os contribuintes até ao 8.º escalão, através da redução de taxas marginais entre 0,5 e 3 pontos percentuais face a 2023, com enfoque na classe média”.

Se comparamos com a tabela em vigor, a diminuição do imposto oscila entre 0,25 pontos percentuais (p.p.) e 2 p.p..

Essa foi precisamente a proposta que o Executivo da Aliança Democrática (AD), suportado por PSD e CDS, entregou no Parlamento e que nunca chegou sequer a ser votada, tendo sido substituída por um projeto dos partidos que suportam o Governo, e cujo conteúdo relativo às taxas do imposto foi chumbado em “coligação negativa” com os votos contra de toda a esquerda e a abstenção do Chega.

Já o projeto de lei dos socialistas teve luz verde de todas as bancadas à esquerda e acabou por passar com a ajuda do partido de André Ventura, que se absteve. Assim, a redução do IRS validada pela Assembleia da República determina uma redução do imposto entre 0,25 pontos percentuais (p.p.) e 1,5 p.p. até ao 6.º escalão face à tabela em vigor.

Diploma proposto pelo PS aprovado pelo Parlamento:

A grande diferença entre a proposta do Governo e o projeto dos socialistas está no 7.º e 8.º escalões. A AD queria baixar o imposto até aqueles níveis que abrangem salários brutos mensal de até 6.500 euros. Mas o PS rejeitou dar um alívio fiscal para rendimentos tão elevados e manteve o teto para a redução do imposto até ao 6.º escalão, que corresponde a ganhos mensais ilíquidos até 3.200 euros.

De salientar que o hemiciclo aprovou em votação final global o diploma do PS a 12 de junho. E o Conselho de Ministros aprovou a proposta das GOP em data posterior, a 25 de junho. Resta saber se o Governo vai respeitar a decisão do Parlamento ou se irá manter a sua proposta inalterada tanto nas GOP como na proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2025. Caso fosse aprovado, faria cair o diploma da Assembleia da República, proposto pelo PS.

Mas, usando essa tática, o Governo arrisca ver o Orçamento do Estado para o próximo ano chumbado pelo PS a não ser que o Chega se posicione ao lado de PSD e CDS e aprove o documento.

Há ainda a dúvida no ar se o projeto dos socialistas poderia ou não violar a norma-travão, que impede que o Parlamento aprove despesa acima da orçamentada para o corrente ano. O PS já garantiu, porém, que o alívio fiscal que propôs está dentro da margem orçamental prevista pelo Governo para este ano, de 348 milhões de euros. Este era o valor previsto pelo Ministério das Finanças para gastar, em 2024, com a redução das tabelas de retenção na fonte, a que se somariam 115 milhões de euros, com o aumento dos reembolsos, em 2025.

Por outro lado, os serviços do Parlamento garantem que o diploma não viola a lei-travão, segundo uma nota de admissibilidade. À questão “se a iniciativa pode envolver, no ano económico em curso, o aumento das despesas ou diminuição das receitas previstas no Orçamento do Estado”, o despacho do presidente da Assembleia da República respondeu: “Não”, tal como o ECO noticiou.

O perito em Direito em Constitucional, Tiago Duarte, deu respaldo ao entendimento plasmado no despacho do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco. “O projeto de lei do PS não implica uma diminuição do IRS no ano económico de 2024, porque a liquidação dos rendimentos de 2024 só é feita em 2025”, esclarece. Ou seja, o impacto só se irá sentir no próximo ano.

Para além disso, “a única maneira de haver diminuição da receita em IRS em 2024 seria por via da redução das tabelas de retenção na fonte, mas isso não violaria a norma-travão porque trata-se de uma decisão do Governo e não do Parlamento”, acrescenta.

Apesar deste entendimento, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou, em entrevista ao Negócios, que obrigar o Governo a refletir as alterações do projeto do PS já este ano, através de tabelas de retenção que aliviem o imposto cobrado, seria contrariar “flagrantemente” “a lei-travão”.

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Stellantis e Autoridade Francesa para Energia Atómica selam acordo para nova geração de baterias

  • Lusa
  • 3 Julho 2024

O novo acordo de cinco anos pretende conceber células de bateria de nova geração que contribuam para reduzir o custo dos veículos elétricos.

A Stellantis e a Autoridade Francesa para a Energia Atómica (CEA) anunciaram esta quarta-feira um novo acordo de cinco anos para conceber internamente células de bateria de nova geração que contribuam para reduzir o custo dos veículos elétricos.

O programa de investigação conjunto entre o construtor automóvel criado pela fusão entre a PSA e a FCA, por um lado, e o organismo público de investigação francês, por outro, centrar-se-á na conceção de células com tecnologia inovadora, oferecendo um “desempenho superior”, uma “vida mais longa” e uma “pegada de carbono reduzida a um custo competitivo”, afirmam a Stellantis e a CEA num comunicado conjunto.

A indústria automóvel mundial está atualmente a trabalhar em futuras baterias químicas que combinem as vantagens das atuais NMC de iões de lítio de elevada densidade energética com as LFP de iões de lítio mais acessíveis.

“Sabemos que a tecnologia das baterias está a mudar. Mesmo que ainda não saibamos exatamente como, estamos empenhados em estar na vanguarda desta transformação”, o diretor de Tecnologia da Stellantis, Ned Curic, citado no comunicado conjunto.

A Stellantis e a CEA, que são parceiros há vinte anos, estão também a trabalhar em conjunto ao nível de componentes químicos disruptivos visando a redução das emissões de CO2, bem como a modelização digital das baterias, o desenvolvimento de células de combustível, a análise do ciclo de vida e a conectividade.

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“O problema não está na saída do talento, mas na falta de vontade em voltar”, afirma Carlos Moreira da Silva

Emigração de talento qualificado significa a perda de entre 16 a 20 mil milhões de euros em dinheiro investido pelo Estado e famílias, calcula a Associação Business Roundtable Portugal.

O problema não está na saída, que aplaudimos, mas sim na falta de vontade do talento em voltar“, afirmou Carlos Moreira da Silva, que desde maio preside à Associação Business Roundtable Portugal, na abertura da conferência “Portugal o país onde vais querer estar”, que decorre esta quarta-feira na Nova School of Business and Economics, em Carcavelos.

60 anos depois temos uma nova vaga de emigração. O mundo avançou e Portugal estagnou“, disse o empresário, que é acionista da BA Glass e da Cerealis. “É fundamental políticas públicas estruturais para a valorização do sucesso das pessoas e empresas”, defendeu, apelando a “um sentido de urgência para a sua concretização”.

Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral da Associação Business Roundtable Portugal, que organiza a conferência, assinalou que deixaram Portugal 1,5 milhões de emigrantes, o equivalente à perda de seis distritos. Partilhou ainda números de um estudo realizado em colaboração com a consultora Deloitte, que conclui que um em cada quatro inquiridos pensa sair de Portugal. A percentagem é maior nas gerações mais novas: sobe de 24% nos millennials para 48% na geração Z.

Além de quererem sair, a grande maioria dos que estão fora não querem voltar: 61%. “Portugal é o oitavo país com mais população a viver fora do país”, salientou Pedro Ginjeira do Nascimento.

A diferença da atual vaga é que é “uma emigração qualificada”. “Entre um terço e um quarto da capacidade de licenciar de Portugal sai todos os anos”, afirmou o secretário-geral da BRP. A associação calcula que esta emigração significa a perda de entre 16 a 20 mil milhões de euros em dinheiro investido pelo Estado e famílias na educação ao longo de 16 a 20 mil milhões de euros.

“O problema está em poucos quererem regressar”, afirmou também Pedro Ginjeira do Nascimento, apontando como fatores condicionantes os baixos salários, os impostos elevados, o fraco poder de compra e modelos de trabalho pouco atrativos. A resposta está na adoção de políticas públicas adequadas e boas práticas pelas empresas, apontou.

Carlos Moreira da Silva defendeu que é necessário “criar mais e melhores oportunidades para o talento português e estrangeiro”, assinalando que o regresso dos emigrantes teria um impacto económico muito significativo. “Queremos que regressem com todo o capital de conhecimento que adquiriram, para tornar Portugal o país onde todos vamos querer estar”, apelou.

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Seguradoras avançam com “evangelização” nos seguros de caução para aproveitar “oportunidade gigante”

Especialistas do setor reconhecem que há muito clientes em Portugal que ainda não conhecem os seguros de caução, apesar de considerarem que esta é "uma oportunidade gigante para as seguradoras".

Os seguros de caução estão a afirmar-se como alternativa às garantias bancárias. No ano passado, cerca de 1.900 empresas recorreram a eles, garantindo 921 milhões de euros de compromissos e pagando por essa cobertura cerca de 7,8 milhões de euros em prémios de seguros. A utilização destas coberturas está a crescer, mas ainda “há um profundo desconhecimento nos seguros de caução”, afirmou André Granado, administrador executivo responsável pelos departamentos comercial, de marketing e de comunicação Allianz Trade.

Durante o 3.º Fórum Nacional de Seguros, uma organização do ECOseguros e da Zest que terminou esta quarta-feira na cidade Invicta, Lucas Pereira Durand da Silva, territorial de Portugal da Sammy Free, concordou que “há clientes que ainda não conhecem os seguros de caução”. Apesar do desconhecimento, Granado considerou que as “exigências de capital dos bancos começam a ser tão grandes que esta é uma oportunidade gigante para as seguradoras ocuparem um nicho de mercado que vai ficar por cobrir”.

Luis Malcato, diretor-geral Portugal da Azuaga Seguros, anteriormente conhecida como Abarca Seguros, confirma igualmente que “há espaço para este tipo de produtos”. Questionado sobre se o preço é um obstáculo, o líder da seguradora especializada neste produto para o mercado português, com escritórios em Lisboa, Sevilha e Madrid, recusa essa hipótese, falando antes num trabalho de “evangelização”. “O nosso principal concorrente é a banca, que provavelmente faz preços mais altos que nós. Não será pelo preço”, notou o gestor, acrescentando que “o preço tem que ser ajustado ao risco”.

André Granado (administrador executivo responsável pelos departamentos comercial, de marketing e de comunicação Allianz Trade), Lucas Pereira Durand da Silva (territorial de Portugal da Sammy Free), Luis Malcato (diretor-geral Portugal da Azuaga) e João Silva (diretor seguros de caução e crédito na Specialty Risks)

A Azuaga assegura que já assinou mais de 9.000 contratos de seguro de caução com cerca de 5.000 clientes e reclama o estatuto de “pioneira na divulgação e implementação do seguro de caução em Portugal, bem como na implementação de processos de acompanhamento e de inspeção técnica aos projetos segurados”.

João Silva, diretor de seguros de caução e crédito na Specialty Risks, realçou que a “gestão do risco no seguro de caução é muito mais do que uma análise financeira (…) e a análise de risco é muito mais profunda do que aquilo que é o seguro de crédito”.

Por outro lado, Luís Malcato, diretor geral Portugal da Azuaga, falou nas desvantagens em termos fiscais e recordou que os seguros são alvos do selo de garantia e selo da apólice, enquanto na banca só existe o selo de garantia. “É mais uma desvantagem em termos fiscais e, através da associação representativa do setor [Associação Portuguesa de Seguradores] temos de tentar passar estas preocupações e melhorar as condições de acesso aos seguros de caução”.

Os seguros de crédito e caução protegem empresas, e também particulares, de riscos financeiros associados às suas atividades. Em relação aos seguros de crédito, uma forma de proteger a instituição financeira de um eventual incumprimento por parte do devedor, André Granado contabilizou que “existem 600 mil empresas elegíveis para ter seguros de crédito”.

“A penetração real em Portugal é 0,05%. As oportunidades são nas pequenas e médias empresas, onde existe um mar para explorar. Na caução, o cenário é ainda pior”, frisou o mesmo responsável, durante a conferência realizada no Porto.

O administrador executivo responsável pelos departamentos comercial, de marketing e de comunicação da Allianz Trade realçou que “em média, um dia de atraso de pagamento às empresas no espaço europeu representa necessidades de financiamento, no mínimo, de 91 mil milhões de euros”.

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