OMS diz que 12.000 pessoas precisam de ser retiradas de Gaza
"A lentidão das retiradas [de doentes] é insuportável", lamentou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyessus. Apenas 5.383 doentes foram retirados com o apoio da OMS desde outubro de 2023.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) insistiu esta sexta-feira com Israel para que permita a retirada de doentes de Gaza e lembrou que pelo menos 12.000 habitantes de Gaza necessitam de ajuda nessa operação. “A lentidão das retiradas [de doentes] é insuportável”, lamentou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyessus.
Apenas 5.383 doentes foram retirados com o apoio da OMS desde outubro de 2023, quando começou a guerra em Gaza, e destas saídas apenas 436 ocorreram desde o encerramento da passagem fronteiriça de Rafah, há oito meses. Segundo a OMS, mais de 12.000 pessoas ainda necessitam de ser retiradas com ajuda médica e, ao ritmo atual, seria necessário entre cinco e dez anos para retirar todos estes pacientes gravemente doentes, incluindo milhares de crianças.
No último dia de 2024, foi conseguida excecionalmente a retirada de 55 doentes e 72 acompanhantes para os Emirados Árabes Unidos, país ao qual a organização agradeceu o apoio neste esforço, uma vez que até ao momento colaborou na retirada médica de mais de 1.200 doentes.
O Egito, o Qatar, a Turquia, a Argélia, a Itália, a Roménia, a Espanha, a Irlanda, a Bélgica, a França, a Suíça, a Tunísia, Omã, a Jordânia e os Estados Unidos também contribuíram. Tedros insiste que Israel deve aumentar as retiradas médicas e nunca as negar a crianças doentes, permitindo ainda a utilização de todos os corredores e passagens de fronteira possíveis para que estas transferências possam ser realizadas em segurança.
A guerra em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou a morte de mais de 1.200 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da agência France-Presse, baseada em números oficiais.
Mais de 45.500 palestinianos foram mortos na campanha militar de retaliação de Israel na Faixa de Gaza, a maioria dos quais civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, que a ONU considera fiáveis.
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