Espanhola Cablerías vai mesmo fechar fábrica de Valença. Deixa mais de 250 desempregados
Assembleia de credores decreta encerramento da fábrica de componentes para automóveis localizada no Alto Minho, assim que despachar todas as encomendas em carteira.
A fábrica de Valença do grupo espanhol Cablerías vai mesmo encerrar, deixando mais de 250 pessoas sem emprego. A decisão foi tomada esta manhã em assembleia de credores, após a empresa, que tem uma dívida a rondar os sete milhões de euros, ter apresentado um pedido de insolvência em dezembro do ano passado.
Não há ainda data concreta para o fecho. A empresa, que fornece componentes para o setor automóvel, vai continuar em funcionamento enquanto tiver trabalho, segundo avançou ao ECO José Simões, secretário-geral do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), que marcou presença na assembleia de credores que decorreu no Tribunal Judicial da Comarca de Viana do castelo. O processo está a cargo do administrador judicial Secundino Cantinho.
Segundo adiantou José Simões, os trabalhadores vão continuar a exercer as suas funções enquanto a empresa tiver trabalho, mantendo os seus salários. O sindicalista garantiu que o fecho já não deverá ocorrer em janeiro, mas pode vir a concretizar-se em fevereiro.
Segundo avançou à Lusa Ana Filipe, advogada de 49 trabalhadores, a empresa de componentes para o setor automóvel tem uma dívida de cerca de cinco milhões de euros “especialmente a empresas de trabalho temporário” e de cerca de dois milhões a trabalhadores, o que totaliza sete milhões de euros.
Entre os credores da Cablerías surgem nomes como a empresa de trabalho temporário Adecco, assim como o Abanca e o Instituto de Segurança Social, de acordo com a informação disponibilizada no Citius.
O encerramento da fábrica de Valença vai deixar mais de 250 trabalhadores sem emprego, mas José Simões destaca que o número de pessoas afetadas pela situação financeira da empresa é ainda maior, uma vez que já empregou cerca de 350 funcionários.
Segundo José Simões, o fecho apenas poderia ser evitado caso surgisse um investidor. “Pode ser que apareça alguém que invista ou queira comprar a empresa”, acrescentou.
A fábrica de Valença é mais uma das vítimas da crise no setor automóvel, que, apenas em dezembro, já levou ao encerramento da unidade fabril da Coindu em Arcos de Valdevez, deixando sem emprego cerca de 350 trabalhadores, e levou a empresa espanhola Ficosa, que produz componentes para automóveis, decidiu colocar os 900 trabalhadores da sua fábrica na Maia em lay-off.
A crise no setor automóvel também já está a castigar as exportações de vários setores. Toda a indústria transformadora, com destaque para setores como o têxtil e de vestuário, calçado, cerâmica e vidro, madeira e mobiliário, metalomecânica e os moldes já sentem um travão nas vendas ao exterior.
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