Preços das telecomunicações tiveram em 2024 maior subida média em 30 anos
Entre janeiro e dezembro de 2024, os custos das telecomunicações em Portugal aumentaram 6,9%, o valor mais alto desde junho de 1994, segundo a Anacom.
Há 30 anos que a média dos aumentos nos preços das telecomunicações não era tão alta. Entre janeiro e dezembro de 2024, a taxa de variação média dos custos das telecomunicações em Portugal foi de 6,9%, a mais elevada desde junho de 1994, segundo a Anacom – Autoridade Nacional de Comunicações.
Apesar de a entrada da operadora Digi no mercado ter levado os preços a baixarem 0,5% de novembro para dezembro do ano passado, os preços das telecomunicações – medidos pela taxa de inflação (IPC – Índice de Preços do Consumidor) – aumentaram 6,7% em termos homólogos. Ou seja, os portugueses pagaram em dezembro mais 6,7% pelos serviços das operadoras que no mesmo mês de 2023.
Dezembro foi o primeiro mês completo de operação da Digi em Portugal e sentiu-se esse impacto em cadeia (-0,5%), que a Anacom diz resultar “de alterações ocorridas em ofertas em pacote e de serviços telefónicos móveis” dada a reação das concorrentes. Porém, esse efeito acabou por ser residual, sobretudo quando se analisa o acumulado de 2024 e as percentagens na Europa.
Essa subida recordista (6,9%) foi mais elevada (em 7,2 pontos percentuais) do que a média da União Europeia, onde a taxa foi de -0,3%. Assim, Portugal ‘conquistou’ o pódio das maiores mexidas nos preços entre os 27 Estados-membros, logo a seguir à Estónia (+10,5%) e à Hungria, onde os preços subiram 12,2%. A maior descida registou-se em França (-9,4%).
A média do aumento nesses 12 meses pôs as telecomunicações no terceiro lugar do pódio a lista dos 43 grupos de bens e serviços considerados pelo INE. Por exemplo, para se ter noção da ordem de grandeza, este aumento foi superior à variação dos preços do vestuário (-0,9%) e dos serviços de transporte (+1,6%) e só mais baixo do que a alteração nos preços dos serviços postais (+9%) e das rendas (+7%).
Por tipo de serviços, essa subida média foi 5,5% nos disponibilizados em pacote e 8,7% nos telefónicos móveis, de acordo com o relatório publicado esta sexta-feira com dados da Anacom e do Eurostat.
Em relação à recém-chegada Digi, a Anacom assinala que apresentou a mensalidade mínima mais baixa para sete serviços/ofertas em dezembro, incluindo o serviço telefónico móvel individualizado (quatro euros) e os pacotes triple play (24 euros) e quadruple play (28 euros).
“Por operador, e se considerados exclusivamente os quatro principais operadores, as mensalidades mais baixas em dezembro foram oferecidas pela Nowo e pela Vodafone em cinco dos tipos de ofertas analisados, cada uma, enquanto a Meo apresentou as mensalidades mais baixas para dois tipos de serviços/ofertas. Por sua vez, a Nos apresentou a mensalidade mais baixa para um tipo de serviço/oferta”, explica a autoridade liderada por Sandra Maximiano.
A Anacom informa ainda que a Nowo tinha a mensalidade mínima mais baixa para as ofertas em pacote triple play (28,75 euros) e quadruple play (36,25 euros), enquanto a Vodafone apresentou aos clientes a mensalidade mínima mais baixa da oferta quintuple play (61,10 euros). No caso do serviço telefónico móvel individualizado, a Nowo e a Vodafone registaram as ofertas com mensalidades mais baixas (cinco euros).
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