“Novobanco terá um nível de liquidez em bolsa interessante”, antecipa presidente da Euronext Lisboa

Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisboa, vê com bons olhos a operação, realçando a dimensão do banco e o potencial de liquidez como fatores atrativos para a bolsa e para os investidores.

O Novobanco está a dar passos para a sua entrada em bolsa este ano, uma operação que tem ganhado forma nas últimas semanas. Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisboa, mostra-se otimista quanto à possibilidade deste IPO (oferta pública inicial), destacando o potencial impacto positivo que a instituição financeira poderá ter no mercado de capitais português.

“No caso do Novobanco, a concretizar-se, é um banco com dimensão que terá certamente um nível de liquidez interessante, e esse é um elemento que será valorizado”, afirmou a presidente da Euronext Lisboa na apresentação das perspetivas para 2025 esta quinta-feira, sublinhando a importância da liquidez como fator de atratividade para os investidores.

A presidente da bolsa portuguesa realçou ainda que o contexto atual pode ser favorável para operações deste tipo. “O que estamos a ver no mercado é uma apetência acrescida por títulos europeus”, acrescentando que “os índices europeus estão todos a subir desde o início do ano, e o eco que temos é que os investidores estão a olhar para a Europa na ótica que havia um desajustamento dos títulos europeus face a alguns títulos americanos”.

Quanto à escolha da praça portuguesa para o IPO, que perdeu em 2024 quatro empresas, Isabel Ucha lembrou que “o Novobanco é um banco esmagadoramente português” e que existe “uma tendência natural para as empresas escolherem o local onde a entidade enquanto operação é mais reconhecida”. No entanto, fez questão de sublinhar: “O que nós [Euroenxt Lisboa] temos para oferecer não é Lisboa, mas a Euronext”, aludindo à dimensão pan-europeia da bolsa que movimenta por dia cerca de 12 mil milhões de euros.

O banco liderado por Mark Bourke recebeu recentemente “indicação formal” do seu maior acionista, o fundo norte-americano Lone Star, para avançar com os preparativos para o IPO. Para assessorar juridicamente a operação, o Novobanco contratou a Linklaters, uma reputada sociedade de advogados internacional, como o ECO revelou em exclusivo esta quinta-feira.

No que diz respeito à estrutura da operação, está em cima da mesa a venda de um bloco de ações correspondente entre 25% e 30% do capital do Novobanco, dependendo da participação de cada um dos atuais acionistas.

A Lone Star detém atualmente 75% do capital, enquanto os restantes 25% estão nas mãos do Estado, através do Fundo de Resolução (13,54%) e da Direção Geral do Tesouro e Finanças (12,46%). O timing da operação ainda não está definido, mas poderá acontecer já em maio ou, caso as condições de mercado assim o ditem, em setembro.

Aos jornalistas, Isabel Ucha lembrou que “um contexto de taxas de juro mais baixas é um contexto mais favorável” para um IPO, mas ressalvou que “cada empresa tem as suas janelas abertas”.

Antes da entrada em bolsa, o Novobanco deverá distribuir cerca de 1,3 mil milhões de euros em dividendos pelos acionistas, um pagamento que deverá ser aprovado na próxima assembleia-geral. Esta distribuição de dividendos surge na sequência do fim antecipado do mecanismo de capital contingente (CCA) em dezembro, que normalizou a situação do banco e desbloqueou a possibilidade de remuneração aos acionistas.

O Novobanco apresentará os resultados de 2024 no próximo dia 6 de março. Até setembro do ano passado, a instituição financeira registou lucros de 610,4 milhões de euros.

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