Dois funcionários da AT entre os quatro detidos na Operação Porthos
A PJ suspeita de que funcionários da Autoridade Tributária nas alfândegas terão sido subornados pelo Primeiro Comando da Capital, do Brasil, e cartéis colombianos para deixar passar estupefacientes.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta quatro pessoas esta terça-feira, das quais dois funcionários da Autoridade Tributária (AT), e constituiu 15 arguidos no âmbito da ‘Operação Porthos’ de combate ao tráfico de droga através dos portos nacionais.
De acordo com o comunicado da PJ, para além de quatro detidos e 15 arguidos resultantes da operação, foram ainda “apreendidos mais de meio milhão de euros em numerário, 10 viaturas e cinco armas de fogo e outras”. Fonte judiciária adiantou à Lusa que cinco arguidos são funcionários da AT, dois dos quais foram detidos.
A PJ realizou esta terça buscas na área metropolitana de Lisboa, e em Setúbal, Sines e Leiria por suspeitas de corrupção nos portos visando a entrada na Europa de cocaína da América Latina, anunciou a instituição. Em comunicado, a PJ adiantou que a operação Porthos “investiga a beneficiação de organizações criminosas dedicadas à exportação de elevadas quantidades de cocaína a partir da América Latina”.
“Estas organizações criminosas usam os portos marítimos nacionais como porta de entrada de produtos estupefacientes no continente europeu, dissimulados em diversos produtos acondicionados em contentores”, acrescenta a instituição.
A investigação resulta da cooperação policial internacional e em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, tráfico de estupefacientes e branqueamento de capitais. Segundo a CNN Portugal, a PJ suspeita de que funcionários da Autoridade Tributária nas alfândegas terão sido subornados pelo Primeiro Comando da Capital, do Brasil, e cartéis colombianos para deixar passar a droga.
No terreno, estiveram 150 inspetores e peritos da PJ, acompanhados por quatro magistrados do Ministério Público. Foram executados 32 mandados de busca, dos quais 14 domiciliárias e 18 não domiciliárias, para “recolha de elementos de prova complementares”.
A investigação vai prosseguir, no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público.
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