Interesse da IAG na TAP depende de “liberdade para gerir” a companhia
O CEO do IAG, Luis Gallego, diz que o grupo pode "melhorar a performance" da TAP e que a companhia portuguesa "pode ajudar o grupo".
O CEO do grupo IAG, Luis Gallego, afirma que a decisão sobre a participação no processo de venda da TAP vai depender das condições da privatização, nomeadamente a liberdade para gerir a companhia área portuguesa.
“Estamos a seguir o processo com o Governo português. Parece que talvez em março teremos as condições da privatização. Quando as tivermos vamos tomar uma decisão“, afirmou Luis Gallego, na conferência com analistas para a apresentação dos resultados do quarto trimestre de 2024.
“Mas temos de ver as condições e a liberdade que teremos para gerir a companhia, porque para termos as margens que temos no grupo é porque fazemos as coisas certas, que teremos de fazer também na companhia”, sublinhou o CEO do grupo IAG, dono de transportadoras aéreas como a British Airways, Iberia ou Aer Lingus.
O Governo defende a privatização de 100% da companhia, embora com a obrigação de manter a marca, o hub em Lisboa e as rotas estratégicas, embora não seja ainda claro de que modo. Só que a vontade do Executivo poderá ser travada pelo Parlamento, já que o líder do PS, Pedro Nuno Santos, defende que o Estado mantenha uma participação maioritária na TAP, o que poderá condicionar a gestão.
"Sempre dissemos que é uma companhia aérea interessante para o grupo. Achamos que podemos melhorar a performance da companhia e que a companhia pode ajudar o grupo a ter operações em mercados como o Brasil onde não temos muita capacidade.”
Em janeiro, num encontro com jornalistas portugueses em Dublin, um responsável do grupo IAG já tinha dado conta da preferência por uma posição maioritária no capital da TAP.
“Dissemos ao Governo que pensamos que a forma como podemos criar mais valor é se pudermos ter uma cooperação comercial total. Gostávamos muito de ter um caminho para a propriedade total, se o Governo o quiser fazer, protegendo os interesses de Portugal”, afirmou Jonathan Sullivan, administrador executivo responsável pelo desenvolvimento de negócio do grupo.
Luis Gallego reiterou, ainda assim, o interesse na TAP e afirmou que com o grupo IAG a transportadora poderá melhorar o seu desempenho. “Sempre dissemos que é uma companhia aérea interessante para o grupo. Achamos que podemos melhorar a performance da companhia e que a companhia pode ajudar o grupo a ter operações em mercados como o Brasil onde não temos muita capacidade”, afirmou.
O grupo IAG, dono da British Airways, Iberia ou Aer Lingus, fechou 2024 com um crescimento de 9% das vendas, para 32.100 milhões de euros. Os lucros aumentaram 2,9% para um recorde 2.732 milhões, levando a empresa a anunciar uma remuneração total aos acionistas de 1.435 milhões de euros.
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