Marcelo atira eleições antecipadas para 11 ou 18 de maio
O Presidente antecipa que o debate da moção de confiança do Governo seja agendado para a próxima quarta-feira. Depois quer ouvir os partidos e o Conselho de Estado, mas já admite eleições em maio.
Marcelo Rebelo de Sousa vai aguardar pelo desfecho do debate da moção de confiança do Governo, que deve ser agendado para a próxima quarta-feira, mas já antevê eleições antecipadas para maio. Se esta moção for “rejeitada”, o Presidente promete agir “o mais rápido possível” e convocar, para o dia seguinte, os partidos políticos e, depois, o Conselho de Estado, adiantou esta quarta-feira em declarações aos jornalistas.
E o passo seguinte, ainda que não tenha mencionado a dissolução do Parlamento, é a marcação das eleições legislativas antecipadas, pela quarta vez em cinco anos. O chefe de Estado afirma que “a primeira data possível” deve ser “entre 11 e 18 de maio”. Marcelo disse ainda que “tem a obrigação de pensar no calendário” de forma a “minimizar os custos em termos de efeitos e maximizar a celeridade e rapidez no enfrentar da situação”.
Depois de lembrar o fio do tempo detalhado da crise política, Marcelo avançou que o Conselho de Ministros vai definir os termos da moção de confiança na próxima sexta-feira. Perante os jornalistas, não ficou claro se o Presidente sabia da decisão de Luís Montenegro, que pode fazer cair o Governo se o PS e o Chega, como já sinalizaram, retirarem a confiança ao Governo.
Montenegro esteve em Belém no dia de Carnaval, para uma reunião da qual saíram poucos pormenores. A líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, sugeriu entretanto que o líder do Governo não teria informado previamente Marcelo da moção de confiança.
O Presidente da República assegura ainda que “não se pronuncia” sobre as posições dos vários partidos políticos. “Não me pronunciei em todo este processo – nem do Governo – e o processo continua em curso. Cada qual acaba por escolher o seu caminho, ponderar o seu caminho e ao longo do processo pode ter fases diferentes de posicionamento perante esse caminho”, nota.
Quando questionado pelos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa recusou pronunciar-se sobre a legitimidade política para Luís Montenegro continuar no cargo.
O chefe de Estado afirma ainda que que cancelou a visita à Estónia, que deveria ocorrer na próxima semana, para acompanhar a moção de confiança. “Fica sacrificada. É muito mais importante isto”, refere o Presidente da República, acrescentando que “não faria sentido” que “estivesse fora do território” nacional quando o Parlamento vai votar uma moção de confiança ao Governo.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobreviveu esta quarta-feira à segunda moção de censura em menos de duas semanas, mas ao que tudo indica a queda está iminente, uma vez que o primeiro-ministro anunciou que vai apresentar uma moção de confiança, que está condenada com voto contra do PS.
Em causa está a polémica em torno da empresa familiar de Montenegro, a Spinumviva, que o chefe do Executivo já passou para os filhos, e um potencial conflito de interesses entre o cargo de primeiro-ministro e os serviços prestados a clientes como o grupo de hotéis e casinos Solverde, que rasgou entretanto o contrato com a empresa, segundo um comunicado tornado público antes de o debate ter arrancado.
(Notícia atualizada às 20h20 com mais informação)
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